Tadeusz Różewicz - (1921-2014) foi poeta, prosador e dramaturgo polonês. Sua obra foi traduzida para cerca de 50 idiomas. Sua poesia, marcada pela crueldade da vivência da guerra é um retrato e um protesto contra atrocidade, indiferença e crise da cultura. Różewicz, na tentativa de escrever poesia depois da experiência devastadora de guerra criou uma dicção própria, por vezes classificada como anti-poesia, que influenciou toda a produção polonesa do pós-guerra. Seus versos unem a simplicidade com a força expressiva e profundas interações dialógicas com outras obras de cultura. Sua poesia percorre o caminho da extrema economia de palavra à pós-moderna tagarelice que interage com outras obras de arte, autobiografismo, acontecimentos do mundo ao redor e reflexões metaliterárias.
- Tadeusz Rozewicz - foto © Maciej Kulczyński
OBRA DO POETA TADEUSZ RÓŻEWICZ PUBLICADO EM PORTUGUÊS
No Brasil
em antologias
:: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996.
:: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.
:: Bem acima do silêncio escrevo teu nome - Poesia e Holocausto. [idealização e organização Francisco Mallmann e Laura Nicolli]. Associação Casa de Cultura Beit Yaacov; Museu do Holocausto de Curitiba, s/data. {poetas presentes: Anne Ranasinghe, Charlotte Delbo, Ingeborg Bachmann, Irena Klepfisz, Jerzy Ficowski, Mascha Kaléko Motele, Nelly Sachs, Paul Celan, Paul Éluard, Peretz Markish, René Char, Rose Ausländer, Santino Spinelli, Selma Merbaum, Tadeusz Różewicz, W. H. Auden, Wislawa Szymborska}. Disponível no link. (acessado em 13.3.2024).
em revistas
:: Tadeusz Różewicz (1921-2014) - poemas. p. 42-49 / Poesia Sempre - Polônia. [editor e apresentação Marco Lucchesi; editor adjunto Ruy Espinheira Filho; coordenação editorial Raquel Fábio, Raquel Martins Rêgo e Tarso Tavares; vários tradutores]. In: Revista Poesia Sempre, n. 30 - ano 15, 2008. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. Disponível no link. (acessado em 22.1.2024)
peças de teatro
:: Casamento branco. Tadeusz Rozewicz. Tradução Millôr Fernandes. Peça de teatro {manuscrito}. Coleção Acervo Sérgio Britto Digital. In: Funante. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
Em Portugal
em antologias portuguesas
:: Versos polacos. {Tadeusz Rozewicz, Wislawa Szymborska, Ryszard Krinicki e Zbigniew Herbert}.. [tradução de Maria Teresa Bação Fernandes, Filipa Menezes, Maria Clara Correia, Carlos Santos Pereira, Henryk Siewierski]. Lisboa: Faculdade de Letras, 1985.
:: Contos polacos. [tradução de José Saramago; prefácio Michal Sprusinski]. Lisboa: Editorial Estampa, 1977. {autores presentes: Stefan Zeromski, Wladyslaw Stanislaw Reymont, Maria Dabrowska, Witold Gombrowicz, Bruno Schulz, Zofia Nalkowska, Tadeusz Borowski, Jan Parandowski, Wojciech Zukrowski, Bohdan Czeszko, Kazimierz Brandys, Adolf Rudnicki, Kornel Filipowicz, Stanislaw Dygat, Jerzy Andrzejewski, Tadeusz Rozewicz, Jaroslaw Iwaszkiwicz, Tadeusz Nowak, Julian Kawalec, Slawomir Mrozek, Stanislaw Lem e Tadeusz Holuj}. // Conto: O Pecado (Tadeusz Rozewicz)
Em espanhol
:: Poesia abierta (1944-2003). Tadeusz Różewicz. [traduccion, edición e prólogo Fernando Presa González]. Edición bilingüe polaco-español. Barcelona/ES: La Poesia Señor Hidalgo, 2003.
:: Siempre fragmentos: poemas selectos. Tadeusz Rózewicz. [selección, traducción y nota de Gerardo Beltrán y Abel A. Murcia]. Colección Poesis ++. Caracas : Bid & Co. Editor, 2007
- Tadeusz Rozewicz - foto © Tomasz Stańczak
SELETA DE POEMAS DO POETA POLONÊS TADEUSZ RÓŻEWICZ - EM EDIÇÃO BILÍNGUE // POESIA TRADUZIDA
No meio da vida
Depois do fim do mundo
depois da morte
me achei no meio da vida
criava a mim mesmo
construía a vida
gente animais paisagem
isto é uma mesa eu dizia
isto é uma mesa
sobre a mesa repousam o pão a faca
a faca serve para cortar o pão
a gente se alimenta de pão
é preciso amar o homem
eu aprendia de noite e de dia
o que é preciso amar
eu respondia o homem
isto é uma janela eu dizia
isto é uma janela
além da janela é o jardim
no jardim eu vejo uma macieira
a macieira floresce
caem as flores
os frutos se formam
amadurecem
meu pai colhe a maçã
aquele homem que está colhendo a maçã
é meu pai
eu ficava sentado na soleira da casa
aquela velha que
puxa um bode pela soga
é mais necessária
e mais valiosa
do que as sete maravilhas do mundo
quem pensar e sentir
que ela não é necessária
esse é um genocida
isto é um homem
isto é uma árvore isto é um pão
os homens se alimentam para viver
eu repetia a mim mesmo
a vida humana é importante
& vida humana tem um grande peso
o valor da vida
ultrapassa o valor de qualquer objeto
que o homem fez
0 homem é um grande tesouro
eu repetia contumaz
isto é água eu dizia
alisava as ondas com a mão
e falava com o rio
água dizia eu
água boa
isto sou eu
o homem falava à água
falava à lua
às flores à chuva
falava à terra
às aves
ao céu
o céu se calava
se calava a terra
se ele ouvia a voz
que subia
da terra da água e do céu
isto era a voz de outro homem
**
W środku życia
Po końcu świata
po śmierci
znalazłem się w środku życia
stwarzałem siebie
budowałem życie
ludzi zwierzęta krajobrazy
to jest stół mówiłem
to jest stół
na stole leży chleb nóż
nóż służy do krajania chleba
chlebem karmią się ludzie
człowieka trzeba kochać
uczyłem się w nocy i w dzień
co trzeba kochać
odpowiadałem człowieka
to jest okno mówiłem
to jest okno
za oknem jest ogród
w ogrodzie widzę jabłonkę
jabłonka kwitnie
kwiaty opadają
zawiązują się owoce
dojrzewają
mój ojciec zrywa jabłko
ten człowiek który zrywa jabłko
to mój ojciec
siedziałem na progu domu
ta staruszka która
ciągnie na powrozie kozę
jest potrzebniejsza
i cenniejsza
niż siedem cudów świata
kto myśli i czuje
że ona jest niepotrzebna
ten jest ludobójcą
to jest człowiek
to jest drzewo to jest chleb
ludzie karmią się aby żyć
powtarzałem sobie
życie ludzkie jest ważne
życie ludzkie ma wielką wagą
wartość życia
przewyższa wartość wszystkich przedmiotów
które stworzył człowiek
człowiek jest wielkim skarbem
powtarzałem uparcie
to jest woda mówiłem
gładziłem ręką fale
i rozmawiałem z rzeką
wodo mówiłem
dobra wodo
to ja jestem
człowiek mówił do wody
mówił do księżyca
do kwiatów deszczu
mówił do ziemi
do ptaków
do nieba
milczało niebo
milczała ziemia
jeśli usłyszał głos
który płynął
z ziemi wody i nieba
to był głos drugiego człowieka
- Tadeusz Różewicz [tradução Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. In: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.
§§
Esboço para um moderno poema erótico
Entretanto a brancura
pode ser descrita melhor pelo gris
o pássaro por uma pedra
girassóis
no inverno
os antigos poemas eróticos
costumavam ser descrições do corpo
descreviam isto e aquilo
por exemplo pestanas
entretanto a cor vermelha
deveria ser descrita
pelo gris o sol pela chuva
as papoulas no outono
os lábios pela noite
a mais plástica
descrição do pão
é a descrição da fome
há nela
um cerne úmido e poroso
Um morno interior
girassóis na noite
os seios o ventre as coxas de Cibele
uma original
cristalina descrição
da água
é a descrição da sede
da cinza
do deserto
provoca fada-morgana
nuvens e árvores entrando
num espelho
Carência fome
ausência
do corpo
e a descrição do amor
e um moderno poema erótico
**
Szkic do erotyku wspłczesnego
A przecież biel
najlepiej opisać szarością
ptaka kamieniem
słoneczniki
w grudniu
dawne erotyki
bywały opisami ciała
opisywały to i owo
na przykład rzęsy
a przecież czerwień
powinno opisywać się
szarością słońce deszczem
maki w listopadzie
usta nocą
najplastyczniejszym
opisem chleba
jest opis głodu
jest w nim
wilgotny porowaty ośrodek
ciepłe wnętrze
słoneczniki w nocy
piersi brzuch uda Kybele
źródlanym
przezroczystym opisem
wody
jest opis pragnienia
popiołu
pustyni
wywołuje fatamorganę
obłoki i drzewa wchodzą
w lustro
Brak głód
nieobecność
ciała
jest opisem miłości
jest erotykiem współczesnym
- Tadeusz Różewicz [tradução Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. In: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.
