Salgado Maranhão. foto: Daniel Mordnski
© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
Série compositores - letrista e poeta
“Quanto mais somos da nossa aldeia, mais nós somos do mundo, porque mais nós temos identidade a mostrar. O mundo quer cores. Quem não tem cor para mostrar, não pode influir no grande caleidoscópio que é o mundo”
- Salgado Maranhão, in: MARQUES, Wilson. Encontro com Salgado Maranhão, hoje, no Odylo. Imirante/O Estado, 21 jan. 2014.
Breve esboço biobibliográfico de Salgado Maranhão
Salgado Maranhão (José Salgado Santos) - poeta, compositor e jornalista. Nasceu no povoado de Cana Brava das Moças, na cidade de Caxias - Maranhão, em 13 de novembro de 1953, filho de Moacyr dos Santos Costa e Raimunda Salgado dos Santos. Ainda adolescente, mudou-se com os irmãos e a mãe para Teresina. Escreveu artigos para um jornal local e conheceu Torquato Neto, que o incentivou a ir para o Rio de Janeiro, o que fez no ano de 1972. Estudou Comunicação na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Terapeuta corporal, foi professor de tai chi chuan e mestre em shiatsu.
Inicialmente, teve seu nome vinculado em publicações como "Ebulição da escrivatura -Treze poetas impossíveis" (Ed. Civilização Brasileira, 1978, RJ), coletânea que reuniu diversos poetas, como Sergio Natureza (assinando Sérgio Varela), Antônio Carlos Miguel (sob o pseudônimo de Antônio Caos), Éle Semog, Mário Atayde, Tetê Catalão, entre outros.
Publicou poemas e artigos na revista "Encontro com a Civilização Brasileira" (1978). Nos anos seguintes, publicou: "Aboio"('cordel'/Corisco, 1984), "Punhos da serpente" ('poesia'/Achiamé, 1989), "Palávora" ('poesia'/Sette Letras, 1995), "O beijo da fera" ('poesia'/Sette Letras, 1996) e "Mural de ventos" ('poesia'/José Olympio, 1998).
Em 1998, ganhou o prêmio "Ribeiro Couto", da União Brasileira dos Escritores (UBE), com o livro "O beijo da fera". No ano seguinte, com o livro "Mural de ventos", foi o vencedor do "Prêmio Jabuti", da Câmara Brasileira do Livro, dividido com Haroldo de Campos e Geraldo Mello Mourão. Colaborou em várias publicações com artigos e poemas, como a revista "Música do Planeta Terra".
Em 2007, sua poesia foi estudada na Universidade de Brown, em Providence, Rhode Island, nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, participou do "Moveable Feast Poetry in Portuguese", encontro internacional dos poetas de língua portuguesa, onde representou o Brasil a convite da Brown University (EUA).
Em 2009, lançou, pela Editora BookLink, o livro de poemas "A Pelagem da Tigra". Nesse mesmo ano, coordenou o "Salão de Livros do Piauí", levando à Teresina o poeta e letrista Antônio Cícero.
Em 2010, lançou a antologia "A Cor da palavra" (Editora Imago/FBN) com poemas escolhidos dos seus livros 'Aboio", "Punhos da Serpente", "Palávora", "O Beijo da Fera", "Mural de Ventos", "Sol Sanguíneo", "Solo de Gaveta" e "A Pelagem da Tigra".
Publica ainda os seguintes livros de poesia: O mapa da tribo (7Letras, 2013), Ópera de nãos (7Letras, 2015), Avessos avulsos (7Letras, 2016), A sagração dos lobos (7Letras, 2017) e A casca mítica (7Letras, 2020).
No lançamento do seu livro "Ópera de nãos", em 2016, um sarau lítero-musical foi promovido com as participações especiais de Egberto Gismonti, Ana Oliveira, Zé Américo Bastos, Zezé Motta, Nathália Timberg, Patrícia Mellodi e Ricardo Macchi, sob curadoria do poeta Carlos Dimuro, o evento aconteceu no Hotel Golden Tulip Regente, em Copacabana (Rio de Janeiro). Neste mesmo ano, em outubro, Salgado participou na Cidade do México (México) "VII Festival de Poesía Lenguas de América Carlos Montemayor".
Sobre ele, declarou o poeta, seu conterrâneo:
"Salgado Maranhão é um dos mais brilhantes poetas de sua geração e possui um trabalho de linguagem muito pessoal. "Sinergia" é a palavra que define sua poesia. Uma poesia de palavra, muito embora não ignore o real, pois o traduz em fonemas e aliterações. Que não hesita em ir além da lógica do discurso (ou do enlace com o plausível) se o resultado é o impacto vocabular e o inusitado da fala."
- Ferreira Gullar, na apresentação do livro "A cor da palavra". de Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Imago; Fundação Biblioteca Nacional, 2009.
# Com informações de: Dicionário Cravo Albin MPB
"Sou filho da Casa Grande e da Senzala. Minha mãe era uma camponesa negra, meu pai era o dono da fazenda. Ele era casado e tinha três filhas. Eu era o único filho homem de meu pai, e a família dele quis me levar para criar, mas minha mãe não deixou. Minha primeira influência foram os repentistas. Aos 15 anos, fui estudar em Teresina. Na casa onde fiquei, havia professores. E descobri a biblioteca pública. Um dia li “Poema em linha reta”, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa. Nunca mais fui o mesmo. Lia tão devagar, com medo de acabar e não achar outro livro dele, que chegava ao meio e voltava a ler."
- Salgado Maranhão, excerto da entrevista ao jornal O Globo, em 15 de julho 2012.
Salgado Maranhão sobre o seu fazer poético:
"Minha poética gravita na borda da língua, nesse equilíbrio delicado em que um passo para trás é o lugar comum e um passo para frente é o ininteligível. É lógico que isto não é apenas uma atitude deliberada e racional. É um temperamento, um gostar de ser, é como se eu desejasse abrir um caminho novo na língua. Devo dizer que quando chega o poema, é uma verdadeira possessão de palavras em meus sentidos, chego a pensar que estou ficando louco. E estou: louco de luz. Depois desse momento de epifania, eu volto a retrabalhar o poema, infinitas vezes, para esgarçar ao máximo as possibilidades da palavra.
A poesia nos resgata uma voz inconsciente que fomos perdendo, aos poucos, depois da idade pré-natal. Trata-se de uma linguagem aberta, sinuosa, prenhe de significantes e irresponsável, como o discurso das crianças. A necessidade de nos ajustarmos ao mundo e às suas normas arbitrárias, em troca de afirmação e sobrevivência material, vai secando a poesia do nosso coração. Uma pessoa comum, que funcione como a maioria, do estômago para baixo, até reconhece o vigor impactante dessa forma de expressão, mas teme se comprometer com essa insanidade sã. Poeta é quem tem no DNA a doença incurável do mistério. É aquele para quem as palavras tiram a roupa e se entregam sem reserva. E não é para quem quer e nem é uma questão de privilégio, mas de destino, é mais uma questão de não saber ser de outro jeito.
