CENTENÁRIO DE GEIR CAMPOS (1924-2024)
poeta, escritor, jornalista e tradutor
Geir Nuffer Campos nasceu em São José do Calçado em 1924, filho de pai dentista e mãe professora. Ainda jovem, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Estudou como interno no Colégio Pedro II e diplomou-se na Escola de Marinha do Rio de Janeiro. Pilotou navios do Lloyd Brasileiro e durante a Segunda Guerra Mundial participou de operações bélicas. Formou-se em Direção Teatral pela FEFIERJ-MEC, Rio de Janeiro, mestre e doutor em Comunicação Social pela Escola de Comunicação da UFRJ, onde também foi professor.
Como jornalista, colaborou nos jornais Diário Carioca, Correio da Manhã, Última Hora, O Estado, Diário de Notícias, Para Todos, Letras Fluminenses, Jornal de Letras e A Ordem, de São José do Calçado.
Apresentou por mais de 20 anos na Rádio MEC o programa Poesia Viva. Entre 1961 e 1962, foi diretor da Biblioteca Pública Estadual de Niterói, transformada por ele em um centro cultural.
Como letrista, compôs, com Neusa França, autora da música, a letra do hino oficial de Brasília.
Geir Campos dedicou-se muito intensamente ao livro. Desde novo interessou-se pela leitura, dedicando-se ao estudo de literatura e línguas. Em Niterói, onde passou a residir em 1941, frequentava assiduamente a livraria-engraxataria Mônaco, o Grêmio Literário Humberto de Campos e o Grupo de Amigos do Livro, que se reunia na Livraria Ideal. Uma espécie de guru, distribuía seu conhecimento entre os demais companheiros interessados em letras e rumos. Na Livraria Ideal passou a trazer escritores como Moacyr Félix, um de seus maiores amigos, para autografar livros nas reuniões matinais do Grupo de Amigos do Livro.
Por essa época Geir Campos já escrevia contos e poemas e fazia traduções, publicando na imprensa. Somente em 1950 publicou seu primeiro livro de poesias, Rosa dos rumos, que precedeu Arquipélago, Coroa de sonetos, Tema com variação, Canto claro, Canto provisório, Cantigas de acordar mulher, Cantar de amigo ao outro homem da mulher amada, Metanáutica e Canto de peixe e outros cantos.Sua bibliografia é vastíssima e inclui inúmeros livros de poemas, contos, peças teatrais, obras de referência, literatura infantojuvenil, ensaios, teses e até um dicionário, o Pequeno dicionário de arte poética. Seus ensaios sobre tradução são importante fonte de referência ainda hoje.
Entre os prêmios que recebeu, destacam-se o Prêmio Olavo Bilac, da Prefeitura do Distrito Federal, pelo livro Canto claro & poemas anteriores e menção honrosa no Prêmio Monteiro Lobato, da ABL, pelo ensaio "Carta aos livreiros do Brasil".
Editor, fundou as Edições Hipocampo na década de 50, com Thiago de Mello. A editora publicou inúmeros autores, consagrados ou não, em livros primorosamente ilustrados por grandes artistas. Os livros eram compostos pelos próprios editores, impressos numa gráfica após o encerramento do expediente desta e, em sua casa, com a ajuda de familiares, Geir Campos dobrava e colocava as páginas dos livros em envelopes. A tiragem das edições era de cerca de uma centena de livros. As Edições Hipocampo publicaram escritores consagrados, como Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Drummond e Guimarães Rosa, entre outros.
Tradutor, Geir Campos traduziu livros de Kafka, Rilke, Daniel Defoe, Bertold Brecht, Shakespeare, Hesse, Walt Whitman, entre outros.
Geir Campos é considerado um dos mais importantes representantes da Geração de 45, movimento da poesia brasileira em que predominavam o rigor formal e o intelectualismo, que teve como articuladores, além do próprio Geir, poetas como Péricles Eugênio da Silva Ramos e Domingos Carvalho da Silva. Antônio Cândido considera Geir Campos um dos mais significativos e atuantes da Geração de 45. Alfredo Bosi o coloca como "um dos virtuoses de sua geração" e Manuel Bandeira o considera o Guilherme Almeida da Geração de 45. Antônio Houaiss o universaliza, quando diz que "vivendo os vaivéns de nosso tempo, a obra de Geir Campos vem também apresentando facetas várias - mas sempre com uma garra de tão honesta prospecção poética, que rotulá-la sob uma rubrica qualquer seria reduzi-la a uma imobilidade que lhe é a face oposta."
Fiel à cidade onde nasceu, Geir Campos retornou algumas vezes a São José do Calçado, onde deixou parentes e tinha amigos. No final dos anos 80 e início dos 90, publicou torrencialmente poemas, traduções, crônicas e pequenos contos no jornal A Ordem, daquela cidade, apontado como o mais antigo jornal em circulação do Espírito Santo. Naquela época, também proferiu palestras e autografou livros na cidade natal.
Em 8 de maio de 1999, aos 75 anos, após uma vida dedicada ao livro e às literaturas, faleceu em Niterói, RJ, onde residiu a maior parte de sua vida.
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Fonte: Tertúlia Capixaba (18.2.2024)
Mais informações biográficas, leia em:
BRAGANÇA, Aníbal. O livro e o poeta. In: XXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Intercom, Rio de Janeiro, 1999. Disponível no link. (acessado em 20.2.2024).
"Geir Campos não foi apenas um artesão da palavra e um operário do canto. Esteve em todas as frentes de ação pelo fortalecimento do livro, como editor, como bibliotecário, como tradutor, como líder da categoria, como professor e como autor. Autor, diga-se, de uma obra sólida e múltipla, rica e diversificada, que marcou a literatura brasileira da segunda metade deste século."
- Aníbal Bragança (professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense e doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP)
- Geir Campos - poeta, escritor, jornalista e tradutor (desenho de Geir, por Israel Pedrosa)
GEIR CAMPOS - OBRA PUBLICADA
Geir Campos - poesia
:: Rosa dos rumos. Geir Campos. Rio de Janeiro: Editora da Revista Literária, 1950.
:: Arquipélago. Geir Campos. [ilustração Santa Rosa]. Niterói/RJ: Hipocampo, 1952. {100 exemplares}.
:: Coroa de sonetos. Geir Campos. Coleção Rex, vol. 3. Rio de Janeiro: Simões, 1953.
:: Da profissão do poeta. Geir Campos. [ilustrações - xilogravuras de Manuel Segalá]. Rio de Janeiro: Philobiblion; Civilização Brasileira, 1956.
:: Canto claro & poemas anteriores. Geir Campos. [capa de PercyDeane]. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1957 / {Prêmio "Olavo Bilac" da Prefeitura do Rio de Janeiro}.
:: Operário do canto. Geir Campos. [capa de Newton Resende; retrato por Israel Pedrosa]. Rio de Janeiro: Antunes, 1959.
:: Canto provisório. Geir Campos. Rio de Janeiro: Editorial Vitória, 1960.
:: Cantigas de acordar mulher. Geir Campos. [capa e ilustrações Eugênio Hirsch]. Coleção Poesia hoje, vol. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
:: Metanáutica. Geir Campos. [capa e ornatos de Israel Pedrosa]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. {'Metanáutica' - poesia vencedora do II Torneio da Poesia Falada do DDC/RJ}
:: Canto de peixe & outros cantos. Geir Campos. [capa Fernando Francisco Alves]. Coleção Vera Cruz, v. 239. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.
:: Tarefa. Geir Campos. [capa 'Bombardeio'/1943, óleo sobre tela de Clovis Graciano]. Coleção Poesia Sempre, vol. 5. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Massao Ohno; INL, 1981.
:: Cantos do Rio: roteiro lírico do Rio de Janeiro. Geir Campos. Coleção Poesia hoje, vol. 60. Rio de Janeiro: Rio Arte; Civilização Brasileira, 1982.
:: Cantar de amigo ao outro homem da mulher amada. Geir Campos. Coleção Letras Capixabas, v. 6. Vitoria/ES: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1982 / reedição: São Paulo, Roswita Kempf. Editora, 1983.
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Poesia / poética em revistas
:: Canto ao homem da ONU. Geir Campos. In: Separata da Revista Vozes, Petrópolis, ano 62, nº 9, set. 1968.
:: A meus filhos. Geir Campos. In: Separata da Revista Vozes, Petrópolis, ano 63, nº 4, abr. 1969.
Geir Campos - contos
:: O vestíbulo. Geir Campos. Rio de Janeiro: MEC Serviço de Documentação, 1960. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024).
:: O vestíbulo. Geir Campos. Coleção Autores Brasileiros, 41. São Paulo: Ática, 1979. {Inclui fotos, biografia e bibliografia do autor}.
:: Conto & vírgula - Coisas de Amor e Humor. Geir Campos. Rio de Janeiro: Editora Record, 1982.