§§
Minha poesia
não justifica nada
não explica nada
não renuncia a nada
não abarca o todo
não realiza a esperança
não cria novas regras de jogo
não participa da festa
tem lugar circunscrito
que precisa preencher
se não é fala esotérica
nem fala original
se não espanta
está claro que assim é preciso
é obediente à própria fatalidade
suas próprias possibilidades
e limitações
perde para si mesma
não entra em lugar de outra
nem por outra pode substituir-se
aberta para todos
desprovida de mistério
tem muitas tarefas
que nunca poderá cumprir
**
Moja poezja
niczego nie tłumaczy
niczego nie wyjaśnia
niczego się nie wyrzeka
nie ogarnia sobą całości
nie spełnia nadziei
nie stwarza nowych reguł gry
nie bierze udziału w zabawie
ma miejsce zakreślone
które musi wypełnić
jeśli nie jest mową ezoteryczną
jeśli nie mówi oryginalnie
jeśli nie zadziwia
widocznie tak trzeba
jest posłuszna własnej konieczności
własnym możliwościom
i ograniczeniom
przegrywa sama ze sobą
nie wchodzi na miejsce innej
i nie może być przez inną zastąpiona
otwarta dla wszystkicjh
pozbawiona tajemnicy
ma wiele zadań
którym nigdy nie podoła
.................................. (1965)
- Tadeusz Różewicz [tradução Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. In: Quatro poetas poloneses: Wislawa Szymborska, Tadeusz Rozewicz, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz. [tradução e prefácio Henryk Siewierski e José Santiago Naud]. Curitiba: Secretaria do Estado da Cultura, 1994.
§§
Quem é o poeta
Poeta é aquele que escreve poemas
e aquele que não escreve poemas
poeta é aquele que arrebenta grilhões
e aquele que coloca grilhões em si próprio
poeta é aquele que crê
e aquele que não consegue crer
poeta é aquele que mentiu
e aquele que foi iludido
poeta é aquele que comeu da mão
e aquele que decepou as mãos
poeta é aquele que parte
é aquele que não consegue partir
**
Kto jest poetą
poetą jest ten który pisze wiersze
i ten który wierszy nie pisze
poetą jest ten który zrzuca więzy
i ten który więzy sobie nakłada
poetą jest ten który wierzy
i ten który uwierzyć nie może
poetą jest ten który kłamał
i ten którego okłamano
poetą jest ten co ma usta
i ten który połyka prawdę
ten który upadał
i ten który się podnosi
poetą jest ten który odchodzi
i ten który odejść nie może
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996.
§§
O retorno do poeta
Adormeci
como um jovem
caía a neve na noite
acordei como
um velho poeta
sonhei estar escrevendo poemas
nos jardins aparados da poesia
novamente apareceram anões
rosas e lingüistas
Majero su nariz...
y su vida
ri-me despreocupado
ela consertou o nariz...
e a sua vida
Sonhei que lia poesias
no México
que Janek Zich
com um colibri sobre a cabeça
fala espanhol
Vi
o dourado Tepotzotlán
refletiu-se nos espelhos
dia e noite
caía gota a gota
no oceano no céu
Voei sobre o Atlântico
numa mala de coletânea de poesias
Face
creme de barbear giletes
salame papel higiênico
algodão óleo café envelopes
meias malhas cigarros
anel de prata
deus chuvas sabão
fósforos do hotel El Presidente
endereços você tem asas
pule
acordado
lia anônimos
esqueci-me
o que é a poesia
outros poetas escreviam
os meus poemas
**
Powrót poety
Zasnąłem
jako młody człowiek
w nocy padał śnieg
zbudziłem się stary
poeta
śniło mi się że pisałem wiersze
w strzyżonych ogrodach poezji
znów pojawiły się krasnoludki
róże i lingwiści
Mejoro su nariz...
y su vida!
śmiałem się beztrosko
Poprawiła swój nos...
i swoje życie!
śniło mi się
że czytam wiersze
w Meksyku
że Janek Zych
z kolibrem na głowie
mówił po hiszpańsku
Widziałem
złoty Tepotzotlan
przeglądał się w lustrach
dnia i nocy
kropla za kroplą spadał
do oceanu nieba
Leciałem nad Atlantykiem
w walizce tomik poezji
Twarz
krem do golenia żyletki
salami papier toaletowy
wata oliwa kawa koperty
skarpetki sweter papierosy
przebudzony
czytałem anonimy
zapomniałem
co to jest poezja
inni poeci pisali moje wiersze
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996.
§§
Reabilitação post-mortem
Os mortos lembram-se
de nossa indiferença
os mortos lembram-se
de nosso silêncio
os mortos lembram-se
de nossas palavras
Os mortos veem as nossas caras
distendidas de orelha a orelha
Os mortos veem os nossos
corpos que se esfregam
os mortos veem as nossas mãos
prontas para aplaudir
Os mortos lêem os nossos livros
ouvem os nossos discursos
pronunciados há muito tempo
os mortos ouvem
o ruído de nossas línguas
os mortos analisam os relatórios
participam de discussões
Todos os vivos são culpados
culpados são aqueles que fugiram
e aqueles que ficaram
aqueles que disseram sim
aqueles que disseram não
e aqueles que nada falaram
os mortos estão contando os vivos
os mortos não haverão de reabilitar-nos
**
Rehabilitacja Pośmiertna
Umarli przypominają sobie
naszą obojętność
Umarli przypominają sobie
nasze milczenie
Umarli przypominają sobie
nasze słowa
Umarli widzą nasze pyski
roześmiane od ucha do ucha
Umarli widzą nasze
trące się ciała
Umarli widzą nasze ręce
złożone do oklasków
Umarli czytają nasze książki
słuchają naszych przemówień
wygłoszonych tak dawno
umarli słyszą
mlaskanie języków
umarli studiują referaty
biorą udział w dyskusjach
Wszyscy Żywi są winni
ci co uciekli są winni
i ci co zostali
ci którzy mówili tak
i ci którzy mówili nie
ci którzy nic nie mówili
umarli liczą żywych
umarli nas nie zrehabilitują.
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996.
§§
Minha poesia
nada traduz
nada explica
nada expressa
não abarca totalidade alguma
não reifica esperança alguma
não cria regras novas
não participa de diversão alguma
possui lugar definido
que deve preencher
se não é esotérica
se não é original
se não deixa perplexo
assim deve então supostamente ser
obedece à própria necessidade
às próprias possibilidades
e limitações
é autodominada
não substitui coisa alguma
não pode ser substituída por coisa alguma
é aberta a tudo
sem segredos
possui muitas tarefas
que jamais satisfaz
................................... (1965)
- Tadeusz Różewicz [tradução Aleksandr Jovanović]. In: JOVANOVIĆ, Aleksandar. Cinco poetas da Europa Centro-Oriental: forja mágica de metáforas e temas. Cadernos de Literatura em Tradução, n. 17, p. 130-149, 2017. {ver original acima no mesmo poema em tradução de Henryk Siewierski e José Santiago Naud}
§§
a poesia nem sempre
a poesia nem sempre
adopta a forma
de um poema
depois de cinquenta anos
a escrever
a poesia
pode apresentar-se
ao poeta
na forma de uma árvore
de um pássaro
que voa
de luz
adota a forma
de uma boca
refugia-se no silêncio
ou vive no poeta
livre de forma e de conteúdo
**
poezja nie zawsze
poezja nie zawsze
przybiera formę
wiersza
po pięćdziesięciu latach
pisania
poezja
może się objawić
poecie
w kształcie drzewa
odlatującego
ptaka
światła
przybiera kształt
ust
gnieździ się w milczeniu
albo żyje w poecie
pozbawiona formy i treści
- Tadeusz Różewicz [tradução Jorge Sousa Braga]. In: Poesia Ilimitada, 5 de maio 2007.
§§
Entre tantas tarefas
Entre tantas tarefas
tão urgentes
esqueci que
também é preciso
morrer
leviano
descuidei dessa obrigação
ou só a cumpri
negligentemente
a partir de amanhã
tudo muda
começo a morrer com cuidado
com sapiência otimismo
sem perda de tempo
**
Wśród wielu zajęć
Wśród wielu zajęć
bardzo pilnych
zapomniałem o tym
że również trzeba
umierać
lekkomyślny
zaniedbałem ten obowiązek
lub wypełniałem go
powierzchownie
od jutra
wszystko się zmieni
zacznę umierać starannie
mądrze optymistycznie
bez straty czasu
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: Poesia Sempre "Polônia" [editor e apresentação Marco Lucchesi; editor adjunto Ruy Espinheira Filho; coordenação editorial Raquel Fábio, Raquel Martins Rêgo e Tarso Tavares; vários tradutores]. Revista Poesia Sempre, n. 30 - ano 15. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008.
