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Tadeusz Różewicz - poeta, prosador e dramaturgo polonês

 
  • Tadeusz Rozewicz - foto © Tomasz Stańczak/ Agencja Gazeta

Tadeusz Różewicz - (1921-2014) foi poeta, prosador e dramaturgo polonês. Sua obra foi traduzida para cerca de 50 idiomas. Sua poesia, marcada pela crueldade da vivência da guerra é um retrato e um protesto contra atrocidade, indiferença e crise da cultura. Różewicz, na tentativa de escrever poesia depois da experiência devastadora de guerra criou uma dicção própria, por vezes classificada como anti-poesia, que influenciou toda a produção polonesa do pós-guerra. Seus versos unem a simplicidade com a força expressiva e profundas interações dialógicas com outras obras de cultura. Sua poesia percorre o caminho da extrema economia de palavra à pós-moderna tagarelice que interage com outras obras de arte, autobiografismo, acontecimentos do mundo ao redor e reflexões metaliterárias.
por Piotr Kilanowski, In: revista Pirarote, 7 julho/2022


  • Tadeusz Rozewicz - foto © Maciej Kulczyński

OBRA DO POETA TADEUSZ RÓŻEWICZ PUBLICADO EM PORTUGUÊS

No Brasil
em antologias
:: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996.
:: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.
:: Bem acima do silêncio escrevo teu nome - Poesia e Holocausto. [idealização e organização Francisco Mallmann e Laura Nicolli]. Associação Casa de Cultura Beit Yaacov; Museu do Holocausto de Curitiba, s/data. {poetas presentes: Anne Ranasinghe, Charlotte Delbo, Ingeborg Bachmann, Irena Klepfisz, Jerzy Ficowski, Mascha Kaléko Motele, Nelly Sachs, Paul Celan, Paul Éluard, Peretz Markish, René Char, Rose Ausländer, Santino Spinelli, Selma Merbaum, Tadeusz Różewicz, W. H. Auden, Wislawa Szymborska}. Disponível no link. (acessado em 13.3.2024).

em revistas
:: Tadeusz Różewicz (1921-2014) - poemas. p. 42-49 / Poesia Sempre - Polônia. [editor e apresentação Marco Lucchesi; editor adjunto Ruy Espinheira Filho; coordenação editorial Raquel Fábio, Raquel Martins Rêgo e Tarso Tavares; vários tradutores]. In: Revista Poesia Sempre, n. 30 - ano 15, 2008. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008.  Disponível no link. (acessado em 22.1.2024)

peças de teatro
:: Casamento branco. Tadeusz Rozewicz. Tradução Millôr Fernandes. Peça de teatro {manuscrito}. Coleção Acervo Sérgio Britto Digital. In: Funante. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)


Em Portugal
em antologias portuguesas 
:: Versos polacos. {Tadeusz Rozewicz, Wislawa Szymborska, Ryszard Krinicki e  Zbigniew Herbert}.. [tradução de Maria Teresa Bação Fernandes, Filipa Menezes, Maria Clara Correia, Carlos Santos Pereira, Henryk Siewierski]. Lisboa: Faculdade de Letras, 1985.
:: Contos polacos. [tradução de José Saramago; prefácio Michal Sprusinski]. Lisboa: Editorial Estampa, 1977. {autores presentes: Stefan Zeromski, Wladyslaw Stanislaw Reymont, Maria Dabrowska, Witold Gombrowicz, Bruno Schulz, Zofia Nalkowska, Tadeusz Borowski, Jan Parandowski, Wojciech Zukrowski, Bohdan Czeszko, Kazimierz Brandys, Adolf Rudnicki, Kornel Filipowicz, Stanislaw Dygat, Jerzy Andrzejewski, Tadeusz Rozewicz, Jaroslaw Iwaszkiwicz, Tadeusz Nowak, Julian Kawalec, Slawomir Mrozek, Stanislaw Lem e Tadeusz Holuj}. // Conto: O Pecado (Tadeusz Rozewicz)

Em espanhol 
:: Poesia abierta (1944-2003). Tadeusz Różewicz. [traduccion, edición e prólogo Fernando Presa González]. Edición bilingüe polaco-español. Barcelona/ES: La Poesia Señor Hidalgo, 2003.
:: Siempre fragmentos: poemas selectos. Tadeusz Rózewicz. [selección, traducción y nota de Gerardo Beltrán y Abel A. Murcia]. Colección Poesis ++. Caracas : Bid & Co. Editor, 2007


  • Tadeusz Rozewicz - foto © Tomasz Stańczak

SELETA DE POEMAS DO POETA POLONÊS TADEUSZ RÓŻEWICZ - EM EDIÇÃO BILÍNGUE // POESIA TRADUZIDA




No meio da vida
Depois do fim do mundo
depois da morte
me achei no meio da vida
criava a mim mesmo
construía a vida
gente animais paisagem

isto é uma mesa eu dizia
isto é uma mesa
sobre a mesa repousam o pão a faca
a faca serve para cortar o pão
a gente se alimenta de pão

é preciso amar o homem
eu aprendia de noite e de dia
o que é preciso amar
eu respondia o homem

isto é uma janela eu dizia
isto é uma janela
além da janela é o jardim
no jardim eu vejo uma macieira
a macieira floresce
caem as flores
os frutos se formam
amadurecem

meu pai colhe a maçã
aquele homem que está colhendo a maçã
é meu pai
eu ficava sentado na soleira da casa
aquela velha que
puxa um bode pela soga
é mais necessária
e mais valiosa
do que as sete maravilhas do mundo

quem pensar e sentir
que ela não é necessária
esse é um genocida
isto é um homem
isto é uma árvore isto é um pão

os homens se alimentam para viver
eu repetia a mim mesmo
a vida humana é importante
& vida humana tem um grande peso
o valor da vida
ultrapassa o valor de qualquer objeto
que o homem fez
0 homem é um grande tesouro
eu repetia contumaz

isto é água eu dizia
alisava as ondas com a mão
e falava com o rio
água dizia eu
água boa
isto sou eu

o homem falava à água
falava à lua
às flores à chuva
falava à terra
às aves
ao céu

o céu se calava
se calava a terra
se ele ouvia a voz
que subia
da terra da água e do céu
isto era a voz de outro homem

**

W środku życia
Po końcu świata
po śmierci
znalazłem się w środku życia
stwarzałem siebie
budowałem życie
ludzi zwierzęta krajobrazy

to jest stół mówiłem
to jest stół
na stole leży chleb nóż
nóż służy do krajania chleba
chlebem karmią się ludzie

człowieka trzeba kochać
uczyłem się w nocy i w dzień
co trzeba kochać
odpowiadałem człowieka

to jest okno mówiłem
to jest okno
za oknem jest ogród
w ogrodzie widzę jabłonkę
jabłonka kwitnie

kwiaty opadają
zawiązują się owoce
dojrzewają

mój ojciec zrywa jabłko
ten człowiek który zrywa jabłko
to mój ojciec

siedziałem na progu domu
ta staruszka która
ciągnie na powrozie kozę
jest potrzebniejsza
i cenniejsza
niż siedem cudów świata
kto myśli i czuje
że ona jest niepotrzebna
ten jest ludobójcą

to jest człowiek
to jest drzewo to jest chleb

ludzie karmią się aby żyć
powtarzałem sobie
życie ludzkie jest ważne
życie ludzkie ma wielką wagą
wartość życia
przewyższa wartość wszystkich przedmiotów
które stworzył człowiek
człowiek jest wielkim skarbem
powtarzałem uparcie

to jest woda mówiłem
gładziłem ręką fale
i rozmawiałem z rzeką
wodo mówiłem
dobra wodo
to ja jestem
człowiek mówił do wody
mówił do księżyca
do kwiatów deszczu
mówił do ziemi
do ptaków
do nieba

milczało niebo
milczała ziemia
jeśli usłyszał głos
który płynął
z ziemi wody i nieba
to był głos drugiego człowieka
- Tadeusz Różewicz  [tradução Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. In: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.

§§

Esboço para um moderno poema erótico
Entretanto a brancura
pode ser descrita melhor pelo gris
o pássaro por uma pedra
girassóis
no inverno

os antigos poemas eróticos
costumavam ser descrições do corpo
descreviam isto e aquilo
por exemplo pestanas

entretanto a cor vermelha
deveria ser descrita
pelo gris o sol pela chuva
as papoulas no outono
os lábios pela noite

a mais plástica
descrição do pão
é a descrição da fome
há nela
um cerne úmido e poroso
Um morno interior
girassóis na noite
os seios o ventre as coxas de Cibele

uma original
cristalina descrição
da água
é a descrição da sede
da cinza
do deserto
provoca fada-morgana
nuvens e árvores entrando
num espelho

Carência fome
ausência
do corpo
e a descrição do amor
e um moderno poema erótico

**

Szkic do erotyku wspłczesnego
A przecież biel
najlepiej opisać szarością
ptaka kamieniem
słoneczniki
w grudniu

dawne erotyki
bywały opisami ciała
opisywały to i owo
na przykład rzęsy
a przecież czerwień
powinno opisywać się
szarością słońce deszczem
maki w listopadzie
usta nocą

najplastyczniejszym
opisem chleba
jest opis głodu
jest w nim
wilgotny porowaty ośrodek
ciepłe wnętrze
słoneczniki w nocy
piersi brzuch uda Kybele

źródlanym
przezroczystym opisem
wody
jest opis pragnienia
popiołu
pustyni
wywołuje fatamorganę
obłoki i drzewa wchodzą
w lustro

Brak głód
nieobecność
ciała
jest opisem miłości
jest erotykiem współczesnym
- Tadeusz Różewicz  [tradução Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. In: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.