[...]
Minha arte reflete minha história de vida e assimilação do mundo: sou aquele que não era para ter sido. Em algum poema eu digo que meu "nome é nômade", porque eu sou aquele que a poesia salvou. Portanto, há em mim uma inquietação que lacera as palavras. Quando a poesia se apodera de mim, vaza um rio de palavras rítmicas em minha boca que eu penso que estou ficando louco, mas, claro, de uma loucura feliz. De modo que, quando você levanta essas escamas em minha poesia, me alegra que alguém possa percebê-las, porque, cada poema que faço (embora haja uma motivação interna muito forte) tem infinitas leituras e releituras."
- Salgado Maranhão em entrevista a Iracy Conceição de Souza | SOUZA, Iracy Conceição de. Entrevista com Salgado Maranhão: "Poeta é aquele que não sabe ser de outro jeito." in: O Marrare (Online) - UERJ, Rio de Janeiro, v. 14, p. 165-185, 2011. Leia a entrevista na íntegra, disponível no link (acessado 3.10.2020) | [fotografia: Salgado Maranhão | foto (autoria não identificada)]
Prêmios, títulos e condecorações - Salgado Maranhão
1998 - recebeu o Prêmio "Ribeiro Couto", da União Brasileira dos Escritores (UBE), com o livro "O beijo da fera" (1996).
1999 - recebeu o "Prêmio Jabuti", da Câmara Brasileira do Livro, na categoria 'Poesia', com o livro "Mural de ventos" (1998). [Prêmio dividido com Haroldo de Campos e Geraldo Mello Mourão]. 2011 - recebeu o Prêmio "Machado de Assis de Poesia", da Academia Brasileira de Letras, na categoria 'Poesia', com o livro "A cor da palavra" (2009.
2014 - recebeu o Prêmio PEN Clube do Brasil, na categoria 'Poesia', com o livro "O mapa da tribo" (2013).
2016 - é agraciado com o título de Cidadão Piauiense, outorgado pela Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi).
2017 - é agraciado com o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade federal do Piauí (UFPI).
"Não gosto de vender miséria para ganhar atenção. Não faço papel de vítima. Não quero o caminho fácil. Não busco planícies, busco ladeiras. Mas é verdade que minha vida é cheia de relevos. Vim para o Rio com 22 anos. Queria conhecer o meio artístico. Cheguei sem dinheiro, arrumei emprego numa livraria, no depósito de livros. A dona mandou que aos sábados eu lavasse o letreiro. Eu disse: “Sou poeta, não vim ao Rio para lavar letreiro.” Ela falou: “Mas você é muito audacioso.” Eu era muito folgado. Demitido, fui trabalhar numa firma de engenharia na construção do metrô. Até que li um poema num recital da turma da Nuvem Cigana. Júlio Barroso (que depois criou a Gang 90) gostou e me chamou para escrever na revista 'Música do Planeta Terra'."
- Salgado Maranhão, excerto da entrevista ao jornal O Globo, em 15 de julho 2012.
Salgado Maranhão - foto: Ricardo Prado
Obra literária do poeta Salgado Maranhão
Poesia
:: Punhos da serpente. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Achiamé, 1989.
:: Palávora. Salgado Maranhão. [Prefácio Silviano Santiago]. Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 1995.
:: O beijo da fera. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 1996.
:: Mural de ventos. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2ª ed., 1998.
:: Sol sangüíneo. Antologia. Salgado Maranhão. [Orelha do livro Adriano Espínola]. Rio de Janeiro: Imago, 2002.
:: Solo de gaveta & Amorágio(**). Salgado Maranhão. (livro/CD). [produção Zé Américo]. Rio de Janeiro: SescRio.Som, 2005.
:: A cor da palavra. [antologia]. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Imago; Fundação Biblioteca Nacional, 2009.
:: A pelagem da tigra. Salgado Maranhão. [Orelha do livro Astrid Cabral]. Rio de Janeiro: Booklink, 2009.
:: O mapa da tribo. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2013.
:: Ópera de nãos. Salgado Maranhão. [prefácio Charles A. Perrone]. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2015. {2º lugar na categoria Poesia, 58º Prêmio Jabuti (2016)}
:: Avessos avulsos. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2016.
:: A sagração dos lobos. Salgado Maranhão. [prefácio Jack Draper]. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2017.
:: A casca mítica. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2020.
:: Pedra de encantaria. Salgado Maranhão. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2021.
:: A cor da palavra. Salgado Maranhão. [apresentação Ronaldo Cagiano] Lisboa: Lúnus Editora, 2022
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Cordel
:: Aboio ou a Saga do Nordestino em busca da terra prometida. Salgado Maranhão. Teresina: Editora Corisco, 1984.
Infanto-juvenil
:: Paisagens & Relevos. Salgado Maranhão. ilustração Antônio Amaral. Teresina: Mais Editora, 2019.
:: Rios e Lendas. Salgado Maranhão. ilustração Antônio Amaral. Teresina: Mais Editora, 2019.
:: Aldeias e Rebanhos. Salgado Maranhão. ilustração Antônio Amaral. Teresina: Mais Editora, 2019.
Prefácios e introdução
:: América Negra & outros poemas afro-brasileiros. [introdução Salgado Maranhão, prefácio Tania Lima, prólogo Feliciano Bezerra e Derivaldo Santos, ilustração Dino Alves]. Quilombhoje, 2016.
Antologias (participação)
:: Quilombo de palavras: a literatura dos afro-descendentes. [organização Jônatas Conceição, Lindinalva Barbosa]. 2ª ed., ampliada. Salvador: CEAO/EDUFBA, 2000. {autores presentes: José Carlos Limeira, Jônatas Conceição, Jaime Sodré, Lande Onawale, Edson Cardoso, Ana Célia da Silva, Valdina Pinto, Éle Semog, Conceição Evaristo, Salgado Maranhão, Carlos de Assumpção, Luiz Silva 'Cuti', Geni Guimarães, Esmeralda Ribeiro, Oliveira Silveira, Carlos Alberto Menezes e Lepê Correia}.
:: Literatura na Ilha: poetas e prosadores maranhenses. Hildeberto Barbosa Filho. São Luís: Lithograf, 2004, p. 76-83.
:: O negro em versos: antologia da poesia negra brasileira. [Organização de Luiz Carlos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares]. São Paulo: Moderna, 2005.
:: Concerto a quatro vozes - antologia, história e crítica de quatro poetas contemporâneos: Adriano Espínola, Antônio Cicero, Marco Lucchesi e Salgado Maranhão. [organização Domício Proença Filho]. Editora Record, 2006.
:: Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. [Organização de Eduardo de Assis Duarte]. Vol. 3, Contemporaneidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.
