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Wole Soyinka - dramaturgo, poeta e romancista nigeriano

  •  Wole Soyinka - foto: Thomas Samson/AFP


Wole Soyinka, dramaturgo, poeta e ativista político nigeriano, nasceu em 1934 e é considerado um dos maiores nomes da literatura e da dramaturgia africanas. Wole foi o primeiro  escritor da África a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986.

Algumas de suas peças mais conhecidas incluem “A Rainha Jogou o Xadrez” e “Os Bruxos Já Não Têm Saída”, ambas premiadas com o Prêmio Obie de Teatro. Além de seu trabalho como dramaturgo, Soyinka também é conhecido por sua poesia, que reflete a mesmo preocupação social e política de sua obra teatral.

Além de romances, peças teatrais e poemas, Soyinka se notabilizou por sua feroz crítica social contra o regime militar de seu país e a defesa da democracia. Muitos de seus trabalhos abordam temas como a identidade cultural africana, o colonialismo e o nacionalismo. Sua obra mais famosa é a peça “The Lion and the Jewel”, de 1959, que retrata conflitos entre tradição e modernismo. A peça conta a história de dois jovens de diferentes classes sociais que se apaixonam, mas enfrentam a oposição das famílias e da comunidade.

Em 1967, durante a Guerra Civil da Nigéria, Soyinka foi preso injustamente pelo governo militar e se exilou por muitos anos. Sua prisão gerou protestos de intelectuais ao redor do mundo.

Em 1986, o Nobel de Literatura foi atribuído a Soyinka, coroando a vasta obra desse polêmico autor, que até hoje se posiciona contra opressões em sua região, pelo seu “espírito comprometedor e seu talento dramático e poético”, que continua a inspirar e desafiar o mundo contemporâneo.
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Fonte: Portal Afro  (acessado em 29.3.2024)


"Isto, deixa que o confesse, atinge (uma palavra que eu preferiria evitar, mas não posso) a alma. Põe em causa a noção colectiva de alma. Há qualquer coisa que se quebrou. Para além da raça. Para além da cor ou da história. Há qualquer coisa que se fragmentou e já não se consegue reconstruir."
- Wole Soyinka em "Crónicas do Lugar do Povo mais Feliz da Terra". [tradução J. Teixeira de Aguilar]. Coleção Contemporânea. Lisboa: Livros do Brasil, 2022.

  • Wole Soyinka - dramaturgo, poeta e romancista nigeriano


WOLE SOYINKA - PRÊMIOS E DESTAQUES
1967 - John Whiting Award - por The Interpreters (1965).
1983 - The Annual Anisfield - Wolf Book Awards (Non fiction) – por Aké: the years of childhood (1981).
1986 - Prêmio Nobel de Literatura.
2013 - The Annual Anisfield - Wolf Book Awards (Lifetime Achievement) – por The Man Died: Prison Notes of Wole Soyinka (1972). Aké: os anos de infância (Aké: the years of childhood): considerado um  dos 12 melhores livros africanos do século XX (ASC Library).


"Wole Soyinka é um autor fundamental. Primeiro homem negro a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986, Soyinka é um dramaturgo por excelência, mas também escreve romances, biografias, ensaios, poesia e contos, além de traduzir histórias tradicionais do iorubá pra o inglês. Muito pode ser dito sobre a biografia desse escritor, ativista e, como ele mesmo se definiu em entrevista para a rede de televisão CGTN Africa, “glutão da tranquilidade”."
- Carolina Kuhn Facchin, na 'Nota da tradutora'. In: Aké: os anos de infância / 'Aké: the years of childhood'. Wole Soyinka. [tradução Carolina Kuhn Facchin; projeto gráfico Daniela Miwa Taira; arte capa Mariana Fujisawa]. São Paulo: Kapulana, 2020


"Será difícil matar a literatura não só pelo poder da palavra escrita, mas por causa do livro como objeto."
- Wole Soyinka: "Será difícil matar a literatura" [entrevista concedido a Juremir Machado da Silva]. In: Correio do Povo, 24.11.2017.