§§

Minha poesia
não justifica nada
não explica nada
não renuncia a nada
não abarca o todo
não realiza a esperança

não cria novas regras de jogo
não participa da festa
tem lugar circunscrito
que precisa preencher

se não é fala esotérica
nem fala original
se não espanta
está claro que assim é preciso

é obediente à própria fatalidade
suas próprias possibilidades
e limitações
perde para si mesma

não entra em lugar de outra
nem por outra pode substituir-se
aberta para todos
desprovida de mistério

tem muitas tarefas
que nunca poderá cumprir

**

Moja poezja
niczego nie tłumaczy
niczego nie wyjaśnia
niczego się nie wyrzeka
nie ogarnia sobą całości
nie spełnia nadziei

nie stwarza nowych reguł gry
nie bierze udziału w zabawie
ma miejsce zakreślone
które musi wypełnić

jeśli nie jest mową ezoteryczną
jeśli nie mówi oryginalnie
jeśli nie zadziwia
widocznie tak trzeba

jest posłuszna własnej konieczności
własnym możliwościom
i ograniczeniom
przegrywa sama ze sobą

nie wchodzi na miejsce innej
i nie może być przez inną zastąpiona
otwarta dla wszystkicjh
pozbawiona tajemnicy

ma wiele zadań
którym nigdy nie podoła

.................................. (1965)
- Tadeusz Różewicz  [tradução Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. In: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.

§§

Quem é o poeta
Poeta é aquele que escreve poemas
e aquele que não escreve poemas

poeta é aquele que arrebenta grilhões
e aquele que coloca grilhões em si próprio

poeta é aquele que crê
e aquele que não consegue crer

poeta é aquele que mentiu
e aquele que foi iludido

poeta é aquele que comeu da mão
e aquele que decepou as mãos

poeta é aquele que parte
é aquele que não consegue partir

**

Kto jest poetą
poetą jest ten który pisze wiersze
i ten który wierszy nie pisze

poetą jest ten który zrzuca więzy
i ten który więzy sobie nakłada

poetą jest ten który wierzy
i ten który uwierzyć nie może

poetą jest ten który kłamał
i ten którego okłamano

poetą jest ten co ma usta
i ten który połyka prawdę

ten który upadał
i ten który się podnosi

poetą jest ten który odchodzi
i ten który odejść nie może
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996. 

§§

O retorno do poeta
Adormeci
como um jovem

caía a neve na noite

acordei como
um velho poeta

sonhei estar escrevendo poemas

nos jardins aparados da poesia
novamente apareceram anões
rosas e lingüistas

Majero su nariz...
y su vida
ri-me despreocupado
ela consertou o nariz...
e a sua vida

Sonhei que lia poesias
no México
que Janek Zich
com um colibri sobre a cabeça
fala espanhol

Vi
o dourado Tepotzotlán
refletiu-se nos espelhos
dia e noite
caía gota a gota
no oceano no céu

Voei sobre o Atlântico
numa mala de coletânea de poesias
Face
creme de barbear giletes
salame papel higiênico
algodão óleo café envelopes
meias malhas cigarros
anel de prata
deus chuvas sabão
fósforos do hotel El Presidente
endereços você tem asas
pule
acordado
lia anônimos
esqueci-me
o que é a poesia
outros poetas escreviam
os meus poemas

**

Powrót poety
Zasnąłem
jako młody człowiek

w nocy padał śnieg

zbudziłem się stary
poeta

śniło mi się że pisałem wiersze 

w strzyżonych ogrodach poezji
znów pojawiły się krasnoludki
róże i lingwiści

Mejoro su nariz...
y su vida!
śmiałem się beztrosko
Poprawiła swój nos...
i swoje życie!

śniło mi się
że czytam wiersze
w Meksyku
że Janek Zych
z kolibrem na głowie
mówił po hiszpańsku

Widziałem
złoty Tepotzotlan
przeglądał się w lustrach
dnia i nocy
kropla za kroplą spadał
do oceanu nieba

Leciałem nad Atlantykiem
w walizce tomik poezji
Twarz
krem do golenia żyletki
salami papier toaletowy
wata oliwa kawa koperty
skarpetki sweter papierosy
przebudzony
czytałem anonimy
zapomniałem
co to jest poezja
inni poeci pisali moje wiersze
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996. 

§§

Reabilitação post-mortem
Os mortos lembram-se
de nossa indiferença
os mortos lembram-se
de nosso silêncio
os mortos lembram-se
de nossas palavras

Os mortos veem as nossas caras
distendidas de orelha a orelha
Os mortos veem os nossos
corpos que se esfregam
os mortos veem as nossas mãos
prontas para aplaudir

Os mortos lêem os nossos livros
ouvem os nossos discursos
pronunciados há muito tempo
os mortos ouvem
o ruído de nossas línguas
os mortos analisam os relatórios
participam de discussões

Todos os vivos são culpados
culpados são aqueles que fugiram
e aqueles que ficaram
aqueles que disseram sim
aqueles que disseram não
e aqueles que nada falaram

os mortos estão contando os vivos
os mortos não haverão de reabilitar-nos

**

Rehabilitacja Pośmiertna
Umarli przypominają sobie
naszą obojętność
Umarli przypominają sobie
nasze milczenie
Umarli przypominają sobie
nasze słowa

Umarli widzą nasze pyski
roześmiane od ucha do ucha
Umarli widzą nasze
trące się ciała
Umarli widzą nasze ręce
złożone do oklasków

Umarli czytają nasze książki
słuchają naszych przemówień
wygłoszonych tak dawno
umarli słyszą
mlaskanie języków
umarli studiują referaty
biorą udział w dyskusjach

Wszyscy Żywi są winni
ci co uciekli są winni
i ci co zostali
ci którzy mówili tak
i ci którzy mówili nie
ci którzy nic nie mówili

umarli liczą żywych
umarli nas nie zrehabilitują.
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996.

§§

Minha poesia
nada traduz
nada explica
nada expressa
não abarca totalidade alguma
não reifica esperança alguma

não cria regras novas
não participa de diversão alguma
possui lugar definido
que deve preencher

se não é esotérica
se não é original
se não deixa perplexo
assim deve então supostamente ser

obedece à própria necessidade
às próprias possibilidades
e limitações
é autodominada

não substitui coisa alguma
não pode ser substituída por coisa alguma
é aberta a tudo
sem segredos

possui muitas tarefas
que jamais satisfaz

................................... (1965)
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: JOVANOVIĆ, Aleksandar. Cinco poetas da Europa Centro-Oriental: forja mágica de metáforas e temas. Cadernos de Literatura em Tradução, n. 17, p. 130-149, 2017.  {ver original acima no mesmo poema em tradução de Henryk Siewierski e José Santiago Naud}


§§

a poesia nem sempre
a poesia nem sempre
adopta a forma
de um poema

depois de cinquenta anos
a escrever
a poesia
pode apresentar-se
ao poeta
na forma de uma árvore
de um pássaro
que voa
de luz

adota a forma
de uma boca
refugia-se no silêncio

ou vive no poeta
livre de forma e de conteúdo

**

poezja nie zawsze
poezja nie zawsze
przybiera formę
wiersza

po pięćdziesięciu latach
pisania
poezja
może się objawić
poecie
w kształcie drzewa
odlatującego
ptaka
światła

przybiera kształt
ust
gnieździ się w milczeniu

albo żyje w poecie
pozbawiona formy i treści
- Tadeusz Różewicz [tradução Jorge Sousa Braga]. In: Poesia Ilimitada, 5 de maio 2007.

§§

Entre tantas tarefas
Entre tantas tarefas
tão urgentes
esqueci que
também é preciso
morrer

leviano
descuidei dessa obrigação
ou só a cumpri
negligentemente

a partir de amanhã
tudo muda

começo a morrer com cuidado
com sapiência otimismo
sem perda de tempo

**

Wśród wielu zajęć
Wśród wielu zajęć
bardzo pilnych
zapomniałem o tym
że również trzeba
umierać

lekkomyślny
zaniedbałem ten obowiązek
lub wypełniałem go
powierzchownie

od jutra
wszystko się zmieni

zacznę umierać starannie
mądrze optymistycznie
bez straty czasu
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: Poesia Sempre "Polônia" [editor e apresentação Marco Lucchesi; editor adjunto Ruy Espinheira Filho; coordenação editorial Raquel Fábio, Raquel Martins Rêgo e Tarso Tavares; vários tradutores]. Revista Poesia Sempre, n. 30 - ano 15.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008.


§§

No meio com o silêncio
Posso nomear o inominável com a palavra
posso nomear a pátria
o amor o oiro uma rosa
posso gritar ou calar
posso enunciar as cores
os mares as ilhas os pássaros os frutos.
Digo o nome de minha amada
à pátria chamo-a pelo seu nome
repito duas vezes uma palavra
chamo o inominável com o silencio.