:: Baião de todos. {Antologia poética com 48 autores piauienses}.. [organização Cineas Santos e Keula Araújo]. Edição comemorativa - 20 anos. Teresina: Fundapi, 2016. :: Amor e outras revoluções, Grupo Negrícia: antologia poética. [Organização de Éle Semog]. Rio de Janeiro: Malê, 2019. {Poetas da edição: Amélia Alves, Ana Cruz, Cizinho Afreeka, Conceição Evaristo, Deley de Acari, Éle Semog, Elisa Lucinda, Eustáquio Lawa, Hélio de Assis, José Jorge Siqueira, Jurema Araujo, Lia Vieira, Luis Turiba, Salgado Maranhão e Viviande Brandão Couto Filho}. :: A estante dos poetas: Antologia. [organização Paulo Sabino]. Rio de Janeiro: Editora Ibis Libris, 2020. {poetas da edição: Adriano Espínola, Antônio Carlos Secchin, Antonio Cicero, Geraldo Carneiro, Paulo Henriques Britto e Salgado Maranhão}.
Antologias (organização)
:: Ebulição da escrivatura -Treze poetas impossíveis. [organização Salgado Maranhão, Sergio Natureza e Moacyr Félix]. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1978. {coletânea que reuniu diversos poetas, como Sergio Natureza (assinando Sérgio Varela), Antônio Carlos Miguel (sob o pseudônimo de Antônio Caos), Éle Semog, Mário Atayde, Tetê Catalão, entre outros.}.
Publicações em Portugal
Poesia
:: Novelo. Salgado Maranhão. Porto: Edições Humus, 2020.
Obra traduzida
Salgado, tem poemas traduzidos para o inglês, italiano, francês, alemão, sueco, holandês, japonês, hebraico, espanhol e esperanto.
Estados Unidos
:: Blood of the sun: poems {Sol sangüíneo}. Salgado Maranhão. [tradução Alexis Levitin; posfácio Luiz Fernando Valente]. Milkweed Editions, 2012.
:: Tiger fur {A pelagem da tigra}. Salgado Maranhão. [tradução Alexis Levitin].Editora White Pine Press, 2015.
:: Palávora. Salgado Maranhão. [tradução Alexis Levitin]. Dialogos / Lavender Ink, 2019.
:: Mapping the tribe {O mapa da tribo}. Salgado Maranhão. [tradução Alexis Levitin]. Edição bilíngue. Spuyten Duyvil, 2020.
:: Consecration of the wolves {A sagração dos Lobos}. Salgado Maranhão. [tradução Alexis Levitin]. New York: The Bitter Oleander Press, 2021.
:: O Mapa da tribo. Salgado Maranhão. [tradução Felipe Watanabe Hiro]. 2021
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Caricatura: Salgado Maranhão, por Douglas Azevedo
Em Antologias estrangeiras (participação)
:: Antología de poesía brasileña. [edición de Jaime B. Rosa; organización Floriano Martins y José Geraldo Neres; tradução António Alfeca]. Edición bilingüe Português - Español. Valencia, España: Huerga & Fierro editores, 2006. {Poetas: Lucila Nogueira, Glauco Mattoso, Adriano Espínola, Beth Brait Alvim, Contador Borges, Donizete Galvão, Floriano Martins, Nicolas Behr, Jorge Lúcio de Campos, Vera Lúcia de Oliveira, Rubens Zárate, Ademir Demarchi, Ademir Assunção, Leontino Filho, Marco Lucchesi, Weydson Barros Leal, António Moura, Maria Esther Maciel, Rodrigo Garcia Lopes, José Geraldo Neres, Viviane de Santana Paulo, Alberto Pucheu, Fabrício Carpinejar, Salgado Maranhão, Sérgio Cohn, Rodrigo Petronio, Konrad Zeller, Pedro Cesarino, Mariana lanelli. Traductores: Adalberto Arrunátegui, Alfonso Pena, Aníbal Cristobo, António Alfeca, Benjamin Valdivia, Carlos Osório, Eduardo Langagne, Floriano Martins, Gladis Basagoitia Dazza, Luciana di Leone, Margarito Cuéllar, Marta Spagnuolo, Paulo Octaviano Terra, Reynaldo Jiménez e Tomás Saraví}.
:: ¡Más aplausos para la lluvia! Antología de poesía amazónica reciente. [selección, introducción y traducciones de Jeremy G. Larochelle]. Perú: Edición Tierra Nueva, 2012. {autores: Alfredo Pérez Alencart; Aníbal Beça; Astrid Cabral; Javier Dávila Durand; Juan Carlos Galeano; Salgado Maranhão; Thiago de Mello; Manuel Paredes Mero; Carlos Reyes Ramírez; Ana Carolina Saavedra Lozada; Nicomedes Suárez-Araúz; Pedro Shimose; Ana Varela Tafur; Percy Vílchez Vela}. Disponível no link. (acessado em 19.7.2021). :: Tudo é sempre despedida – 50 poetas brasileiros contemporâneos. [organização Mbate Pedro]. Maputo/MZ: Editora Cavalo do Mar, 2022. {Autores/poetas presentes: Adélia Prado, Adriano Espínola, Affonso Romano de Sant'Anna, Alberto Pucheu, Alexei Bueno, Ana Martins Marques, Angélica Freitas, António Carlos Secchin, António Cicero, Armando Freitas Filho, Augusto de Campos, Claudio Daniel, Edimilson de Almeida Pereira, Edson Cruz, Eucanaa Ferraz, Everardo Norões, Fernando Fiorese, Iacyr Anderson Freitas, José Inácio Vieira de Melo, Lau Siqueira, Lenita Estrela de Sá, Lívia Natália, Luís Maffei, Luiz Ruffato, Mar Becker, Márcia Barbieri, Marcelo Ariel, Marco Lucchesi, Marcos Siscar, Marília Garcia, Micheliny Verunschk, Miriam Alves, Nathan Sousa, Nina Rizzi, Paulo Henriques Britto, Prisca Agustoni, Ricardo Aleixo, Roberta Tostes Daniel, Roberval Pereyr, Ronald Augusto, Ronaldo Cagiano, Ruy Espinheira Filho, Salgado Maranhão, Sérgio Nazar David, Simone Homem de Mello, Tatiana Pequeno, Vera Lúcia de Oliveira, Verônica Stiggger, Virna Teixeira e Vladimir Queiroz}.
Outros textos de Salgado Maranhão
MARANHÃO, Salgado.
Minhas palavras e suas laterais. Depoimento de Salgado Maranhão. in: Poesia na Era da Internacionalização dos Saberes: circulação, tradução, ensino e crítica no contexto contemporâneo. [organização Maria Lúcia Outeiro Fernandes, Paulo Andrade e Charles A. Perrone]. Revista Série Estudos Literários nº 17 - Vol. 4, Cultura Acadêmica Editora (UNESP), 2016, p. 35-44. Disponível no
link. (acessado em 30.9.2020).
