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Julian Tuwim - poeta, escritor e tradutor polonês

  • Julian Tuwim - fot. Władysław Miernicki / NAC

Julian Tuwim - poeta, escritor, dramaturgo e tradutor - Lodz, 13.11.1894 - 27.12.1953 / viveu no Brasil, de 1940-1941. Julian Tuwim foi um dos maiores poetas e escritores de língua polonesa, tendo contribuído de forma significativa para a literatura infantil. Era originalmente de Lodz e viveu em Varsóvia. Jamais negou as origens judaicas, sendo humilhado e vilipendiado na imprensa polonesa pela direita, pelos católicos e pelos anti-semitas. Sofreu muito com os ataques cotidianos na imprensa devido às suas origens judaicas. Tuwim fugiu da Polônia logo depois da invasão alemã, foi para Romênia e, de lá, se refugiou em Paris. Em 1940, novamente fugiu da invasão alemã, conseguiu um visto por intermédio de Aristides Sousa Mendes e chegou até Lisboa. Em agosto de 1940, veio para o Brasil, onde ficou até meados de 1941.

Há pouquíssimas informações sobre o período que Tuwim passou aqui. É possível que, no Brasil, tenha começado a escrever um dos poemas épicos mais importantes da literatura polonesa Flores da Polônia (Kwiaty Polskie), em que relembra, nostalgicamente, sua primeira infância em Lodz. Por ironia, algumas estrofes deste poema se transformaram no hino da Armia Krajowa (o exército clandestino polonês, nacionalista, anticomunista e anti-semita que resistiu aos nazistas durante a II Guerra). Em 1944, um ano depois da revolta dos judeus no gueto de Varsóvia, ele estava em Nova York, e lá escreveu um poema belíssimo que leva o titulo Nós, judeus poloneses... (My, Żydzi Polscy).

Tuwim regressou à Polônia depois da guerra, em 1946, mas não conseguiu mais produzir sob o regime comunista. Sob pressão fez alguns textos para pacificar o regime. Alguns de seus poemas mais emocionantes foram encontrados, inéditos, após a sua morte. Entre as obras infantis, destaca-se a Locomotiva (Lokomotywa). Tuwim foi ainda um dos mais brilhantes tradutores de poesia russa para o polonês.
Fonte: Casa Stefan Zweig / Cantos dos Exilados. (acessado em 13.2.2024). 



  • Julian Tuwim - fot. Danuta B. Lomaczewska

OBRA DE  JULIAN TUWIM EM PORTUGUÊS


No Brasil

Em antologias
:: 'TUwim' - Julian Tuwim [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno / produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília / tradução dos poemas Marcelo Paiva de Souza, Henryk Siewierski, Carlos Drummond de Andrade, Geir Campos, Aleksandar Jovanović, José Carlos Costa Dias, Gerardo Beltrán, André de la Cruz / tradução dos textos André de la Cruz / tradução de artigo Marcelo de Paiva Souza / revisão Henryk Siewierski - Embaixada da República da Polônia em Brasília / projeto gráfico Ryszard Kajzer - Zerkaj Studio ]. Varsóvia: Babel Studio, 2013. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024)
:: Poesia traduzida. [tradução Carlos Drummond de Andrade; organização e notas de Augusto Massi e Julio Castañon Guimarães]. São Paulo: Cosac Naify, 2011. 
:: Céu vazio: 63 poetas eslavos. [organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução Aleksandar Jovanovic]. São Paulo: Hucitec, 1996.


Em Portugal
Poesia - literatura para crianças
:: A Locomotiva. Julian Tuwim. [tradução Gerardo Beltrán e José Carlos Dias; ilustrações Paulo Galindro / revisão Conceição Candeias]. bilíngue Português-Polaco. Oeiras/Portugal: Qual Albatroz, 2014.

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  • Portrait of Julian Tuwim, by Stanisław Ignacy Witkiewicz

SELETA DE POEMAS JULIAN TUWIM - EM EDIÇÃO BILÍNGUE

Julian Tuwim (1894–1943) – um dos mais célebres poetas e tradutores poloneses. Um dos fundadores do grupo “Skamander”. Admirado, também, por sua contribuição para a literatura infantil. Durante a Segunda Guerra, ficou exilado em vários países, permanecendo nos anos 1940-1941 em Portugal e no Brasil, onde iniciou Flores polonesas – uma de suas obras mais importantes.


FLORES POLONESAS – fragmento

Dedico êsse fragmento ao poeta brasileiro Olegário Mariano – com a minha gratidão pelo auxílio prestado ao exilado – e com amôr à sua esplêndida Pátria

.................................................
Meu Poema! Estranha é a tua sorte…
Pois pensa: Rio de Janeiro
Foi a estufa de tuas flôres
E lá ( - lembra-te das orquídeas,
Flôr de Ipê, Jasmin de Cabo,
Maracujá e Flamboyant,
Árvores gigantes de seis andares,
Cobertas de flôres sangrentas? - ),
E lá, repito, tão pouco é preciso
Para que da terra, com a bênção de Deus,
Jorre tudo que podes sonhar
E mais ainda - - além dos sonhos:
Lá – que céu! Que terra…
De repente, como se fosse uma messe perfumada,
Que eu ceifasse profusamente
Em Copacabana, Ipanema,
Na Tijuca, Botafogo, Leme,
Uma florescência de palavras polonesas germinou
E foi se alastrando pelo Rio de Janeiro,
Berrante, colorida, como uma feira persa,
Como o carnaval carioca.
E – no meio dessa orgia de flôres – o jardineiro, não “um floreiro”
Não “um jardineiro brasileiro”
Mas o nosso amigo, senhor Dziewierski.
Oh! Rio das côres! Oh! “Colorio”!
Rutilante cobra de mosaico
No grande arco da Avenida!
Oh! Rio! Ilhota da Atlântida
Por milagre salva, no globo,
E agarrando-se ao céu azul
Pelos braços das palmeiras, por cabos de cipó,
Por dentes de morros e rochedos abruptos!
Rio, dos beija-flores vibrantes
Atrás das janelas, num dia de Natal, como uma nuvem de asas!
Oh! Rio das noites estagnadas,
Das madrugadas de cobre fulgurante
Douradas ao alvôr do sol!
Quem te inventou? Quem te gerou em delírio?
Talvez o oceano, com a encantação de suas vagas
Tenha feito pasmar as praias crédulas
Com a tua miragem, modelando na argila da terra
A maravilha que és! …
Outros pretendem – e acreditarei –
Que o Criador, vagando,
Em passo ébrio, dançando te criou
Atirando pelo caminho palmeiras, rochedos,
Negros, calôr e flôres…
Bemdita farra!
Agradeço! – “muito obrigado”
Pelo Rio – e pelos versos do exílio.