**

Nazywam milczeniem 
Nienazwane mogę nazwać słowem
mogę nazwać ojczyzną
miłością złotem różą
mogę wołać albo milczeć
mogę wymieniać kolory
morza wyspy ptaki owoce.
Wymieniam imię ukochanej
ojczyznę nazywam po imieniu
jedno słowo dwa razy powtarzam
nienazwane nazywam milczeniem.
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.

§§

O autocarro negro
Este autocarro negro
é distinto dessa manada de autocarros vermelhos
que fervem como uma panela
no fogo

no seu interior um passageiro
paciente e longitudinal
com casaco de madeira
fechado até ao último prego
descerá na última paragem

Ninguém se mata
por subir a este autocarro
muito pelo contrário

Pintemos todos os autocarros
de negro com uma linha branca
Sua aparência melancólica
incitara as pessoas
a uma reciproca benevolência
quando subam
e quando desçam
................................................ 1954

**

Czarny autobus
Ten czarny autobus
jest inny niż stado czerwonych
kipiący jak garnek
na blasze

W środku jeden pasażer
cierpliwy i podłużny
w drewnianym płaszczu
zapięty na ostatni gwóźdź
wysiądzie na ostatnim przystanku

Do tego autobusu nikt się nie pcha
po trupach
wprost przeciwnie

Pomalujmy wszystkie autobusy
na czarno z białym paskiem
ich melancholijny wygląd
skłoni ludzi
do wzajemnej życzliwości
przy wsiadaniu
i przy wysiadaniu
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.

§§

Não me atrevo
Assolado
pelo riso e pelas palavras
golpeado
pelos pequenos sentimentos e pelas coisas insignificantes
por meio amor
e meio ódio
aí onde há que gritar
falo com um sussurro

Conheceis esta voz
quebra-se na garganta seca
como uma cana
os velhos poemas caem de mim
todavia não me atrevo a sonhar com os novos
com a nova poesia
a qual
pode pressentir-se
num momento feliz

**

Nie śmiem
Spustoszony
przez śmiech i słowa
pobity przez
małe uczucia i rzeczy
przez pół miłości
i pół nienawiści
tam gdzie trzeba krzyczeć
mówię szeptem

Znacie ten głos
łamie się w suchej krtani
jak trzcina
stare wiersze opadają ze mnie
o nowych nie śmiem jeszcze marzyć
o nowej poezji
którą
można przeczuć
w chwili szczęśliwej
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.

§§

Queima de poemas 
Conto-vos uma história
não muito curiosa

a queima de poemas
deve fazer-se em silêncio
é uma cerimónia
desprovida de gestos
patéticos

a queima de poemas deve fazer-se
no meio de uma decoração comum
uma mesa três cadeiras
um armário com livros

arde o papel
dança a chama
o fumo sobe para cima

Quando nasceram as palavras
gritou
agora cala
**
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010. {Obs.: não encontramos o original}.

§§

Jogos
E que importa que amanhã
seja o fim do mundo

Numa povoação eslovaca
aos pés de uma grande nuvem
há um homenzito
com bigodes amarelos
que golpeia um tambor

Por um só ouvido
escuta-o um rapazito
que vai de bicicleta
pelo outro ouvido rosa
um vale entre montanhas azuis

uma rapariga vê-se
entre os espelhos
colocados entre o céu e a terra

um homem moderado e uma mulher
com seriedade e precisão
criam um novo homem

é um professor sábio
que agora se assemelha
a um pequeno cavalo
pese embora no embrião junto à cabeça
e às extremidades se possam descobrir:
os óculos o guarda-chuva o título
a cátedra e a visão do mundo.

Os que melhor se portam são os loucos
constroem casitas para os pássaros
educam os filhos
instalam viveiros
aprendem gramática

no entanto
as pessoas normais
brincam com bombas de hidrogénio.

................................................... 1957

**

Zabawy
I cóż z tego że jutro 
koniec świata

W słowackim miasteczku
u stóp wielkiej chmury
stoi człowieczek
z żółtymi wąsami
i uderza w bęben

Slucha go jednym uchem
chłopiec
jadacy na rowerze
drugim uchem różowym
dolina wśród niebieskich gór

dziwczyna przrgląda się
w zwierciadłach
ustawionrch od nieba do ziemi

stateczny mąż i niewiasta 
z powagą i dokładnością 
stwarzają nowego człowieka 

jest to uczony profesor 
na razie podobny 
do małego konia 
lecz już w zalążku obok głowy 
i kończyn można odkryć: 
okulary parasol i dyplom 
katedrę i światopogląd

Najlepiej sprawują się wariaci
budują domki dla ptaków
wychowują dzieci
zakłdają szkółki leśne
uczą się gramatyki

natomiast
ludzie normalni
bawią się bombami wodorowymi
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.

§§

Estive A Escrever
Estive a escrever
um momento ou uma hora

sentia ira
mudo
sentei-me junto a mim
os olhos embaciaram-se-me de lágrimas
estava a escrever há muito tempo
de repente dei-me conta
de que não tenho a pena na mão

**

Pisałem
Pisałem
chwilę albo godzinę

wieczór noc
ogarniał mnie gniew
drżałem albo niemy
siedziałem obok siebie
oczy zachodziły mi łzami
pisałem już bardzo długo
nagle spostrzegłem
że nie mam w ręku pióra
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.

§§

Desde há algum tempo
Desde há alguns anos
que o processo da morte da poesia
se acelera

adverti
que os novos poemas
publicados em semanários
começam a decompor-se
ao cabo de duas ou três horas

os poetas mortos
vão-se rapidamente
os vivos
cospem
à pressa
novos livros
como se quisessem fechar o ralo
com papel

**

Od jakiegoś czasu
Od kilku lat
proces umierania poezji
jest przyspieszony

zauważyłem
że nowe wiersze
ogłaszane w tygodnikach
ulegają rozkładowi
w ciągu dwóch trzech godzin

umarli poeci
odchodzą szybciej
żywi
wyrzucają z siebie
w pośpiechu
nowe książki
jakby chcieli zapchać papierem
dziurę
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.

§§

Conto sobre as mulheres velhas
Gosto das mulheres velhas
as mulheres feias
as más mulheres
são o sal da terra
não sentem aversão
pelo lixo humano

conhecem a outra face
de uma medalha
do amor
e da fé

vêm e vão
os ditadores endoidecem
têm as mãos manchadas
com sangue de seres humanos

as mulheres velhas levantam-se pela madrugada
compram carne fruta pão
limpam cozinham
permanecem na rua com os braços
cruzados calam

as mulheres velhas
são imortais

Hamlet agita-se na rede
Fausto faz um papel vil e ridículo
Raskólnikov golpeia com um machado
as mulheres velhas são
indestrutíveis
sorriem com indulgência

deus morre
as mulheres velhas levantam-se 
cada dia
pela madrugada compram pão vinho peixe
morre a civilização
as mulheres velhas levantam-se pela madrugada
abrem as janelas

retiram a sujidade
morre um homem
as mulheres velhas
levam os restos
enterram os mortos
plantam flores
nas tumbas

gosto de mulheres velhas
de mulheres feias
de más mulheres

crêem na vida eterna
são o sal da terra
o córtex de uma árvore
são os olhos submissos dos animais

vêem na sua justa medida
a cobardia e o heroísmo
a grandeza e a insignificância

como as exigências
de um dia quotidiano

seus filhos descobrem a América
caem nas Termópilas
morrem nas cruzes
conquistam o cosmos

as mulheres velhas saem de madrugada
para a cidade compram leite 
pão carne condimentam 
a sopa
abrem as janelas

só os idiotas se riem
das mulheres velhas
das mulheres feias
das más mulheres

porque são mulheres belas
mulheres boas
mulheres velhas

são um ovo
são um segredo sem segredos
são uma bola que roda

as mulheres velhas
são múmias
dos gatos sagrados

são pequenos
murchos
secos
frutos mananciais
ou gordurosos
budas ovais

quando morrem
brota do olho
uma lágrima que se une na boca
com o sorriso
de uma mulher jovem

................................................... 1963

**

Opowiadanie o starych kobietach
Lubię stare kobiety
brzydkie kobiety
złe kobiety
są solą ziemi

nie brzydzą się
ludzkimi odpadkami
znają odwrotną stronę
medalu
miłości
wiary

przychodzą i odchodzą
dyktatorzy błaznują
mają ręce splamione
krwią ludzkich istot

stare kobiety wstają o świcie
kupują mięso owoce chleb
sprzątają gotują
stoją na ulicy z założonymi
rękami

milczą

stare kobiety
są nieśmiertelne

Hamlet miota się w sieci
Faust gra rolę nikczemną i śmieszną
Raskolnikow uderza siekierą
stare kobiety są
niezniszczalne
uśmiechają się pobłażliwie

umiera bóg
stare kobiety wstają jak co dzień
o świcie kupują chleb wino rybę

umiera cywilizacja
stare kobiety wstają o świcie
otwierają okna
usuwają nieczystości

umiera człowiek
stare kobiety
myją zwłoki
grzebią umarłych
sadzą kwiaty
na grobach

lubię stare kobiety
brzydkie kobiety
złe kobiety

wierzą w życie wieczne
są solą ziemi
korą drzewa
są pokornymi oczami zwierząt

tchórzostwo i bohaterstwo
wielkość i małość
widzą w wymiarach właściwych

zbliżonych do wymagań
dnia powszedniego

ich synowie odkrywają Amerykę
giną pod Termopilami
umierają na krzyżach
zdobywają kosmos

stare kobiety wychodzą o świcie
do miasta kupują mleko chleb
mięso przyprawiają zupę
otwierają okna

tylko głupcy śmieją się
ze starych kobiet
brzydkich kobiet
złych kobiet

bo to są piękne kobiety
dobre kobiety

stare kobiety
są jajem
są tajemnicą bez tajemnicy
są kulą która się toczy

stare kobiety
są mumiami
świętych kotów

są małymi
wysychającymi źródłami
pomarszczonymi owocami
albo tłustymi
owalnymi buddami

kiedy umierają
z oka wypływa
łza
i łączy się
na ustach z uśmiechem

............................................... 1963
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.