MARANHÃO, Salgado. O grito da América negra (apresentação/contracapa). In: FERREIRA, Elio Pinto. América Negra & outros poemas afro-brasileiros. São Paulo: Quilombhoje, 2014.
MARANHÃO, Salgado;
CARNEIRO, Geraldo.
Os desmandamentos. in: 7faces - caderno-revista de poesia, Natal – RN, Ano 3, 5 ed., jan.-jul., 2012, p. 173-175. Disponível no
link. (acessado em 8.10.2020)
"As pessoas só pensam nas coisas materiais. Ficamos presos às necessidades urgentes. Mas isso não dá conta da nossa humanidade, não nos completa como indivíduos e seca a poesia do nosso coração. A poesia nos empurra para uma dimensão além da sobrevivência básica."
- Salgado Maranhão, excerto da entrevista ao jornal O Globo, em 15 de julho 2012.
Salgado Maranhão - poeta e compositor | foto: Fábio Seixo/Agência O Globo
O compositor - letrista Salgado Maranhão
Salgado Maranhão tem parcerias com Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Ivan Lins, Moacyr Luz, Zé Américo, Xangai, Herman Torres, Vital Farias, Mirabô Dantas, Tunai, Carlos Pita, entre outros.
Constam entre seus intérpretes, além dos parceiros já citados, Zizi Possi, Rita Ribeiro, Alcione, Elba Ramalho, Rosa Maria, Amelinha, Amélia Rabello, Selma Reis, Juliana Amaral, Zezé Gonzaga, O Terço, Gilberto Alves, Ney Matogrosso, Zé Renato, Zeca Baleiro, Angela Evans e tantos outros em suas mais de 40 composições gravadas, além de inéditas com João Donato, Zeca Baleiro, Renato Piau, Chico César, entre outros.
Composições (letrista)/ e parceiros:
:: A flor da magia. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Acordei vadio. (Salgado Maranhão e Carlos Pita)
:: Alguma coisa. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Alice no Curral das Maravilhas. (Salgado Maranhão e Vital Farias)
:: Amorágio. (Salgado Maranhão e Ivan Lins)
:: Apesar da solidão. (Salgado Maranhão e Vital Farias)
:: Aquário. (Salgado Maranhão e Rosa Passos)
:: Ave cigana. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Calmaria. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Caminhos de sol. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Choro da lua. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Coração felino. (Salgado Maranhão e Paulo Mattos)
:: Deixe o amor fazer a lei. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Diamante bruto. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Do princípio ao sem-fim. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Eu pensei que você fosse a lua. (Salgado Maranhão e Zeca Baleiro)
:: Feito passarinho. (Salgado Maranhão e Paulinho da Viola)
:: Fogo. (Salgado Maranhão e Carlos Pita)
:: Fruta no pé. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Fundição federal. (Salgado Maranhão e Wagner Guimarães)
:: Jamaica. (Salgado Maranhão e Naeno)
:: Lama das canções. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Lençóis. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Meu coração por dentro. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Mistura. (Salgado Maranhão e Xangai)
:: Não passarás. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Olhos acesos. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: O boi de prata (Salgado Maranhão e Mirabô Dantas)
:: Peleja. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Planeta desejo. (Salgado Maranhão e Carlos Pita)
:: Penúltimo cais. (Salgado Maranhão e Wagner Guimarães)
:: Pra alegrar coração de moça. (Salgado Maranhão e Ivan Lins)
:: Prazer pelo avesso. (Salgado Maranhão e Vital Farias)
:: Punhos da serpente. (Salgado Maranhão e Xangai)
:: Quem mata a mulher mata o melhor. (Salgado Maranhão e Ivan Lins)
:: Quem me abandona. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Rapsódia. (Salgado Maranhão e Rodney Mariano)
:: Recato. (Salgado Maranhão e Elton Medeiros)
:: Revela. (Salgado Maranhão e Moacyr Luz)
:: Suíte doce jabuticaba. (Salgado Maranhão e Xangai)
:: Trapaça. (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Trem da consciência. (Salgado Maranhão e Vital Farias)
:: Um aparte ao apartheid. (Salgado Maranhão e Naeno)
:: Veloz. (Salgado Maranhão e Zé Américo)
:: Vício de amar. (Salgado Maranhão e Tunai)
:: Vôo livre. (Salgado Maranhão e Ivan Lins)
"Salgado é versátil e tem aquela qualidade incrível que é conseguir unir o poeta refinado, de técnica apurada, e uma veia popular. Você pode ler o que ele escreve para livro ou ouvir as suas letras em música que vai ficar sempre impressionado"
- Aldir Blanc, ao Jornal do Brasil, julho de 2001.
Discografia de Salgado Maranhão
Registro de canções em discografia autoral:
(**) Álbum "Amorágio". Salgado Maranhão. Série 'Poetas da canção'. Selo SescRio.Som, 2005.
:: Farra {Poema falado}. (Salgado Maranhão) | Interprete: Salgado Maranhão
:: Rapsódia (Rodney Mariano e Salgado Maranhão) | Interprete: Elba Ramalho
:: Caminhos de sol (Herman Torres e Salgado Maranhão) | Interprete: Rita Ribeiro [Rita Benneditto].
:: Revela (Moacyr Luz e Salgado Maranhão) | Interprete: Selma Reis
:: Recato (Elton Medeiros e Salgado Maranhão) | Interprete: Paulinho da Viola
:: Trem da consciência (Vital Farias e Salgado Maranhão) | Interprete: Zeca Baleiro
:: Ave cigana (Zé Américo e Salgado Maranhão) | Interprete: Dominguinhos
:: Vôo livre (Ivan Lins e Salgado Maranhão) | Interprete: Zeca Baleiro
:: Diamante bruto (Zé Américo e Salgado Maranhão) | Interprete: Alcione
:: Feito passarinho (Paulinho da Viola e Salgado Maranhão) | Interprete: Amélia Rabello
:: Do princípio ao sem-fim (Zé Américo e Salgado Maranhão) | Interprete: Sandra Duailibe
:: Amorágio (Ivan Lins e Salgado Maranhão) | Interprete: Ivan Lins
:: A pelagem da tigra {Poema falado}. (Salgado Maranhão) | Interprete: Salgado Maranhão
- Ficha técnica -
Produção: Zé Américo
Poemas recitados: Salgado Maranhão
Músicos - interpretes: Alcione, Amélia Rabello, Dominguinhos, Elba Ramalho, Ivan Lins, Paulinho da Viola, Rita Ribeiro [Rita Benneditto], Sandra Duailibe, Selma Reis e Zeca Baleiro
Músicos: (...)