§§
No meio com o silêncio
Posso nomear o inominável com a palavra
posso nomear a pátria
o amor o oiro uma rosa
posso gritar ou calar
posso enunciar as cores
os mares as ilhas os pássaros os frutos.
Digo o nome de minha amada
à pátria chamo-a pelo seu nome
repito duas vezes uma palavra
chamo o inominável com o silencio.
**
Nazywam milczeniem
Nienazwane mogę nazwać słowem
mogę nazwać ojczyzną
miłością złotem różą
mogę wołać albo milczeć
mogę wymieniać kolory
morza wyspy ptaki owoce.
Wymieniam imię ukochanej
ojczyznę nazywam po imieniu
jedno słowo dwa razy powtarzam
nienazwane nazywam milczeniem.
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.
§§
O autocarro negro
Este autocarro negro
é distinto dessa manada de autocarros vermelhos
que fervem como uma panela
no fogo
no seu interior um passageiro
paciente e longitudinal
com casaco de madeira
fechado até ao último prego
descerá na última paragem
Ninguém se mata
por subir a este autocarro
muito pelo contrário
Pintemos todos os autocarros
de negro com uma linha branca
Sua aparência melancólica
incitara as pessoas
a uma reciproca benevolência
quando subam
e quando desçam
................................................ 1954
**
Czarny autobus
Ten czarny autobus
jest inny niż stado czerwonych
kipiący jak garnek
na blasze
W środku jeden pasażer
cierpliwy i podłużny
w drewnianym płaszczu
zapięty na ostatni gwóźdź
wysiądzie na ostatnim przystanku
Do tego autobusu nikt się nie pcha
po trupach
wprost przeciwnie
Pomalujmy wszystkie autobusy
na czarno z białym paskiem
ich melancholijny wygląd
skłoni ludzi
do wzajemnej życzliwości
przy wsiadaniu
i przy wysiadaniu
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.
§§
Não me atrevo
Assolado
pelo riso e pelas palavras
golpeado
pelos pequenos sentimentos e pelas coisas insignificantes
por meio amor
e meio ódio
aí onde há que gritar
falo com um sussurro
Conheceis esta voz
quebra-se na garganta seca
como uma cana
os velhos poemas caem de mim
todavia não me atrevo a sonhar com os novos
com a nova poesia
a qual
pode pressentir-se
num momento feliz
**
Nie śmiem
Spustoszony
przez śmiech i słowa
pobity przez
małe uczucia i rzeczy
przez pół miłości
i pół nienawiści
tam gdzie trzeba krzyczeć
mówię szeptem
Znacie ten głos
łamie się w suchej krtani
jak trzcina
stare wiersze opadają ze mnie
o nowych nie śmiem jeszcze marzyć
o nowej poezji
którą
można przeczuć
w chwili szczęśliwej
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.
§§
Queima de poemas
Conto-vos uma história
não muito curiosa
a queima de poemas
deve fazer-se em silêncio
é uma cerimónia
desprovida de gestos
patéticos
a queima de poemas deve fazer-se
no meio de uma decoração comum
uma mesa três cadeiras
um armário com livros
arde o papel
dança a chama
o fumo sobe para cima
Quando nasceram as palavras
gritou
agora cala
**
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010. {Obs.: não encontramos o original}.
§§
Jogos
E que importa que amanhã
seja o fim do mundo
Numa povoação eslovaca
aos pés de uma grande nuvem
há um homenzito
com bigodes amarelos
que golpeia um tambor
Por um só ouvido
escuta-o um rapazito
que vai de bicicleta
pelo outro ouvido rosa
um vale entre montanhas azuis
uma rapariga vê-se
entre os espelhos
colocados entre o céu e a terra
um homem moderado e uma mulher
com seriedade e precisão
criam um novo homem
é um professor sábio
que agora se assemelha
a um pequeno cavalo
pese embora no embrião junto à cabeça
e às extremidades se possam descobrir:
os óculos o guarda-chuva o título
a cátedra e a visão do mundo.
Os que melhor se portam são os loucos
constroem casitas para os pássaros
educam os filhos
instalam viveiros
aprendem gramática
no entanto
as pessoas normais
brincam com bombas de hidrogénio.
................................................... 1957
**
Zabawy
I cóż z tego że jutro
koniec świata
W słowackim miasteczku
u stóp wielkiej chmury
stoi człowieczek
z żółtymi wąsami
i uderza w bęben
Slucha go jednym uchem
chłopiec
jadacy na rowerze
drugim uchem różowym
dolina wśród niebieskich gór
dziwczyna przrgląda się
w zwierciadłach
ustawionrch od nieba do ziemi
stateczny mąż i niewiasta
z powagą i dokładnością
stwarzają nowego człowieka
jest to uczony profesor
na razie podobny
do małego konia
lecz już w zalążku obok głowy
i kończyn można odkryć:
okulary parasol i dyplom
katedrę i światopogląd
Najlepiej sprawują się wariaci
budują domki dla ptaków
wychowują dzieci
zakłdają szkółki leśne
uczą się gramatyki
natomiast
ludzie normalni
bawią się bombami wodorowymi
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.
§§
Estive A Escrever
Estive a escrever
um momento ou uma hora
sentia ira
mudo
sentei-me junto a mim
os olhos embaciaram-se-me de lágrimas
estava a escrever há muito tempo
de repente dei-me conta
de que não tenho a pena na mão
**
Pisałem
Pisałem
chwilę albo godzinę
wieczór noc
ogarniał mnie gniew
drżałem albo niemy
siedziałem obok siebie
oczy zachodziły mi łzami
pisałem już bardzo długo
nagle spostrzegłem
że nie mam w ręku pióra
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.
§§
Desde há algum tempo
Desde há alguns anos
que o processo da morte da poesia
se acelera
adverti
que os novos poemas
publicados em semanários
começam a decompor-se
ao cabo de duas ou três horas
os poetas mortos
vão-se rapidamente
os vivos
cospem
à pressa
novos livros
como se quisessem fechar o ralo
com papel
**
Od jakiegoś czasu
Od kilku lat
proces umierania poezji
jest przyspieszony
zauważyłem
że nowe wiersze
ogłaszane w tygodnikach
ulegają rozkładowi
w ciągu dwóch trzech godzin
umarli poeci
odchodzą szybciej
żywi
wyrzucają z siebie
w pośpiechu
nowe książki
jakby chcieli zapchać papierem
dziurę
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.
§§
Conto sobre as mulheres velhas
Gosto das mulheres velhas
as mulheres feias
as más mulheres
são o sal da terra
não sentem aversão
pelo lixo humano
conhecem a outra face
de uma medalha
do amor
e da fé
vêm e vão
os ditadores endoidecem
têm as mãos manchadas
com sangue de seres humanos
as mulheres velhas levantam-se pela madrugada
compram carne fruta pão
limpam cozinham
permanecem na rua com os braços
cruzados calam
as mulheres velhas
são imortais
Hamlet agita-se na rede
Fausto faz um papel vil e ridículo
Raskólnikov golpeia com um machado
as mulheres velhas são
indestrutíveis
sorriem com indulgência
deus morre
as mulheres velhas levantam-se
cada dia
pela madrugada compram pão vinho peixe
morre a civilização
as mulheres velhas levantam-se pela madrugada
abrem as janelas
retiram a sujidade
morre um homem
as mulheres velhas
levam os restos
enterram os mortos
plantam flores
nas tumbas
gosto de mulheres velhas
de mulheres feias
de más mulheres
crêem na vida eterna
são o sal da terra
o córtex de uma árvore
são os olhos submissos dos animais
vêem na sua justa medida
a cobardia e o heroísmo
a grandeza e a insignificância
como as exigências
de um dia quotidiano
seus filhos descobrem a América
caem nas Termópilas
morrem nas cruzes
conquistam o cosmos
as mulheres velhas saem de madrugada
para a cidade compram leite
pão carne condimentam
a sopa
abrem as janelas
só os idiotas se riem
das mulheres velhas
das mulheres feias
das más mulheres
porque são mulheres belas
mulheres boas
mulheres velhas
são um ovo
são um segredo sem segredos
são uma bola que roda
as mulheres velhas
são múmias
dos gatos sagrados
são pequenos
murchos
secos
frutos mananciais
ou gordurosos
budas ovais
quando morrem
brota do olho
uma lágrima que se une na boca
com o sorriso
de uma mulher jovem
................................................... 1963
**
Opowiadanie o starych kobietach
Lubię stare kobiety
brzydkie kobiety
złe kobiety
są solą ziemi
nie brzydzą się
ludzkimi odpadkami
znają odwrotną stronę
medalu
miłości
wiary
przychodzą i odchodzą
dyktatorzy błaznują
mają ręce splamione
krwią ludzkich istot
stare kobiety wstają o świcie
kupują mięso owoce chleb
sprzątają gotują
stoją na ulicy z założonymi
rękami
milczą
stare kobiety
są nieśmiertelne
Hamlet miota się w sieci
Faust gra rolę nikczemną i śmieszną
Raskolnikow uderza siekierą
stare kobiety są
niezniszczalne
uśmiechają się pobłażliwie
umiera bóg
stare kobiety wstają jak co dzień
o świcie kupują chleb wino rybę
umiera cywilizacja
stare kobiety wstają o świcie
otwierają okna
usuwają nieczystości
umiera człowiek
stare kobiety
myją zwłoki
grzebią umarłych
sadzą kwiaty
na grobach
lubię stare kobiety
brzydkie kobiety
złe kobiety
wierzą w życie wieczne
są solą ziemi
korą drzewa
są pokornymi oczami zwierząt
tchórzostwo i bohaterstwo
wielkość i małość
widzą w wymiarach właściwych
zbliżonych do wymagań
dnia powszedniego
ich synowie odkrywają Amerykę
giną pod Termopilami
umierają na krzyżach
zdobywają kosmos
stare kobiety wychodzą o świcie
do miasta kupują mleko chleb
mięso przyprawiają zupę
otwierają okna
tylko głupcy śmieją się
ze starych kobiet
brzydkich kobiet
złych kobiet
bo to są piękne kobiety
dobre kobiety
stare kobiety
są jajem
są tajemnicą bez tajemnicy
są kulą która się toczy
stare kobiety
są mumiami
świętych kotów
są małymi
wysychającymi źródłami
pomarszczonymi owocami
albo tłustymi
owalnymi buddami
kiedy umierają
z oka wypływa
łza
i łączy się
na ustach z uśmiechem
............................................... 1963
- Tadeusz Różewicz [tradução João Luís Barreto Guimarães a partir da edição castelhana de Fernando Presa González]. In: Poesia Ilimitada, 14 de agosto de 2010.