§§

Uma árvore 
Felizes eram
os antigos poetas
o mundo como uma árvore
eles feito crianças

O que devo pendurar
no galho de uma árvore
que sofreu
uma chuva de metal

Felizes eram
os antigos poetas
em torno da árvore
dançavam feito crianças

O que devo pendurar
no galho de uma árvore
que foi queimada
e não cantará outra vez

Felizes eram
os antigos poetas
sob o carvalho
cantavam feito crianças

Mas nossa árvore
se partiu à noite
ao peso de um
cadáver desprezado

**

Drzewo
Byli szczęśliwi
dawniejsi poeci
Świat był jak drzewo
a oni jak dzieci

Cóż ci powieszę
na gałęzi drzewa
na które spadła
żelazna ulewa

Byli szczęśliwi
dawniejsi poeci
dokoła drzewa
tańczyli jak dzieci

Cóż ci powieszę
na gałęzi drzewa
które spłonęło
które nie zaśpiewa

Byli szczęśliwi
dawniejsi poeci
pod liściem dębu
śpiewali jak dzieci

A nasze drzewo
w nocy zaskrzypiało
I zawisło na nim
pogardzone ciało
- Tadeusz Rozewicz [tradução Pedro Gonzaga a partir da tradução de Adam Czerniawski]. GONZAGA, Pedro. Poesia em Casa – Especial Polônia: a resistência poética. Estado da Arte, 10.9.2017.

§§

O sobrevivente
Tenho vinte e quatro anos
levado ao matadouro
sobrevivi.

Seguem alguns sinônimos vazios:
homem e fera
amor e ódio
amigo e rival
escuridão e luz.

O modo de matar homens e feras é o mesmo
eu vi:
caminhões de homens esquartejados
que jamais serão salvos.

Ideias são meras palavras:
virtude e crime
verdade e mentiras
beleza e feiura
coragem e covardia.

Virtude e crime valem o mesmo
eu vi:
num homem que era a um só tempo
criminoso e virtuoso.

Procuro um professor e um mestre
talvez ele possa restaurar minha visão audição e fala
talvez ele possa renomear objetos e ideias
talvez separar a escuridão da luz.

Tenho vinte e quatro anos
levado ao matadouro
sobrevivi.

**

Ocalony
Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.

To są nazwy puste i jednoznaczne:
człowiek i zwierzę
miłość i nienawiść
wróg i przyjaciel
ciemność i światło.

Człowieka tak się zabija jak zwierzę
widziałem:
furgony porąbanych ludzi
którzy nie zostaną zbawieni.

Pojęcia są tylko wyrazami:
cnota i występek
prawda i kłamstwo
piękno i brzydota
męstwo i tchórzostwo.

Jednako waży cnota i występek
widziałem:
człowieka który był jeden
występny i cnotliwy.

Szukałem nauczyciela i mistrza
niech przywróci mi wzrok słuch i mowę
niech jeszcze raz nazwie rzeczy i pojęcia
niech oddzieli światło od ciemności.

Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.
- Tadeusz Rozewicz [tradução Pedro Gonzaga a partir da tradução de Adam Czerniawski]. GONZAGA, Pedro. Poesia em Casa – Especial Polônia: a resistência poética. Estado da Arte, 10.9.2017.

§§

Kazimierz Przerwa-Tetmajer (1
18 de janeiro de 1940 
na Varsóvia 
ocupada pelas tropas de Hitler 
foi encontrado na rua 
um miserável sem teto 
morreu sem recobrar 
a consciência 

mas para tanto é preciso esperar 
longa, pacientemente 
os monstros ainda estão submersos 
no sono 
no cérebro 

essa gota de sangue 
pulsando 
no âmago misterioso 
do futuro 
tecido 
que sucumbirá à degeneração 

Munique 1899 

Kazimierz Przerwa-Tetmajer 
observa na Nova Pinacoteca 
A ilha dos mortos 
as pessoas se vão como névoa 
do campo rumo ao lago Vão descansar 
um ano ainda 
então terá início o século XX 

nascerá o filho 
primogênito 
o carrasco 

o tumor 

mas para tanto ainda é preciso esperar 

encontrado 
em 1940 
um faminto desconhecido 
declamava em febre 
balbuciava 

“na seda do leito, lânguida, esguia, 
ouro e sol, tez ardente e radiosa, 
Dânae, do abraço de Zeus desejosa, 
o corpo impoluto inteiro exibia” (2)

**

Kazimierz Przerwa-Tetmajer
18 stycznia 1940 roku
w okupowanej przez hitlerowców
Warszawie
znaleziono na ulicy
bezdomnego nędzarza
umarł nie odzyskawszy
przytomności

ale na to trzeba czekać
cierpliwie i długo
potwory pogrążone są jeszcze
w śnie
w mózgu

ta kropla krwi
pulsująca
w tajemniczym wnętrzu
przyszłości
tkanka
która ulegnie degeneracji

München 1899
Kazimierz Przerwa-Tetmajer
ogląda w Nowej Pinakotece
„Wyspę Umarłych”
ludzie odpływają jak mgły
z łąki na jezioro Idą odpocząć
jeszcze rok
potem zacznie się XX wiek

urodzi się syn
pierworodny
oprawca

nowotwór

ale na to trzeba jeszcze czekać

znaleziony
w roku 1940
nieznany głodomór
deklamował w malignie
mamrotał

„na miękkim puchu białego posłania
promienna cała od słońca pozłoty
Danae Zeusa spragniona pieszczoty
z osłon swe ciało dziewicze odsłania”
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In:  SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Revista Contexto, Vitória, n. 36, 2019
---------------
(1) Pronuncia-se, aproximadamente, “Cajímiech Pchérva-Tétmaier”. Poeta, dramaturgo e prosador polonês, Tetmajer (1865-1940) foi figura de proa entre os literatos da Jovem Polônia (1891-1918). Proclamando o valor da arte como um derradeiro refúgio diante da efemeridade da existência humana e da vileza de um mundo de filistinos, seus versos deram expressão emblemática às tendências decadentistas do período. 
(2) Estrofe inicial do soneto “Danae Tycjana” (“A Dânae de Ticiano”), texto que Przerwa-Tetmajer incluiu no volume Poezje. Seria trzecia (Poesia. Série III), publicado em 1898. 

§§

Eu vi um monstro maravilhoso 
Morto vivo 
incessante mina 
de ouro 

Na baixa temporada 
nas colunas da imprensa a cores 
ao lado de uma serpente marinha 
salta à vista 
Pablo Picasso 
Um monstro 
da pré-história 
da arte 

viveu se empanturrou se riu 
no ventre do mundo 
nas feiras 

Há um quarto de século 
apareceu em Cracóvia 
na Rua Karmelicka 
em pleno meio-dia 

primeiro a grande cabeça calva 
na cabeça os olhos negros chamejantes 
nas costas tinha uma jaqueta montanhesa 
na mão uma machadinha 

foi rodeado por transeuntes 
xeretas que se juntam 
no local de uma catástrofe 
ou junto a uma barraca de cerveja 

das mãos escurecidas pelo sol 
Picasso tirou uma pomba branca 
incrivelmente clara 
transparente 

o mestre 

morou em muitas casas castelos 
rodeado de esposas mortas vivas 
reproduzindo produzindo filhos quadros 
cem 
duzentos 
trezentos 
um milhão de dólares 
em Pyskowice e Gliwice 
pintores de parede começaram 
a pintar residências à la Picasso 
em vez de “isso está muito Ticiano” 
se passou a dizer “isso está muito Picasso” 

Depois chegou a notícia 
de que morreu de que se arrastam 
uns processos relativos ao espólio 
o morto se mexeu 
das paredes das galerias particulares 
salões de arte museus bancos 
capelas se derramam quadros 

os preços aumentam 

Ele grávida 
necrópole da arte 
rosa dos ventos 
mina de ducados de ouro 
sorri para mim 
ironicamente e some 
na esquina de alguma rua do cosmos 

e eu mais jovem 
vinte e sete anos 
sigo 
para a Rua Krupnicza 
no caminho compro 
chá açúcar 
pão e salsicha 

em casa me aguarda 
uma tarefa: 
Fazer poesia depois de Oświęcim. 