Registro de suas canções (c/parceiros) em discografia de diversos artistas
:: Álbum "Vital Farias". Vital Farias. Selo Polydor (LP, 1978) | Canção: 'Alice no curral das maravilhas' (Vital Farias e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Seu tipo". Ney Matogrosso. Selo Wea (LP/CD, 1979) | Canção: 'Trapaça' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Herman Torres". Herman Torres. Selo Polydor (LP, 1980) | Canções: 'Fruta do pé' - 'Lama das canções' - 'Peleja' -e- 'Trapaça' (Herman Torres/Salgado Maranhão)
:: Álbum "Taperoá". Vital Farias. Selo Epic - CBS (LP, 1980); Kuarup (CD, 2014) | Canções: 'Meu coração por dentro' (Salgado Maranhão e Herman Torres) -e- 'Prazer pelo avesso' (Vital Farias e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Vagando". Rosa Marya Colin. Selo Eldorado (LP, 1980) | Canção: 'Quem me abandona' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Canção de verão". Zizi Possi. Selo Polygram (LP/CD, 1981) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Paulinho da Viola". Paulinho da Viola. Selo WEA (LP, 1981) | Canção: 'Feito passarinho' (Paulinho da Viola e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Sagas brasileiras". Vital Farias. Selo Araponga - Lança e Polygram (LP, 1982) | Canções: 'Apesar da solidão' -e- 'Trem da consciência' (Vital Farias e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor". Amelinha. Selo CBS (LP, 1982) | Canções: 'Choro da lua' -e- 'Trem da consciência' (Vital Farias e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Quatro sucessos românticos". Zizi Possi. Selo Philips (CPD, 1982) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Alegria". Elba Ramalho. Selo Ariola (LP/CD, 1982) | Canção: 'Olhos acesos' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Coração brasileiro". Elba Ramalho. Selo Barclay e Ariola (LP/CD, 1983) | Canção: 'Ave cigana' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Água e luz". Amelinha. Selo CBS (LP, 1984) | Canção: 'Alguma coisa' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Do jeito que a gente gosta". Elba Ramalho. Selo Barclay e Ariola (LP/CD, 1984) | Canção: 'Calmaria' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Feliz". Carlos Pita. Selo RCA Vik (LP, 1986) | Canção: 'Fogo' (Carlos Pita e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Fruto". Elba Ramalho. Selo Polygram (LP/CD, 1988) | Canção: 'A flor da magia' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Luzia Santana". Luzia Santana. Selo BMG - Ariola (LP, 1989) | Canção: 'Planeta desejo' (Carlos Pita e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Eugênio Avelino". Xangai. Selo Independente (LP/CD, 1990) | Canções: 'Mistura' -e- 'Punhos da serpente' (Xangai e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Mel da terra". Mel da Terra. Selo Independente (LP, 1991) | Canção: 'Coração felino' (Paulo Mattos e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Bahia de todos os cantos - Dos labutos". Xangai. Selo Estúdio de Invenções (LP/CD, 1991) | Canção: 'Suíte doce jabuticaba' (Xangai e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Caminhos de Sol". Yahoo. Selo EMI-Odeon (LP, 1994) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "A Viagem - trilha sonora da novela da Rede Globo". Diversos artistas. Selo Som Livre (LP, 1994) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão) | Interpretes: Yahoo
:: Álbum "Anjo de mim". Ivan Lins. Selo Velas (CD, 1995) | Canção: 'Pra alegrar coração de moça' (Ivan Lins e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Interior". Naeno. Selo Batista da Rocha (CD, 1995) | Canções: 'Um aparte ao apartheid ' -e- 'Jamaica' (Naeno e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Compositores". O Terço. Selo Velas (CD, 1996) | Canção: 'Quem mata a mulher mata o melhor' (Ivan Lins e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Grandes mestres da MPB - vol. 2 - Paulinho da Viola". Paulinho da Viola. Selo Warner Music (CD, 1997) | Canção: 'Feito passarinho' (Paulinho da Viola e Salgado Maranhão)
::
Álbum "CIA Federal de Fundição". grupo CIA. Federal de Fundição [integrantes: Wagner Guimarães, Carlos Renha e Edson Barbosa]. Selo Independente (CD, 1997) | Canções: '
Fundição federal' -e- '
Penúltimo cais' (Salgado Maranhão e Wagner Guimarães)
:: Álbum "Millennium - 20 músicas do século XX". Zizi Possi. Selo Polygram (CD, 1998) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Íntimos". Giovanna Miranda. Selo Independente (CD, 2001) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Aurora de paz". Elton Medeiros. Selo Rob Digital (CD, 2001) | Canção: 'Recato' (Elton Medeiros e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Águas daqui". Juliana Amaral. Selo Lua Discos (CD, 2002) | Canção: 'Revela' (Moacyr Luz e Salgado Maranhão)
:: Álbum "20 anos - ao vivo". Yahoo. Selo Atração Fonográfica (CD, 2008) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Um pouco de morro outro tanto cidade sim". Ângela Evans. Selo Biscoito fino (CD, 2008) | Canção: 'Recato' (Elton Medeiros e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Mais me vale uma canção". Salomão Di Pádua. Selo Independente (CD, 2009) | Canção: 'Veloz' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Construindo coisas pra se Cantar". Renan do Vale. Selo Independente (CD, 2009) | Canção: 'Olhos acesos' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Canção de verão". Nilson Lima. Selo Independente (CD, 2009) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Cantos & contos 2". Zizi Possi. Selo Biscoito Fino (DVD, 2010) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Amorágio". Ivan Lins. Selo Som Livre (CD, 2012) | Canção: 'Amorágio' (Ivan Lins e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Cantos e Cordas Acústico". Chico Rey & Paraná. Selo Águia Muic (CD, 2014) | Canção: 'Caminhos de Sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Eu sou o caminho". Elba Ramalho. Selo Independente (CD, 2017) | Canções: 'Deixe o amor fazer a lei' -e- 'Não passarás' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Amanhã vai ser verão". Rosa Passos. Selo Independente (CD, 2018) | Canção: 'Aquário' (Rosa Passos e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Caderno de Lembranças". Tunai. Selo Independente (CD, 2019) | Canção: 'Vício de amar' (Tunai e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Caminhos de Sol". Fátima Li. Selo Independente (CD, 2020) | Canção: 'Caminhos de Sol' (Salgado Maranhão e Herman Torres)
:: Álbum "Ancestral". Cláudia Simone. Selo EJ Music (CD, 2020) | Canção: 'Caminhos de sol' (Herman Torres e Salgado Maranhão)
:: Álbum "Tijolo por Tijolo". Alcione [Marrom]. Selo Biscoito (CD, 2020) | Canção: 'Lençóis' (Zé Américo e Salgado Maranhão)
Outros
:: Single
"Caminhos de Sol: Utan Dig".