Geir Campos - infanto-juvenil
:: Estórias pitorescas da história do Brasil (para gente grande e pequena). Geir Campos. Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
:: Histórias de anjos. Geir Campos. [ilustrações Cláudio Duarte]. Petrópolis: Vozes, 1991.
Geir Campos - peças de teatro
:: O Sonho de Calabar. Geir Campos. Rio de Janeiro: São José, 1959.
:: Castro Alves ou O canto da esperança: teatro. Geir Campos. Rio de Janeiro: Leitura; INL, 1972.
:: As sementes da independência. Geir Campos. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Teatro, 1972.
Geir Campos - teatro infantil
:: O gato ladrão. Geir Campos. 1959
:: A verdadeira história da cigarra e da formiga. Geir Campos. 1960
:: História dos peixinhos voadores. Geir Campos e Maria Niedenthal. 1960
Geir Campos - peças não publicadas (registradas na SBAT)
:: De Bocage a Nelson Rodrigues. Geir Campos, Nelson Rodrigues e Jayme Barcellos. [s.d.].
:: Aquele que diz sim e aquele que diz não. Geir Campos. 1969.
:: O quarto vazio. Geir Campos. 1974.
:: Nós. Geir Campos. 1974.
:: Arruda para você também. Geir Campos. 1974.
:: Esse Bocage. Geir Campos. 1983
Teatro - ensaios / e obras de referência
:: O problema da tradução no teatro brasileiro. Rio de Janeiro: Serviço Nacional do Teatro, 1979.
:: Tradução e ruído na comunicação teatral. São Paulo: Álamo, 1981.
:: Glossário de termos técnicos do espetáculo. Geir Campos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985;
:: Glossário de termos técnicos do espetáculo. Geir Campos. Niterói: EDUFF, 1989. {Glossário com 566 verbetes, traduzidos para o francês, inglês, italiano, alemão e espanhol}.
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** Geir Campos, ver + teatro em tradução
Livros de referência
:: Pequeno Dicionário de Arte Poética. Geir Campos. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1965; 2ª ed. , Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1965; 3ª ed., São Paulo: Cultrix, 1978. 4ª ed., revista e aumentada: Rio de Janeiro: Ediouro, 1989; 5ª ed., Madamu, 2023.
:: Como fazer tradução. Geir Campos. Coleção Fazer, n. 22. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 1986.
:: O que é tradução?. Geir Campos. Coleção Primeiros Passos, nº 166. São Paulo: Brasiliense, 1986.
Tese doutorado
CAMPOS, Geir. Do ato criador na tradução. (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ - Escola de Comunicação - ECO, 1985. {não publicada}.
Artigos, ensaios, cartas em revistas, jornais e boletins
CAMPOS, Geir. Poética e retórica - pontos comuns do vocabulário técnico - as chamadas figuras de palavras. In: Revista brasileira de poesia, ano VIII, nº 7, vol II, São Paulo, abr. 1956. p. 27-56.
_________. Carta aos livreiros do Brasil*. In: Estudos sociais. (CDU 335.5 05) nº 9. Rio de Janeiro, out. 1960. {*Menção honrosa da Associação Brasileira do Livro}
_________. Meu encontro com Cecília. In: Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 15 nobv. 1964.
_________. Rubén Dário, poeta participante. In: Separata da Revista Vozes, Petrópolis, ano 61, nº 3, março 1967.
_________. O processo de leitura. In: Bloch comunicação, nº 17, Rio de Janeiro, s/ d. p. 19-22.
_________. A alma-boa de Setsuan. In: Rocha, Daniel da Silva et. al. A tradução da grande obra literária (Depoimentos). São Paulo: Álamo, 1982.
_________. O ato criador na tradução. In: Tradução & Comunicação, nº 2, São Paulo, março de 1983. p. 129-144.
_________. Literalidade e criatividade na tradução. In: Tradução & Comunicação, nº 7, São Paulo, dezembro de 1985. p. 9-20.
_________. Traduções de Baudelaire. In: Tradução & Comunicação, nº 9, São Paulo, dezembro de 1986, p. 33-40.
Antologias de Geir Campos - obra autoral
:: Ao operário do canto; 13 pequenos ensaios e depoimentos em homenagem a Geir Campos. [organização Aníbal Bragança & Maria Lizete dos Santos]. Rio de Janeiro/Niterói, RJ):
FBN-DNL/EDUFF, 1999.
:: A profissão do poeta e Carta aos livreiros do Brasil, poemas e outros inéditos de Geir Campos: 13 pequenos ensaios e depoimentos em homenagem a Geir Campos. [organização Aníbal Bragança e Maria Lizete dos Santos]. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.
:: Antologia poética. Geir Campos. [organização e projeto gráfico Israel Pedrosa]. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 2003.
Contos e poesias em jornais e revistas (levantamento parcial)
:: A Mina. Geir Campos (conto). In: Diário Carioca, 3ª seção, ano XXII, 26 de junho de 1949. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024).
:: Netuniana. Geir Campos (poema). In: Diário Carioca, 16 de julho de 1950, p. 5. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024).
Geir Campos - organização / poesia
:: Poesia. Alberto de Oliveira [organização Geir Campos]. Coleção Nossos Clássicos, n. 32. Rio de Janeiro: Agir, 1951.
Geir Campos - apresentação - prefácio - introdução - prólogo
:: Assim Falava Zaratustra / "Also Sprach Zarathustra". Friedrich Nietzsche. [prefácio Geir Campos; tradução José Mendes de Souza; apêndices de autoria Elizabeth Förster-Nietzsche]. Clássicos de Bolso. Edições de Ouro, 1967 / Coleção Universidade de Bolso. Rio de Janeiro: Ediouro, 19..?
:: Gargantua. François Rabelais [apresentação Geir Campos; tradução Aristides Lobo; ilustrações Gustave Doré]. Coleção Clássicos De Bolso. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985; São Paulo: Hucitec. 1986.
:: Lírica Redondilhas e Sonetos. Luís de Camões [introdução, prefácio e prólogo Geir Campos; seleção, direção e supervisão de notas e glossário Massaud Moisés]. Coleção Prestígio, n. 1. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985; Série Biblioteca Folha, n. 22. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. {obs.: livro do professor}.
:: O anticristo / "The antichrist". Friedrich Nietzsche. [introdução Geir Campos; tradução David Jardim Júnior]. Coleção Universidade de Bolso, v. 61448. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985.
:: Além do Bem e do Mal Ou Prelúdio de Uma Filosofia do Futuro / "Jenseits von gut und böse". Friedrich Nietzsche. [introdução Geir Campos; tradução Márcio Publiesi/USP]. Coleção Universidade de Bolso. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985.
:: Crepúsculo dos ídolos - a filosofia a golpes de martelo / Götzen-Dämmergung. Friedrich Nietzsche. [introdução Geir Campos; tradução Edson Bini e Márcio Pugliesi]. Coleção Universidade de Bolso. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985.
:: A gaia ciência / Die Frohliche Wissenschaf. Friedrich Nietzsche. [introdução Geir Campos; tradução Marcio Pugliesi, Edson Bini e Norberto de Paula Lima]. Coleção Universidade de Bolso. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1986.
:: Assim Falava Zaratustra / "Also Sprach Zarathustra". Friedrich Nietzsche. [prefácio Geir Campos; tradução José Mendes de Souza; apêndices de autoria Elizabeth Förster-Nietzsche]. Coleção Universidade de Bolso. Rio de Janeiro: Ediouro, ?.
TRADUÇÕES DE GEIR DE CAMPOS
Poesia - seleção e tradução
:: Poemas. Rainer Maria Rilke. [seleção e tradução Geir Campos]. Coleção Rubáyat. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953. {Edição bilíngue alemão/português} // (contém poemas dos livros: Livro das Imagens, Novos Poemas e Sonetos a Orfeu).
:: Folhas de relva / Leaves of grass. Walt Whitman. [seleção e tradução de Geir Campos; ilustrações de Darcy Penteado]. Rio Janeiro: Civilização Brasileira, 1964; reedição 2002. {excertos da obra 'leaves of grass'}.
:: Poemas e canções. Bertolt Brecht. [seleção e tradução de Geir Campos; ilustrações Aluísio Carvão]. Coleção Poesia Hoje, v. 9. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966. {edição bilíngue alemão/português // 143 poemas}
:: Andares - Antologia poética / Stufen - Ausgewählte Gedichte. Hermann Hesse [tradução e prólogo Geir Campos]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976.
:: Poemas / Cartas a um jovem poeta // Gedichte / Briefe an einen jungen Dichter. Rainer Maria Rilke. [tradução, seleção, notas e prefácios de Geir Campos e Fernando Jorge]. 1ª ed., Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1967; Ediouro, 1970; Nova Fronteira, 2017.
:: Folhas das Folhas de Relva. Walt Whitman. [seleção e tradução Geir Campos; introdução de Paulo Leminski]. Coleção Cantadas Literárias. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983; 5ª ed., 1990.