**

KWIATY POLSKIE
Wierszu mój, dziwne twoje dzieje.
Bo pomyśl: Rio de Janeiro
Byto tych kwiatów oranżerią,
A tam (— pamiętasz orchideje,
Flor de Ipe, Jaśmin de Cabo,
Maracuja i Flamboyanty,
Sześciopiętrowe drzew giganty,
Kwiatami osypane krwawo? — ),
A tam, powiadam, mato trzeba,
By z ziemi, jeśli łaska nieba,
Trysnęło co ci się zamarzy
I jeszcze więcej, nad marzenia —
Takie tam niebo, taka ziemia.
I nagle — jakbym wonne żniwo
Garściami z m iodnej łąki zgarniał —
Z Copacabany, z Ipanemy.,
Z Tijuca, z Botafogo, z Leme
W ybucha polskich słów kwiaciarnia.
I grzmi po Rio de Janeiro
Zgiełkliw a, pstra, jak jarmark perski
I jak karnawał cariocański,
A w niej — ogrodnik, nie floreiro,
ttye jardineiro brasileiro.
Lecz nasz przyjaciel, p. Dziewierski.
O, Rio Barw! O, Colorio,
M ozajek migające żmiją
Na wielkim łuku A venidy!
O, Rio, kępo Atlantydy,
Cudem na globie ocalała
I trzymająca się lazuru
M a lta m i palm, linami lian,
Zębami wzgórzy i skał stromych!
Rio kolibrów wibrujących
Za oknem, w w ilię, mgławym lotem!
O, Rio nocy nieruchomych
I brzasków z rozpalonej miedzi,
Przezłacającej się w spiekotę! .
Kto cię wymyślił? Kto wybredził?
Chyba ocean swym bełkotem
W m ów ił cię brzegom łatwowiernym«
I wrzeźbił w ziemię cud bezmierny...
A inni mówią — i uwierzę —
Że to Stworzyciel, na spacerze,
Pijanym krokiem cię wytańczył,
Gubiąc po drodze palmy, skały,
M urzynów, kwiaty i upaty...
Błogosławiona eskapado!
Dziękuję, M uito obrigado
Za Rio i za wiersz wygnańczy.
(...)
-------
- Julian Tuwim [tradução anônima produzida pela Legação da República da Polônia no Brasil, em 1943]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013 // {O fragmento faz parte do acervo do Arquivo de Registros Novos em Varsóvia}.


§§

O ENTERRO
O candeeiro de petróleo derramava um clarão pálido.
Eles levavam qualquer coisa pela escadaria negra,
pela escadaria negra de madeira.
E andavam, andavam, desciam,
murmuravam qualquer coisa, falavam,
inclinavam a cabeça,
sacudiam a cabeça,
andavam, andavam, desciam.
A neve tombava, estava úmido,
e eles retorciam as mãos.

**

POGRZEB
Św ieciła mdło naftowa lampka,
W ynieśli na czarne schody,
Na czarne schody drewniane,
Szli, szli, schodzili,
Szeptali coś, mówili,
Schylali głowy,
Głowami kiwali,
Szli, szli, schodzili,
Śnieg padał, mokro było,
R ęce załamywali.
- Julian Tuwim [tradução Carlos Drummond de Andrade. In: ANDRADE, Carlos Drummond de.. Poesia traduzida. [organização e notas de Augusto Massi e Julio Castañon Guimarães]. Cosac Naify, 2011. {tradução publicada originalmente no jornal “Correio da Manhã”, de 22 de fevereiro de 1947}.

§§

POEMA
Quando sei
que o poema
haverá de surgir,
encerro o universo
entre parêntesis,
e coloco diante do parêntesis
o sinal
da função, do fator.
Começa então a operação,
Reflexão sonora e rápida,
e o poema
emerge claro sobre o quadro-negro,
como um problema
de álgebra.
Depois,
abro o parêntesis,
libero os elementos aprisionados
e apago o quadro-negro.
E canto a alegria –
para a casa e da escola –
e morro de amor dentro da casa.

**

WIERSZU
Gdy wiem,
że wiersz
powstanie,
w klamrę nawiasu zamykam
świat
i przed nawiasem stawiam
znak
funkcji, czynnika.
Wtedy zaczyna się działanie,
dźwięczne i szybkie rozmyślanie,
aż wiersz,
jak zadanie
algebraika
na czarnej tablicy wyraźnie wynika.
Potem
nawias otwieram,
uwięzione wypuszczam żywioły,
czarną tablicę z działań wycieram.
I wracam wesoły
do domu ze szkoły
i w domu z miłości umieram.
- Julian Tuwim [tradução Aleksandar Jovanović]. In: Céu vazio. 63 poetas eslavos. Organização, estudo introdutório, notas biográficas e tradução de Aleksandar Jovanović. Editora Hucitec, 1996.

§§

AS FLORES POLONESAS – fragmento
(…)
Rio – um pedaço da Atlântida
salvo na Terra como por milagre
e do céu a pender
por meio de palmeiras e cipós...
e morros denteados e pedreiras íngremes:
Rio – de beija-flores a vibrarem
na ceia de Natal
e a esvoaçarem com rastros de sangue
junto às janelas!
Rio – de noites paradas
e madrugadas vermelhas de cobre,
cada vez com mais força e mais calor.
Quem te criou? Quem te imaginou?
Talvez o mar-oceano em seu marulho
te haja levado crédulo até o litoral
e te haja esculpido na terra firme
como infinito milagre!
Mas outros dizem – e eu acredito –
que foi o próprio Criador quem
durante um passeio, com passos ébrios
te fez, ó Rio,
em sua dança cambaleante,
plantando no caminho as palmeiras e as pedras...
e os negros e as florestas e os calores...
Abençoado passeio!
E eu digo: obrigado, muito obrigado
pelo Rio e por este poema do exílio!
(...)

**

KWIATY POLSKIE
(...)
O, Rio, kępo Atlantydy,
Cudem na globie ocalała
I trzymająca się lazuru
Maltami palm, linami lian,
Zębami wzgórzy i skał stromych!
Rio kolibrów wibrujących
Za oknem, w wilię, mgławym lotem!
O, Rio nocy nieruchomych
I brzasków z rozpalonej miedzi,
Przezłacającej się w spiekotę! .
Kto cię wymyślił? Kto wybredził?
Chyba ocean swym bełkotem
Wmówił cię brzegom łatwowiernym«
I wrzeźbił w ziemię cud bezmierny...
A inni mówią — i uwierzę —
Że to Stworzyciel, na spacerze,
Pijanym krokiem cię wytańczył,
Gubiąc po drodze palmy, skały,
Murzynów, kwiaty i upaty...
Błogosławiona eskapado!
Dziękuję, Muito obrigado
Za Rio i za wiersz wygnańczy.
(...)
- Julian Tuwim [tradução Geir Campos]. In: SIEWIERSKI, Henryk. História da literatura polonesa. Editora UnB, 2000, p. 148.