§§
Uma árvore
Felizes eram
os antigos poetas
o mundo como uma árvore
eles feito crianças
O que devo pendurar
no galho de uma árvore
que sofreu
uma chuva de metal
Felizes eram
os antigos poetas
em torno da árvore
dançavam feito crianças
O que devo pendurar
no galho de uma árvore
que foi queimada
e não cantará outra vez
Felizes eram
os antigos poetas
sob o carvalho
cantavam feito crianças
Mas nossa árvore
se partiu à noite
ao peso de um
cadáver desprezado
**
Drzewo
Byli szczęśliwi
dawniejsi poeci
Świat był jak drzewo
a oni jak dzieci
Cóż ci powieszę
na gałęzi drzewa
na które spadła
żelazna ulewa
Byli szczęśliwi
dawniejsi poeci
dokoła drzewa
tańczyli jak dzieci
Cóż ci powieszę
na gałęzi drzewa
które spłonęło
które nie zaśpiewa
Byli szczęśliwi
dawniejsi poeci
pod liściem dębu
śpiewali jak dzieci
A nasze drzewo
w nocy zaskrzypiało
I zawisło na nim
pogardzone ciało
- Tadeusz Rozewicz [tradução Pedro Gonzaga a partir da tradução de Adam Czerniawski]. GONZAGA, Pedro. Poesia em Casa – Especial Polônia: a resistência poética. Estado da Arte, 10.9.2017.
§§
O sobrevivente
Tenho vinte e quatro anos
levado ao matadouro
sobrevivi.
Seguem alguns sinônimos vazios:
homem e fera
amor e ódio
amigo e rival
escuridão e luz.
O modo de matar homens e feras é o mesmo
eu vi:
caminhões de homens esquartejados
que jamais serão salvos.
Ideias são meras palavras:
virtude e crime
verdade e mentiras
beleza e feiura
coragem e covardia.
Virtude e crime valem o mesmo
eu vi:
num homem que era a um só tempo
criminoso e virtuoso.
Procuro um professor e um mestre
talvez ele possa restaurar minha visão audição e fala
talvez ele possa renomear objetos e ideias
talvez separar a escuridão da luz.
Tenho vinte e quatro anos
levado ao matadouro
sobrevivi.
**
Ocalony
Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.
To są nazwy puste i jednoznaczne:
człowiek i zwierzę
miłość i nienawiść
wróg i przyjaciel
ciemność i światło.
Człowieka tak się zabija jak zwierzę
widziałem:
furgony porąbanych ludzi
którzy nie zostaną zbawieni.
Pojęcia są tylko wyrazami:
cnota i występek
prawda i kłamstwo
piękno i brzydota
męstwo i tchórzostwo.
Jednako waży cnota i występek
widziałem:
człowieka który był jeden
występny i cnotliwy.
Szukałem nauczyciela i mistrza
niech przywróci mi wzrok słuch i mowę
niech jeszcze raz nazwie rzeczy i pojęcia
niech oddzieli światło od ciemności.
Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.
- Tadeusz Rozewicz [tradução Pedro Gonzaga a partir da tradução de Adam Czerniawski]. GONZAGA, Pedro. Poesia em Casa – Especial Polônia: a resistência poética. Estado da Arte, 10.9.2017.
§§
Kazimierz Przerwa-Tetmajer (1)
18 de janeiro de 1940
na Varsóvia
ocupada pelas tropas de Hitler
foi encontrado na rua
um miserável sem teto
morreu sem recobrar
a consciência
mas para tanto é preciso esperar
longa, pacientemente
os monstros ainda estão submersos
no sono
no cérebro
essa gota de sangue
pulsando
no âmago misterioso
do futuro
tecido
que sucumbirá à degeneração
Munique 1899
Kazimierz Przerwa-Tetmajer
observa na Nova Pinacoteca
A ilha dos mortos
as pessoas se vão como névoa
do campo rumo ao lago Vão descansar
um ano ainda
então terá início o século XX
nascerá o filho
primogênito
o carrasco
o tumor
mas para tanto ainda é preciso esperar
encontrado
em 1940
um faminto desconhecido
declamava em febre
balbuciava
“na seda do leito, lânguida, esguia,
ouro e sol, tez ardente e radiosa,
Dânae, do abraço de Zeus desejosa,
o corpo impoluto inteiro exibia” (2)
**
Kazimierz Przerwa-Tetmajer
18 stycznia 1940 roku
w okupowanej przez hitlerowców
Warszawie
znaleziono na ulicy
bezdomnego nędzarza
umarł nie odzyskawszy
przytomności
ale na to trzeba czekać
cierpliwie i długo
potwory pogrążone są jeszcze
w śnie
w mózgu
ta kropla krwi
pulsująca
w tajemniczym wnętrzu
przyszłości
tkanka
która ulegnie degeneracji
München 1899
Kazimierz Przerwa-Tetmajer
ogląda w Nowej Pinakotece
„Wyspę Umarłych”
ludzie odpływają jak mgły
z łąki na jezioro Idą odpocząć
jeszcze rok
potem zacznie się XX wiek
urodzi się syn
pierworodny
oprawca
nowotwór
ale na to trzeba jeszcze czekać
znaleziony
w roku 1940
nieznany głodomór
deklamował w malignie
mamrotał
„na miękkim puchu białego posłania
promienna cała od słońca pozłoty
Danae Zeusa spragniona pieszczoty
z osłon swe ciało dziewicze odsłania”
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Revista Contexto, Vitória, n. 36, 2019
---------------
(1) Pronuncia-se, aproximadamente, “Cajímiech Pchérva-Tétmaier”. Poeta, dramaturgo e prosador polonês, Tetmajer (1865-1940) foi figura de proa entre os literatos da Jovem Polônia (1891-1918). Proclamando o valor da arte como um derradeiro refúgio diante da efemeridade da existência humana e da vileza de um mundo de filistinos, seus versos deram expressão emblemática às tendências decadentistas do período.
(2) Estrofe inicial do soneto “Danae Tycjana” (“A Dânae de Ticiano”), texto que Przerwa-Tetmajer incluiu no volume Poezje. Seria trzecia (Poesia. Série III), publicado em 1898.
§§
Eu vi um monstro maravilhoso
Morto vivo
incessante mina
de ouro
Na baixa temporada
nas colunas da imprensa a cores
ao lado de uma serpente marinha
salta à vista
Pablo Picasso
Um monstro
da pré-história
da arte
viveu se empanturrou se riu
no ventre do mundo
nas feiras
Há um quarto de século
apareceu em Cracóvia
na Rua Karmelicka
em pleno meio-dia
primeiro a grande cabeça calva
na cabeça os olhos negros chamejantes
nas costas tinha uma jaqueta montanhesa
na mão uma machadinha
foi rodeado por transeuntes
xeretas que se juntam
no local de uma catástrofe
ou junto a uma barraca de cerveja
das mãos escurecidas pelo sol
Picasso tirou uma pomba branca
incrivelmente clara
transparente
o mestre
morou em muitas casas castelos
rodeado de esposas mortas vivas
reproduzindo produzindo filhos quadros
cem
duzentos
trezentos
um milhão de dólares
em Pyskowice e Gliwice
pintores de parede começaram
a pintar residências à la Picasso
em vez de “isso está muito Ticiano”
se passou a dizer “isso está muito Picasso”
Depois chegou a notícia
de que morreu de que se arrastam
uns processos relativos ao espólio
o morto se mexeu
das paredes das galerias particulares
salões de arte museus bancos
capelas se derramam quadros
os preços aumentam
Ele grávida
necrópole da arte
rosa dos ventos
mina de ducados de ouro
sorri para mim
ironicamente e some
na esquina de alguma rua do cosmos
e eu mais jovem
vinte e sete anos
sigo
para a Rua Krupnicza
no caminho compro
chá açúcar
pão e salsicha
em casa me aguarda
uma tarefa:
Fazer poesia depois de Oświęcim.