:: Folhas das folhas de relva. Walt Whitman. [Seleção e tradução Geir Campos; ilustrações de Darcy Penteado]. Coleção Universidade de bolso, n. 31248. Rio de Janeiro: Ediouro, 1986.
:: Cantos do meu coração / "Songs from my heart". Daisaku Ikeda. [tradução Geir Campos a partir da versão americana de Burton Watson]. Rio de Janeiro: Editora Record, 1995 {poemas e fotografias}
:: O livro de horas / "Das Stunden-Buch". Rainer Maria Rilker [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993. {Edição bilíngue alemão/português}
Poesia - antologias - seleção e tradução
:: Poesia da Alemanha - Antologia de poetas da língua alemã. [seleção, prólogo e tradução Geir Campos]. Coleção Coroa de Ouro, n. 1321. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1961. {poetas presentes: Hans Sachs. Martin Opitz. Friedrich Gottlieb Klopstock. Gotthold Ephraim Lessing. Matthias Claudius. Johann Gottfried Herder. Gottfried August Bürger. Johann Wolfgang Von Goethe. Friedrich Von Schiller. Friedrich Hölderlin. Friedrich Von Hardenberg. Clemens Brentano. Adelbert Von Chamisso. Justinus Kerner. Ludwig Uhland. Friedrich Rückert. Joseph Von Eichendorf. Teodor Körner. August Von Platen. Heinrich Heine. Annette Von Droste-Hülshoff. Johann Nepomuck Vogl. Nikolaus Lenau. Eduard Mörike. Friedrich Hebbel. Emanuel Geibel. Theodor Storm. Theodor Fontane. Detlev Von Liliencron. Friedrich Nietzsche. Richard Dehmel. Otto Erich Hartleben. Ricarda Huch. Stepan George. Christian Morgenstern. Hugo Von Hofmannsthal. Rainer Maria Rilke. Georg Trakl. Hermann Hesse. Hans Carossa. Georg Heym. Franz Werfel. Josef Weinheber. Werner Bergengruen. Bertold Brecht. Friedrich Georg Jünger. Werner Hundertmark. Gertrud Von Le-Fort. Stephan Hermlin // Edição bilíngue alemão/português}
:: O livro de ouro da poesia alemã: antologias de poetas da língua alemã. [seleção, prólogo e tradução Geir Campos]. Coleção Universidade. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1980 {Edição bilíngue alemão/português} / reedição.
:: O livro de ouro da poesia alemã. [seleção, prólogo e tradução Geir Campos]. Coleção Clássicos de Bolso. Rio de Janeiro: Ediouro, 1989 {Edição bilíngue alemão/português} / reedição.
:: Haicais: poesia do Japão. [seleção, prefácio e tradução de Geir Campos, a partir da versão ao alemão de Jan Ulenbrook]. Rio de Janeiro: Ediouro, 1988
Poesia - antologias outros livros - contribuição / organização / tradução
:: Poesia alemã traduzida no Brasil. [organização Geir Campos; tradutores: Geir Campos, Pedro de Almeida Moura, o Barão de Paranapiacaba (João Cardoso de Meneses e Sousa), Thiago Würth, Raimundo Correia, Bernardo Taveira Júnior, Francisca Júlia, Guilherme de Almeida, Jenny Klabin Segall, João Ribeiro, Manuel Bandeira, Onestaldo de Pennafort, Pedro Sinzig, Roquette Pinto, Tobias Barreto, Artur Azevedo, Fagundes Varela, Machado de Assis, Raul Pompéia, Luís Delfino, Rodrigo Otávio, Augusto de Lima, Gonçalves Dias, Alphonsus de Guimaraens, Abgar Renault, João Acciolli, Ivo Barroso, José Geraldo Vieira, Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Sérgio Milliet, Joaquim Cardozo, Mansueto Kohnen, Mário Faustino, Olívia Krähenbühl, ... ]. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação - MEC, 1960. {Edição bilíngue alemão/português}
:: Sonetos 25 e 116 de William Shakespeare. [tradução Geir Campos]. In: 'William Shakespeare: Edição do IV Centenário'. [organização Barboza Mello e Olympio Monat]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, Rio, 1964.
:: Alice no País das Maravilhas / "Alice's Adventures in Wonderland". Lewis Carrol [tradução Fernanda Lopes de Almeida; tradução dos poemas Geir Campos (pág. 8, 9, 49, 98, 99, 102, 103, 116 117), traduzidos a partida da edição francesa de 'Alice au Pays de Merveilles']. São Paulo: Editora Ática, 1982.
:: Alice no País das Maravilhas / "Alice's Adventures in Wonderland". Lewis Carrol. [tradução/ adaptação Nicolau Sevcenko; ilustrações Célia Seybold; incluído alguns poemas traduzidos por Geir Campos]. Série Reencontro. São Paulo: Scipione, 1986. {GONÇALVES, Higor Branco. Entrevista com Nicolau Sevcenko, tradutor de Alice no País das Maravilhas. In: The Bloggerwocky, 8.2.2011. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024)}.
Romances
:: Coronel Jack / Colonel Jack. Daniel Defoe [tradução Geir Campos]. Coleção Obras Imortais, v. 4. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1957; Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982.
:: Flor do abandono / Árvácska. Zsigmond Móricz [resenha, notas e tradução Geir Campos; apresentação Paulo Rónai]. Biblioteca do Leitor Moderno, n. 65. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.
:: A vida de Nosso Senhor / The Life of Our Lord. Charles Dickens. [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1982; São Paulo: Círculo do Livro, 1988.
:: As fogueiras do rei / Las hogueras del rey. Pedro Casals. [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Editora Record, 1990.
:: O quinto evangelho / Il quinto evangelio. Mario Pomilio. [tradução Geir Campos]. Petrópolis: Editora Vozes, 1988.
Histórias / biográficos
:: Nossa vida com papai / Life With Father. Clarence Day Jr., [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, n. 15. Civilização Brasileira, 1956.
:: Jvlivs Caesar / "Julius Caesar". Alfred Duggan. [tradução Geir Campos]. Coleção Biblioteca do Espírito Moderno - Série 3ª: História e Biografia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1958.
Histórias - contos - fragmentos - textos
:: A sabedoria de Confúcio / The Wisdom of Confucius. Yutang Lin. [tradução Geir Campos; ilustrações em cores Jeanyee Wong; vinhetas Luís Jardim]. Coleção Rubaiyat. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1958.
:: Parábolas e fragmentos. Franz Kafka [introdução, tradução Geir Campos; ilustrações (água-forte) de Poty]. Coleção Maldoror. Rio de Janeiro: Philobiblion / Civilização Brasileira, 1956.
:: As melhores histórias de natal. [seleção e tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Ediouro, 1991 / contos.
:: Parábolas e fragmentos; Cartas a Milena. Franz Kafka. [introdução, tradução "Parábolas e fragmentos": Geir Campos; tradução e prefácio "Milena": Torrieri Guimarães; ilustrações Poty]. Coleção Clássicos de Bolso. Rio de Janeiro: Ediouro - Tecnoprint, 1987.
Infanto-juvenil
:: Arco-íris de amor / "Rainbow love". Joan Walsh Anglund. [tradução Geir Campos; ilustrações Joan Walsh Anglund]. Rio de Janeiro: Record, 1985.
Teatro - Peças traduzidas e publicadas
:: A alma boa de Setsuan / Der gute Mensch von Sezuan. Bertolt Brecht [tradução Geir Campos e Antônio Bulhões]. Rio de Janeiro: Antunes, 1959.
:: Édipo-rei. Sófocles [versão/tradução de Geir Campos a partir da tradução inglesa de Sir Richard Jebb]. Luzes da Ribalta v. 29. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 1967; São Paulo: Editor Victor Civita / Abril Cultural, 1976; São Paulo: Cooperativa Paulista de Teatro, 1983.
:: Macbeth. William Shakespeare [tradução de Geir Campos; série autores estrangeiros dirigida por Dias Gomes]. Coleção Teatro Hoje, vol. 18. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.
:: Teatro de Bertold Brecht. [organização e tradução de Geir Campos]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.
:: A tragédia do homem / Az ember tragediaja. Imre Madách [tradução Paulo Rónai e Geir Campos; capa Eugênio Hirsch; ilustrações do conde Mihály Zichy]. Rio de Janeiro: Salamandra; Co-edição Núcleo Editorial da UERJ (Coleção Vária), 1980; 2ª edição, revista e melhorada, 1980 / teatro húngaro / tradução do húngaro.