**

Widziałem cudowne monstrum 
Umarły żywy 
ciągle rodzi 
złoto 

W sezonie ogórkowym 
na łamach prasy kolorowej 
obok węża morskiego 
wyłania się 
Pablo Picasso 

Monstrum 
z prehistorii 
sztuki 

żył żerował żartował 
w brzuchu świata 
na jarmarkach 

Przed ćwierć wiekiem 
pokazał się w Krakowie 
na ulicy Karmelickiej 
w samo południe 

najpierw łysa wielka głowa 
w głowie czarne płonące oczy 
na grzbiecie miał serdak góralski 
w ręce ciupagę 

otoczyli go przechodnie 
gapie którzy się gromadzą 
dokoła miejsca katastrofy 
albo przy budce z piwem 

z jego pociemniałych w słońcu 
rąk wyleciał biały gołąb 
niewiarygodnie czysty 
przeźroczysty 

sztukmistrz 

żył w wielu domach zamkach 
otoczony zmarłymi żywymi żonami 
reprodukował produkował dzieci obrazy 
sto 
dwieście 
trzysta 
milion dolarów 
w Pyskowicach i Gliwicach 
malarze pokojowi zaczęli 
malować mieszkania w pikasy 
zamiast „nie bądź taki tycjan” 
mówiono „nie bądź taki pikaso” 

Potem przyszła wiadomość 
że zmarł że toczą się toczą 
jakieś procesy spadkowe 
umarły poruszył się 
ze ścian prywatnych galerii 
salonów sztuki muzeów banków 
kaplic osypują się obrazy 

rosną w cenę 

On brzemienny 
nekropol sztuki 
róża wiatrów 
rodzi złote dukaty 
uśmiecha się do mnie 
ironicznie i ginie 
za rogiem ulicy w kosmosie 

a ja młodszy od siebie 
o dwadzieścia siedem lat 
idę 
na ulicę Krupniczą 
po drodze kupuję 
herbatę cukier 
bułki i serdelki 

w domu czeka na mnie 
zadanie: 
Stworzyć poezję po Oświęcimiu. 
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In:  SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Revista Contexto, Vitória, n. 36, 2019.

§§

O u r o
Aurea prima sata est aetas (...) 
primeiro foi a idade de ouro 
foram passando os séculos 
veio o século XX

vai passando o século XX
está perto do fim
perante o mundo cristão
estranhos sinais
surgiram no céu e na terra 

estranhos sinais surgiram 
nas barras de ouro  
nos cofres do Riksbank
o banco central da Suécia 
o ouro começou a chorar 
lágrimas de sangue 
para esconder o fato  
o Riksbank pediu 
ao banco central suíço 
que removesse das barras de ouro 
os sinais de identificação
alemães 
e que os substituísse por insígnias suecas 

o ouro começou a falar 
no Banco das Reservas Federais 
no Banco da Inglaterra em Londres
em Nova Iorque 
Paris no Banque de France 
em Madri e Lisboa 
um silêncio de ouro tomou  
as capitais da Europa e de ambas as Américas 
depois começou a derreter  
desandaram a falar 
tijolos lingotes de ouro 
barras de ouro 
moedas de ouro 

o ouro “lavado” na Europa e na América 
se cobre de manchas 
sangra 
caixas-fortes 
são herméticas como câmaras de gás
mas se ouve o ranger de dentes 
os gritos sufocados 
exala dos cofres 
um cheiro asfixiante de carniça 
escorre um veneno cadavérico 
sangue 
o ouro “lavado” na Suíça  
se decompõe e apodrece na 
asséptica Suécia

guarda dentro de si dentes de ouro 
coroas de ouro anéis de ouro 
com pedras de diamante 
armações de óculos cabelos 
canetas-tinteiro respirações
os bancos revelam 
os segredos em seu seio 
os bancos templos do bezerro de ouro Goldscheissers (1)  monumentais
expelem  
as impurezas 

em ampulhetas 
escoa uma areia de ouro

O porta-voz 
da Santa Sé 
Joaquin Navarro-Valls 
não confirmou as informações 
divulgadas pela rede de televisão 
americana A-and-E
de que o Vaticano guardou 
200 milhões de francos suíços 
sobretudo em moedas de ouro 
pilhadas por fascistas
croatas durante a segunda 
guerra mundial 
fascistas croatas que 
assassinaram “em massa” 
sérvios judeus e ciganos 
levaram da Iugoslávia no fim 
da guerra cerca de 350 milhões
de francos suíços 
os britânicos conseguiram se apoderar 
de cerca de 150 milhões de francos 
suíços mas o resto 
foi parar no Vaticano de onde 
em seguida conforme sugeriram  
rumores foi transferido 
para a Espanha e a Argentina 

long poems 
Newsweek: Nazi-Gold 
auch in Portugal 
das lange Gedicht(2)
na controvérsia em torno do dinheiro 
das vítimas do Holocausto 
interveio Israel 
não pela primeira vez 
organizações judaicas atemorizam 
os bancos suíços 
e quem sabe o Holocaustu não existiu

cada vez mais se lê sobre isso 
em jornais alemães pós-nazistas 
em jornais americanos nos jornais da imprensa “nacional” se leem  
reimpressasem polonês matérias de jornais estrangeiros
afirmando que o Holocausto não existiu 

cada vez mais se pode ler nos muros 
de nossas cidades inscrições em polonês “żydzi do gazu” (3) e em “alemão “Juden raus” (4)
são jovens levianos 
garotos mal educados crianças 
que desenham a estrela de Davi 
pendurada na forca 

das lange Gedicht com o país ocupado pelas tropas de Hitler
meu amigo Kazimierz Wyka 
escreveu para a memória dos pósteros 
“As formas como os alemães liquidaram os judeus 
pesam na consciência deles. 
A reação a essas formas 
pesa porém em nossa consciência. 
Um dente de ouro arrancado de um cadáver 
vai sangrar sempre, 
mesmo que já ninguém se recorde 
de sua proveniência (...)” 

as barras de ouro derreteram
o poema se alonga se desintegra 
Schlimmer Verdacht 
die Schweiz hat möglicherweise 
unmittelbar nach dem 2. Weltkrieg 
wissentlich Goldmünzen 
aus Gold von Zahnfüllungen 
von Holocaust Opfern geprägt (...) 
so der britische TV-Sender BBC (5)
mas afinal o Holocaustu não existiu

meu amigo 
o professor Kazimierz Wyka 
deve ter escutado no Governo Geral (6)
um dito jocoso 
“Hitlerzinho tesouro ensinou aos judeus uma lição de ouro”
Kazimierz Wyka um dos justos
escreveu “A economia excluída”. Vida defachada(7)
não sei se esse livro  
consta das leituras obrigatórias 
nas escolas polonesas 
não sei quanto tempo será preciso esperar 
até que os senhores (e senhoras) do Ministério da Educação
Nacional 
incluam esse título na lista 
dasleituras obrigatórias 
(mas talvez não tenham lido o livro 
nem ouvido sobre ele) 
Kazimierz Wyka não plantou árvores na Terra Santa 
barras e lingotes de ouro 
arreganham os dentes os crânios silenciam 
as cavidades dos olhos falam 
o presidente do CJM (8) Elan Steinberg 
afirma que entre as barras de ouro 
monetário se encontram barras  
fundidas a partir de jóias moedas 
e até dentes de ouro de vítimas do Holocausto
não foram apresentadas no entanto 
provas concretas disso 
aliás talvez tenha havido um engano 
um herdeiro da família de fruticultores 
Bertram de Wyszków declarou 
que seu avô tinha depósitos significativos 
em bancos suíços 
mas o Holocausto quem sabe não existiu 
logo depois da guerra 
surgiram pelo país levas de garimpeiros
“armados” de pás picaretas 
bacias peneiras 
em busca de veios de ouro 
areia de ouro 
dentes de ouro 
nas auríferas Oświęcims 
Majdaneks Treblinkas 
revolvendo as cinzas
as entranhas de nossa 
mesma mãe terra 
em busca deouro ouro ouro 

mas afinal o Holocausto não existiu 

foi invenção de usurários 
banqueiros e comunistas judeus 
juntaram-se a eles os ciganos 
Madonas choram lágrimas de sangue 
só a Madona cigana não chora 
o silêncio do mundo é de ouro 
na Terra Santa os justos 
plantam árvores verdeja 
o Bosque Sagrado a jovem floresta 
as árvores crescem rumo à luz 
o bosque sagrado se moveu
vai ao encontro  
da juventude do mundo 
as nações contam diligentemente 
seus mortos assassinados 
asfixiados em câmaras de gás mutilados 
enterrados vivos enforcados 
somam diminuem 
multiplicam dividem pesam  
mas afinal o Holocausto não existiu 

ninguém mais se recorda 
quanto pesa uma lágrima humana 
cai na bolsa o preço das lágrimas 
reina o pânico nos mercados 
o ouro sobe o ouro cai 
quem fala da lágrima de uma criança 
ah é esse Dostoiévski 

o filósofo Heidegger 
escrevendo sobre a produção agrícola 
moderna mecanizada  
se referiu de passagem 
à produção de cadáveres 
nos campos de concentração 
e câmaras de gás 