**
Widziałem cudowne monstrum
Umarły żywy
ciągle rodzi
złoto
W sezonie ogórkowym
na łamach prasy kolorowej
obok węża morskiego
wyłania się
Pablo Picasso
Monstrum
z prehistorii
sztuki
żył żerował żartował
w brzuchu świata
na jarmarkach
Przed ćwierć wiekiem
pokazał się w Krakowie
na ulicy Karmelickiej
w samo południe
najpierw łysa wielka głowa
w głowie czarne płonące oczy
na grzbiecie miał serdak góralski
w ręce ciupagę
otoczyli go przechodnie
gapie którzy się gromadzą
dokoła miejsca katastrofy
albo przy budce z piwem
z jego pociemniałych w słońcu
rąk wyleciał biały gołąb
niewiarygodnie czysty
przeźroczysty
sztukmistrz
żył w wielu domach zamkach
otoczony zmarłymi żywymi żonami
reprodukował produkował dzieci obrazy
sto
dwieście
trzysta
milion dolarów
w Pyskowicach i Gliwicach
malarze pokojowi zaczęli
malować mieszkania w pikasy
zamiast „nie bądź taki tycjan”
mówiono „nie bądź taki pikaso”
Potem przyszła wiadomość
że zmarł że toczą się toczą
jakieś procesy spadkowe
umarły poruszył się
ze ścian prywatnych galerii
salonów sztuki muzeów banków
kaplic osypują się obrazy
rosną w cenę
On brzemienny
nekropol sztuki
róża wiatrów
rodzi złote dukaty
uśmiecha się do mnie
ironicznie i ginie
za rogiem ulicy w kosmosie
a ja młodszy od siebie
o dwadzieścia siedem lat
idę
na ulicę Krupniczą
po drodze kupuję
herbatę cukier
bułki i serdelki
w domu czeka na mnie
zadanie:
Stworzyć poezję po Oświęcimiu.
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Revista Contexto, Vitória, n. 36, 2019.
§§
O u r o
Aurea prima sata est aetas (...)
primeiro foi a idade de ouro
foram passando os séculos
veio o século XX
vai passando o século XX
está perto do fim
perante o mundo cristão
estranhos sinais
surgiram no céu e na terra
estranhos sinais surgiram
nas barras de ouro
nos cofres do Riksbank
o banco central da Suécia
o ouro começou a chorar
lágrimas de sangue
para esconder o fato
o Riksbank pediu
ao banco central suíço
que removesse das barras de ouro
os sinais de identificação
alemães
e que os substituísse por insígnias suecas
o ouro começou a falar
no Banco das Reservas Federais
no Banco da Inglaterra em Londres
em Nova Iorque
Paris no Banque de France
em Madri e Lisboa
um silêncio de ouro tomou
as capitais da Europa e de ambas as Américas
depois começou a derreter
desandaram a falar
tijolos lingotes de ouro
barras de ouro
moedas de ouro
o ouro “lavado” na Europa e na América
se cobre de manchas
sangra
caixas-fortes
são herméticas como câmaras de gás
mas se ouve o ranger de dentes
os gritos sufocados
exala dos cofres
um cheiro asfixiante de carniça
escorre um veneno cadavérico
sangue
o ouro “lavado” na Suíça
se decompõe e apodrece na
asséptica Suécia
guarda dentro de si dentes de ouro
coroas de ouro anéis de ouro
com pedras de diamante
armações de óculos cabelos
canetas-tinteiro respirações
os bancos revelam
os segredos em seu seio
os bancos templos do bezerro de ouro Goldscheissers (1) monumentais
expelem
as impurezas
em ampulhetas
escoa uma areia de ouro
O porta-voz
da Santa Sé
Joaquin Navarro-Valls
não confirmou as informações
divulgadas pela rede de televisão
americana A-and-E
de que o Vaticano guardou
200 milhões de francos suíços
sobretudo em moedas de ouro
pilhadas por fascistas
croatas durante a segunda
guerra mundial
fascistas croatas que
assassinaram “em massa”
sérvios judeus e ciganos
levaram da Iugoslávia no fim
da guerra cerca de 350 milhões
de francos suíços
os britânicos conseguiram se apoderar
de cerca de 150 milhões de francos
suíços mas o resto
foi parar no Vaticano de onde
em seguida conforme sugeriram
rumores foi transferido
para a Espanha e a Argentina
long poems
Newsweek: Nazi-Gold
auch in Portugal
das lange Gedicht(2)
na controvérsia em torno do dinheiro
das vítimas do Holocausto
interveio Israel
não pela primeira vez
organizações judaicas atemorizam
os bancos suíços
e quem sabe o Holocaustu não existiu
cada vez mais se lê sobre isso
em jornais alemães pós-nazistas
em jornais americanos nos jornais da imprensa “nacional” se leem
reimpressasem polonês matérias de jornais estrangeiros
afirmando que o Holocausto não existiu
cada vez mais se pode ler nos muros
de nossas cidades inscrições em polonês “żydzi do gazu” (3) e em “alemão “Juden raus” (4)
são jovens levianos
garotos mal educados crianças
que desenham a estrela de Davi
pendurada na forca
das lange Gedicht com o país ocupado pelas tropas de Hitler
meu amigo Kazimierz Wyka
escreveu para a memória dos pósteros
“As formas como os alemães liquidaram os judeus
pesam na consciência deles.
A reação a essas formas
pesa porém em nossa consciência.
Um dente de ouro arrancado de um cadáver
vai sangrar sempre,
mesmo que já ninguém se recorde
de sua proveniência (...)”
as barras de ouro derreteram
o poema se alonga se desintegra
Schlimmer Verdacht
die Schweiz hat möglicherweise
unmittelbar nach dem 2. Weltkrieg
wissentlich Goldmünzen
aus Gold von Zahnfüllungen
von Holocaust Opfern geprägt (...)
so der britische TV-Sender BBC (5)
mas afinal o Holocaustu não existiu
meu amigo
o professor Kazimierz Wyka
deve ter escutado no Governo Geral (6)
um dito jocoso
“Hitlerzinho tesouro ensinou aos judeus uma lição de ouro”
Kazimierz Wyka um dos justos
escreveu “A economia excluída”. Vida defachada(7)
não sei se esse livro
consta das leituras obrigatórias
nas escolas polonesas
não sei quanto tempo será preciso esperar
até que os senhores (e senhoras) do Ministério da Educação
Nacional
incluam esse título na lista
dasleituras obrigatórias
(mas talvez não tenham lido o livro
nem ouvido sobre ele)
Kazimierz Wyka não plantou árvores na Terra Santa
barras e lingotes de ouro
arreganham os dentes os crânios silenciam
as cavidades dos olhos falam
o presidente do CJM (8) Elan Steinberg
afirma que entre as barras de ouro
monetário se encontram barras
fundidas a partir de jóias moedas
e até dentes de ouro de vítimas do Holocausto
não foram apresentadas no entanto
provas concretas disso
aliás talvez tenha havido um engano
um herdeiro da família de fruticultores
Bertram de Wyszków declarou
que seu avô tinha depósitos significativos
em bancos suíços
mas o Holocausto quem sabe não existiu
logo depois da guerra
surgiram pelo país levas de garimpeiros
“armados” de pás picaretas
bacias peneiras
em busca de veios de ouro
areia de ouro
dentes de ouro
nas auríferas Oświęcims
Majdaneks Treblinkas
revolvendo as cinzas
as entranhas de nossa
mesma mãe terra
em busca deouro ouro ouro
mas afinal o Holocausto não existiu
foi invenção de usurários
banqueiros e comunistas judeus
juntaram-se a eles os ciganos
Madonas choram lágrimas de sangue
só a Madona cigana não chora
o silêncio do mundo é de ouro
na Terra Santa os justos
plantam árvores verdeja
o Bosque Sagrado a jovem floresta
as árvores crescem rumo à luz
o bosque sagrado se moveu
vai ao encontro
da juventude do mundo
as nações contam diligentemente
seus mortos assassinados
asfixiados em câmaras de gás mutilados
enterrados vivos enforcados
somam diminuem
multiplicam dividem pesam
mas afinal o Holocausto não existiu
ninguém mais se recorda
quanto pesa uma lágrima humana
cai na bolsa o preço das lágrimas
reina o pânico nos mercados
o ouro sobe o ouro cai
quem fala da lágrima de uma criança
ah é esse Dostoiévski
o filósofo Heidegger
escrevendo sobre a produção agrícola
moderna mecanizada
se referiu de passagem
à produção de cadáveres
nos campos de concentração
e câmaras de gás
é feita a contagem
de judeus ciganos alemães
ucranianos poloneses russos
às vezes a conta não bateas
cinzas misturadas com a terra
se levantam umas contra as outras
por causa dos vivos
se dividem e lutam
Madonas de porcelana choram
lágrimas de sangue
mães judias árabes argelinas
sem cabeça
avançam gritando
a Madona cigana de Rafael
não chora não fala comigo
bela cheia de graça
o bosque vivo dos justos
se aproximados
templos do bezerro de ouro
dos bancos e se petrifica
dos cofres e esconderijos
das caixas-fortes
escorre um veneno cadavérico
puro como uma lágrima o ouro
se transforma em carniça
arreganha os dentes
e de novo começa a contagem
long poems
nos cofres do Riksbank da Suécia
ainda se encontram
cerca de sete toneladas de ouro pilhado
pela Alemanha de Hitler
com as quais o Terceiro Reich pagou
a Suécia pelo fornecimento de minério de ferro rolamentos
e outros materiais estratégicos
mas afinal o Holocausto não existiu
representantes do Riksbank declaram
que “ouro sujo” na Suécia
há muito já não existe
em 1946 foram devolvidas 7 toneladas
de ouro à Bélgica
e em 1954 6 toneladas à Holanda
na II guerra mundial a Suécia
foi neutra
mas o Holocausto na verdade não existiu
o silêncio do mundo era de ouro
das lange Gedicht
P.S.:
que poema longo, “mestre”!