Peças de Brecht traduzidas por Geir Campos/ e ou em parceria, incluídas em:
:: Bertolt Brecht, Teatro completo: em 12 volumes. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1986. {"Luz nas trevas" (1919), tradução de Geir Campos - vol. 1 / "A exceção e a regra" (1929-1931), tradução Geir Campos - vol. 4 / "Mãe coragem e seus filhos" (1939), tradução Geir Campos - vol. 6 / "A alma boa de Setsuan" (1939/1940), tradução Geir Campos e Antônio Bulhões; "O julgamento de Luculus" (1938/39), tradução Gilda Oswaldo Cruz e Geir Campos - vol. 7 / "O círculo de giz caucasiano" (1942-1945), tradução Geir Campos - vol. 9}.
Teatro - Peças traduzidas e não publicadas (registradas na SBAT)
:: O refugiado e os sentados / El regugiado e Los sentados. Miguel Hernández [tradução Geir Campos]. 1974.
:: A estranha história do Doutor Fausto / The Tragical History of Doctor Faustus. Christopher Marlowe [tradução Geir Campos]. 1974.
:: Amar / Luar. Jack Larson [tradução Geir Campos]. 1974.
Ensaios - sociologia - antropologia - história e afins
:: Lênin e a revolução russa / "Lenin and the Russian Revolution". Christopher Hill. [tradução Geir Campos]. Coleção Homens que Fizeram Época. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1963
:: Sociologia e Filosofia Social de Karl Marx - Textos escolhidos / "Karl Marx - Selected writings in sociology and social philosophy". T. B. Bottomore e Maximilien Rubel (seleção, introdução, tradução e notas) / Erich Fromm (prefácio).. [tradução brasileira Geir Campos]. Coleção Biblioteca de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964.
:: Anatomia da liberdade: os direitos do homem sem a força. William Orville Douglas. [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1965.
:: Sociologia política - Karl Marx, Max Weber, Gaetano Mosca, Vilfredo Pareto, Robert Michels [organização e introdução de Amaury de Souza; tradução Geir Campos, Dirceu Lindoso, Alice Rangel, Alice Rangel, Sérgio Magalhães Santeiro]. Coleção Textos Básicos de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1966
Reflexões - doutrina espirita / espiritismo
:: O livro de Emmanuel: o universo inteiro é um belo pensamento / "Emmanuel's book". Pat Rodegast e Judith Stanton. [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Record, 1991. (Emmanuel's book).
:: O livro de Emmanuel II: reflexões luminosas sobre o amor / "Emmanuel's book". Pat Rodegast e Judith Stanton. [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Record, 1994.
Excertos - aforismos
:: Frases de cabeceira. Gerald Goodfrey (org.). [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Record, 1990.
:: Frases de cabeceira - 2. Gerald Goodfrey (org.). [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Record, 1990.
:: Frases de cabeceira - 3. Gerald Goodfrey (org.). [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Record, 1991.
:: Frases de cabeceira - 4. Gerald Goodfrey (org.). [tradução Geir Campos]. Rio de Janeiro: Record, 1991.
Tradução - colaborações de Geir Campos*
:: A Terra Inútil / "The Waste Land". T. S. Eliot. [tradução e apresentação Paulo Mendes Campos; xilogravuras originais Fayga Ostrower]. Coleção Maldoror, v. 3. Rio de Janeiro: Editora Civilização brasileira, 1956. / acervo digital BN/ divisão Obras Raras. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024. {*Informação consta na apresentação do livro}.
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OBRA DE GEIR CAMPOS TRADUZIDA NO EXTERIOR / AUTOR ÚNICO
:: Geir Campos: Válogatott versek [Fordította: Csuday Csaba, Rónai Pál, Tótfalusi István], Európa, Budapest, 1986.
- Geir Campos - poeta, escritor, jornalista e tradutor
GEIR CAMPOS EM ANTOLOGIAS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS
Em antologias nacionais (levantamento parcial)
:: Ritmo e poesia. de Manuel Cavalcanti Proença. Coleção Rex, v. 17. Rio de Janeiro/RJ: Editora da Organização Simões, 1955, p. 109.
:: Apresentação da Poesia Brasileira /Seguida de uma antologia de versos. Manuel Bandeira [prefácio Otto Maria Carpeaux]. Coleção Estudos Brasileiros. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1946; 2ª ed., aumentada 1957. // reedição: Coleção antologias poéticas v. 429 - Leão de Ouro. Rio de Janeiro Edições de Ouro, 1966 // reedição: Cosac Naify, 2009.
:: Antologia poética para a infância e a juventude. [organização Henriqueta Lisboa; prefácio Bartolomeu Campos Queirós]. Rio de Janeiro: MEC/ Instituto Nacional do Livro - INL, 1961 // reedição: Coroa de Ouro, vol. 68. Edições de Ouro, 1966 {Vasta coletânea de poemas de autores como: Vinicius de Moraes, Celina Ferreira, Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto, Ana Amélia Carneiro de Mendonça, Fernando Pessoa, Afonso Lopes Vieira, Gomes Leal, José Régio, Augusto Gil, António Correia de Oliveira, Olavo Bilac, António Nobre, Geir Campos, João de Deus Juvenal Galeno, entre outros. Abarca igualmente inúmeras traduções, de autores como: Frederico Garcia Lorca, Gabriela Mistral, Pablo Rojas Guardia, Henrich Heine, Jean de la Fontaine, etc.}
:: Violão de rua: Cadernos do povo brasileiro (vol. extra) - poemas de Affonso Romano de Sant'Anna, Ferreira Gullar, Geir Campos, José Paulo Paes, Moacyr Feliz, Paulo Mendes Campos, Reynaldo Jardim, Vinicius de Moraes. [diretores Alvaro Vieira Pinto e Ênio Silveira; desenho de capa Eugênio Hirsch]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; CPC/UNE, 1962. Disponível no link. (acessado em 20.2.2024).
:: Jornal de Crítica. Álvaro Lins. [capa Santa Rosa]. 7ª série. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1963 // Geir Campos - p. 61-67.
:: Antologia da Nova Poesia Brasileira. [organização Fernando Ferreira de Loanda]. Coleção Poesia Sempre, n. 22. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1965 {poetas incluídos: Mauro Mota, Bueno de Rivera, Domingos Carvalho da Silva, Péricles Eugénio da Silva Ramos, Alphonsus de Guimaraens Filho, João Cabral de Melo Neto, Paulo Mendes Campos, Marcos Konder Reis, Darcy Damasceno, José Paulo Moreira da Fonseca, Lêdo Ivo, Geir Campos, Fernando Ferreira de Loanda, Afonso Felix de Sousa, Thiago de Mello, Ferreira Gullar e Octavio Mora}.
:: Poesia moderna: antologia. [organização Péricles Eugênio da Silva Ramos]. São Paulo: Melhoramentos, 1967 // Geir Campos - p. 445-450.
:: Canto Melhor – uma perspectiva da poesia brasileira. [organização Manoel Sarmento Barata; abas resenhadas por Fausto Cunha]. Série Estudos Sobre o Brasil e a América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969. {Estudos literários: Ensaio e estudos. Uma perspectiva da poesia brasileira. Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Paulo Mendes de Campos, Vinícius de Moraes, Heitor Saldanha, Geir Campos, Ferreira Gullar, Eduardo Alves da Costa. Série Estudos sobre o Brasil e a América Latina. Literatura e Arte}.
:: Antologia da nova poesia brasileira. [organização e seleção Fernando Ferreira de Loanda]. Rio de Janeiro: Edições Orfeu, 1970. {poetas presentes: Walmir Ayala, João Cabral de Melo Neto, Geir Campos, Domingos Carvalho da Silva, Lélia Coelho Frota, Alphonsus de Guimarães Filho, Ferreira Gullar, Ledo Ivo, Marcos Konder Reis, Thiago de Melo, Paulo Mendes Campos, Mauro Mota, Bueno de Riveira, entre outros}
:: Diálogos sobre a poesia brasileira. [organização Temístocles Linhares]. São Paulo: Melhoramentos. 1976. {poetas presentes: Mário de Andrade, Affonso Ávila, Walmir Ayala, Manuel Bandeira, Lindolfo Bell, João Cabral de Melo Neto, Geir Campos, Joaquim Cardozo, Vincente de Carvalho, Mário Chamie, Lélia Coelho Frota, Odylo Costa, Carlos Drummond de Andrade, José Godoy Garcia, Lêdo Ivo, Marcos Konder Reis, Henriqueta Lisboa, Cecília Meireles, Murilo Mendes, Augusto Meyer, Dante Milano, Dantas Mota, Emílio Moura, Carlos Nejar, Renata Pallotini, Cyro Pimentel, Mario Quintana, Idemo Ribeiro de Faria, Cassiano Ricardo, Bueno de Riveira, Péricles Eugênio da Silva Ramos e Fernando Jorge Uchoa, entre outros}.
:: Diário crítico, de Sergio Milliet. [introdução Antonio Candido / edição Martins/Edusp]. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1953/57; São Paulo: Martins; Edusp, 1981. v.7, p. 345-348, v.9, p. 79-80.