§§

RELVA
Relva, relva, até os joelhos!
Ergue-te até minha fronte,
Para que ao pensar nem
Eu, nem prado desponte.
P’ra que me cubra de verde
E floresça até a medula
Óssea, já sem palavras
Que afastem tua frescura.
Para que a ti e a mim mesmo
Então sirva um nome único:
Ou a nós ambos – relva,
Ou a nós ambos – tuwim.

**

TRAWA
Trawo, trawo do kolan!
Podnieś mi się do czoła,
Żeby myślom nie było
Ani mnie, ani pola.
Żebym ja się uzielił,
Przekwiecił do rdzenia kości
I już się nie oddzielił
Słowami od twej świeżości.
Abym tobie i sobie
Jednym imieniem mówił:
Albo obojgu - trawa,
Albo obojgu - tuwim
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

POEMA ERÓTICO
As noites já pedem por pecados,
De primavera eu grito como de dor,
Prende-me com um gozo sem piedade
Em teu abraço salvador!
E se o meu corpo revoltado
Tentar de novo se desprender,
Fala-me a primeira palavra,
Que ainda não ouvi de ninguém.
Pois de novo o simum pagão sopra
Rajadas, rodopios, clarões, tempestades!
Lembra-te de me despir dos tufões e acariciar,
Quando de novo eu me tornar selvagem!

**

EROTYK
Już się o grzechy noce proszą,
Już z wiosny znów jak z bólu krzyczę,
Nieubłaganą mnie rozkoszą
Zakuj w ramiona ratownicze!
A jeśli zacznę się na nowo
Wyrywać zbuntowanym ciałem,
Powiedz mi wreszcie pierwsze słowo,
Którego nigdy nie słyszałem.
Bo znów pogański samum wieje
W pędach, zawrotach, burzach, blaskach!
Pamiętaj: kiedy znów zdziczeję,
Odrzyj mnie z wichrów i ugłaskaj!
- Julian Tuwim [tradução Henryk Siewierski]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

POEMA
A inspiração vem feito morte. Ó sonolência final
E olhar vidrado, e medo da grande vertigem!
A solidão eterna às portas, as coisas temporais extintas
E luz perpétua os objetos já exibem.
Eis o tempo, rasgado em dois abismos neste instante,
O espaço, girando sem propósito ao redor.
Ó Deus, encerrado no homem! Agonia cantante!
Já estamos separados! Já livres os dois!

**

WIERSZ
Natchnienie jak śmierć nadciąga. Och, senność ostateczna
i szklane zapatrzenie, i strach wielkiego zawrotu!
Skończyła się rzecz doczesna, idzie samotność wieczna
I światłość wiekuista zaczyna płynąć z przedmiotów.
Oto czas, rozerwany tą chwilą na dwie otchłanie,
A oto przestrzeń, krążąca bezcelem dookolnym.
Boże, zamknięty w człowieku! Śpiewające konanie!
Jużeśmy rozdzieleni! Już obaj wolni!
- Julian Tuwim [tradução Henryk Siewierski]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

O DESTINO
Assim será o meu destino,
Assim o meu amor:
Boas-vindas, despedidas,
Despedidas, recordação...
Teus olhos me perseguem,
Me beijam os teus olhos,
Me amam de longe, de longe,
De longe, de longe me choram,
Chamados não vêm, cintilam
Como numa lenda distante,
Longe, longe, em toda parte,
– Assim será o meu destino,
Assim o meu amor:
Boas-vindas... despedidas...

**

LOS
Taki to już los mój będzie,
Takie to już miłowanie:
Przywitanie, pożegnanie,
Pożegnania, wspominanie....
Oczy twoje widzę wszędzie,
Oczy twoje mnie całują
Z dali, z dali mnie miłują,
Z dali, z dali mnie żałują,
Nie przychodzą na wyzwanie,
Jeno błyszczą, jak w legendzie,
W dali, w dali, zewsząd, wszędzie,
– Takie to już los mój będzie,
takie to już miłowanie:
Przywitane.... pożegnanie....
- Julian Tuwim [tradução Henryk Siewierski]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013. 

§§

A LOCOMOTIVA
Já na estação a locomotiva,
Pesada e enorme, sua aflitiva
Óleo de oliva.
Arfa, ofega e fogo bufa,
Da sua pança que treme e rufa:
Uf, que calor!
Puf, que calor!
Uh, que calor!
Puh, que calor!
Já mal respira, quase suspira,
Vem o fogueiro e carvão lhe atira.
Tantos vagões a ela engatados!
De ferro e aço, grandes, pesados!
E há muita gente em cada vagão,
Um tem cavalos, outro um vacão.
E no terceiro, só barrigudos
Que vão comendo paios chorudos.
No quarto, viajam muitas bananas.
No quinto, sete harpas romanas.
No sexto, um canhão, que impressionante!
De rodas grandes, rodas
-gigantes!
Sétimo
– mesas e dez armários.
Oitavo
– ursos e dromedários.
No nono
– porcos gordos, cevados.
No vagão dez
– cem baús fechados.
Quantos vagões! Mais de quarenta!
E nem eu sei o que mais lá entra.
Mesmo que viessem uns mil atletas
E que comessem mil costeletas,
Nem que pusessem a força toda,
Não moveriam nem uma roda.
Pia o apito!
Silva o silvito!
Voa o vapor!
Rodas, andor!
Como tartaruga, primeiro lentinha,
Já mexe, chameja, com sono, na linha,
Puxa os vagões e torce
-se toda,
E roda que roda, vai roda após roda,
O passo acelera e corre depressa,
Já bate e com pressa, travessa a travessa.
Pra onde? Pra onde? Pra onde? Pra lá!
Prò porto, prò porto, prò porto, e já!
Por vales, por montes, por túneis, prò mar,
Depressa, depressa pra não se atrasar,
14
A trote atravessa, o compasso não troca,
Com um baque que bate, com um toque que toca.
Ligeiro artefacto rolando com tato,
Como uma bolinha, não ferro compacto,
Nem peça pesada, nem mera sucata,
Mas jogo, joguete, brinquedo de lata.
Mas de onde, mas como, porque corre e vai?
O que é que, o que é que, o que é que a atrai?
Que roda, que rola, que bufa, buf-buf?
É pelo vapor que a puxa, puf-puf!
Que vai da caldeira direto aos pistões,
E mexe as rodas com palpitações,
E correm, e empurram, e o comboio avança,
Já sopra com força o fumo que lança,
E batem as rodas e um toque retoca,
Com um baque que bate, com um toque que toca!…