  • Wole Soyinka - foto: Roland Popp/DPA.AFP

OBRA DE WOLW SOYINKA PUBLICADA EM PORTUGUÊS E ESPANHOL

No Brasil

Memórias
:: Aké: os anos de infância / 'Aké: the years of childhood'. Wole Soyinka. [tradução Carolina Kuhn Facchin; projeto gráfico Daniela Miwa Taira; arte capa Mariana Fujisawa]. São Paulo: Kapulana, 2020. {leia um trecho}.

Teatro
:: O leão e a joia. Wole Soyinka. [tradução William Lagos]. São Paulo Geração Editorial, 2012.


Em Portugal
:: Os intérpretes. Wole Soyinka. [tradução Maria Helena Morbey]. Colecção Vozes de África, 14, Lisboa: Edições 70, 1980 
:: Os intérpretes. Wole Soyinka. [tradução Maria Helena Morbey]. Coleção Clássicos do Século XX. Minotauro, 2018.
:: Crónicas do Lugar do Povo mais Feliz da Terra. Wole Soyinka. [tradução J. Teixeira de Aguilar]. Coleção Contemporânea. Lisboa: Livros do Brasil, 2022. {leia um trecho}.

Em antologia
:: Poesia Africana Hoje. [selecção e prefácio, notas e tradução Manuel Seabra]. Colecção Antologias. Lisboa: Editora Futura, 1974{poemas de Wole Soyinka: 'Conversa ao telefone' - 'Morte de madrugada' - 'Noite'}

Em espanhol
:: Ake-los años de la niñez. Wole Soyinka. [traducción Fernando Santos]. Colección 'Literatura', 225. Madrid: Alfaguara, 1987. {memorias y biografías}
:: Lanzadera en una cripta. Wole Soyinka. [traducción y prólogo de Luis Ingelmo]. edición bilingüe. Madrid: Bartleby Editores, 2010. {poesia}
:: Crónicas desde el país de la gente más feliz de la Tierra. Wole Soyinka. [traducción Inmaculada Concepción Pérez Parra]. Colección Literaturas. Madrid: Alfaguara, 2021. {romance}
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Ilustração: Wole Soyinka, por Fede Yankelevich


"Nasci num meio muito teatral, com muito teatro de rua e muitas mascaradas, que são espetáculos metade sagrados metade profanos. Cheguei a escrever contos. Na verdade, sou atraído por muitos meios de expressão. Eu me sinto um arquiteto fracassado, um músico fracassado..."
- Wole Soyinka: "Será difícil matar a literatura" [entrevista concedido a Juremir Machado da Silva]. In: Correio do Povo, 24.11.2017.



  • Wole Soyinka - foto: Steven Senne/AP

SELETA DE POEMAS DO POETA NIGERIANO WOLE SOYINKA


Viagem 
Mesmo chegado ao fim da viagem,
jamais senti que tinha chegado.

Peguei a estrada
lentamente a subir a encosta das perguntas, e que me leva
inclusive a descer à terra que conduz a casa. Sei
que a minha carne está claramente mordiscada, perdida
para o perturbado peixe entre as vagas sussurrantes –
deixei-os para trás em minha rota

E assim também com o pão e o vinho
necessito a partilha da derrota e da carestia
deixei-os para trás em minha rota
jamais senti que tinha chegado.

Embora amor e boas vindas me acolham em casa
os usurpadores gastam o meu copo em cada
banquete como se fosse a última ceia.

**

Viaje
Aunque llegué al final del viaje,
Jamás sentí que hubiera llegado.

Tomé la carretera
Que sube despacio la cuesta de las preguntas, y que me lleva
Incluso a descender a la tierra que conduce a casa. Yo sé
Que mi carne está limpiamente mordisqueada, perdida
Para el perturbado pez entre las vainas susurrantes-
Yo los dejé atrás en mi ruta

Y así también con el pan y el vino
Necesito la repartición de derrota y carestía
Yo los dejé atrás en mi ruta

Jamás sentí que hubiera llegado
Aunque amor y bienvenida me atrapan en casa
Los usurpadores pasan mi copa en cada
Banquete como en una última cena

**

Journey
I never feel I have arrived, 
though I come

To journey’s end. I took the road
That loses crest to questions, yet bears me
Down the other homeward earth. I know
My flesh is nibbled clean, lost
To fretful fish among the rusted hull
I passed them on my way.

And so with bread and wine
I lack the sharing with defeat and dearth
I passed them on my way.