e não termina não termina o senhor não se amofina
isso tudo talvez não coubesse
em um haikai japonês? Não.
**
Złoto
Aurea prima sata est aetas (...)
złoty był wiek pierwszy
mijały wieki
nastał wiek XX
mija wiek XX
ma się pod koniec
chrześcijańskiemu światu
dziwne znaki
pojawiły się na niebie i ziemi
dziwne znaki pojawiły się
na sztabach złota
w sejfach Riksbanku
centralnego banku Szwecji
złoto zaczęło płakać
krwawymi łzami
by ukryć ten fakt
Riksbank prosił
centralny bank szwajcarski
o usuwanie ze sztab złota
niemieckich znaków
identyfikacyjnych
i zastępowanie ich
pieczęciami szwedzkimi
złoto zaczęło mówić
w Banku Rezerw Federalnych
w Banku Anglii w Londynie
w Nowym Jorku
Paryżu w Banque de France
w Madrycie i Lizbonie
złote milczenie zalegało
w stolicach Europy i obu Ameryk
potem zaczęło się topić
przemówiły
złote cegły złote sztaby
złote sztabki
złote monety
złoto „wyprane” w Europie i Ameryce
pokrywa się plamami
krwawi
kasy pancerne
są zamknięte jak komory gazowe
ale słychać zgrzytanie zębów
stłumione krzyki
z sejfów wydobywa się
duszny zapach padliny
sączy się trupi jad
krew
złoto „wyprane” w Szwajcarii
rozkłada się i gnije
w aseptycznej Szwecji
zawiera w sobie złote zęby
złote koronki złote pierścienie
z diamentowymi oczami
oprawki do okularów włosy
wieczne pióra oddechy
banki odkrywają
swoje tajemne łona
banki świątynie złotego cielca
monumentalne goldszajsery
wydalają
nieczystości
w klepsydrach
przesypuje się złoty piasek
Rzecznik prasowy
Stolicy Apostolskiej
Joaquin Navarro-Valls
nie potwierdził podanych
przez amerykańską sieć
telewizyjną A-and-E
informacji
o przechowywaniu przez Watykan
200 milionów franków szwajcarskich
głównie w złotych monetach
zrabowanych przez faszystów
chorwackich w czasie drugiej
wojny światowej
faszyści chorwaccy którzy
mordowali „masowo”
Serbów Żydów i Cyganów
pod koniec wojny wywieźli
z Jugosławii około 350 milionów
franków szwajcarskich
Brytyjczycy zdołali przechwycić
około 150 milionów franków
szwajcarskich zaś reszta
trafiła do Watykanu skąd
następnie jak sugerowały
pogłoski została przetransferowana
do Hiszpanii i Argentyny
long poems
„Newsweek”: Nazi-Gold
auch in Portugal
das lange Gedicht
do sporu wokół pieniędzy
ofiar Holocaustu
włączył się Izrael
nie po raz pierwszy
żydowskie organizacje straszą
szwajcarskie banki
a może
Holocaustu nie było
coraz częściej czyta się o tym
w postnazistowskich niemieckich gazetach
w gazetach amerykańskich
w polskojęzycznych gazetach „narodowych”
czyta się przedruki z obcojęzycznych
gazet że Holocaustu nie było
coraz częściej czyta się na murach
naszych miast napisy po polsku
„żydzi do gazu” i po niemiecku „Juden raus”
to lekkomyślni młodzieńcy
to źle wychowani chłopcy dzieci
rysują gwiazdę dawida
powieszoną na szubienicy
das lange Gedicht
mój przyjaciel Kazimierz Wyka
pisał ku pamięci potomnych
w czasie hitlerowskiej okupacji
„Formy, jakimi Niemcy likwidowali Żydów,
spadają na ich sumienie.
Reakcja na te formy
spada jednak na nasze sumienie.
Złoty ząb wydarty trupowi
zawsze będzie krwawił,
choćby już nikt nie pamiętał
jego pochodzenia (...)”
sztaby złota rozmiękły
wiersz się wydłuża rozpada
Schlimmer Verdacht
die Schweiz hat möglicherweise
unmittelbar nach dem 2. Weltkrieg
wissentlich Goldmünzen
aus Gold von Zahnfüllungen
von Holocaust Opfern geprägt (...)
so der britische TV-Sender BBC
ale Holocaustu przecież nie było
mój przyjaciel
profesor Kazimierz Wyka
musiał słyszeć w Generalnej Guberni
takie żartobliwe powiedzonko
„Hitlerek złoty nauczył żydów roboty”
Kazimierz Wyka jeden ze sprawiedliwych
napisał książkę Gospodarka wyłączona. Życie na niby
nie wiem czy ta książka
należy do obowiązkowych lektur
w polskich szkołach
nie wiem jak długo trzeba czekać
aż panowie (i panie) z Ministerstwa Edukacji
Narodowej
wciągną ten tytuł na listę
lektur obowiązkowych
(a może nie czytali tej książki
nie słyszeli o niej)
Kazimierz Wyka nie sadził drzewek w Ziemi Świętej
sztabki i sztaby złota
szczerzą zęby czaszki milczą
oczodoły mówią
dyrektor ŚKŻ Elan Steinberg
utrzymuje że wśród sztab złota
monetarnego znajdują się sztaby
przetopione z biżuterii monet
a nawet złotych zębów ofiar Holocaustu
nie przedstawiono jednak na to
konkretnych dowodów
zresztą być może zaszła omyłka
spadkobierca sadowniczej rodziny
Bertramów spod Wyszkowa twierdził
że jego dziadek miał znaczne depozyty
w bankach szwajcarskich
ale Holocaustu może nie było
zaraz po wojnie
pojawili się u nas poszukiwacze złota
„uzbrojeni” w łopaty kilofy
miski sita
szukali złotych żył
złotego piasku
złotych zębów
w złotodajnych Oświęcimiach
Majdankach Treblinkach
szukali w popiołach
we wnętrznościach naszej
wspólnej matki ziemi
szukali złota złota złota
ale Holocaustu przecież nie było
wymyślili go żydowscy
lichwiarze bankierzy i komuniści
przyłączyli się do nich cyganie
Madonny płaczą krwawymi łzami
tylko Madonna cygańska nie płacze
złote jest milczenie świata
w Ziemi Świętej sprawiedliwi
sadzą drzewka zieleni się
Święty Gaj młody las
drzewa rosną do światła
święty las poruszył się
idzie na spotkanie
z młodzieżą świata
narody skrzętnie przeliczają
swoich zabitych zamordowanych
zagazowanych okaleczonych
żywcem pogrzebanych powieszonych
dodają odejmują
mnożą dzielą ważą
ale Holocaustu przecież nie było
nikt już nie pamięta
ile waży jedna łza ludzka
cena łez spada na giełdzie
na rynkach panuje panika
złoto idzie w górę złoto spada
kto mówi o łzie dziecka
a to ten Dostojewski
filozof Heidegger
pisząc o współczesnej zmechanizowanej
produkcji rolnej
mimochodem wspomniał
o produkcji zwłok
w obozach koncentracyjnych
i komorach gazowych
odbywa się liczenie
żydów cyganów niemców
ukraińców polaków rosjan
czasem rachunek się nie zgadza
popioły wymieszane z ziemią
zaczynają powstawać przeciw sobie
za sprawą żywych
dzielą się i biją
porcelanowe Madonny płaczą
krwawymi łzami
żydowskie arabskie algierskie
matki bez głów
idą przed siebie krzycząc
cygańska Madonna Rafaela
nie płacze nie mówi do mnie
piękna łaski pełna
żywy las sprawiedliwych
podchodzi
pod świątynie złotego cielca
pod banki i kamienieje
z sejfów i skrytek
z pancernych kas
sączy się trupi jad
czyste jak łza złoto
zamienia się w padlinę
szczerzy zęby
i znów zaczyna się liczenie
long poems
w sejfach Riksbanku Szwecji
nadal znajduje się
około siedem ton złota zrabowanego
przez hitlerowskie Niemcy
którym Trzecia Rzesza zapłaciła
Szwecji za dostawy rudy żelaza
łożyska kulkowe
i inne materiały strategiczne
ale Holocaustu przecież nie było
przedstawiciele Riksbanku oświadczają
że „brudnego” złota w Szwecji
dawno już nie ma
w roku 1946 zwrócono 7 ton
złota Belgii
a w 1954 roku 6 ton Holandii
w II wojnie światowej Szwecja
była neutralna
a Holocaustu raczej nie było
złote było milczenie świata
das lange Gedicht
PS.
jaki to długi wiersz!
i tak się dłuży dłuży czy to „mistrza” nie nudzi
czy nie można tego zmieścić
w japońskim haiku? Nie można.