**

LOKOMOTYWA
Stoi na stacji lokomotywa,
Ciężka, ogromna i pot z niej spływa:
Tłusta oliwa.
Stoi i sapie, dyszy i dmucha,
Żar z rozgrzanego jej brzucha bucha:
Buch
- jak gorąco!
Uch
- jak gorąco!
Puff
- jak gorąco!
Uff
- jak gorąco!
Już ledwo sapie, już ledwo zipie,
A jeszcze palacz węgiel w nią sypie.
Wagony do niej podoczepiali
Wielkie i ciężkie, z żelaza, stali,
I pełno ludzi w każdym wagonie,
A w jednym krowy, a w drugim konie,
A w trzecim siedzą same grubasy,
Siedzą i jedzą tłuste kiełbasy,
A czwarty wagon pełen bananów,
A w piątym stoi sześć fortepianów,
W szóstym armata
- o! jaka wielka!
Pod każdym kołem żelazna belka!
W siódmym dębowe stoły i szafy,
W ósmym słoń, niedźwiedź i dwie żyrafy,
W dziewiątym
- same tuczone świnie,
W dziesiątym
- kufry, paki i skrzynie.
A tych wagonów jest ze czterdzieści,
Sam nie wiem, co się w nich jeszcze mieści.
Lecz choćby przyszło tysiąc atletów
I każdy zjadłby tysiąc kotletów,
I każdy nie wiem jak się wytężał,
To nie udźwigną, taki to ciężar.
Nagle
- gwizd!
Nagle
- świst!
Para
- buch!
Koła
- w ruch!
Najpierw
- powoli
- jak żółw
– ociężale,
Ruszyła
- maszyna
- po szynach
- ospale,
Szarpnęła wagony i ciągnie z mozołem,
I kręci się, kręci się koło za kołem,
I biegu przyspiesza, i gna coraz prędzej,
I dudni, i stuka, łomoce i pędzi,
A dokąd? A dokąd? A dokąd? Na wprost!
Po torze, po torze, po torze, przez most,
Przez góry, przez tunel, przez pola, przez las,
I spieszy się, spieszy, by zdążyć na czas,
16
Do taktu turkoce i puka, i stuka to:
Tak to to, tak to to , tak to to, tak to to.
Gładko tak, lekko tak toczy się w dal,
Jak gdyby to była piłeczka, nie stal,
Nie ciężka maszyna, zziajana, zdyszana,
Lecz fraszka, igraszka, zabawka blaszana.
A skądże to, jakże to, czemu tak gna?
A co to to, co to to, kto to tak pcha,
Że pędzi, że wali, że bucha buch, buch?
To para gorąca wprawiła to w ruch,
To para, co z kotła rurami do tłoków,
A tłoki kołami ruszają z dwóch boków
I gnają, i pchają, i pociąg się toczy,
Bo para te tłoki wciąż tłoczy i tłoczy,
I koła turkocą, i puka, i stuka to:
Tak to to, tak to to, tak to to, tak to to!…
- Julian Tuwim, no livro "A Locomotiva". [tradução Gerardo Beltrán e José Carlos Dias; ilustrações
Paulo Galindro / revisão Conceição Candeias]. bilíngue Português-Polaco. Qual Albatroz, 2014. 

§§

O ABECÊ
O abecê caiu da estante,
Levou um tombo tremendo,
Foi letra pra todo canto,
Estrepou-se que só vendo:
o I – ficou sem pinguinho,
no H – já era o tracinho,
o B – ‘spremeu as pancinhas,
o A – luxou as perninhas,
o O – feito um balão – pou!
O P até se assustou,
o T – está destelhado,
o L – é um U deitado,
o S – sem silhueta,
o pobre R – perneta,
o W – meio lelé:
eu pareço o M, né?

**

ABECADŁO
Abecadło z pieca spadło,
O ziemię się hukło,
Rozsypało się po kątach,
Strasznie się potłukło:
I - zgubiło kropeczkę,
H - złamało kładeczkę,
B - zbiło sobie brzuszki,
A - zwichnęło nóżki,
O - jak balon pękło,
aż się P przelękło,
T - daszek zgubiło,
L - do U wskoczyło,
S - się wyprostowało,
R - prawą nogę złamało,
W - stanęło do góry dnem
i udaje, że jest M.
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília].
Babel Studio, 2013. 

§§

O TITITI DAS AVES
A gansa e a marreca, vizinhas,
Reprocham os pés das galinhas.
A perua e a galinha, a sós,
Criticam a pata sem dó.
A galinha d’angola e a pata
Desancam a perua chata.
Outra pata quaquá se esgoela,
Essa gansa, ahn, gue guer dela?
A gansa na hora revida:
Pata beberrona, bandida.
Dona angola peita a perua:
Sua linguaruda, urubua.
Que rebuliço no quintal!
Tem pena voando geral...

**

PTASIE PLOTKI
Przyszła gąska do kaczuszki,
Obgadały kurze nóżki.
Do indyczki przyszła kurka,
Obgadały kacze piórka.
Przyszła kaczka do perliczki,
Obgadały dziób indyczki.
Kaczka kaczce wykwakała,
Co gęś o niej nagęgała.
Na to rzekła gęś, że kaczka
Jest złodziejka i pijaczka.
O indyczce zaś pantarka
Powiedziała, że plotkarka.
Teraz bójka wśród podwórka,
Że aż lecą barwne piórka.
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília].
Babel Studio, 2013. 

§§

SEU TRALALIŃSKI
Mora um cantor de fama insólita,
Tralisław Tralaliński, lá
Na comarca de Cantigópolis,
Centro, Avenida Felicińska.
Sua patroa
– Tralaloa,
Sua filhota
– Tralalota,
O seu filhote
– Tralalote,
Seu lindo cão
– o Tralalão.
Gatinho? Também tem gatinho,
Ele se chama Tralalinho,
E tem também a papagaia,
Engraçadona, a Tralalaia.
Todo dia, após o café,
A turma unida e bem alerta
Ensaia, em honra ao caro mestre,
Sua cantiga predileta.
Seu Tralisław, concentradíssimo,
Ergue a batuta
– tralaluta;
Calam
-se todos, e em uníssono
Então eis que a canção se escuta.
“Tralala trala tralala
Tralala tralala trala!”
Vejam que coro do barulho,
Enche seu Tralisław de orgulho.
Cantam bem no tom, tralalom,
E o mestre mesmo, alto e bom som,
Na bela cantiga se embala:
“Tralala tralala trala!”
Já na cozinha e na garagem
A cantoria quer passagem,
O canto não cessa um instante,
Já se ouvem na rua os passantes:
O motorista
– Tralalista,
A cozinheira
– Tralaleira,
Uma empregada
– Tralalada,
Um jornaleiro
– Tralaleiro,
Um engraxate
– Tralalate,
O policial
– Tralalal,
Um advogado
– Tralalado,
O geriatra
– Tralalatra,
Até o pobre camundongo,
O pequenino Tralalongo,
Muito embora tema o gatinho,
Aquele fofo Tralalinho,
Sentou
-se ali no seu cantito,
Um apertado tralalito,
E cantarola assim baixim:
“Tralala
– trala
– tralalim...”