I never feel I have arrived
Though love and welcome snare me home
Usurpers hand my cup at every
Feast, a last supper.

.............................. (Idanre and Other Poems)
- Wole Soyinka. [tradução Marie Antoinette, para o português /  Rafael Patiño, para o espanhol. In: Boni - um bloco de notas, 13.7.2018.

§§

Conversa ao telefone
O preço parecia razoável, locação
Indiferente. A dona da casa jurou
Que não vivia lá. Faltava só
A confissão. ‘Minha senhora,’ avisei,
‘Detesto ir lá em vão – sou africano.’
Silêncio. Transmissão silenciosa
De boa educação pressurizada. A voz, quando veio,
Com baton, como através de
Uma boquilha dourada. Apanho estupidamente.
‘MUITO ESCURO?’… Não ouvi mal.  … ‘É CLARO
OU MUIRO ESCURO?’ Botão B. Botão A. Cheiro
De hálito rançoso de conversa pública.
Cabina telefônica. Marco postal. Autocarro
De dois andares com cheiro de alcatrão. Era real!
Envergonhado
Por um silêncio mal-educado, a rendição
Avançou espantada a pedir simplificação.
Foi atenciosa, variando de ênfase –
‘É ESCURO? MUITO CLARO?’ A revelação chegou.
‘quer dizer – chocolate ou chocolate de leite?’
A sua aprovação era clínica, esmagadora na sua leve
Impersonalidade. Rapidamente, sintonizando-a,
Escolhi. ‘Sépia oeste-africana’ – e para tranqüilizar,
‘Vem  no passaporte.’ Silêncio para um espectroscópico
Voo da imaginação, até que a verdade retiniu no seu sotaque
Duro no bocal. ‘O QUE É ISSO?’ Confessando
‘NÃO SEI O QUE É ISSO?’ ‘Nem por isso.
Facialmente, sou moreno, mas devia ver
O resto de mim. As palmas das minhas mãos, as plantas
Dos meus pés são de um louro peróxido. Da fricção, –
No entanto, de me sentar, o eu
Tornou-se preto – Um momento, minha senhora!’ – sentindo
O seu telefone preparando a tempestade
Aos meus ouvidos – ‘Minha senhora,’ pedi, ‘não seria melhor
Ver por si?’

**

Telephone Conversation
The price seemed reasonable, location
Indifferent. The landlady swore she lived
Off premises. Nothing remained
But self-confession. "Madam," I warned,
"I hate a wasted journey--I am African."
Silence. Silenced transmission of
Pressurized good-breeding. Voice, when it came,
Lipstick coated, long gold-rolled
Cigarette-holder pipped. Caught I was foully.
"HOW DARK?" . . . I had not misheard . . . "ARE YOU LIGHT
OR VERY DARK?" Button B, Button A.* Stench
Of rancid breath of public hide-and-speak.
Red booth. Red pillar box. Red double-tiered
Omnibus squelching tar. It was real! Shamed
By ill-mannered silence, surrender
Pushed dumbfounded to beg simplification.
Considerate she was, varying the emphasis--
"ARE YOU DARK? OR VERY LIGHT?" Revelation came.
"You mean--like plain or milk chocolate?"
Her assent was clinical, crushing in its light
Impersonality. Rapidly, wave-length adjusted,
I chose. "West African sepia"--and as afterthought,
"Down in my passport." Silence for spectroscopic
Flight of fancy, till truthfulness clanged her accent
Hard on the mouthpiece. "WHAT'S THAT?" conceding
"DON'T KNOW WHAT THAT IS." "Like brunette."
"THAT'S DARK, ISN'T IT?" "Not altogether.
Facially, I am brunette, but, madam, you should see
The rest of me. Palm of my hand, soles of my feet
Are a peroxide blond. Friction, caused--
Foolishly, madam--by sitting down, has turned
My bottom raven black--One moment, madam!"--sensing
Her receiver rearing on the thunderclap
About my ears--"Madam," I pleaded, "wouldn't you rather
See for yourself?"

................................................................................................... 1962
- Wole Soyinka [tradução Jaime Sodré]. In: Poesia de Combate. Vinte Culturas e Sociedade - Uma perspectiva negra, 1.9.2019.
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* Buttons to be pressed by caller who has inserted a coin into an old type of British public pay phone.