é feita a contagem 
de judeus ciganos alemães 
ucranianos poloneses russos  
às vezes a conta não bateas 
cinzas misturadas com a terra 
se levantam umas contra as outras 
por causa dos vivos 
se dividem e lutam 

Madonas de porcelana choram 
lágrimas de sangue
mães judias árabes argelinas 
sem cabeça 
avançam gritando  
a Madona cigana de Rafael 
não chora não fala comigo 
bela cheia de graça 

o bosque vivo dos justos  
se aproximados 
templos do bezerro de ouro 
dos bancos e se petrifica 

dos cofres e esconderijos 
das caixas-fortes 
escorre um veneno cadavérico 
puro como uma lágrima o ouro 
se transforma em carniça 
arreganha os dentes 
e de novo começa a contagem 

long poems
nos cofres do Riksbank da Suécia 
ainda se encontram 
cerca de sete toneladas de ouro pilhado 
pela Alemanha de Hitler  
com as quais o Terceiro Reich pagou  
a Suécia pelo fornecimento de minério de ferro  rolamentos  
e outros materiais estratégicos 
mas afinal o Holocausto não existiu 
representantes do Riksbank declaram 
que “ouro sujo” na Suécia 
há muito já não existe 
em 1946 foram devolvidas 7 toneladas 
de ouro à Bélgica 
e em 1954 6 toneladas à Holanda 
na II guerra mundial a Suécia  
foi neutra 
mas o Holocausto na verdade não existiu 

o silêncio do mundo era de ouro 

das lange Gedicht

P.S.: 
que poema longo, “mestre”! 
e não termina não termina o senhor não se amofina 
isso tudo talvez não coubesse 
em um haikai japonês? Não.

**

Złoto
Aurea prima sata est aetas (...)

złoty był wiek pierwszy
mijały wieki
nastał wiek XX

mija wiek XX
ma się pod koniec
chrześcijańskiemu światu
dziwne znaki
pojawiły się na niebie i ziemi

dziwne znaki pojawiły się
na sztabach złota
w sejfach Riksbanku
centralnego banku Szwecji
złoto zaczęło płakać
krwawymi łzami
by ukryć ten fakt
Riksbank prosił
centralny bank szwajcarski
o usuwanie ze sztab złota
niemieckich znaków
identyfikacyjnych
i zastępowanie ich
pieczęciami szwedzkimi

złoto zaczęło mówić
w Banku Rezerw Federalnych
w Banku Anglii w Londynie
w Nowym Jorku
Paryżu w Banque de France
w Madrycie i Lizbonie
złote milczenie zalegało
w stolicach Europy i obu Ameryk
potem zaczęło się topić
przemówiły
złote cegły złote sztaby
złote sztabki
złote monety

złoto „wyprane” w Europie i Ameryce
pokrywa się plamami
krwawi
kasy pancerne
są zamknięte jak komory gazowe
ale słychać zgrzytanie zębów
stłumione krzyki
z sejfów wydobywa się
duszny zapach padliny
sączy się trupi jad
krew
złoto „wyprane” w Szwajcarii
rozkłada się i gnije
w aseptycznej Szwecji

zawiera w sobie złote zęby
złote koronki złote pierścienie
z diamentowymi oczami
oprawki do okularów włosy
wieczne pióra oddechy
banki odkrywają
swoje tajemne łona
banki świątynie złotego cielca
monumentalne goldszajsery
wydalają
nieczystości

w klepsydrach
przesypuje się złoty piasek

Rzecznik prasowy
Stolicy Apostolskiej
Joaquin Navarro-Valls
nie potwierdził podanych
przez amerykańską sieć
telewizyjną A-and-E
informacji
o przechowywaniu przez Watykan
200 milionów franków szwajcarskich
głównie w złotych monetach
zrabowanych przez faszystów
chorwackich w czasie drugiej
wojny światowej
faszyści chorwaccy którzy
mordowali „masowo”
Serbów Żydów i Cyganów
pod koniec wojny wywieźli
z Jugosławii około 350 milionów
franków szwajcarskich
Brytyjczycy zdołali przechwycić
około 150 milionów franków
szwajcarskich zaś reszta
trafiła do Watykanu skąd
następnie jak sugerowały
pogłoski została przetransferowana
do Hiszpanii i Argentyny

long poems
„Newsweek”: Nazi-Gold
auch in Portugal
das lange Gedicht
do sporu wokół pieniędzy
ofiar Holocaustu
włączył się Izrael
nie po raz pierwszy
żydowskie organizacje straszą
szwajcarskie banki
a może
Holocaustu nie było

coraz częściej czyta się o tym
w postnazistowskich niemieckich gazetach
w gazetach amerykańskich
w polskojęzycznych gazetach „narodowych”
czyta się przedruki z obcojęzycznych
gazet że Holocaustu nie było

coraz częściej czyta się na murach
naszych miast napisy po polsku
„żydzi do gazu” i po niemiecku „Juden raus”
to lekkomyślni młodzieńcy
to źle wychowani chłopcy dzieci
rysują gwiazdę dawida
powieszoną na szubienicy

das lange Gedicht
mój przyjaciel Kazimierz Wyka
pisał ku pamięci potomnych
w czasie hitlerowskiej okupacji
„Formy, jakimi Niemcy likwidowali Żydów,
spadają na ich sumienie.
Reakcja na te formy
spada jednak na nasze sumienie.
Złoty ząb wydarty trupowi
zawsze będzie krwawił,
choćby już nikt nie pamiętał
jego pochodzenia (...)”

sztaby złota rozmiękły
wiersz się wydłuża rozpada
Schlimmer Verdacht
die Schweiz hat möglicherweise
unmittelbar nach dem 2. Weltkrieg
wissentlich Goldmünzen
aus Gold von Zahnfüllungen
von Holocaust Opfern geprägt (...)
so der britische TV-Sender BBC
ale Holocaustu przecież nie było

mój przyjaciel
profesor Kazimierz Wyka
musiał słyszeć w Generalnej Guberni
takie żartobliwe powiedzonko
„Hitlerek złoty nauczył żydów roboty”
Kazimierz Wyka jeden ze sprawiedliwych
napisał książkę Gospodarka wyłączona. Życie na niby
nie wiem czy ta książka
należy do obowiązkowych lektur
w polskich szkołach
nie wiem jak długo trzeba czekać
aż panowie (i panie) z Ministerstwa Edukacji
Narodowej
wciągną ten tytuł na listę
lektur obowiązkowych
(a może nie czytali tej książki
nie słyszeli o niej)
Kazimierz Wyka nie sadził drzewek w Ziemi Świętej
sztabki i sztaby złota
szczerzą zęby czaszki milczą
oczodoły mówią
dyrektor ŚKŻ Elan Steinberg
utrzymuje że wśród sztab złota
monetarnego znajdują się sztaby
przetopione z biżuterii monet
a nawet złotych zębów ofiar Holocaustu
nie przedstawiono jednak na to
konkretnych dowodów
zresztą być może zaszła omyłka
spadkobierca sadowniczej rodziny
Bertramów spod Wyszkowa twierdził
że jego dziadek miał znaczne depozyty
w bankach szwajcarskich

ale Holocaustu może nie było

zaraz po wojnie
pojawili się u nas poszukiwacze złota
„uzbrojeni” w łopaty kilofy
miski sita
szukali złotych żył
złotego piasku
złotych zębów
w złotodajnych Oświęcimiach
Majdankach Treblinkach
szukali w popiołach
we wnętrznościach naszej
wspólnej matki ziemi
szukali złota złota złota
ale Holocaustu przecież nie było
wymyślili go żydowscy
lichwiarze bankierzy i komuniści
przyłączyli się do nich cyganie
Madonny płaczą krwawymi łzami
tylko Madonna cygańska nie płacze
złote jest milczenie świata
w Ziemi Świętej sprawiedliwi
sadzą drzewka zieleni się
Święty Gaj młody las
drzewa rosną do światła
święty las poruszył się
idzie na spotkanie
z młodzieżą świata
narody skrzętnie przeliczają
swoich zabitych zamordowanych
zagazowanych okaleczonych
żywcem pogrzebanych powieszonych
dodają odejmują
mnożą dzielą ważą
ale Holocaustu przecież nie było

nikt już nie pamięta
ile waży jedna łza ludzka
cena łez spada na giełdzie
na rynkach panuje panika
złoto idzie w górę złoto spada
kto mówi o łzie dziecka
a to ten Dostojewski

filozof Heidegger
pisząc o współczesnej zmechanizowanej
produkcji rolnej
mimochodem wspomniał
o produkcji zwłok
w obozach koncentracyjnych
i komorach gazowych

odbywa się liczenie
żydów cyganów niemców
ukraińców polaków rosjan
czasem rachunek się nie zgadza
popioły wymieszane z ziemią
zaczynają powstawać przeciw sobie
za sprawą żywych
dzielą się i biją

porcelanowe Madonny płaczą
krwawymi łzami
żydowskie arabskie algierskie
matki bez głów
idą przed siebie krzycząc
cygańska Madonna Rafaela
nie płacze nie mówi do mnie
piękna łaski pełna