**

O PANU TRALALINSKIM
Elżbiecie Wittlinównie
Julian Tuwim
W Śpiewowicach, pięknym mieście,
Na ulicy Wesolińskiej
Mieszka sobie słynny śpiewak,
Pan Tralisław Tralaliński.
Jego żona
- Tralalona,
Jego córka
- Tralalurka,
Jego synek
- Tralalinek,
Jego piesek
- Tralalesek.
No a kotek? Jest i kotek,
Kotek zwie się Tralalotek.
Oprócz tego jest papużka,
Bardzo śmieszna Tralaluszka.
Co dzień rano, po śniadaniu,
Zbiera się to zacne grono,
By powtórzyć na cześć mistrza
Jego piosnkę ulubioną.
Gdy podniesie pan Tralisław
Swą pałeczkę
-tralaleczkę,
Wszyscy milkną, a po chwili
Śpiewa cały chór piosneczkę:
„Trala trala tralalala
Tralalala trala trala!”
Tak to pana Tralisława
Jego świetny chór wychwala.
Wyśpiewują, tralalują,
A sam mistrz batutę ujął
I sam w śpiewie się rozpala:
„Trala trala tralalala!”
I już z kuchni, i z garażu
Słychać pieśń o gospodarzu,
Już śpiewają domownicy
I przechodnie na ulicy:
Jego szofer
- Tralalofer,
I kucharka
- Tralalarka,
Pokojówka
– Tralalówka,
I gazeciarz
- Tralaleciarz,
I sklepikarz
- Tralalikarz,
I policjant
- Tralalicjant,
I adwokat
- Tralalokat,
I pan doktor
– Tralaloktor,
Nawet mała myszka,
Szara Tralaliszka,
Choć się boi kotka,
Kotka Tralalotka,
Siadła sobie w kątku,
W ciemnym tralalątku,
I też piszczy cichuteńko:
„Trala trala tralaleńko…”
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília].
Babel Studio, 2013. 

§§

O ROUXINOL ATRASADO
A dona Rouxinol na acácia está aos prantos;
Voltaria pro jantar às nove, se tanto,
Seu Rouxinol, sempre ali na hora marcada,
Mas lá se vão as onze e seu Rouxinol – nada!
Esfriou a sopa de orvalho vesperal,
As moscas recheadas ao molho floral,
A borboleta no espeto p’ra petiscar,
A torta de vento com raio de luar.
Terá havido algo? Talvez assaltantes?
As peninhas, meu Deus, a voz de diamante?!
Inveja! Foi a tal cotovia, decerto!
As penas, menos mal, a voz – é um concerto!
De repente, seu Rouxinol: trina, saltita...
Onde o senhor estava? Eu aqui aflita!
E seu Rouxinol chilreia: “Perdão, docinho,
Tão linda a noite, que voltei a pé pro ninho!”

**

SPÓŹNIONY SŁOWIK
Płacze pani Słowikowa w gniazdku na akacji,
Bo pan Słowik przed dziewiątą miał być na kolacji,
Tak się godzin wyznaczonych pilnie zawsze trzyma,
A już jest po jedenastej — i Słowika nie ma!
Wszystko stygnie: zupka z muszek na wieczornej rosie,
Sześć komarów nadziewanych w konwaliowym sosie,
Motyl z rożna, przyprawiony gęstym cieniem z lasku,
A na deser — tort z wietrzyka w księżycowym blasku.
Może mu się co zdarzyło? Może go napadli?
Szare piórka oskubali, srebrny głosik skradli?
To przez zazdrość! To skowronek z bandą skowroniątek!
Piórka — głupstwo, bo odrosną, ale głos — majątek!
Nagle zjawia się pan Słowik, poświstuje, skacze...
Gdzieś ty latał? Gdzieś ty fruwał? Przecież ja tu płaczę!
A pan Słowik słodko ćwierka: "Wybacz, moje złoto,
Ale wieczór taki piękny, że szedłem piechotą!"
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília].
Babel Studio, 2013. 

§§

NEUSINHA EUZINHA
Tem uma certa Neusinha
Que chamam de Neusinha
-Euzinha,
Com ela é tudo
“Eu! Eu! Eu!”
Que prima donna, Deus meu!
Tudo ela só já conhece,
Tudo ela faz e acontece,
A escola, o livro, a mamãe
– balela
Pura e simples, pois tudinho é ela!
Não é uma sabe
-tudo,
De que serve então juízo, estudo?
Aprender
– não faz por onde,
Na hora ela não responde?
Mas pergunte a Neusinha na prova: 
- Quanto é quatro mais quatro? 
- Nove! Nove! - Dr. Oswaldo Cruz foi? 
- Presidente! - Sete de setembro é? 
- Tiradentes! - Come-se vatapá em? 
- Belém! - E estudar, não convém? 
- Nem vem!
Eu sei tudo tintim por tintim
E a sobremesa é toda pra mim,
Faço euzinha até um avião,
Comigo não tem perrengue não!
Quem vai aprender, e perguntar,
E ler, e descobrir, e errar,
Queimar pestana e toutiço
Sem que se precise disso! - Grande sabichona!
E a boboca de quem se escreveu? - Eu, eu!

**

ZOSIA SAMOSIA
Jest taka jedna Zosia,
Nazwano ją Zosia Samosia,
Bo wszystko
„Sama! sama! sama!”
Ważna mi dama!
Wszystko sama lepiej wie,
Wszystko sama robić chce,
Dla niej szkoła, książka, mama
Nic nie znaczą — wszystko sama!
Zjadła wszystkie rozumy,
Więc co jej po rozumie?
Uczyć się nie chce — bo po co,
Gdy sama wszystko umie?
A jak zapytać Zosi:
- Ile jest dwa i dwa?
- Osiem!
- A kto był Kopernik?
- Król!
- A co nam Śląsk daje?
- Sól!
- A gdzie leży Kraków?
- Nad Wartą!
- A uczyć się warto?
- Nie warto!
Bo ja sama wszystko wiem
I śniadanie sama zjem,
I samochód sama zrobię,
I z wszystkim poradzę sobie!
Kto by się tam uczył, pytał,
Dowiadywał się i czytał,
Kto by sobie głowę łamał,
Kiedy mogę sama, sama!
- Toś ty taka mądra dama?
A kto głupi jest?
- Ja sama!
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília].
Babel Studio, 2013. 