:: Os Sonetos - antologia. [organização Rogério Ramos]. Edição Especial Banco Lar Chase. São Paulo: Gráfica Editora Bisordi, 1982. {poetas presentes: Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Geir Campos, Joaquim Cardozo, Ronald de Carvalho, Domingos Carvalho da Silva, Menotti Del Picchia, Carlos Drummond de Andrade, Ascenso Ferreira, Alphonsus de Guimaraens Filho, Ferreira Gullar, Hilda Hilst, Ledo Ivo, Jorge de Lima, Henriqueta Lisboa, Cecília Meireles, Thiago de Melo, Murilo Mendes, Paulo Mendes Campos, Vinicius de Moraes, Carlos Pena Filho, Mario Quintana, Cassiano Ricardo, Augusto Frederico Schmidt, entre outros}.
:: Carne viva; 1ª antologia brasileira de poemas eróticos. [organização Olga Savary]. Rio de Janeiro: Anima, 1984. {poetas presentes: Affonso Romano de Sant'Anna, Afonso Felix de Souza, Afonso Henriques Neto, Age de Carvalho, Alberto da Cunha Melo, Alice Ruiz, Angelo Monteiro, Antonio Barreto, Antonio Brasileiro, Armando Freitas Filho, Artur da Távola, Artur Gomes, Astrid Cabral, Branca Maria de Paula, Cairo Assis Trindade, Carlos Lima, Cassiano Nunes, Celina de Holanda, Celina Ferreira, Claudio Willer, Dirceu Quintanilha, Eunice Arruda, Fernando Py, Ferreira Gullar, Fülvia de Carvalho Lopes, Gastão de Holanda, Geir Campos, Geraldo Carneiro, Geraldo Pinto Rodrigues, Geraldo Mello Mourão, Gilberto Mendonça Teles, Gilka Bessa, Glória Perez, Heloisa Maranhão, Ilka Brunhilde Laurito, Ivan Wrigg, Jaci Bezerra, Julio Cezar Monteiro Martins, Lais Corrêa de Araújo, Lara de Lemos, Leila Miccolis, Lélia Coelho Frota, Lourdes Sarmento, Luis Sergio dos Santos, Lya Luft, Marcus Accioly, Margarida Finkel, Maria de Lourdes Hortas, Maria José de Carvalho, Maria José Gugilio, Mario Quintana, Marly de Oliveira, Mauricio Salles, Max Martins, Miguel Jorge, Mirian Paglia Costa, Moacy Cirne, Moacyr Félix, Myriam Fraga, Neil de Castro, Olga Savary, Olympio Bonald Neto, Paulinho Assunção, Paulo Leminski, Pedro Paulo de Sena Madureira, Raul Miranda, Renata Pallottini, Rita Moutinho Botelho, Reynaldo Valinho Alvarez, Ricardo Máximo, Ruy Espinheira Filho, Suzana Vargas, Thereza Christina Rocque da Motta, Tite de Lemos, Victor Guidice, Walmir Ayala, Yêda Schmaltz}.
:: Poetas Contemporâneos. [organização Henrique L. Alves]. 2 vol's. São Paulo: Roswitha Kempf, 1985.
:: 100 haicaistas brasileiros. Antologia. [organização Roberto Saito, Hidekazu Masuda Goga e Francisco Handa]. São Paulo: Aliança Cultural Brasil-Japão; Massao Ohono, 1990.
:: Antologia do haicai latino-americano. [organização Humberto Senegal, Roberto Saito, Hidekazu Masuda Masuda Goga e Francisco Handa]. São Paulo: Aliança Cultural Brasil-Japão / Massao Ohno, 1993.
:: Água Escondida - poesia. [organização Neide Barros Rêgo]. Rio de Janeiro: CBAG, 1994. {reúne 234 poemas de niteroienses}
:: 41 Poetas do Rio. [organização Moacyr Félix]. Rio de Janeiro: MEC; Funarte, 1998.
:: Os Cem melhores Poetas Brasileiros do Século. [organização José Nêumanne Pinto; ilustrações Tide Hellmeister]. São Paulo: Geração Editorial, 2001. {alguns poetas presentes: Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Raul Bopp, João Cabral de Melo Neto, Geir Campos, Joaquim Cardozo, Domingos Carvalho da Silva, Chacal, Ribeiro Couto, Menotti Del Picchia, Carlos Drummond de Andrade, Mário Faustino, Orides Fontela, Ferreira Gullar, Hilda Hilst, Lêdo Ivo, Paulo Leminski, Jorge de Lima, Henriqueta Lisboa, Cecília Meireles, Thiago de Melo, Murilo Mendes, Paulo Mendes Campos, Dante Milano, Vinicius de Moraes, Carlos Nejar, Carlos Pena Filho, Mario Quintana, Cassiano Ricardo, Sebastião Uchoa Leite, entre outros}.
:: 100 anos de Poesia – Um panorama da poesia brasileira no século XX. [organização Claufe Rodrigues e Alexandra Maia]. Vol. 2. Rio de Janeiro: O Verso Edições, 2001. {autores presentes neste volume: Manoel de Barros, Gilberto Mendonça Teles, Max Martins, Sebastião Uchôa Leite, Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Iumna Maria Simon, Mário Chamie, Wlademir Dias-Pino, Mário Faustino, Walmir Ayala, Ivo Barroso, Ruy Espinheirta Filho, Alberto da Costa e Silva, Mauro Mota, César Leal, H. Dobal, Nauro Machado, Alberto da Cunha Melo, Reynaldo Valinho Alvarez, Ivo Barroso, Carlos Lima, Thiago de Mello, Moacyr Félix, Ferreira Gullar, Geir Campos, Marly de Oliveira, Affonso Romano de Sant´Anna, Claudio Willer, Roberto Piva, Claudio Willer, Neide Archanjo, Paulo Bonfim, Renata Pallottini, Gerardo Melo Mourão, Armindo Trevisan, Carlos Nejar, Ivan Junqueira, Hilda Hilst, César Leal, Patativa do Assaré, Cora Coralina, José Chagas, José Carlos Capinan, Torquato Neto, Heloísa Buarque de Hollanda, Ana Cristina César, Cacaso, Geraldo Carneiro, Chacal, Paulo Leminski, Waly Salomão, Olga Savary, Anderson Braga Horta, Antônio Fantinato, Astrid Cabral, Antonio Carlos Secchin, Alexei Bueno, Mano Melo, Arnaldo Antunes, Salgado Maranhão, Adriano Espínola, Adélia Prado}
:: Roteiro da Poesia Brasileira - Anos 1950. [seleção e prefácio André Seffrin; direção Edla van Steen]. São Paulo: Editora Global, 2007.
:: Antologia de poemas portugueses para a juventude. [organização Henriqueta Lisboa; prefácio Bartolomeu Campos Queirós]. Coleção Madrinha Lua. São Paulo: Editora Peirópolis, 2005. {reedição}.
:: Poesia Br - vol. 5. 1940/50 - Cartografia poética [organização Sergio Cohn]. Azougue Editorial, 2012 {poetas presentes nesse volume: Lêdo Ivo, Fernando Ferreira de Loanda, Alphonsus de Guimaraens Filho, Paulo Bomfim, Geir Campos, Carlos Pena Filho, Gilberto Mendonça Teles, Walmir Ayala, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari, Ferreira Gullar, Reynaldo Jardim, Mário Chamie, Wlademir Dias-Pino, Max Martins, Paulo Mendes Campos, Thiago de Mello, Moacyr Félix e Lara Lemos}.
:: Poesia de Luta da América Latina. [organização e tradução Jeff Vasques; prefácio de Luis Scapi e Mauro Iasi; revisão de Lucas Bronzatto e Tomás Rosati]. Edições do autor, 2017 // Geir Campos, p. 33-35. Disponível no link. (acessado em 20.2.2024)
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Outros
:: 2011 calendário poetas antologia. [edição Edson Guedes de Morais] Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010. {Caixa de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta, escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de Portugal. Produção artesanal}.
Em antologias estrangeiras (levantamento parcial)
:: Panorama de la poesia brasileña / Acompañado de una breve antología. Manuel Bandeira. [traducción de Ernestina de Champourcín]. Coleccion Tierra Firme. México, D.F, Fondo de Cultura Económica, 1951.
:: An introduction to modern brazilian poetry. [organização e tradução Leonard Stephen Dwones]. São Paulo: Clube de Poesia do Brasil / Poetry Club of Brazil, 1954.
:: Poesia post-modernista in Brasile. [di Anton Angelo Chiocchio]. Editore: dell'Arco Roma, 1958.