żywy las sprawiedliwych
podchodzi
pod świątynie złotego cielca
pod banki i kamienieje
z sejfów i skrytek
z pancernych kas
sączy się trupi jad
czyste jak łza złoto
zamienia się w padlinę
szczerzy zęby
i znów zaczyna się liczenie

long poems
w sejfach Riksbanku Szwecji
nadal znajduje się
około siedem ton złota zrabowanego
przez hitlerowskie Niemcy
którym Trzecia Rzesza zapłaciła
Szwecji za dostawy rudy żelaza
łożyska kulkowe
i inne materiały strategiczne
ale Holocaustu przecież nie było
przedstawiciele Riksbanku oświadczają
że „brudnego” złota w Szwecji
dawno już nie ma
w roku 1946 zwrócono 7 ton
złota Belgii
a w 1954 roku 6 ton Holandii
w II wojnie światowej Szwecja
była neutralna
a Holocaustu raczej nie było

złote było milczenie świata

das lange Gedicht

PS.
jaki to długi wiersz!
i tak się dłuży dłuży czy to „mistrza” nie nudzi
czy nie można tego zmieścić
w japońskim haiku? Nie można.
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Contexto. n. 36, Vitória, 2019. 
-----------------------
(1) No texto polonês “goldszajsery” (decalque do alemão): caga-ouro. 
(2)  poemas longos/ Newsweek: ouro nazista/ também em Portugal/ o poema longo.
(3)  Judeus para o gás.
(4)  Fora, judeus.
(5)  Grave suspeita/ logo após a 2ª Guerra mundial/ de caso pensado a Suíça/ possivelmente cunhou moedas/ com ouro de obturações dentárias/ de vítimas do Holocausto (...)/ segundo a emissora de TV britânica BBC
(6)  Generalna  Gubernia,  em  pol.  (em  alemão,  por  extenso, das  Generalgouvernement  für die besetzten polnischen Gebiete). O termo designou aunidade administrativo-territorial que abrangia as terras polonesas ocupadas pela Alemanha de Hitler, excetuados aqueles territórios que foram sem mais anexados ao III Reich. 
(7)  “Gospodarka wyłączona” (“A economia excluída”) é um dos capítulos de Życie na niby(Vida de fachada),  livro  vindo  a  lume  em  1957,  no  qual  Kazimierz  Wyka  reuniu  escritos  de  memórias  e reflexões surgidos entre 1939 e 1945, sob a ocupação nazista.   
(8)  Congresso Judaico Mundial; no original ŚKŻ (Światowy Kongres Żydów).

§§

O massacre dos meninos
As crianças gritavam: “Mamãe!
mas eu fui bonzinho!
Está escuro! Está escuro!”

Conseguem ver Vãopara o fundo
Estão vendo as pequenas pegadas
foram para o fundo Estão vendo
essa marca
miúdos pezinhos aqui e ali

Os bolsos cheios
de barbantes e pedrinhas
e pequenos cavalinhos de arame

A grande planície fechada
como uma figura geométrica
e uma árvore defumaça negra
uma árvore morta
vertical
sem estrela na ponta.

............................ Museu –Oświęcim, 1948

**

Rzeź chłopców
Dzieci wołały: "Mamusiu!
ja przecież byłem grzeczny!
Ciemno! Ciemno!"

Widzicie ich Idą na dno
Widzicie małe stopy
poszli na dno Czy widzicie
ten ślad
drobne nóżki tu i tam

W kieszeniach pełno
sznurków i kamyków
i małe koniki z drutu

Wielka równina zamknięta
jak figura geometryczna
i drzewo z czarnego dymu
pionowe
martwe drzewo
bez gwiazdy w koronie.

................................ Muzeum –Oświęcim, 1948
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In:  SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Revista Contexto, Vitória, n. 36, 2019

§§

“Der Tod ist ein Meister aus Deutschland” 
...................................................... em memória de Paul Celan

“E os poetas em tempos ruins?”
os deuses abandonaram o mundo
deixaram nele os poetas
mas a fonte
bebeu a boca
levando-nos a fala

viajamos e moramos
pelos caminhos
cá e lá

O judeu Ancel
errante vagou muito
de Bukovina a Paris
pelo caminho colheu ervas
para as palavras Heidekraut
Erika Arnika
arranjou-as para o sono
colocou-as na escuridão

in der Hütte
Celan encontrou
Martin Heidegger

entrou
numa clareira na floresta
ficou lá sob as estrelas
saiu da noite
“Der Tod ist ein Meister
aus Deutschland”
ficou no vão
na mão grama e flores

mas a água do Sena corria
por debaixo da pontes de pedra
uma bela desconhecida
esperava com um sorriso indizível

Máscara mortuária

e ele amadureceu
caiu no seio aberto
do rio
da morte do esquecimento

no mundo
que os deuses abandonaram
tocou-o a poesia viva
e ele partiu-se com eles

que pergunta
o poeta fez ao filósofo
qual pedra
filosofal
ficou pelo caminho
da cabana na floresta

“Der Tod
ist ein Meister
aus Deutschland

No tempo que chegou
depois do vil

depois da partida dos deuses
partem os poetas

Sei que morro inteiro
e vem daí
o tênue consolo

que dá força para
durar além da poesia

................................... 1990

**

“Der Tod ist ein Meister aus Deutschland” 
................................................................ pamięci Paula Celana

“I cóż po poecie w czasie marnym?”
bogowie opuścili świat
pozostawili na nim poetów
ale źródło
wypiło usta
odjęło nam mowę

podróżujemy i mieszkamy
w drodze
to tu to tam

Anczel Żyd
tułacz wędrował długo
z Bukowiny do Paryża
po drodze zbierał zioła
do słów Heidekraut
Erika Arnika
słowa układał do snu
wkładał do ciemności

in der Hütte
Celan spotkał
Martina Heideggera

wszedł
na polanę leśną
stał tam pod gwiazdami
wyszedł z nocy
“Der Tod ist ein Meister
aus Deutschland”
stał w prześwicie
z garścią traw kwiatów

ale wody Sekwany toczyły
się pod kamiennymi mostami
piękna Nieznajoma
czekała z niewysłowionym uśmiechem

Maska pośmiertna

a on dojrzewał
spadał w otwarte łono
rzeki
śmierci zapomnienia

w świecie
z którego bogowie odeszli
dotknęła go poezja żywa
i odszedł za nimi

jakie pytanie
poeta zadał filozofowi
jaki kamień
filozoficzny
leży przy drodze
do leśnej chaty

“Der Tod
ist ein Meister
aus Deutschland”

W czasie który nastał
po czasie marnym

po odejściu bogów
odchodzą poeci

Wiem że umrę cały
i stąd płynie
ta słaba pociecha

która daje siłę
trwania poza poezją
................................... 1990
- Tadeusz Różewicz [tradução Luci Ramos / revisão Marcelo Paiva de Souza]. In:. SIMÕES, Hugo. Poesia após Auschwitz: Paul Celan em Tadeusz Różewicz. RevLet – Revista Virtual de Letras, v. 11, nº 1, jan/jul, 2019

§§

Penetração
a morte
penetra pela vida
como a luz
por uma teia
pendendo na porta
de um quarto aberto

o moribundo mudava de posição
gritando longamente procurando
uma fuga deitava-se

a morte comia os traços
de sucessivos rostos aplicados
no osso

**

Przenikanie
śmierć
przenika przez życie
jak światło
przez pajęczynę
wiszocą w drzwiach
otwartego pokoju

konający wyprowadziła się
długo krzycząc szukając
wybiegów układał się

śmierć zjadała rysy
kolejnych twarzy nałożone
na kość
- Tadeusz Różewicz [tradução de Anna Kuśmierczyk e João Ferrão]. In: POEMARGENS. 7 Poemas de Tadeusz Różewicz (1921-2014). Poemargens, 6 de fevereiro 2020. 

§§

[Já está na hora]
 ............................................ à memória de Konstanty Puzyna

Já está na hora
o tempo urge

o que levar consigo
para a outra margem

nada

então isso já é
tudo
mamãe

sim filhinho
isso já é tudo

então é só isso

só isso

então isso é a vida inteira

sim a vida inteira

............... ..............................1991

**

[Czas na mnie]
 ............................................pamięci Konstantego Puzyny
Czas na mnie
czas nagli

co ze sobą zabrać
na tamten brzeg

nic

więc to już
wszystko
mamo

tak synku
to już wszystko

a więc to tylko tyle

tylko tyle

więc to jest całe życie

tak całe życie

..........................................1991
- Tadeusz Różewicz [tradução Piotr Kilanowski]. In: KILANOWSKI, Piotr. “Na margem do rio. Diálogos com a morte nos versos de quatro poetas poloneses”. Revista Pirarote, 7 julho/2022. 

§§

Sobrevivente
Tenho vinte e quatro anos
levado para a chacina
sobrevivi

Esses são nomes vazios e unívocos:
homem e animal
amor e ódio
inimigo e amigo
trevas e luz.

Matam um homem como um animal,
eu vi:
carroças de pessoas esquartejadas
que não serão salvas.