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Contexto. n. 36, Vitória, 2019.
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(1) No texto polonês “goldszajsery” (decalque do alemão): caga-ouro.
(2) poemas longos/ Newsweek: ouro nazista/ também em Portugal/ o poema longo.
(3) Judeus para o gás.
(4) Fora, judeus.
(5) Grave suspeita/ logo após a 2ª Guerra mundial/ de caso pensado a Suíça/ possivelmente cunhou moedas/ com ouro de obturações dentárias/ de vítimas do Holocausto (...)/ segundo a emissora de TV britânica BBC
(6) Generalna Gubernia, em pol. (em alemão, por extenso, das Generalgouvernement für die besetzten polnischen Gebiete). O termo designou aunidade administrativo-territorial que abrangia as terras polonesas ocupadas pela Alemanha de Hitler, excetuados aqueles territórios que foram sem mais anexados ao III Reich.
(7) “Gospodarka wyłączona” (“A economia excluída”) é um dos capítulos de Życie na niby(Vida de fachada), livro vindo a lume em 1957, no qual Kazimierz Wyka reuniu escritos de memórias e reflexões surgidos entre 1939 e 1945, sob a ocupação nazista.
(8) Congresso Judaico Mundial; no original ŚKŻ (Światowy Kongres Żydów).
§§
O massacre dos meninos
As crianças gritavam: “Mamãe!
mas eu fui bonzinho!
Está escuro! Está escuro!”
Conseguem ver Vãopara o fundo
Estão vendo as pequenas pegadas
foram para o fundo Estão vendo
essa marca
miúdos pezinhos aqui e ali
Os bolsos cheios
de barbantes e pedrinhas
e pequenos cavalinhos de arame
A grande planície fechada
como uma figura geométrica
e uma árvore defumaça negra
uma árvore morta
vertical
sem estrela na ponta.
............................ Museu –Oświęcim, 1948
**
Rzeź chłopców
Dzieci wołały: "Mamusiu!
ja przecież byłem grzeczny!
Ciemno! Ciemno!"
Widzicie ich Idą na dno
Widzicie małe stopy
poszli na dno Czy widzicie
ten ślad
drobne nóżki tu i tam
W kieszeniach pełno
sznurków i kamyków
i małe koniki z drutu
Wielka równina zamknięta
jak figura geometryczna
i drzewo z czarnego dymu
pionowe
martwe drzewo
bez gwiazdy w koronie.
................................ Muzeum –Oświęcim, 1948
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. Revista Contexto, Vitória, n. 36, 2019
§§
“Der Tod ist ein Meister aus Deutschland”
...................................................... em memória de Paul Celan
“E os poetas em tempos ruins?”
os deuses abandonaram o mundo
deixaram nele os poetas
mas a fonte
bebeu a boca
levando-nos a fala
viajamos e moramos
pelos caminhos
cá e lá
O judeu Ancel
errante vagou muito
de Bukovina a Paris
pelo caminho colheu ervas
para as palavras Heidekraut
Erika Arnika
arranjou-as para o sono
colocou-as na escuridão
in der Hütte
Celan encontrou
Martin Heidegger
entrou
numa clareira na floresta
ficou lá sob as estrelas
saiu da noite
“Der Tod ist ein Meister
aus Deutschland”
ficou no vão
na mão grama e flores
mas a água do Sena corria
por debaixo da pontes de pedra
uma bela desconhecida
esperava com um sorriso indizível
Máscara mortuária
e ele amadureceu
caiu no seio aberto
do rio
da morte do esquecimento
no mundo
que os deuses abandonaram
tocou-o a poesia viva
e ele partiu-se com eles
que pergunta
o poeta fez ao filósofo
qual pedra
filosofal
ficou pelo caminho
da cabana na floresta
“Der Tod
ist ein Meister
aus Deutschland
No tempo que chegou
depois do vil
depois da partida dos deuses
partem os poetas
Sei que morro inteiro
e vem daí
o tênue consolo
que dá força para
durar além da poesia
................................... 1990
**
“Der Tod ist ein Meister aus Deutschland”
................................................................ pamięci Paula Celana
“I cóż po poecie w czasie marnym?”
bogowie opuścili świat
pozostawili na nim poetów
ale źródło
wypiło usta
odjęło nam mowę
podróżujemy i mieszkamy
w drodze
to tu to tam
Anczel Żyd
tułacz wędrował długo
z Bukowiny do Paryża
po drodze zbierał zioła
do słów Heidekraut
Erika Arnika
słowa układał do snu
wkładał do ciemności
in der Hütte
Celan spotkał
Martina Heideggera
wszedł
na polanę leśną
stał tam pod gwiazdami
wyszedł z nocy
“Der Tod ist ein Meister
aus Deutschland”
stał w prześwicie
z garścią traw kwiatów
ale wody Sekwany toczyły
się pod kamiennymi mostami
piękna Nieznajoma
czekała z niewysłowionym uśmiechem
Maska pośmiertna
a on dojrzewał
spadał w otwarte łono
rzeki
śmierci zapomnienia
w świecie
z którego bogowie odeszli
dotknęła go poezja żywa
i odszedł za nimi
jakie pytanie
poeta zadał filozofowi
jaki kamień
filozoficzny
leży przy drodze
do leśnej chaty
“Der Tod
ist ein Meister
aus Deutschland”
W czasie który nastał
po czasie marnym
po odejściu bogów
odchodzą poeci
Wiem że umrę cały
i stąd płynie
ta słaba pociecha
która daje siłę
trwania poza poezją
................................... 1990
- Tadeusz Różewicz [tradução Luci Ramos / revisão Marcelo Paiva de Souza]. In:. SIMÕES, Hugo. Poesia após Auschwitz: Paul Celan em Tadeusz Różewicz. RevLet – Revista Virtual de Letras, v. 11, nº 1, jan/jul, 2019
§§
Penetração
a morte
penetra pela vida
como a luz
por uma teia
pendendo na porta
de um quarto aberto
o moribundo mudava de posição
gritando longamente procurando
uma fuga deitava-se
a morte comia os traços
de sucessivos rostos aplicados
no osso
**
Przenikanie
śmierć
przenika przez życie
jak światło
przez pajęczynę
wiszocą w drzwiach
otwartego pokoju
konający wyprowadziła się
długo krzycząc szukając
wybiegów układał się
śmierć zjadała rysy
kolejnych twarzy nałożone
na kość
- Tadeusz Różewicz [tradução de Anna Kuśmierczyk e João Ferrão]. In: POEMARGENS. 7 Poemas de Tadeusz Różewicz (1921-2014). Poemargens, 6 de fevereiro 2020.
§§
[Já está na hora]
............................................ à memória de Konstanty Puzyna
Já está na hora
o tempo urge
o que levar consigo
para a outra margem
nada
então isso já é
tudo
mamãe
sim filhinho
isso já é tudo
então é só isso
só isso
então isso é a vida inteira
sim a vida inteira
............... ..............................1991
**
[Czas na mnie]
............................................pamięci Konstantego Puzyny
Czas na mnie
czas nagli
co ze sobą zabrać
na tamten brzeg
nic
więc to już
wszystko
mamo
tak synku
to już wszystko
a więc to tylko tyle
tylko tyle
więc to jest całe życie
tak całe życie
..........................................1991
- Tadeusz Różewicz [tradução Piotr Kilanowski]. In: KILANOWSKI, Piotr. “Na margem do rio. Diálogos com a morte nos versos de quatro poetas poloneses”. Revista Pirarote, 7 julho/2022.
§§
Sobrevivente
Tenho vinte e quatro anos
levado para a chacina
sobrevivi
Esses são nomes vazios e unívocos:
homem e animal
amor e ódio
inimigo e amigo
trevas e luz.
Matam um homem como um animal,
eu vi:
carroças de pessoas esquartejadas
que não serão salvas.