Bia Melo (bilíngue português-sueco). Selo (2017) | Canção:
Caminhos de sol (Herman Torres e Salgado Maranhão)
Cinema
Filme
"Boi de prata" - Roteiro e direção: Carlos Augusto Ribeiro Junior | Longa-metragem, 35mm, cor, ano 1980 | Música original/trilha e arranjos: Mirabô Dantas; Música: Salgado Maranhão | Canção-tema: '
O boi de prata' (Salgado Maranhão e Mirabô Dantas). Ficha técnica completa
Aqui!
Televisão
A música "Caminhos de sol" (Salgado Maranhão e Herman Torres), interpretada pela banda Yahoo, foi incluída como tema na trilha sonora da telenovela "A viagem", da Rede Globo (1994).
Exposições
Exposição "Um Rio Salgado: a trajetória poética de Salgado Maranhão"
Apresentado em diversos painéis, reunindo: fotos, poemas, premiações, capas dos livros, álbum de família, reportagens e outros itens sobre a trajetória do artista.
Curadoria: Carlos Dimuro
2012 -
4 a 23 de setembro -
Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura - São Paulo (SP).
2013 - 5 a 30 de abril - Sesc Teresópilis (RJ)
2014 - 21 janeiro até ...? - Centro Criativo Odylo Costa Filho - Praia Grande – São Luís/MA
2019 - 18 a 30 de Junho - Museu Memorial da Balaiada - Caxias (MA).
"O mundo nunca precisou tanto de poesia como agora. Se tudo o que temos é para transformar em dinheiro, então não somos pessoas, somos um supermercado. Vivemos na sociedade da ordem, do “experimente!”, do “compre já”. A publicidade quer parecer, mas a poesia quer apenas ser. O que fascina as pessoas é sua gratuidade, sua verdade genuína num mundo quase todo poluído pelo interesse material. A poesia não faz como a literatura de autoajuda, que aponta caminhos. Ela não dá receitas, dá autonomia. Não nos manda imitar o outro, quer que descubramos nosso próprio mapa."
- Salgado Maranhão, excerto da entrevista ao jornal O Globo, em 15 de julho 2012.
Salgado Maranhão - poeta, compositor e jornalista | foto (autoria não identificada)
Breve antologia de poemas do poeta Salgado Maranhão
A pelagem da tigra
São feitas de crisântemos as fibras
desse fogo que se molda à palavra
(e a esse jogo em que o amor se equilibra
como se a vida, então, lhe fosse escrava);
ou, talvez, da pelagem de uma tigra
(que ocultasse um vulcão em sua lava)
para blefar que fica enquanto migra
para fingir que beija quando crava.
Mas isto são hipóteses ou arenga
ao que se queira e não está à venda:
um terçar de lábios na carne brusca.
São só pegadas do que seja a lenda
de algum tesouro que se nos ofusca,
que ao tê-lo não se tenha mais que a busca.
- Salgado Maranhão, no livro "A pelagem da tigra". Rio de Janeiro: Booklink, 2009.
§§
Broto de bambu
algum canto secreto me arrasta pra dentro de ti. viola
os meus direitos de pessoa física independente. logo
eu que nem quero o coração assim cavalo bravo, potro
remoendo as rédeas. mas você nem fica aflita
e finta em mim na certeza de já ter
visto o fim do combate. seu amor é coisa fina, é
cerâmica do Xingu, porcelana da China, broto de
bambu. quanto aos seus olhos, são os da serpente
quando tem fome.
- Salgado Maranhão, no livro "Punhos da serpente". Rio de Janeiro: Achiamé, 1989.
§§
Delírica III
Há um rasgo de arco-íris
entre meu cais
e a tua íris,
uma voragem de lâminas
e cetins.
Tramas tua química de azuis
em dorso esplêndido
rosnas a febre líquida
a inundar teus lábios ocultos.
O instinto fez-se mar revolto
e as convulsões de sangue e cio
acordam cavalos em teu haras.
Urge que o fogo avance os limites
urge que o tempo em temporal
desate a trama das águas.
- Salgado Maranhão, no livro "A cor da palavra". Rio de Janeiro: Imago; Fundação Biblioteca Nacional, 2009.
§§
Desamanhecer
Para Andréia Paola
Agora,
na cidade da tua ausência
outro dia
desamanhece. E súplice
um grito escorre na paisagem.
Todos os lugares
são feitos do teu antes.
Da janela,
a noite chega
com as mãos vazias. E
tudo ao fim se esvai
em volta
como um tecido de ventos.
Só meu coração insiste
em erigir teu nome...
para além do esquecimento.
- Salgado Maranhão, no livro "A cor da palavra". Rio de Janeiro: Imago; Fundação Biblioteca Nacional, 2009.
§§
Deslimetes 4
navalha um sol de azeviche
negride
– guerreiro em dorso de pedra.
desfruto de um tempo
escultor de tragédias.
procissão de navegantes rotos
clamores
que tocam para o sr. ninguém,
ventos que sopram para lugar nenhum,
assassinos que anunciam santos.
auroram prímulas de sangue
e amargaridas
ávidas
nos meninos que trepam na chuva.
vagam vagões no caos
– refúgios de ciclones –
risos em releases
almas de silicone.
onde se esgota a semântica do esgoto,
o tecido frugal do ser,
o ácido licor da espera?
vela a primavera
ao herói
e sua era,
rompe a lírica dos deuses
e sua dança de enigmas.
desentrevam luzes à barbárie.
e os surdos ouvem
e os cegos vêem.
- Salgado Maranhão, no livro "Palávora". Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 1995.
§§
Do arbítrio
Das estrias que a mão
esculpe
só o que brilha
sobrevive.
Nômade a manhã
despe o sol
à flor
da carne,
múltipla,
à vertigem da linguagem.
Não há comportas
nem caminhos
não há saaras
nem vienas
em tudo há rinhas
e arestas
de flores
e esquifes.
Em tudo entalha-se
ao revés
coisas que se mostram
e não se dão,
que só no verso vêem-se,
no peeling pelo avesso.
(Delitos que em seu exílio
transbordam de rubro
a lira,
resenham através do júbilo,
rasuram através da ira.)
Sopra revanche de ritmos
no íntimo viés do não dito,
sopra o arbítrio dos dias.
- Salgado Maranhão, no livro "Sol sangüíneo". Rio de Janeiro: Imago, 2002.
§§
Do raio
Nem o acre sabor das uvas
nos aplaca. Nem a chuva
nos olhos incendidos
devolve o que é vivido.
O magma que nos evapora
tange o rascunho das horas
sob um raio de suspense.
Nem o que é nosso nos pertence.
- Salgado Maranhão, no livro "Sol sangüíneo". Rio de Janeiro: Imago, 2002.
§§
Cena verbal 13
Acolho este alfabeto de espanto
como quem se nutre na cuia de Deus.
Há luares nos pés do rocinante
que me arrasta a um reino
sem reinado.
Guardo na pele
a tarifa do fogo: em minha pele
de continente errante. Os vales
e os palácios de sombras
por onde escorrem os dias
inumeráveis,
serão sempre infindos: areia movediça
onde o sangue é saga.