§§

ÓCULOS
O Sr. Hilário solta um grito gutural:
“Onde estão meus óculos de grau?”
Procura nas calças e no fraque perfeito
No sapato esquerdo e no sapato direito
Nos armários, deixa tudo remexido,
Apalpa roupão, apalpa vestido.
“Um escândalo (…) – (…) brada teatral –
Alguém roubou meus óculos de grau! “
Debaixo do sofá, em cima da cama,
Em todos os lugares! E bufa, e reclama!
Procura no forno e na boca da lareira,
No buraco do rato e no piano de madeira.
Já quer o chão despedaçar,
E decidiu a polícia chamar.
De repente, (...) no espelho se mira...
Não pode acreditar... parece mentira.
Lá estão eles! Sorri feliz!
Estavam todo tempo em seu próprio nariz

**

OKULARY
Biega, krzyczy pan Hilary:
"Gdzie są moje okulary?"
Szuka w spodniach i w surducie,
W prawym bucie, w lewym bucie.
Wszystko w szafach poprzewracał,
Maca szlafrok, palto maca.
"Skandal! - krzyczy - nie do wiary!
Ktoś mi ukradł okulary!"
Pod kanapą, na kanapie,
Wszędzie szuka, parska, sapie!
Szuka w piecu i w kominie,
W mysiej dziurze i w pianinie.
Już podłogę chce odrywać,
Już policję zaczął wzywać.
Nagle zerknął do lusterka...
Nie chce wierzyć... Znowu zerka.
Znalazł! Są! Okazało się,
Że je ma na własnym nosie. 
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília].
Babel Studio, 2013. 

§§

ÓCULOS
Corre, o Sr. Hilário grita:
"Onde estão meus óculos?"
Procura na calça e no sobretudo
No sapato direito, no sapato esquerdo.
Revira tudo no guarda-roupa
Roupão amassado, casaco amassado.
"Escândalo!" - ele grita - inacreditável!
Alguém roubou meus óculos!
Olha debaixo do sofá, no sofá,
Ele olha em todos os lugares, bufando, ofegando!
Procura na lareira e na chaminé
No buraco do rato e no piano.
Quer arrombar o assoalho,
Começa a chamar a polícia.
De repente, olha para o espelho ...
Não querendo acreditar ... Ele olha novamente.
Acabou. Ele encontrou! Está com ele!
Ele os tem em seu próprio nariz.

**

OKULARY
Biega, krzyczy pan Hilary:
"Gdzie są moje okulary?"
Szuka w spodniach i w surducie,
W prawym bucie, w lewym bucie.
Wszystko w szafach poprzewracał,
Maca szlafrok, palto maca.
"Skandal! - krzyczy - nie do wiary!
Ktoś mi ukradł okulary!"
Pod kanapą, na kanapie,
Wszędzie szuka, parska, sapie!
Szuka w piecu i w kominie,
W mysiej dziurze i w pianinie.
Już podłogę chce odrywać,
Już policję zaczął wzywać.
Nagle zerknął do lusterka...
Nie chce wierzyć... Znowu zerka.
Znalazł! Są! Okazało się,
Że je ma na własnym nosie.
- Julian Tuwin [tradução Ulisses Iarochinski]. In: IAROCHINSKI, Ulisses. Tuwin: O poeta polaco das crianças.Iarochinski, 17.11.2018.

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  • Julian Tuwim - National Library of Israel Schwadron collection (1933)  

JULIAN TUWIM - POEMAS PARA CRIANÇAS


A LOCOMOTIVA
Já na estação a locomotiva,
Pesada e enorme, sua aflitiva
Óleo de oliva.
Arfa, ofega e fogo bufa,
Da sua pança que treme e rufa:
Uf, que calor!
Puf, que calor!
Uh, que calor!
Puh, que calor!
Já mal respira, quase suspira,
Vem o fogueiro e carvão lhe atira.
Tantos vagões a ela engatados!
De ferro e aço, grandes, pesados!
E há muita gente em cada vagão,
Um tem cavalos, outro um vacão.
E no terceiro, só barrigudos
Que vão comendo paios chorudos.
No quarto, viajam muitas bananas.
No quinto, sete harpas romanas.
No sexto, um canhão, que impressionante!
De rodas grandes, rodas-gigantes!
Sétimo – mesas e dez armários.
Oitavo – ursos e dromedários.
No nono – porcos gordos, cevados.
No vagão dez – cem baús fechados.
Quantos vagões! Mais de quarenta!
E nem eu sei o que mais lá entra.
Mesmo que viessem uns mil atletas
E que comessem mil costeletas,
Nem que pusessem a força toda,
Não moveriam nem uma roda.
Pia o apito!
Silva o silvito!
Voa o vapor!
Rodas, andor!

Como tartaruga, primeiro lentinha,
Já mexe, chameja, com sono, na linha,
Puxa os vagões e torce-se toda,
E roda que roda, vai roda após roda,
O passo acelera e corre depressa,
Já bate e com pressa, travessa a travessa.
Pra onde? Pra onde? Pra onde? Pra lá!
Prò porto, prò porto, prò porto, e já!
Por vales, por montes, por túneis, prò mar,
Depressa, depressa pra não se atrasar,
A trote atravessa, o compasso não troca,
Com um baque que bate, com um toque que toca.
Ligeiro artefacto rolando com tato,
Como uma bolinha, não ferro compacto,
Nem peça pesada, nem mera sucata,
Mas jogo, joguete, brinquedo de lata.

Mas de onde, mas como, porque corre e vai?
O que é que, o que é que, o que é que a atrai?
Que roda, que rola, que bufa, buf-buf?
É pelo vapor que a puxa, puf-puf!
Que vai da caldeira direto aos pistões,
E mexe as rodas com palpitações,
E correm, e empurram, e o comboio avança,
Já sopra com força o fumo que lança,
E batem as rodas e um toque retoca,
Com um baque que bate, com um toque que toca!…
- Julian Tuwim, no livro "A Locomotiva". [tradução Gerardo Beltrán e José Carlos Dias; ilustrações Paulo Galindro / revisão Conceição Candeias]. bilíngue Português-Polaco. Qual Albatroz, 2014.