§§

Abiku
Em vão, lançam pulseiras 
Encantadas aos meus pés 
Abiku, venho uma 
E repetidas vezes.

Não choro por seus búzios 
Óleos, amuletos 
Em vão são seus esforços 
Ao enterrar Abiku.

Queime minha carcaça 
Ferro quente, marque-me 
Note-me em seu selo 
Quando Abiku voltar.

Sou o dente rachado 
O enigma, lembre-se 
Enterre-me bem fundo
Na terra da árvore.

Atemporal, mesmo que 
Eu vomite, consagres 
Oferendas, retorno 
Assim como vim, onde.

Chão molhado de luto 
De manhã, o orvalho 
Cal a noite, a prisão 
Moscas mortas no vinho.

Lamparinas da noite 
Abiku apagou, mães! 
Sou a cobra na porta 
Seu chamado da morte.

Já madura a fruta 
Apodrece, rastejo, 
Aninho e aguardo 
Renasço nestas gemas.

**

Abiku

Wanderer child. It is the same child who dies and
        returns again and again to plague the mother.
                                                       – Yoruba belief

In vain your bangles cast
Charmed circles at my feet
I am Abiku, calling for the first
And repeated time.

Must I weep for goats and cowries
For palm oil and sprinkled ask?
Yams do not sprout amulets
To earth Abiku's limbs.

So when the snail is burnt in his shell,
Whet the heated fragment, brand me
Deeply on the breast - you must know him
When Abiku calls again.

I am the squirrel teeth, cracked
The riddle of the palm; remember
This, and dig me deeper still into
The god's swollen foot.

Once and the repeated time, ageless
Though I puke, and when you pour
Libations, each finger points me near
The way I came, where

The ground is wet with mourning
White dew suckles flesh-birds
Evening befriends the spider, trapping
Flies in wine-froth;

Night, and Abiku sucks the oil
From lamps. Mothers! I'll be the
Suppliant snake coiled on the doorstep
Yours the killing cry.

The ripest fruit was saddest
Where I crept, the warmth was cloying.
In silence of webs, Abiku moans, shaping
Mounds from the yolk.
- Wole Soyinka [tradução Nayara Güércio]. In: GÜÉRCIO, Nayara. Um Exercício de tradução do Poema Abiku de Wole Soyinka.. AmazoniÁfrica, Literatura e Africanidades. Nigéria-Brasil-Nigéria,2020.

§§

Dedicação* 
.......................................... Para Moremi, 1963

A terra não herdará do caibro a inveja, chãos de estrume
Rompam, não a sutil pele do geco, mas sua queda
Prove este solo para a morte e prume-o fundo para a vida

Como o inhame, térreo todo, ainda que tubérculo
Vivo à calidez das águas, térreo qual fontes
Qual raízes do baobá, qual a lareira.

O ar não te negará. Como um pião
Te gire no umbigo da tormenta, pois a enxada
Que enraíza as florestas ara uma senda aos esquilos.

Sê sem idade qual turfa preta, mas que só dedos
De chuva, não pés de homens, te lavem embora.
Longa veste a sombra do sol; corre nua para a noite.

Pimentas verdes e rubras — criança — tua língua arqueiem
A cauda de escorpião, cospe retorno reto às ameaças de perigo
Arrulha, ainda, com o pombo pardo, orvalho rebento entre teus lábios.

Te abriguem como a carne das palmeiras, ao céu erguidas
Cúspides em ninhos de espinhos, seladas como o cerne da semente —
A carne da mulher é óleo — criança, óleo de palma em tua língua

É labilidade à vida, e vinho desta cabaça
Do mesmo atemporal correr de córregos a preencher
Tuas pocinhas, criança, de teu desmame, acolhemos

Leite melífluo da terra, vinho da única costela.
Agora rola tua língua no mel até tuas bochechas serem
Colmeias enxameadas — teu mundo precisa de doçura, criança.

Urucum ao redor do coração, giz para surtos
De mácula — vês? Amanhece! — antimônio
Sob axilas qual uma deusa, e perdure esse gosto

De sal em teus lábios, para que nunca o busques
Nas lágrimas. Esta água, da chuva, é a dádiva dos deuses
Bebe de sua pureza, dá frutos em tempo.