Os conceitos são apenas palavras:
virtude e iniquidade
verdade e mentira
beleza e feiura
coragem e covardia.
O mesmo pesam a virtude e a iniquidade
eu vi:
o homem que era único
iníquo e virtuoso.
Procuro um preceptor e mestre
que me devolva a visão o ouvido e a fala
que outra vez nomeie as coisas e os conceitos
que separe a luz das trevas.
Tenho vinte e quatro anos
levado para a chacina
sobrevivi
**
Ocalony
Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.
To są nazwy puste i jednoznaczne:
człowiek i zwierzę
miłość i nienawiść
wróg i przyjaciel
ciemność i światło.
Człowieka tak się zabija jak zwierzę
widziałem:
furgony porąbanych ludzi
którzy nie zostaną zbawieni.
Pojęcia są tylko wyrazami:
cnota i występek
prawda i kłamstwo
piękno i brzydota
męstwo i tchórzostwo.
Jednako waży cnota i występek
widziałem:
człowieka który był jeden
występny i cnotliwy.
Szukałem nauczyciela i mistrza
niech przywróci mi wzrok słuch i mowę
niech jeszcze raz nazwie rzeczy i pojęcia
niech oddzieli światło od ciemności.
Mam dwadzieścia cztery lata
ocalałem
prowadzony na rzeź.
- Tadeusz Różewicz [tradução Piotr Kilanowski]. In: KILANOWSKI, Piotr. “Na margem do rio. Diálogos com a morte nos versos de quatro poetas poloneses”. Revista Pirarote, 7 julho/2022.
§§
Eu Chorei
Eu chorei na noite
Os mortos mostraram-se
aos meus olhos
suavemente sorrindo
a lança da escuridão
penetrou-me
fria rígida
e abriu
minhas entranhas
**
Krzyczałem w nocy
Krzyczałem w nocy
Umarli stali
W moich oczach
Cicho uśmiechnięci
Ostrze ciemności
Wchodziło we mnie
Zimne martwe
Otwarło
Moje wnętrzności
- Tadeusz Różewicz [tradução Marcos Freitas do original polonês]. Revista da Academia de Letras do Brasil, Ano 4, jan./jun. n. 7 – jan./jun. 2022 {editor Flavio R. Kothe}. Brasília/DF: Editora Cajuína, Opção editora, 2023.
***
- Tadeusz Różewicz - poeta, prosador e dramaturgo polonês
TADEUSZ RÓŻEWICZ - TEATRO - PEÇAS REALIZADAS NO BRASIL
Peça de teatro: O casamento branco
Autor: Tadeusz Rozewicz.
Tradução: Millôr Fernandes
Direção: Sergio Britto
Cenário e figurino: Biza Viana.
Elenco: Fabio Sabag, Othon Bastos, Suzana Faine, Tamara Taxman, Carolina Aguiar, Luciana Braga, Leonardo Bricio, Ivone Hoffmann, Tereza Bittencourt, Paolo Scandelari, Fausto Galvão e Claudio Botelho.
Estreia: CCBB Rio / 1990
Fonte: Sergio de Britto / Funarte
- Tadeusz Rozewicz - foto © Tomasz Stańczak
FORTUNA CRÍTICA DE TADEUSZ RÓŻEWICZ
ASCHER, Nelson. Literatura polonesa é uma das glórias secretas da cultura européia. In: Folha de S. Paulo, Ilustrada, 17 de outubro 2000. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
BONFIM, Juliano. [vida e obra] Tadeusz Różewicz. In: Portal dos Atores, 24 de abril de 2019. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
BUDANT, Luiz Henrique. Czesław Miłosz e Tadeusz Różewicz: ‘Quatro poetas poloneses’. In: Escolhita, 5 de novembro 2018. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
BURKOT, Stanisław. Dramaturgia Tadeusza Różewicza. In: Tadeusza Różewicza opisanie świata. Kraków: Wydawnictwo Naukowe Akademii Pedagogicznej, 2004. pp. 130-144.
BPRG. Samuel Beckett e Tadeusz Różewicz: uma abordagem comparativa. In: Between Pomiedzy, s/data. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
CULTURA P. Morre o poeta polonês Tadeusz Rozewicz. In: seed.pr, 13.5.2014. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
ESSLIN, Martin. O Teatro do Absurdo. [tradução original: Barbara Heliodora; tradução das atualizações: José Roberto O’Shea; apresentação à edição brasileira: Paulo Francis]. edição revista e ampliada pelo autor. Rio de Janeiro: Zahar, 2018. Disponível no link. (acessado em 2.2.2024)
EXPOSIÇÃO - Teatro Polonês. Catalogo. In: Casa de Cultura Polônia Brasil. 2015. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
GONZAGA, Pedro. Poesia em Casa – Especial Polônia: a resistência poética. In: Estado da Arte, 10.9.2017. Disponível no link. (acessado em 10.2.2024).
JOVANOVIC, Aleksandar. As temerárias aventuras de um tradutor não-nativo nos jardins da poesia polonesa. In: Revista X, ano v. 15, n. 6, p. 612-618, 2020. Disponível no link. (acessado em 26.1.2024)KILANOWSKI, Piotr. “Na margem do rio. Diálogos com a morte nos versos de quatro poetas poloneses”. In: revista Pirarote, 7 julho/2022. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
LUCI R. M.. Odejście Głodomora (Tadeusz Róźewicz). In: Posfácio, 5 de novembro de 2011. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
NUTO, João Vianney Cavalcanti. Opção pelas aproximações - Entrevista com Henryk Siewierski, por João Vianney Cavalcanti Nuto. In: Tradução em Revista 10, 2011/1. Disponível no link / em polonês - link. (acessado em 20.1.2024).. {Inclui um "Apêndice" - Aproximações: Europa de Leste em Língua Portuguesa, Brasília: Lisboa, No. 1-4, 1987-1990, com a relação dos poemas publicados e os tradutores}.
PAIVA, João Guilherme. Comentário sobre a antipoesia. In: A crítica literária contemporânea produzida no Brasil. [organização Nathalia Campos, Rodrigo Vieira Ávila de Agrela e Roberto Bezerra de Menezes]. Coleção Viva Voz. Belo Horizonte: Fale/UFMG, 2019, p. 71-85. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
PIETA, Hanna. Autores polacos em tradução portuguesa (1855-2010): um levantamento preliminar. In: Cadernos de Tradução, vol. 2, n. 28, 2011. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
POESIA. No meio da vida. Tadeusz Różewicz. tradução Santiago Naud e Henryk Siewierski. In: Aproximações, n. 4, 1990.
SIEWIERSKI, Henryk. História da Literatura Polonesa. Brasília: Editora UnB, 2000.
SIEWIERSKI, Henryk; SOUZA, Marcelo Paiva de (Org).. Polônia (antologia poética). In: Poesia Sempre, v. 30, Rio de Janeiro, 2009. {poetas: Aleksander Wat, Czesław Miłosz, Tadeusz Różewicz, Tymoteusz Karpowicz, Miron Białoszewski, Wisława Szymborska, Zbigniew Herbert, Stanisław Grochowiak, Adam Zagajewski e Stanisław Barańczak // tradutores: Marcelo Paiva de Souza, Henryk Siewierski, José Santiago Naud, Zbigniew Wódkowski, Aleksandar Jovanović, Nelson Ascher, Ana Cristina César e Grażyna Drabik, Regina Przybycień e Fernando Mendes Viana}. Disponível no link. (acessado em 20.1.2024)
SIMÕES, Hugo. Poesia após Auschwitz: Paul Celan em Tadeusz Różewicz. In: RevLet – Revista Virtual de Letras, vol. 11, n. 1, jan/jul, 2019. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
SOUZA, Marcelo Paiva de.. O drama do antitestemunho: Świadkowie albo Nasza Mała Stabilizacja (As Testemunhas ou Nossa Pequena Estabilização), de Tadeusz Różewicz. In: Cadernos de Literatura em Tradução, n. 23, 2021, p. 368-393. Disponível no link. (acessado em 25.1.2024).
SOUZA, Marcelo Paiva de.. A Pé, de Sławomir Mrożek, e A Armadilha, de Tadeusz Różewicz: Drama, Testemunho, Memória e Tradução. In: Urdimento (UDESC), v. 3, p. 1-24, 2020. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
SOUZA, Marcelo Paiva de.. Tadeusz Różewicz: fazer poesia depois de Oświęcim. In: Contexto. n. 36, Vitória, 2019, p. 239-268. Disponível no link. (acessado em 22.1.2024)
TADEUSZ Rozewicz, poeta e dramaturgo polonês, várias vezes candidato ao Nobel da Literatura. In: O Explorador, 27 de março 2015. Disponível no link. (acessado em 1.2.2024)
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COMO CITAR:
FENSKE, Elfi Kürten; SILVA, José Alexandre da. (pesquisa, seleção, edição e organização). Tadeusz Różewicz - poeta, prosador e dramaturgo polonês . In: Templo Cultural Delfos, fevereiro/2024. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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