:: Járom és csillag - Latin-amerikai költők antológiája. [Szerkesztő (sel.) Benyhe János, Kormos István] Budapest, Kiadó Kozmosz Könyvek, 1984 {VersLatin-amerikai irodalom // Szerkesztő (organização) Benyhe János, Kormos István; Fordítók (tradutores) Rab Zsuzsa, Majtényi Zoltán, Orbán Ottó, Csuday Csaba, Hárs Ernő, Szőnyi Ferenc, Rónai Mihály András, Tellér Gyula, Takács Zsuzsa, Végh György, Tamkó Sirató Károly, Asztalos Lajos, Jánosházy György, Imecs Béla, Vér Andor, Wlassics Tibor, Molnár Imre, Csoóri Sándor, Weöres Sándor, Szerdahelyi István, Tótfalusi István, Somlyó György, Nemes Nagy Ágnes, Devecseri Gábor, Képes Géza, Fodor András, Kosztolányi Dezső, András László, Lothár László, Gáspár Endre, Vas István, Viola József, Kálnoky László, Nagy László, Lator László, Timár György, Pór Judit; Szerzői/Költők (autores / poetas) Geir Campos, Pablo Neruda, Ernesto Cardenal, Octavio Paz, Jacques Roumain, Rui Ribeiro Couto, Mário de Andrade, Nicolás Guillén, José Eustasio Rivera, Cintio Vitier, Mateo Rosas de Oquendo, Francisco de Terrazas, Diego Mexía de Fernangil, Fernán González de Eslava, Fayad Jamís, José Lezama Lima, Antonio Cisneros, César Vallejo, Vicente Huidobro, Enrique González Martinez, José Juan Tablada, Rubén Darío, José Santos Chocano, Sor Juana Inés de la Cruz, José María de Heredia, José Eusebio Caro, Ricardo Jaimes Freyre, Amado Nervo, Alphonsus de Guimaraens, Leopoldo Lugones, Julio Herrera y Reissig, Luis Lloréns Torres, Porfirio Barba Jacob, Gabriela Mistral, Alfonsina Storni, Juana de Ibarbourou, Émile Roumer, Castro Alves, Olavo Bilac, Rafael Pombo, Manuel Acuna, Fernán Silva Valdés, Alfonso Reyes, Salomón de la Selva, Ramón López Velarde, Carlos Pellicer, Luis Carlos López, Delmira Agustini, Luis Franco, Raúl González Tunón, Rubén Martínez Villena, Jorge Carrera Andrade, Jaime Torres Bodet, Carlos Augusto León, Elvio Romero, Efraín Barquero, Gonzalo Rojas, Jorge de Lima, Eliseo Diego, José Asunción Silva, Andrés Bello, José Martí, Manuel González Prada, Alejandro Romualdo, Carlos Drummond de Andrade, José Álvarez Baragano, Bernardo de Balbuena, René Depestre, Emilio Ballagas, Alberto de Oliveira, Augusto Frederico Schmidt, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, Vicente Gerbasi, Washington Delgado, Francisco Bendezú, Julián del Casal, Luis Suardíaz, Miguel de Guevara, Gregório de Matos, Luis de Tejada, Luis de Sandoval y Zapata, José Joaquín Olmedo, José Joaquín Pesado, Plácidó, Gertrudis Gómez de Avellaneda, Ignacio Rodríguez Galván, José Mármol, Antônio Gonçalves Dias, Luís José Junqueira Freire, Juan Clemente Zenea, Luís Delfino, Joaquim Maria Machado de Assis, Olegario Víctor Andrade, Antônio Cândido Gonçalves Crespo, Candelario Obeso, Salvador Díaz Mirón, Teófilo Dias, Francisco Antonio de Carvalho Júnior, Manuel José Othón, Manuel Gutiérrez Nájera, Bernardino de Costa Lopes, Melitón Alfonso, Raimundo Correia, Cruz e Sousa, Vicente de Carvalho, Sebastiao Cícero dos Guimaraes Passos, Luis Gonzaga Urbina, Guillermo Valencia, María Eugenia Vaz Ferreira, Efrén Rebolledo, Manuel Magallanes Moure, Carlos Pezoa Vélíz, Emilio Frugoni, Evaristo Carriego, Augusto dos Anjos, Baldomero Fernández Moreno, Carlos Sabat Ercasty, Enrique Banch, Arturo Capdevila, Diminique Hippolyte, Mariano Brull, Oliverio Girondo, Pablo de Rokha, Ascenso Ferreira, Raup Bopp, Manuel Maples Arce, Luis Palés Matos, José Gorostiza, Juvencio Valle, Cacília Meireles, Rogelio Sinán, Josefina Plá, Emilio Adolfo Westphalen, Vinícius de Morais, Nicador Parra, Roussan Camille, Pablo Armando Fernández, Jorge Luis Borges}
:: Antologia da poesia brasileira contemporânea. [seleção, organização e notas de Carlos Nejar; prefácio de Eduardo Portella.]. Coleção Escritores dos Países de Língua Portuguesa, 6. 8°. Lisboa: Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 1986. {poetas presentes: João Cabral de Melo Neto, Domingos Carvalho da Silva, Lêdo Ivo, Marcos Konder Reis, José Paulo Moreira da Fonseca, José Godoy Garcia, Moacyr Félix, Ferreira Gullar, Geir Campos, Hilda Hilst, Geraldo Pinto Rodrigues, Heitor Saldanha, Paulo Mendes Campos, Carlos Pena Filho, Mauro Mota, Renata Pallotini, Santiago Naud, Alberto da Costa e Silva, Francisco Carvalho, Gilberto Mendonça Teles, Mário Chamie, Mário Faustino, Walmir Ayala, Geraldo Mello Mourão, Lélia Coelho Frota, Lupe Cotrim Garaude, Octávio Mora, Stella Leonardos, Telmo Padilha, César Leal, Lara de Lemos, Marly de Oliveira, Nauro Machado, Carlos Felipe Moisés, Carlos Saldanha Legendre, Fernando Py, Lindolfo Bell, Ivan Junqueira, Affonso Romano de Sant`Anna, Armindo Trevisan, Francisco Alvim, Marcus Accioly, Itálico Marcon, Luiz de Miranda. Ronald de Carvalho, Reynaldo Vallinho Alvarez, Jayro José Xavier, Regina Célia Colônia, Adélia Prado, Luiz Coronel, Pedro Paulo de Sena Madureira}. / publicado em Portugal.
:: Visión de la Poesía Brasileňa. [organização e seleção Thiago de Mello; tradução Ádan Méndez]. Santiago de Chile: Red Internacional del Libro, 1996. {edición bilíngue}.
:: Vericuetos n°13: « Poésie du Brésil / Poetas do Brasil ». Édition bilingue, choix de Carlos Nejar; édition sous la direction de Lourdes Sarmento; traductions du portugais (Brésil) par Lucilo Varejão et Maria Nilda Pessoa, avec la collaboration de Tereza Halliday Levy, Helena Ferreira, Stella Leonardos, Lenilde Freitas, Sônia Gonçalves de Lima, Flávia Lacerda, Monique Becher, Didier Lamaison, Noël Delamare, Bruno Tolentino, Maria Christina Cavalcanti Albuquerque, Vera de Azambuja Harvey. [Paris], Vericuetos / Chemins scabreux, septembre 1997, 272 pages, illus., épuisé. {Contient des poèmes d’Adélia Prado, Affonso Félix de Souza, Affonso Romano de Sant’Anna, Afonso Ávila, Alberto Cunha Melo, Alcides Vilaça, Alice Ruiz, Almir Castro Barros, Ângelo Monteiro, Arthur Eduardo Benevides, Astrid Cabral, Audálio Alves, Bartira Soares, Bruno Tolentino, Carlos Nejar, Cassiano Nunes, Celina de Holanda, César Leal, Cyl Gallindo, Déborah Brennand, Diogo Fontenelle, Dione Barreto, Domingos Pellegrini, Edmir Domingues, Elson Farias, Estephânia Nogueira, Eunice Arruda, Fagundes de Menezes, Fernando Py, Ferreira Gullar, Flávio Chaves, Francisco Bandeira de Mello, Francisco de Carvalho, Geir Campos, Geraldino Brasil, Gerardo Mello Mourão, Gilberto Mendonça Teles, Hilda Hilst, Jaci Bezerra, João Cabral de Melo Neto, José Mário Rodrigues, José Rodrigues de Paiva, Lêdo Ivo, Lenilde Freitas, Lindolf Bell, Lourdes Sarmento, Lucila Nogueira, Manoel Constantino, Marco Polo Guimarães, Marcos Konder Reis, Marcus Accioly, Margarida Finkel, Maria da Paz Ribeiro Dantas, Maria de Lourdes Horta, Maria do Carmo Barreto Campello de Mello, Mário Helio, Marly de Oliveira, Max Martins, Moacyr Félix, Myriam Fraga, Nelson Saldanha, Octávio Affonso, Olga Savary, Olimpio Bonald, Orismar Rodrigues, Paulo Cardoso, Pedro Lyra, Renata Pallottini, Reynaldo Valinho Alvarez, Saulo Mendonça, Sérgio de Castro Pinto, Sônia Gonçalves de Lima, Stella Leonardos, Tereza Tenório, Thiago de Mello, Vernaide Wanderly, Vital Correa de Araujo, Waldimir Maia Leite, Weydson Barros Leal, William Ferrer}.