Frutos, então, aos teus lábios: apressa-te a saldar
A dívida da nascença. Gera marés de homens como o mar
E, à vazante, deixa um sentido nas areias fósseis.

**

Dedication
..................... For Moremi, 1963

Earth will not share the rafter’s envy; dung floors
Break, not the gecko’s slight skin, but its fall
Taste this soil for death and plumb her deep for life

As this yam, wholly earthed, yet a living tuber
To the warmth of waters, earthed as springs
As roots of baobab, as the hearth.

The air will not deny you. Like a top
Spin you on the navel of the storm, for the hoe
That roots the forests plows a path for squirrels.

Be ageless as dark peat, but only that rain’s
Fingers, not the feet of men, may wash you over.
Long wear the sun’s shadow; run naked to the night.

Peppers green and red—child—your tongue arch
To scorpion tail, spit straight return to danger’s threats
Yet coo with the brown pigeon, tendril dew between your lips.

Shield you like the flesh of palms, skyward held
Cuspids in thorn nesting, insealed as the heart of kernel—
A woman’s flesh is oil—child, palm oil on your tongue

Is suppleness to life, and wine of this gourd
From self-same timeless run of runnels as refill
Your podlings, child, weaned from yours we embrace

Earth’s honeyed milk, wine of the only rib.
Now roll your tongue in honey till your cheeks are
Swarming honeycombs—your world needs sweetening, child.

Camwood round the heart, chalk for flight
Of blemish—see? it dawns!—antimony beneath
Armpits like a goddess, and leave this taste

Long on your lips, of salt, that you may seek
None from tears. This, rain-water, is the gift
Of gods—drink of its purity, bear fruits in season.

Fruits then to your lips: haste to repay
The debt of birth. Yield man-tides like the sea
And ebbing, leave a meaning of the fossilled sands.
- Wole Soyinka [tradução Adriano Moraes Migliavacca]. In: MIGLIAVACCA, Adriano Moraes. “Dedication”, de Wole Soyinka. tradução de Adriano Migliavacca; apresentação de Delo N’dafá Nanque. In: Estado da Arte, 12.6.2021. 
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* Nota do tradutor: O título do poema, “Dedication”, pode ser corretamente traduzido como “Dedicatória”, em consonância com sua natureza. Escolhi aqui a tradução alternativa “Dedicação” pela sugestão à dedicação que o pai tem com sua filha e a dedicação que ele mesmo pede que ela tenha à vida ao dedicar a ela tal peça literária.

§§

Fadista
........................... para Amália Rodrigues, 1988

A minha pele está puída em demasia
De mim restam apenas as raízes capilares, os filtros fibrosos
Do nervo do tabaco puro
A tua rede está urdida com cordas de sitar
Para conter as mágoas dos deuses: muito deambulei
Em abóbadas de lágrimas da sublime
Rainha dos tormentos nocturnos, tu tensas
suturas de música para suportar a imposição dos ritos
De vivos e mortos. Tu
Arrancas prantos estranhos da trovoada
Peneiras pedras raras das cinzas lunares, e elevas
Recados nocturnos para o trono da angústia
Ai, há pétalas de mais machucadas
Para perfume, pesa de mais o passo do ar na asa da mariposa
Para uma xícara de pó de arco-íris
Dor de mais, ai, parteira no grito
Da ruptura, dedilha no cordão cósmico, imensas de mais
As dores pascais para um triz do eterno
Livrar-me-ia da tua tirania, livrar-me-ia
De súbitos mergulhos da carne no terremoto
Além de todo o abatimento de juízo
Livrar-me-ia de passeios precipitados
Em resmas de rochas e veias vulcânicas, puxado por corcéis escuros
sobre melódicas rédeas cinzentas.

**

Fado singer
............................. for Amália Rodrigues, in 1988

My skin is pumiced to a fault
I am down to hair-roots, down to fibre filters
Of the raw tobacco nerve
Your net is spun of sitar strings
To hold the griefs of gods: I wander long
In tear vaults of the sublime
Queen of night torments, you strain
Sutures of song to bear imposition of the rites
Of living and death. You
Pluck strange dirges from the storm
Sift rare stones from ashes of the moon, and rise
Night errands to the throne of anguish
Oh there is too much crush of petals
For perfume, too heavy tread of air on mothwing
For a cup of rainbow dust
Too much pain, oh midwife at the cry
Of severance, fingers at the cosmic cord, too vast
The pains of easters for a hint of the eternal
I would be free of your tyranny, free
From sudden plunges of the flesh in earthquake
Beyond all subsidence of sense
I would be free from headlong rides
In rock reams and volcanic veins, drawn by dark steeds
On grey melodic reins.
- Wole Soyinka [tradução María Alonso Seisdedos]. In: De voz dada, Amália e os poetas. Porta XIII. 2013.