§§

O ABECÊ
O abecê caiu da estante,
Levou um tombo tremendo,
Foi letra pra todo canto,
Estrepou-se que só vendo:
o I – ficou sem pinguinho,
no H – já era o tracinho,
o B – ‘spremeu as pancinhas,
o A – luxou as perninhas,
o O – feito um balão – pou!
O P até se assustou,
o T – está destelhado,
o L – é um U deitado,
o S – sem silhueta,
o pobre R – perneta,
o W – meio lelé:
eu pareço o M, né?
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

O TITITI DAS AVES
A gansa e a marreca, vizinhas,
Reprocham os pés das galinhas.
A perua e a galinha, a sós,
Criticam a pata sem dó.
A galinha d’angola e a pata
Desancam a perua chata.
Outra pata quaquá se esgoela,
Essa gansa, ahn, gue guer dela?
A gansa na hora revida:
Pata beberrona, bandida.
Dona angola peita a perua:
Sua linguaruda, urubua.
Que rebuliço no quintal!
Tem pena voando geral...
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

SEU TRALALIŃSKI
Mora um cantor de fama insólita,
Tralisław Tralaliński, lá
Na comarca de Cantigópolis,
Centro, Avenida Felicińska.
Sua patroa – Tralaloa,
Sua filhota – Tralalota,
O seu filhote – Tralalote,
Seu lindo cão – o Tralalão.
Gatinho? Também tem gatinho,
Ele se chama Tralalinho,
E tem também a papagaia,
Engraçadona, a Tralalaia.
Todo dia, após o café,
A turma unida e bem alerta
Ensaia, em honra ao caro mestre,
Sua cantiga predileta.
Seu Tralisław, concentradíssimo,
Ergue a batuta – tralaluta;
Calam-se todos, e em uníssono
Então eis que a canção se escuta.
“Tralala trala tralala
Tralala tralala trala!”
Vejam que coro do barulho,
Enche seu Tralisław de orgulho.
Cantam bem no tom, tralalom,
E o mestre mesmo, alto e bom som,
Na bela cantiga se embala:
“Tralala tralala trala!”
Já na cozinha e na garagem
A cantoria quer passagem,
O canto não cessa um instante,
Já se ouvem na rua os passantes:
O motorista – Tralalista,
A cozinheira – Tralaleira,
Uma empregada – Tralalada,
Um jornaleiro – Tralaleiro,
Um engraxate – Tralalate,
O policial – Tralalal,
Um advogado – Tralalado,
O geriatra – Tralalatra,
Até o pobre camundongo,
O pequenino Tralalongo,
Muito embora tema o gatinho,
Aquele fofo Tralalinho,
Sentou-se ali no seu cantito,
Um apertado tralalito,
E cantarola assim baixim:
“Tralala – trala – tralalim...” 
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

O ROUXINOL ATRASADO
A dona Rouxinol na acácia está aos prantos;
Voltaria pro jantar às nove, se tanto,
Seu Rouxinol, sempre ali na hora marcada,
Mas lá se vão as onze e seu Rouxinol – nada!
Esfriou a sopa de orvalho vesperal,
As moscas recheadas ao molho floral,
A borboleta no espeto p’ra petiscar,
A torta de vento com raio de luar.
Terá havido algo? Talvez assaltantes?
As peninhas, meu Deus, a voz de diamante?!
Inveja! Foi a tal cotovia, decerto!
As penas, menos mal, a voz – é um concerto!
De repente, seu Rouxinol: trina, saltita...
Onde o senhor estava? Eu aqui aflita!
E seu Rouxinol chilreia: “Perdão, docinho,
Tão linda a noite, que voltei a pé pro ninho!”
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

NEUSINHA EUZINHA
Tem uma certa Neusinha
Que chamam de Neusinha-Euzinha,
Com ela é tudo
“Eu! Eu! Eu!”
Que prima donna, Deus meu!
Tudo ela só já conhece,
Tudo ela faz e acontece,
A escola, o livro, a mamãe – balela
Pura e simples, pois tudinho é ela!
Não é uma sabe-tudo,
De que serve então juízo, estudo?
Aprender – não faz por onde,
Na hora ela não responde?
Mas pergunte a Neusinha na prova:
- Quanto é quatro mais quatro?
- Nove! Nove!
- Dr. Oswaldo Cruz foi?
- Presidente!
- Sete de setembro é?
- Tiradentes!
- Come-se vatapá em?
- Belém!
- E estudar, não convém?
- Nem vem!
Eu sei tudo tintim por tintim
E a sobremesa é toda pra mim,
Faço euzinha até um avião,
Comigo não tem perrengue não!
Quem vai aprender, e perguntar,
E ler, e descobrir, e errar,
Queimar pestana e toutiço
Sem que se precise disso!
- Grande sabichona!
E a boboca de quem se escreveu?
- Eu, eu!
- Julian Tuwim [tradução Marcelo Paiva de Souza]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

ÓCULOS
O Sr. Hilário solta um grito gutural:
“Onde estão meus óculos de grau?”
Procura nas calças e no fraque perfeito
No sapato esquerdo e no sapato direito
Nos armários, deixa tudo remexido,
Apalpa roupão, apalpa vestido.
“Um escândalo (…) – (…) brada teatral –
Alguém roubou meus óculos de grau! “
Debaixo do sofá, em cima da cama,
Em todos os lugares! E bufa, e reclama!
Procura no forno e na boca da lareira,
No buraco do rato e no piano de madeira.
Já quer o chão despedaçar,
E decidiu a polícia chamar.
De repente, (...) no espelho se mira...
Não pode acreditar... parece mentira.
Lá estão eles! Sorri feliz!
Estavam todo tempo em seu próprio nariz

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OKULARY
Biega, krzyczy pan Hilary:
"Gdzie są moje okulary?"

Szuka w spodniach i w surducie,
W prawym bucie, w lewym bucie.

Wszystko w szafach poprzewracał,
Maca szlafrok, palto maca.

"Skandal! - krzyczy - nie do wiary!
Ktoś mi ukradł okulary!"

Pod kanapą, na kanapie,
Wszędzie szuka, parska, sapie!

Szuka w piecu i w kominie,
W mysiej dziurze i w pianinie.

Już podłogę chce odrywać,
Już policję zaczął wzywać.

Nagle zerknął do lusterka...
Nie chce wierzyć... Znowu zerka.

Znalazł! Są! Okazało się,
Że je ma na własnym nosie. 
- Julian Tuwim [tradução André de la Cruz]. In: 'TUwim' [idealização e direção de produção Agnieszka Drewno; produção Babel Studio e Embaixada da República da Polônia em Brasília]. Babel Studio, 2013.  

§§

ÓCULOS
Corre, o Sr. Hilário grita:
"Onde estão meus óculos?"

Procura na calça e no sobretudo
No sapato direito, no sapato esquerdo.

Revira tudo no guarda-roupa
Roupão amassado, casaco amassado.

"Escândalo!" - ele grita - inacreditável!
Alguém roubou meus óculos!

Olha debaixo do sofá, no sofá,
Ele olha em todos os lugares, bufando, ofegando!

Procura na lareira e na chaminé
No buraco do rato e no piano.

Quer arrombar o assoalho,
Começa a chamar a polícia.

De repente, olha para o espelho ...
Não querendo acreditar ... Ele olha novamente.

Acabou. Ele encontrou! Está com ele!
Ele os tem em seu próprio nariz.

**

OKULARY
Biega, krzyczy pan Hilary:
"Gdzie są moje okulary?"

Szuka w spodniach i w surducie,
W prawym bucie, w lewym bucie.