Os conceitos são apenas palavras:
virtude e iniquidade
verdade e mentira
beleza e feiura
coragem e covardia.

O mesmo pesam a virtude e a iniquidade
eu vi:
o homem que era único
iníquo e virtuoso.

Procuro um preceptor e mestre
que me devolva a visão o ouvido e a fala
que outra vez nomeie as coisas e os conceitos
que separe a luz das trevas.

Tenho vinte e quatro anos
levado para a chacina
sobrevivi

**

Ocalony
Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.

To są nazwy puste i jednoznaczne:
człowiek i zwierzę
miłość i nienawiść
wróg i przyjaciel
ciemność i światło.

Człowieka tak się zabija jak zwierzę
widziałem:
furgony porąbanych ludzi
którzy nie zostaną zbawieni.

Pojęcia są tylko wyrazami:
cnota i występek
prawda i kłamstwo
piękno i brzydota
męstwo i tchórzostwo.

Jednako waży cnota i występek
widziałem:
człowieka który był jeden
występny i cnotliwy.

Szukałem nauczyciela i mistrza
niech przywróci mi wzrok słuch i mowę
niech jeszcze raz nazwie rzeczy i pojęcia
niech oddzieli światło od ciemności.

Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.
- Tadeusz Różewicz [tradução Piotr Kilanowski]. In: KILANOWSKI, Piotr. “Na margem do rio. Diálogos com a morte nos versos de quatro poetas poloneses”. Revista Pirarote, 7 julho/2022. 

§§

Eu Chorei
Eu chorei na noite

Os mortos mostraram-se
aos meus olhos
suavemente sorrindo

a lança da escuridão
penetrou-me
fria rígida

e abriu
minhas entranhas

**

Krzyczałem w nocy
Krzyczałem w nocy

Umarli stali
W moich oczach
Cicho uśmiechnięci

Ostrze ciemności
Wchodziło we mnie
Zimne martwe

Otwarło
Moje wnętrzności
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcos Freitas do original polonês]. Revista da Academia de Letras do Brasil, Ano 4, jan./jun. n. 7 – jan./jun. 2022 {editor Flavio R. Kothe}. Brasília/DF: Editora Cajuína, Opção editora, 2023. 

***

  • Tadeusz Różewicz - poeta, prosador e dramaturgo polonês

TADEUSZ RÓŻEWICZ - TEATRO - PEÇAS REALIZADAS NO BRASIL

Peça de teatro: O casamento branco  
Autor: Tadeusz Rozewicz.
Tradução: Millôr Fernandes 
Direção: Sergio Britto 
Cenário e figurino: Biza Viana.
Elenco: Fabio Sabag, Othon Bastos, Suzana Faine, Tamara Taxman, Carolina Aguiar, Luciana Braga, Leonardo Bricio, Ivone Hoffmann, Tereza Bittencourt, Paolo Scandelari, Fausto Galvão e Claudio Botelho.
Estreia: CCBB Rio / 1990


  • Tadeusz Rozewicz - foto © Tomasz Stańczak

FORTUNA CRÍTICA DE TADEUSZ RÓŻEWICZ

ASCHER, Nelson. Literatura polonesa é uma das glórias secretas da cultura européia. In: Folha de S. Paulo, Ilustrada, 17 de outubro 2000. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
BONFIM, Juliano. [vida e obra] Tadeusz Różewicz. In: Portal dos Atores, 24 de abril de 2019. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
BUDANT, Luiz Henrique. Czesław Miłosz e Tadeusz Różewicz: ‘Quatro poetas poloneses’. In: Escolhita, 5 de novembro 2018. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
BURKOT, Stanisław. Dramaturgia Tadeusza Różewicza. In: Tadeusza Różewicza opisanie świata. Kraków: Wydawnictwo Naukowe Akademii Pedagogicznej, 2004. pp. 130-144.
BPRG. Samuel Beckett e Tadeusz Różewicz: uma abordagem comparativa. In: Between Pomiedzy, s/data. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
CULTURA P. Morre o poeta polonês Tadeusz Rozewicz. In: seed.pr, 13.5.2014. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
ESSLIN, Martin. O Teatro do Absurdo. [tradução original: Barbara Heliodora; tradução das atualizações: José Roberto O’Shea; apresentação à edição brasileira: Paulo Francis]. edição revista e ampliada pelo autor. Rio de Janeiro: Zahar, 2018. Disponível no link. (acessado em 2.2.2024)
EXPOSIÇÃO - Teatro Polonês. Catalogo. In: Casa de Cultura Polônia Brasil. 2015. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
GONZAGA, Pedro. Poesia em Casa – Especial Polônia: a resistência poética. In: Estado da Arte, 10.9.2017. Disponível no link. (acessado em 10.2.2024). 
JOVANOVIC, Aleksandar. As temerárias aventuras de um tradutor não-nativo nos jardins da poesia polonesa. In: Revista X, ano v. 15, n. 6, p. 612-618, 2020. Disponível no link. (acessado em 26.1.2024)
KILANOWSKI, Piotr. “Na margem do rio. Diálogos com a morte nos versos de quatro poetas poloneses”. In: revista Pirarote, 7 julho/2022. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
LUCI R. M.. Odejście Głodomora (Tadeusz Róźewicz). In: Posfácio, 5 de novembro de 2011. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
NUTO, João Vianney Cavalcanti. Opção pelas aproximações - Entrevista com Henryk Siewierski, por João Vianney Cavalcanti Nuto. In: Tradução em Revista 10, 2011/1. Disponível no link / em polonês - link. (acessado em 20.1.2024).. {Inclui um "Apêndice" - Aproximações: Europa de Leste em Língua Portuguesa, Brasília: Lisboa, No. 1-4, 1987-1990, com a relação dos poemas publicados e os tradutores}.
PAIVA, João Guilherme. Comentário sobre a antipoesia. In: A crítica literária contemporânea produzida no Brasil. [organização Nathalia Campos, Rodrigo Vieira Ávila de Agrela e Roberto Bezerra de Menezes]. Coleção Viva Voz. Belo Horizonte: Fale/UFMG, 2019, p. 71-85. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
PIETA, Hanna. Autores polacos em tradução portuguesa (1855-2010): um levantamento preliminar. In: Cadernos de Tradução, vol. 2, n. 28, 2011. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
POESIANo meio da vida. Tadeusz Różewicz. tradução Santiago Naud e Henryk Siewierski. In: Aproximações, n. 4, 1990.
SIEWIERSKI, Henryk. História da Literatura Polonesa. Brasília: Editora UnB, 2000.
SIEWIERSKI, Henryk; SOUZA, Marcelo Paiva de (Org).. Polônia (antologia poética). In: Poesia Sempre, v. 30,  Rio  de Janeiro, 2009. {poetas: Aleksander Wat, Czesław Miłosz, Tadeusz Różewicz, Tymoteusz Karpowicz, Miron  Białoszewski, Wisława Szymborska, Zbigniew Herbert, Stanisław Grochowiak, Adam Zagajewski e Stanisław Barańczak // tradutores: Marcelo Paiva de Souza, Henryk  Siewierski, José Santiago Naud, Zbigniew Wódkowski, Aleksandar Jovanović, Nelson  Ascher, Ana Cristina César e Grażyna Drabik, Regina Przybycień e Fernando Mendes Viana}. Disponível no link. (acessado em 20.1.2024)
SIMÕES, Hugo. Poesia após Auschwitz: Paul Celan em Tadeusz Różewicz. In: RevLet – Revista Virtual de Letras, vol. 11, n. 1, jan/jul, 2019. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
SOUZA, Marcelo Paiva de.. O drama do antitestemunho: Świadkowie albo Nasza Mała Stabilizacja (As Testemunhas ou Nossa Pequena Estabilização), de Tadeusz Różewicz. In: Cadernos de Literatura em Tradução, n. 23, 2021, p. 368-393. Disponível no link. (acessado em 25.1.2024).
SOUZA, Marcelo Paiva de.. A Pé, de Sławomir Mrożek, e A Armadilha, de Tadeusz Różewicz: Drama, Testemunho, Memória e Tradução. In: Urdimento (UDESC), v. 3, p. 1-24, 2020. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. In: Contexto. n. 36, Vitória, 2019, p. 239-268. Disponível no link. (acessado em 22.1.2024)
TADEUSZ Rozewicz, poeta e dramaturgo polonês, várias vezes candidato ao Nobel da Literatura. In: O Explorador, 27 de março 2015. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)

  • Günter Grass e Tadeusz Różewicz -  foto. ©Szymon Pulcyn/ PAP

  • Tadeusz Rozewicz, left, with his Polish literary colleague Czeslaw Milosz at the Frankfurt book fair in October 2000. - credito. Adam Hawalej/ European Pressphoto Agency



© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
© Seleção e organização dos poemas: José Alexandre da Silva


© Direitos reservados ao autor/e ou seus herdeiros

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COMO CITAR:
FENSKE, Elfi Kürten; SILVA, José Alexandre da. (pesquisa, seleção, edição e organização). Tadeusz Różewicz - poeta, prosador e dramaturgo polonês . In: Templo Cultural Delfos, fevereiro/2024. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 13.3.2024.
Postagem original de FEVEREIRO 2024


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