***

  • Wole Soyinka - dramaturgo, poeta e romancista nigeriano


WOLE SOKINKA - POEMAS EM ESPANHOL 


Noche
Noche, tu mano es grávida encima de mi frente
No llevo un corazón mercurial como las nubes
Para arrostrar la irritación de tu sutil arado.

Mujer como una almeja sobre la mar creciente
He visto tu mirada celosa apagar la fluorescencia
Marina, danza en el pulso incesante de las olas.

Y yo quedé de pie, seco, como las arenas, sometiendo
Agua salobre y sangre a marchar a las raíces.
Noche lloviste sombras apretadas a través de húmedas hojas
hasta que, bañada en la tibia difusión de tus células moteadas
Las sensaciones me dolieron, sin rostro
Silenciosas como ladrones nocturnos.

Ocúltame ahora, cuando los niños de la noche encantan
A la tierra, ¡no podría escuchar a ninguno!
Estos llamados neblinosos me desharán todavía;
Desnudo, no invitado, en el mudo nacimiento de la noche.
**
- Wole Soyinka [traductor Rafael Patiño y Nicolás Suescún]. In: Prometeo - Revista Latino Americana de Poesía / Festival Internacional de Poesía de Medellin, n. 80, deciembro de 2007.

§§

Muerte a la aurora
Viajero, debes partir
A la aurora y enjugar tus pies sobre
La humedad de nariz perruna de la tierra

Deja que la aurora sosiegue tus lámparas. Y mira
Languidecer el ataque de las espinas ante la luz
Pies algodonosos para disolver en el azadón
Las lombrices tempranas
Ahora las sombras se extienden con debilidad
Ni muerte de la aurora ni triste postración
Esta suave charamusca, suaves engendros desistentes
Rápidos goces y recelos para un
Día desnudo. Barcos cargados se
Someten a la asamblea sin rostro de la niebla
Para despertar los mercados silenciosos -Veloces, mudas
Procesiones por grises desvíos... Sobre este
Cobertor, hubo
Súbito invierno a la muerte
Del solitario trompetero de la aurora. Cascadas
De blancos pedazos de pluma... pero ello decidió
Un rito banal. Conciliación salvajemente
Exitosa, primero
El pie derecho para el júbilo, el izquierdo para el pavor
Y la madre suplicaba, Hijo
Jamás andes
Cuando el camino aguarda, hambriento.
Viajero, debes proseguir
Al alba.
Te prometo prodigios de la santa hora
Presagios como el aleteo del gallo blanco
Perverso empalamiento -Como quien desafiara
Las iracundas alas del progreso del hombre... Más, ¡semejante espectro! Hermano
Mudo en el sobresaltado abrazo de Tu invención -Esta mueca de burla

Esta contorsión cerrada - ¿Soy yo?
- Wole Soyinka [traductor Rafael Patiño y Nicolás Suescún]. In: Prometeo - Revista Latino Americana de Poesía / Festival Internacional de Poesía de Medellin, n. 80, deciembro de 2007  

§§

Temporada
El moho es la madurez, el moho.
Y el marchito maíz-pluma.
El polen es el apareado-tiempo cuando tragamos
Tejiendo una danza.
De emplumadas flechas
La hebra del maíz- tallo en aladas
Líneas de luz. Y nos encantaba oír
Empalmadas frases del viento, oír
Raspaduras en el campo, donde el maíz-hoja
Perforaba como astilla de bambú.
Ahora, cosechadores nosotros,
En espera del moho de borlas, dibujando
Largas sombras del crepúsculo, enroscando
La paja en la madera-humo. Tallos cargados
Llevando el germen de la decadencia-esperamos
La promesa del moho.