Quem adoça
o deserto dos justos? Quem preserva
a trama dos cínicos?
- Salgado Maranhão, no livro "Avessos avulsos". Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2016.
§§
Do sopro
O sopro que intercepta
o self dos meninos
avança
s águas turvas
e o rasgo
da mirada.
(Límpido perfil do gesto
atado ao transe.)
O sopro lume
e larva
pedra
sangue
flor
face ao que consagra
e nutre,
face ao vário
desvario
onde anjos rotos
rezam aos abutres.
Há uma zona
em que os cristais
se partem
sob essa aragem ancestral
do sangue.
Há incêndios na raiz
do gesto. Vestígios
de pólvora nas palavras.
E quando há voz,
é a cicatriz que canta.
- Salgado Maranhão, no livro "Sol sangüíneo". Rio de Janeiro: Imago, 2002.
§§
Longe dorme o choro
das cacimbas tristes, refém
do cenário da memória. Longe
estou de mim, arrastado
ao sonho e ao arbítrio;
sendo só este UM
que remanesce:
este GuajaNagô
das póvoas
de sapê.
Sabendo ser só minha
a estamparia desses ontens,
intraduzíveis como o nunca
e os dias que me restam.
- Salgado Maranhão, no livro "O mapa da tribo". Rio de janeiro: 7letras, 2013.
§§
X. Nadires
A sanha que aquece a raiz dos úmeros
enseja ao coração um disparate,
ao desvelar o que é de flor em fero,
ao se tornar fiel ao que lhe mate.
São forças que nos raptam a um sem número
de vezes e vieses e desates,
felizes perdedores desse embate;
nem no sonho que enlaça nossa íris
nessa teia de nadas e nadires
em que tudo se rende ao mesmo jogo.
Vem da palavra a sagração dos ritos:
esta relíquia de silêncio e gritos.
- Salgado Maranhão, no livro "A cor da palavra". Rio de Janeiro: Imago; Fundação Biblioteca Nacional, 2009.
§§
Negro soul
sou um negro,
orgulhosamente bem-nascido
à sombra dos palmares,
da grandemocracia
racial
ocidental
tropical.
sou bem um outdoor
de preto
com a cara pro luar
inflando a percussão
do peito
feito um anjo feliz.
sou mais que um quadro-negro
atrás de um giz: um livre livro.
e sangue de outras sagas;
e brilho de outros breus:
quanto mais me matam
mais eu sobrevivo.
(negro é feito cana no moedor,
sofre e tira mel da própria dor.)
vou tocando passos,
vou tocando ginga,
vou tocando, vou
a deitar sangue
nos cruzamentos,
colorindo a palidez
dos que não têm cor.
sou um negro,
rigorosamente um negro,
à sombra dos palmares
da grandemagogia
racial
ocidental
Tropicálice!
- Salgado Maranhão, no livro "A cor da palavra". Rio de Janeiro: Imago: Fundação Biblioteca Nacional, 2009.
§§
Origem
Do mar vêm os meus ancestres
remidos pelo tacão,
sou do sal dessas marés
ante o que houve e o que hão.
Das cores que me caiaram
já não distingo a mistura,
se de feijão com torresmo
ou café com rapadura.
A terra solta em meus pés
como se de vento fosse:
guarda um disfarce no amargo
e uma cicuta no doce.
Muitos me deitam louvores
entre a varanda e o fogão,
me abraçam com a mão no coldre,
me beijam como se não.
- Salgado Maranhão, no livro "O mapa da tribo". Rio de janeiro: 7letras, 2013.
§§
O cais está aberto
ao anagrama
dos teus pés. teus
pés recorrentes
ao sal e à maré. Porém
há uma manhã de seda
que te desenha miragens
no semblante. E
há vestes rubras
que te aguardam
nos espelhos. Tu
és o vento
que acorda a memória
e o velame dos barcos.
De onde te busco,
só ouço a cidade
rugindo metais.
Não te perdi
para os astros convulsos,
nem para o fauno
que desacata o amor,
te perdi para mim.
- Salgado Maranhão, no livro "Opera de Nãos". Rio de Janeiro: 7Letras, 2015.
§§
O grão que rasgou-me
com a palavra,
veio
com casca. E trouxe
um coração febril
para ferver a noite.
Este grão ruído
de demoras
a colidir
como o osso
(e um rosto
que é denúncia
e grife.)
Aferro-me ao pólen
desta voz
que me solfeja
que é meu próprio
mapa anverso
O grão ruído da palavra
veio com casca,
no raso
deste chão que piso
e que me ultrapassa.
- Salgado Maranhão, no livro "O mapa da tribo". Rio de janeiro: 7letras, 2013.
§§
O mapa da tribo
Louvado seja o rumor
do mar de São Marcos
que me lava os rastros;
louvado seja o chão
que me resume.
– Chão de rixas sob metáforas.
Falo na voz dos ausentes:
(Urubus, Guajás, Timbiras):
“Os primeiros fizeram
as escravas de nós;
nossas filhas roubavam
logravam
e vendiam após”.
Falo dos que me derivam:
(Yorubá, Gegê, Nagô):
“Não precisa prendê
quem tem pretos p‟herdá
e escrivão p‟escrvê;
basta tê
burra d‟ouro e casá”.
Ó vento ancestral
das línguas que me rasuram!
Recluso em meus anexos
Meus ontens me procuram.
- Salgado Maranhão, no livro "O mapa da tribo". Rio de janeiro: 7letras, 2013.
§§
O sertão mordeu meus calcanhares. O ser-
tão é um coite vestido
de súplica (sem que eu visse, abriu
cáries em minhas lembranças);
eis como sangra o poema
vestido
de ausentes;
eis minhas unhas de barro
e servidão.
Em meu corpo
o verão plantou cigarras,
ergueu palavras sobre ruinas
(e essa hipérbole
para além do havido.)
Por onde passo
até as pedras uivam.
- Salgado Maranhão, no livro "O mapa da tribo". Rio de janeiro: 7letras, 2013.
§§
Palavra
a palavra coexiste no dilúvio
ao açoite do sangue nas pedras.
a palavra é a pedra – o arquétipo
que dança.
e o tempo do fogo flama
e a memória das águaslavra
en/canto e plenilúnio.
a palavra lavra o tempo
naja imaginária
submersa no invisível mar,
godiva do cais dos loucos
deusa do silêncio.
a palavra em si é cio
virtude
a divertir o vício
de saber saber.
- Salgado Maranhão, no livro "Palávora". [Prefácio de Silviano Santiago]. Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 1995.