Wszystko w szafach poprzewracał,
Maca szlafrok, palto maca.

"Skandal! - krzyczy - nie do wiary!
Ktoś mi ukradł okulary!"

Pod kanapą, na kanapie,
Wszędzie szuka, parska, sapie!

Szuka w piecu i w kominie,
W mysiej dziurze i w pianinie.

Już podłogę chce odrywać,
Już policję zaczął wzywać.

Nagle zerknął do lusterka...
Nie chce wierzyć... Znowu zerka.

Znalazł! Są! Okazało się,
Że je ma na własnym nosie.
Julian Tuwin [tradução Ulisses Iarochinski]. In: IAROCHINSKI, Ulisses. Tuwin: O poeta polaco das crianças. In: Iarochinski do Brasil, 17.11.2018.  

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  • Monument dedicated to Julian Tuwim at the Piotrkowska Street district of Łódź, Poland / The monument was constructed in 1998-1999 by sculptor Wojciech Gryniewicz

FORTUNA CRÍTICA DE JULIAN TUWIM

AFONSO, Rui; KOIFMAN, Fábio. Julian Tuwim in France, Portugal, and Brazil, 1940-1941. In: Polish American Studies, v. LXXIV, p. 50-64, 2017.
AFONSO, Rui. Julian Tuwim i jego portugalski dobroczyńca. [tradução Renata Gorczyńska]. In: Zeszyty Literackie, v. 3, n. 131, p. 2-11, 2015. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024) 
AFONSO, Rui. Um Homem Bom: a história de Aristides de Sousa Mendes. Rio de Janeiro: Editora ‎Casa da Palavra, 2011. 
APMuseu revela rica história da vida judaica na Polônia. In: O Globo, 27.10.2014. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024)
BUDANT, Luiz Henrique. Julian Tuwim e a história da humanidade. In: Escotilha, 6 de maio de 2019. Disponível no link. (acessado em 12.2.2024)
CULTURE.PL. Presença polonesa na cultura brasileira / #teatro. In: Culture.PL, 10 de maio de 2016. Disponível no link. (acessado em 12.2.2024) 
GILBERTO, Antônio. Especial: Ziembinski - mestre do palco. Coleção aplauso. São Paulo: Imprensa Oficial, 2010. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024).
HAFTKA, Justyna. Encontro de polacos com Portugal à sombra da Segunda Guerra Mundial. In: Anuario Histórico Ibérico, n. 1, 2022. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024) 
HETÉA, A. de.. Um quarto de hora com Julian Tuwim, o celebre poeta polonês. In: Carioca [diretor Heitor Moniz], ano VI, n. 264, 1952 / acervo Memória BN. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024).   
IAROCHINSKI, Ulisses. Tuwin: O poeta polaco das crianças. In: Iarochinski do Brasil, 17.11.2018. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024).
JASINSKI, Roman. Carta dirigida a Arthur Rubinstein. Varsovia (Polonia), 29-3-1978. [Roman Jasinski envía un poema sobre Arthur Rubinstein escrito por Julian Tuwim, un gran poeta polaco y amigo suyo, también nacido en Lodz]. MANUSCRITO. In: Instituto Cervantes, s/data. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024)
JULIAN TUWIM. Poemas para Niños. Traducido por Xaverio Ballester / Universidad de Valencia. In: Hermēneus. Revista de Traducción e Interpretación, n. 8, ano 2006. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024). 
KILANOWSKI, Piotr. No caminho pelo rio da vida. In:. In: Qorpus, v. 12, n. 1, p. 200-206, 2022. {edição especial literatura e cultura polonesa}. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024) 
KULTURA. Brazylia Juliana Tuwima. In: Terra Brasilis.pl, 13 września 2013. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024) 
LEAL, Bruno. Conversa sobre um homem bom [entrevista com Rui Afonso]. In: Café História, 12 de julho 2012. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024)
MENDES, Luciano Ramos. Caminha entre as palavras como num campo minado: [comentário acerca da poesia de Abraham Sutskever, com tradução].. (Dissertação Mestrado em Literatura). Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, 2017. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024) 
MILGRAM, Avraham. Julian Tuwim – infortúnios de um poeta polonês-judeu no exílio. In: Ensaios em homenagem a Alberto Dines - jornalismo, história, literatura. [organização Avraham Milgram e Fábio Koifman]. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2017. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024).
OS ÓCULOS. Julian Tuwim. In: BUESCU, Helena Carvalhão (coord.). Literatura mundo comparada: perspectivas em português – II /  O mundo lido: Europa. volume 3. Lisboa: Tinta-da-China, 2018, p.505.
ROMPCZYK, Jakub Dariusz. Mieczysław Weinberg’s Symphony No. 8, Kwiaty polskie [Polish Flowers], Op. 83 (1964): A Choral Symphony Exploring Poland’s History and Spirit. (Dissertation Doctor of Musical Arts). University of California, Los Angeles, 2023. Disponível no link. (acessado em 13.2.2024).
SIEWIERSKI, Henryk. História da literatura polonesa. Brasília/DF: Editora UnB, 2000.
SOUZA, Marcelo Paiva de.. Versões de brinquedo: uma tradução brasileira dos poemas de Julian Tuwim para crianças. In: Branco, Sinara de Oliveira; Dourado, Maura Regina da Silva; Torres, Marie-Helène Catherine. (Org.). Tradução e autoria. 1ª ed., João Pessoa: Ideia, 2014, v. II, p. 87-117.
SOUZA, Marcelo Paiva de.. 'Dizem que é a mais bela cidade do mundo': Julian Tuwim no Rio de Janeiro. Varsóvia: Babel Studio, 2013.
TOPEL, Marta Francisca. Nós, os judeus poloneses de Julian Tuwim. [traduções e apresentação Marta Francisca Topel]. In: Qorpus, v. 12, p. 209-221, 2022. {edição especial literatura e cultura polonesa}. Disponível no link. (acessado em 12.2.2024).
TOPEL, Marta Francisca. O patriotismo à espreita e a loucura da perseguição: algumas reflexões sobre "Nós, os judeus poloneses" de Julian Tuwim. In: Revista Digital do NIEJ, ano 3 - n.5, p. 43-50, 2012. Disponível no link. (acessado em 12.2.2024).

Portrait of Julian Tuwim - by Sigmund Joseph Menkes


Outras fontes de pesquisa


© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
© Seleção e organização dos poemas: José Alexandre da Silva


© Direitos reservados ao autor/e ou seus herdeiros

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COMO CITAR:
FENSKE, Elfi Kürten; SILVA, José Alexandre da. (pesquisa, seleção, edição e organização). Julian Tuwim -  poeta, escritor e tradutor polonês. In: Templo Cultural Delfos, fevereiro/2024. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 24.2.2024.
Postagem original de FEVEREIRO/2024


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