**

Season
Rust is ripeness, rust
And the wilted corn-plume;
Pollen is mating-time when swallows
Weave a dance
Of feathered arrows
Thread corn-stalks in winged
Streaks of light. And, we loved to hear
Spliced phrases of the wind, to hear
Rasps in the field, where corn leaves
Pierce like bamboo slivers.
Now, garnerers we,
Awaiting rust on tassels, draw
Long shadows from the dusk, wreathe
Dry thatch in woodsmoke. Laden stalks
Ride the germ’s decay – we await
The promise of the rust.
-  Wole Soyinka [tradução Mario Bojórquez]. In: Circulo de Poesia, 2016.

§§

Ujamaa
......................... para Julius Nyerere

El sudor es levadura para la tierra
no su tributo. La tierra henchida
no desea homenaje por sus labores.
El sudor es levadura para la tierra
no un homenaje para un dios en su fortaleza.
Tu manos de tierra negra desencadenan
la esperanza de mensajeros de la muerte, de
caninomanoides endogámicos que resultan
más macabros que La Parca, insaciables
predadores de la humanidad, su carne.
El sudor es levadura, pan, Ujamaa
pan de la tierra, por la tierra
para la tierra. La tierra es la gente.

........................................... (De “Poemas del pan y la tierra”)
**
- Wole soyinka [traducción Luis Ingelmo]. In: Lanzadera en una cripta. Wole Soyinka. traducción y prólogo de Luis Ingelmo. edición bilingüe. Bartleby Editores, 2010.

§§

Après la guerre
No ocultes las cicatrices
en la rápida destilería de la sangre
he olido
efluvios de narcóticos conocidos
no ocultes las cicatrices 

El tubérculo de nuestra carne común
pisoteado hasta lo hondo de la tierra combate
la muerte, recién cinchado arremete contra el sol
mas temiendo que resulte ser una concha hueca
o que los pies de las vidas recién nacidas
se hundan en el vacío de la falsedad
no hinches la piel ajada de la tierra
para glasear las grietas del tambor 

No te cubras de costras
ni hagas del dolor el lamento
de un farsante con mala lengua
su rostro una máscara de velos pintada
el aliento reseco por su propia bilis
un corazón de retazos y una sonrisa de calavera
para burlar los rigores del
exorcismo. 

Grietas en la pintura. Legad
los solos latidos del duramen
a los seguidores del velatorio
recién nacidos.

§§

El roce de una telaraña en la oscuridad
Roces de mariposa nocturna en los dedos, estelas
oscuros vapores terrígenos que se elevan

Se oye
la voz de los muertos entre hojas que su presencia
ha nutrido, en más que del follaje las esencias

Piel
cuyo vello peinan los vientos que dan sombra
a espacios donde yertos los recuerdos reposan

Hebra
descansa su valor en la carne, el hielo
de lo pasado, un roce al paso del tiempo

Cae
contra la línea baja, oscura, radial
al corazón de la telaraña ancestral.

**
- Wole soyinka [traducción Luis Ingelmo]. In: Lanzadera en una cripta. Wole Soyinka. traducción y prólogo de Luis Ingelmo. edición bilingüe. Bartleby Editores, 2010.

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Leia mais poemas em espanhol de Wole Soyinka:
POEMAS. Wole Soyinka. [em espanhol]. In: Prometeo - Revista Latino Americana de Poesía / Festival Internacional de Poesía de Medellin, n. 80, deciembro de 2007. Disponível no link. (acessado em 29.3.2024).

Wole Soyinka, por @luxx - steemit


"- Dirija-se àquela janela. Abra as cortinas e olhe lá para fora.
No aposento das audiências, reinava uma certa escuridão e a Buscadora levou algum tempo, avançando às apalpadelas ao longo das extensas dobras, a encontrar a separação do meio. Agarrou nas pesadas cortinas com ambas as mãos e aguardou. Papá Davina fez-lhe sinal para completar o movimento, prosseguindo, no seu tom sedante, quase meditativo:
- Quando entra nestes terrenos, é essencial que esqueça quem é, quem era. Considere-se apenas a Buscadora. Eu serei o seu guia. Não faço parte dos vulgares comerciantes da missão profética. O tempo dos grandes profetas já lá vai. Estou consigo apenas enquanto Presciência. Apenas o Deus Todo-Poderoso, o Inescrutável Alá, é a Própria Presença, e quem se atreve a vir à Presença do Único? Impossível! Mas podemos vir à Sua Presciência, como eu. Somos poucos. Somos escolhidos. Trabalhamos para interpretar os seus planos, Você é a Buscadora. Eu sou o Guia. Os nossos pensamentos só podem levar à revelação. Faça o favor de abrir as cortinas. Completamente.
A Buscadora avançou, correndo a outra metade. A luz do dia inundou a sala. A voz de Papá D. seguiu-a.
- Sim, olhe lá para fora e diga-me o que vê."
- Wole Soyinka em "Crónicas do Lugar do Povo mais Feliz da Terra". [tradução J. Teixeira de Aguilar]. Coleção Contemporânea. Livros do Brasil, 2022.