:: Antología de poesía brasileña. [preparación, traducción y prólogo de Gabriel Rodríguez]. Coleção Poesía del Mundo / Série Antologías Col. A.M. Caracas: Fundación Editorial Popular de la Cultura; Fundción Editorial El Perro y la la Rana, 2008.
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Sites / jornais e revistas
:: Geir Campos [17.441] Poeta do Brasil. In: Poetas Siglo XXI - Antologia Mundial / editor Fernando Sabido Sánchez - #Poesia. 10 de noviembre de 2015. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024).
SELETA DE POEMAS DO POETA GEIR CAMPOS
A Árvore
Ó árvore, quantos séculos levaste
a aprender a lição que hoje me dizes:
o equilíbrio, das flores às raízes,
sugerindo harmonia onde há contraste?
Como consegues evitar que uma haste
e outra se batam, pondo cicatrizes
inúteis sobre os membros infelizes?
Quando as folhas e os frutos comungaste?
Quantos séculos, árvore, de estudos
e experiências — que o vigor consomem
entre vigílias e cismares mudos —
demoraste aprendendo o teu exemplo,
no sossego da selva armada em templo?
Dize: e não há esperança para o Homem?
- Geir Campos, no livro 'Rosa dos Rumos'. Revista Literária, 1950.
§§
Caracol
Também dono do mundo és: e, dono,
impões o teu direito de vagar
por ele como um rei que devagar
anda por seus palácios e jardins,
à hora da sesta, quando o gordo sono
dobra ainda mais sobre o peito a cerviz
ao rude camponês e ao bom fidalgo.
Como esse rei, também procuras algo
achável só na terra, de que és filho;
e enquanto assim te perdes na procura
teu rastro marca, com molhado brilho,
as fronteiras do reino que inaugura.
- Geir Campos, no livro 'Arquipélago'. Hipocampo, 1952.
§§
Coroa de Sonetos
I
Sem o verbo divino, fácil, mas
sem o perigo de eternos enganos
— construiremos um mundo substituto,
sem guerra certa e antes com certa paz.
Não haverá palavras (dispensadas)
nem flexibilidades a dois gumes,
para que não se desamarre o todo,
um todo à base de pequenos nadas;
havendo luar não se acenderão luzes,
de resto fracas. E o sol, mesmo quando
crepuscular, nunca será tão rubro.
Pleno equinócio. Eventuais relógios
e calendários dirão coisas vagas
num tempo dúplice de abril e outubro.
II
Num tempo dúplice de abril e outubro
com simultâneas florações e safras
perfumando alamedas, surpreendido
quanto menos indago mais descubro:
por exemplo descubro, minha amiga,
que nunca é tarde ou cedo para amar
(esta simples mas alta descoberta
não me acarreta a mínima fadiga).
Misturam-se as idades quando chega
essa estação de fogo bem marcada
que a cadência dos sangues acelera;
a madrugada se abre em patamares
sob as janelas de incendiados vidros
— força é gozar o outono e a primavera!
III
Força é gozar o outono e a primavera,
pousando em cada flor e em cada fruto
o olhar (seja porém o olhar tranqüilo
de quem crê no milagre enquanto o espera):
servir ao paladar o que ele escolha,
mas não colher à toa o que lhe seja
infenso — o gosto humano não é a lei
que faz brotar do caule espinho ou folha.
Melhor que despaisar as flores é
deixá-las pelos ramos derramadas
como cristais de antigos arrebóis.
Com fruto e flor de carne e de palavra
o amor será mais um desses prodígios
presentes nas romãs, nos girassóis.
IV
Presentes nas romãs, nos girassóis,
as forças de equinócios conjugados
subjugam-nos também, nos conduzindo
a arroubos de suicidas e de heróis:
o alto heroísmo é viver mortes de amor
e ressurgir como quem plantou árvores
— com fagulhas de chão ainda nas unhas
e o corpo ainda meio úmido de suor.
Celebrar o propósito das ilhas
não por acaso emersas; consumir-se
nas praias quando o mar, doce, recua;
salvar o amor e salvos pelo amor
galgar a noite, asa a asa com morcegos
dispostos a radarear a lua.
V
Dispostos a radarear a lua,
contingentes de amor abrem os olhos
vadeando inconsúteis firmamentos
sempre na direção de cada rua.
Há bólidos, em vez, e alarmas falsos
que súbito aparelham (para logo
desarmar sem penúltimo comando)
a artilharia lépida dos braços;
há nuvens, ainda mais, o que ainda mais
esconde camuflados objetivos
— e a chusma de pupilas cedo adquire o
dom de inventar paisagens não-terrenas
cujas constelações baixinho acendem
os astros mais propícios ao delírio.
VI
Os astros mais propícios ao delírio
não fulguram nos mapas zodiacais:
se governam destinos, são destinos
volúveis como contas de hidrargírio.
Órbitas hiperbólicas extensas
(de "geishas" nalgum tempo feitas anjos)
percorrem, a assombrar provectos mundos
com as mais infantis lendas e crenças.
Quando passam por nós — tão de repente
chegam e somem-se, confiando o rastro,
mais do que aos olhos, à imaginação —
fundem círculos máximos de espanto,
e em tal hora brotar na terra apenas
flores e frutos raros ousarão.
VII
Flores e frutos raros ousarão
debruçar-se nos ramos circunflexos:
são coroas votivas desses templos
onde a simples presença é uma oração.
Também nós, debruçados e perplexos
sobre o amor, sonharemos solução
nessas águas nem sempre navegáveis
cantando vaus e abismos entre os sexos.
Equinócio é prodígio — com reis Midas
justificando a lenda nos pomares,
nos jardins, em tua cabeleira ruça...
E esses frutos cairão? As flores? Nós?
Vertical aventura, a queda são
desequilíbrios de quem se debruça.
VIII
Desequilíbrios de quem se debruça
a ameias de castelos assombrados:
sinto o chão à distância e o céu pesando
nas costuras de minha carapuça.
Talvez as almenaras foram vãs,
e os fantasmas guardiães do meu exílio
com seus uivos espantem destas pontes
os palafréns de ansiadas castelãs;
todavia os caminhos tenho limpos
e baixadas as portas, num convite
à visita impossível e às possíveis.
Sei íngreme a subida — mas ajudam
sempre umas flores, sempre uns vagalumes
a colorir faróis sobre os aclives.
IX
A colorir faróis sobre os aclives
que palmilho, pavões empenam leques
e com olhos argutos me vigiam
enquanto subo aos morros em que vives.
Devagar viro as páginas da altura,
soletrando paisagens; organizo
palavras que prefiro silenciar
para manter essa atmosfera pura.
Entre pássaro e pedra, Ícaro vou
com meu peso de ser e um sonho de asa,
sem virtude qualquer que me consagre
senão esta porfia de amador
desbravando em acasos quase vôos
caminhos onde o passo é já um milagre.
X
Caminhos onde o passo é já um milagre
começam neste caravansarai
e entornam-se-lhe em torno, como em torno
ao selo real umas pontas do lacre.
Correio de tarefa consagrada,
no alforge trago um roto pergaminho
com rasuras de obsoletas mensagens;
outras eu mesmo lavro a pó de estrada.
Para entregá-las deixo este repouso
e em meu camelo singro o sol a pino,
com mais canícula em cada quadrante;
tenho a sede e o simum por companheiros,
e companheira esta crença em oásis
— dos muitos prometidos ao viajante.
XI
Dos muitos prometidos ao viajante,
há além esse perigo: de ceder
à tentação da carga e despagar
com ela o prêmio certo mas distante.
Que fleugma de guerreiro namorado,
à morte e à luta afeito, preferira
no bosque a apenas companhia e não
(sem o biombo de espada) o amor amado?
Anti-Tristão, armado pecador,
não a branca vigília quero e sim
a conquista em que brando a lança magra;
só a batalha me encanta e, à margem dela,
as libações na taça conquistada
sem a espera que os vinhos avinagra.
XII
Sem a espera que os vinhos avinagra
e faz o pão mais duro do que a fome,
celebremos agora — antes que seja
a hora gorda engulida pela magra.
Farto grão há nos silos, e nas urnas
o sangue da penúltima vindima
sabe a rácimos rubros sapateados
por raparigas nunca taciturnas:
esse outonal humor primaveril
ri na boca dos copos. Vasta, a sede
esconde o sonho em si como um remendo.
Passageiros convivas, celebremos
— tantas sedes antigas, descruzadas
sem vinagre e sem fel porém, sabendo.
XIII
Sem vinagre e sem fel, porém sabendo
curta a sede, alta a cruz, breves as lanças
— curto o mal provisório e a improvisadas
palafitas de espera as forças rendo.