§§
Sentença
faz muito tempo que eu venho
nos currais deste comício,
dando mingau de farinha
pra mesma dor que me alinha
ao lamaçal do hospício.
e quem me cansa as canelas
é que me rouba a cadeira,
eu sou quem pula a traseira
e ainda paga a passagem,
eu sou um número ímpar
só pra sobrar na contagem.
por outro lado, em meu corpo,
há uma parte que insiste,
feito um caju que apodrece
mas a castanha resiste,
eu tenho os olhos na espreita
e os bolsos cheios de pedras,
eu sou quem não se conforma
com a sentença ou desfeita,
eu sou quem bagunça a norma,
eu sou quem morre e não deita.
- Salgado Maranhão, no livro "Punhos da serpente". Rio de Janeiro: Achiamé, 1989.
***
Salgado Maranhão - poeta e compositor - foto (autoria não identificada)
Fortuna crítica - Salgado Maranhão
[Estudos acadêmicos - teses, dissertações, livros ensaios, artigos, matérias jornalísticas e entrevistas]
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss ilustrado Música Popular Brasileira. [criação e supervisão geral Ricardo Cravo Albin]. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss; Instituto Cultural Cravo Albin; Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: semelhanças & diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010; 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ANDRADE, Samária. Adestrador de palavras: Salgado Maranhão: “De tantos que me tornei, já não me retorno ao mesmo” [participaram da entrevista: Wellington Soares, Samária Andrade, Demetrios Galvão, André Gonçalves]. in: Revestrés, Teresina, n. 19, abr. 2015, p. 8-19. Disponível no link. (acessado em 1.10.2020) ARAGÃO, Daniela. Entrevista com o poeta Salgado Maranhão. in: Acessa.com. Disponível no link. (acessado 1.10.2020). BEZERRA FILHO, Feliciano José; SOUZA, Elio Ferreira de. (org). A poesia de Salgado Maranhão sob a perspectiva afrodescendente. 1ª ed., Teresina: FUESPI, 2014.
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VAZ, Toninho.
A biografia de Torquato Neto. Curitiba: Editora Nossa Cultura, 2013.
Áudios/vídeos - algumas entrevistas e reportagens
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Caricatura: Salgado Maranhão, por Netto [João de Deus Netto]
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Salgado Maranhão - poeta e compositor - foto (autoria não identificada)
Salgado Maranhão e seu protesto mundial em defesa da Amazônia
Três Poetas na Amazônia. O artigo faz parte da série de Opinião A Amazônia já viu nosso futuro, sobre como os povos da região vivenciam as versões mais extremas dos problemas do nosso planeta.
Um dos mais prestigiados jornais do mundo, o New York Times publicou um poema inédito do poeta maranhense Salgado Maranhão(#1). Caxiense, ele dividiu uma página do diário nova-iorquino com a amazonense Astrid Cabral e o mexicano Homero Aridjis – as ilustrações são de Paola Saliby. Sob o título “Três poetas na Amazônia”, os poemas refletem a atual situação da região, que, como também o Pantanal, arde em fogo ante a inoperância e a cumplicidade do governo federal.
Eis, o poema de Salgado em edição bilíngue com a arte de Paola Saliby:
Índio velho
Eles já pegaram nosso couro
e nosso sangue,
eles já sortearam nossa terra
com todos os seus nomes sagrados
(e deixou-o despojado até o osso).
Insaciável, agora eles nos negociam
para carne.
Não à seiva do agronegócio!
Não a um destino de agro-morte!
Não ao Kindle em um mundo sem parentes!
A flora geme,
a fauna geme,
o rio rico em mercúrio geme.
É a floresta que veste o índio.
Deixe-nos o pouco que resta!
As flores não podem brotar das chamas.
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Old indian
They’ve already taken our hide
and our blood,
they’ve already raffled off our land
with all its sacred names
(and left it stripped to the bone).
Insatiable, now they trade us in
for beef.
No to the sap of agro-business!
No to a fate of agro-death!
No to Kindle in a world without kin!
The flora moans,
the fauna moans,
the mercury-rich river moans.
It is the forest that clothes the Indian.
Leave us the little that remains!
Flowers cannot sprout from flames.
- Salgado Maranhão [tradução Alexis Levitin]. na matéria "Three Poets on the Amazon". in: The New York Times, 2.10.2020. {This article is part of the Opinion series The Amazon Has Seen Our Future, about how the people of the region are living through the most extreme versions of our planet's problems.}. Disponível no link. (acessado em 6.10.2020).
(#1) Salgado Maranhão, winner of all of Brazil's major poetry awards, has toured the United States five times, presenting his work at over one hundred colleges and universities. In addition to fourteen books of poetry, he has written song lyrics and made recordings with some of Brazil’s leading jazz and pop musicians. He has published three collections of his work in English: Blood of the Sun (Milkweed Editions, 2012), Tiger Fur (White Pine Press, 2015), and Palavora (Dialogos Books, 2019). A fourth collection, Mapping the Tribe, will be published in 2020. On Nov. 13, 2017, Salgado received an honoris causa doctorate for his cultural achievements from the Federal University of Piaui in Teresina, Brazil.
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UM RIO SALGADO
Para Salgado Maranhão
Apesar de navegar sereias,
não é doce
o rio que corta
o teu poema.
Sabem-se salgados
os escombros que se escondem
sob as escamas da tua escrita.
E o que em ti é peixe,
se debate em guelras e guerras
numa incansável
respiração boca a boca
com a palavra.
A salinidade ancestral
de tuas águas,
refinada pelos deuses,
tempera o profano:
o sagrado no salgado.
No rio que segue
o curso líquido dos mistérios
da linguagem,
um cardume de versos
anuncia o mar.
- Carlos Dimuro, em "Poesia sempre" [editor Marco Lucchesi]. nº 28, ano 15. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008.
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Salgado Maranhão nas redes sociais
"Já era lúdico o latejar da luz nos olhos ante a infalível espera da manhã servil. E o ruminar da loucura ilustrada pelo silêncio. Já era férrea a fé cavando a pedra. E a porta aberta ao nunca. Nessa entranha de enigmas uma voz ousou lapidar meu delírio. Junto às armas vencidas e a semente dos mortos. Junto ao cio desta nuvem que ri."
- Salgado Maranhão, no livro "O mapa da tribo". Rio de janeiro: 7letras, 2013.
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Caricatura: Salgado Maranhão, por Cássio Loredano
© Direitos reservados ao autor/e ou aos seus herdeiros
© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
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Trabalhos sobre o autor:
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COMO CITAR:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Salgado Maranhão - poeta dos acordes literários e musicais. in: Templo Cultural Delfos, agosto/2022. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 10.8.2022.
* Página original de OUTUBRO/2020.
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Meu caro amigo Salgado, de tanto tempo, que prazer reler poemas teus, conhecer alguns que não conhecia e ver a tua história contada aqui. É uma bela história. Abracadabraço do Cesar
ResponderExcluirMeu querido amigo poeta , sinto- me honrado por participar do as eu círculo de amizade.
ResponderExcluirE muito feliz por Tê-lo homenageado no POESIACULT na Sociedade Ciência do Sentir.