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"A nossa cultura carrega em si a concepção da diversidade. Entendemos e aceitamos que existam outras visões de mundo, que não são excludentes. Na África, o islamismo e o cristianismo entraram, mas não se foi tentar resgatar os que se converteram. Nossa postura é de convivência e de aceitação das diferenças. Há até quem sem converta por loucura."
- Wole Soyinka: "Será difícil matar a literatura" [entrevista concedido a Juremir Machado da Silva]. In: Correio do Povo, 24.11.2017.

  • Wole Soyinka - dramaturgo, romancista, poeta e ensaísta nigeriano | Prêmio Nobel da Literatura (1986)

FORTUNA CRÍTICA DE WOLE SOYINKA

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VIEIRA JÚNIOR, Itamar. 'Aké' é oportunidade de ler Wole Soyinka, um dos maiores nomes da África. In: Folha de São Paulo, Ilustrada, 15 de janeiro 2021. Disponível no link e link. (acessado em 29.3.2024).
WOLE Soyinka: "Será difícil matar a literatura" [entrevista concedido a Juremir Machado da Silva]. In: Correio do Povo, 24.11.2017. Disponível no link. (acessado em 29.3.2024).

Wole Soyinka, por @luxx - steemit 


"Em todas as sociedades existem homens que acreditam ter encontrado o segredo da vida e da morte. O mesmo vale para o poder. Existem homens que acreditam saber como nunca mais perder o poder. Mugabe, no começo, lutou de maneira libertária para livrar seu país da opressão colonialista. Com o passar do tempo, no entanto, alienou-se e passou a praticamente se identificar com as forças coloniais expulsas. Para nossa cultura, porém, não existe poder eterno. A hora de Mugabe teria de chegar. Mugabe não é o fim nem foi o começo de coisa alguma. Ele é apenas mais um capítulo nessa marcha rumo à libertação, uma das últimas figuras a ainda a acreditar na perenidade do seu poder."
- Wole Soyinka: "Será difícil matar a literatura" [entrevista concedido a Juremir Machado da Silva]. In: Correio do Povo, 24.11.2017.


"Nessas circunstâncias é uma estratégia pessoal e cabe a cada um perceber quando é o momento de esperar um pouco, inclusive de aconselhar os outros a esperar. Outra situação que exige o silêncio é quando a gente fala, fala e vê a sociedade fazendo exatamente o contrário do que lhe é dito. É insuportável ficar ouvindo a própria voz cair no vazio. Outro momento para calar é quando surge uma nova geração para assumir certas causas. Dá vontade de deitar a cadeira e pegar uma taça de vinho."
- Wole Soyinka: "Será difícil matar a literatura" [entrevista concedido a Juremir Machado da Silva]. In: Correio do Povo, 24.11.2017.


  • Nadine GordimerDerek WalcottWole Soyinka and Toni Morrison gather during an event in honor of Soyinka’s 70th birthday at Harvard University’s Kennedy School of Government in Cambridge, Massachusetts, in 2005  | photo ©Robert Spencer / The New York Times


  • Wole Soyinka , por Diyendan


© Pesquisa, seleção, edição e organizaçãoElfi Kürten Fenske
© Seleção e organização dos poemasJosé Alexandre da Silva


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COMO CITAR:
FENSKE, Elfi Kürten; SILVA
José Alexandre da. (pesquisa, seleção, edição e organização). Wole Soyinka - dramaturgo, poeta e romancista nigeriano. In: Templo Cultural Delfos, março/2024. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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:: Página atualizada em 31.3.2024.
:: Página original de MARÇO/2024


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