Ensarilho as palavras acres. Trago a
saliva, que nos fornos da garganta
retempera sentidos vocativos:
vem, amor! Sei que vens, suporto a mágoa
Como deusa de incertos mitos, para
fundar comigo impérios, te aproximas
e a loba que cavalgas serve-me o ubre.
Luz o céu com rojões de madrugada,
véus de templos estalam e além deles
a amargura vencida ante-descubro.
XIV
A amargura vencida ante-descubro
no teu corpo sangrado pelo amor,
sagrado pelo amor em seus rituais
de flama sobre o tálamo e delubro.
Teu ser simples e o meu, ardendo a exemplo
de hereditárias turibulações,
farão nuvens de incenso e tais que os deuses
imaginarão ter o céu no templo.
Terminando esse drama nos alpendres,
onde à força de sonho titereias
arco-íris (sem o último anel, rubro)
gozarás, Galatéia — com surpresa
da estátua rediviva em seus princípios —
o amor florindo em nós abril e outubro.
XV
Num tempo dúplice de abril e outubro
força é gozar o outono e a primavera
(presentes nas romãs — nos girassóis
dispostos a radarear a lua,
os astros mais propícios ao delírio).
Flores e frutos raros ousarão
desequilíbrios de quem se debruça,
a colorir faróis sobre os aclives
caminhos onde o passo é já um milagre
— dos muitos prometidos ao viajante,
sem a espera que os vinhos avinagra.
Sem vinagre e sem fel, porém sabendo
à amargura vencida, ante-descubro
o amor florindo em nós abril e outubro.
- Geir Campos, no livro 'Coroa de Sonetos'. Coleção Rex - v. 3. Simões, 1953.
§§
Questões de Tempo
Quem perguntará por mim
quando a última passar
com seu facão?
Que mulher grave desfalecerá
vendo apagados meus olhos
na multidão?
Que homem de bem guardará
o adeus meu
seco na palma da mão?
Quem lembrará minha voz
coral ausente
em qualquer canção?
Quem se pagará a herança
inteira ou em pedaços
do meu indivisível coração?
E a quem a flor
de raiz em mim
fará os acenos do não?
- Geir Campos, no livro 'Da Profissão do Poeta'. Civilização Brasileira, 1956.
§§
Tarefa
Morder o fruto amargo e não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas imutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
- do amargo e injusto e falso por mudar -
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
- Geir Campos, no livro 'Canto Claro & poemas anteriores'. Livraria José Olympio, 1957.
§§
Poética
Eu quisera ser claro de tal forma
que ao dizer:
............................... – rosa!
todos soubessem o que haviam de pensar…
Mais: quisera ser claro de tal forma
que ao dizer:
............................... – já!
todos soubessem o que haveriam de fazer.
- Geir Campos, no livro 'Canto Claro & poemas anteriores'. Livraria José Olympio, 1957.
§§
Do Amor
Se deveras não cabe, entre criaturas
modeladas em barro e ao barro adstritas,
mais do que o essencial esfarinhar-se
(durando, gastam-se as coisas mais duras)
— às criaturas será sempre estrangeira
a força que as redime, se as atrita,
queimando auroras sobre grãos de poeira.
- Geir Campos, no livro 'Canto Claro & poemas anteriores'. Livraria José Olympio, 1957.
§§
Soneto fabril
Parque, sim, mas parques industriais:
Neles é que passeia o nosso amor
Em bairros pouco residenciais
Onde ronrona a máquina a vapor.
Das chaminés das fábricas saem mais
Nuvens (claras, escuras) de vapor
E de fumaça, com a cor das quais
O azul do céu muda-se noutra cor.
Pairando entre esse céu assim mudado
E a terra onde prossegue a mesma vida
Com seu esquema aceito mas errado
Retém-se o nosso olhar em bagatelas
– que de pequenas coisas é tecida
A glória de viver e acha-las belas.
- Geir Campos, no livro 'Canto Claro & poemas anteriores'. Livraria José Olympio, 1957.
§§
Da Profissão do Poeta (1956)
........................................................................ A Paulo Mendes Campos
Da Consolidação das leis do trabalho:
“Não haverá distinção relativa à espécie de emprego ou à condição do trabalho, seja intelectual ou manual ou técnico”.
Da Identificação Profissional
Operário do canto, me apresento
sem marca ou cicatriz, limpas as mãos,
minha alma limpa, a face descoberta,
aberto o peito, e — expresso documento —
a palavra conforme o pensamento.
Do Contrato de Trabalho
Fui chamado a cantar e para tanto
há um mar de som no búzio do meu canto.
Embora a dor ilhada ou coletiva
me doa, antes celebro as coisas belas
que movem o sol e as demais estrelas
— antigos temas que parecem novos
de tão gratos ao meu e aos outros povos.
Da Relação com Vários Ofícios
Meu verso tine como prata boa
pesando na confiança dos bancários;
os empregados no comércio bem
sabem como atender aos que encomendo
e recomendo mais do que ninguém;
aos que se ligam em telefonia
com ou sem fio, rádio, a esses também
sei dizer à distância ou de mais perto
a cifra e o texto no minuto certo;
para os músicos profissionais,
sem castigar o timbre das palavras
modulo frases quase musicais;
para os operadores de cinema
meu verso é filme bom que a luz não queima;
trilho também as estradas de ferro
e chego ao coração dos ferroviários
como um trem sempre exato nos horários;
às equipagens das embarcações
de mares ou de lagos ou de rios
meu verso fala doce e grave como
doce e grave é a taboca dos navios;
nos frigoríficos derrete o gelo
da apatia, se é para derretê-lo,
meu canto a circular nas serpentinas;
à boca da escotilha ou nas esquinas
do cais, o meu recado é força viva
guindando a atenção dos homens da estiva;
desço cantando aos subsolos e às minas
onde outros operários desenterram
o minério de suas artérias finas;
a outros, que dão sua têmpera aos metais,
meu canto ajuda feito um sopro a mais
aflando o fogo em flâmulas vermelhas;
aos colegas que lidam nos jornais
boas noticias dou e, mais do que isso,
jeito de as repetir e divulgar
quando o patrão quisera ser omisso;
à gente miúda, pronta a ser maior,
passo lições de um magistério puro
e o que é dever escrevo a giz no muro;
para os químicos sei fórmulas novas
que os mártires elaboram nas covas…
e a todos que trabalham vai assim
meu canto sugerindo meio e fim.
Do Horário do Trabalho
Marcadas as minhas horas de ofício,
de dia em sombras pelo chão e à noite
no rútilo diagrama das estrelas,
só quem ama o trabalho sabe vê-las.
Dos Períodos de Descanso
Seja domingo ou dia de semana,
mais do que as horas neutras do repouso
confortam-me os encargos rotineiros;
meu descanso é confiar nos companheiros.
Do Direito a Férias
Nunca me participam por escrito
ou verbalmente os ócios que mereço,
mas sempre gozo bem o merecido:
pois o ócio não é ofício pelo avesso?
É quando fio o verso; depois teço.
Da Remuneração das Férias
Em férias tenho a paga de saber
lembrado o verso meu por quem o inspira;
é como se outra mão tangesse a lira.
Do Salário Mínimo
Laborando entre os pontos cardinais,
de norte a sul, de leste a oeste, vou
cobrando aqui e ali quanto me basta:
o privilégio de seguir cantando.
(Imposto é cuidar onde e como e quando.)
Do Expediente Noturno
Trabalho à noite e sem revezamentos.
Se há mais quem cante, cantaremos juntos;
sem se tornar com isso menos pura
a voz sobe uma oitava na mistura.
Da Segurança do Trabalho
Mesmo no escuro, canto. Ao vento e à chuva,
canto. Perigo à vista, canto sempre;
e é clara luz e um ar nunca viciado
e sol no inverno e fresca no verão,
meu canto, e sabe a flores se é de flores
e a frutos se é de frutos a estação.
Só não me esforço à luz artificial
com que a má fé de alguns aos mais deslumbra
servindo-lhes por luz o que é penumbra;
também quando o ar parece rarefeito
a lira engasga, o verso perde o jeito.
Da Higiene do Trabalho
Não canto onde não seja o sonho livre,
onde não haja ouvidos limpos e almas
afeitas a escutar sem preconceito;
para enganar o tempo ou distrair
criaturas já de si tão mal atentas,
não canto…
Canto apenas quando dança,
nos olhos dos que me ouvem, a esperança.
Da Alteração de Contrato Etc.
Meu ofício é cantando revelar
a palavra que serve aos companheiros;
mas se preciso for calar o canto
e em fainas diferentes me aplicar
unindo a outros meu braço prevenido,
mais serviço que houver será servido.
- Geir Campos, no livro 'Da Profissão do Poeta'. Civilização Brasileira, 1956.
§§
Poema-Bilhete
Amigo, este meu canto não é manso
nem de manso cantar seria a hora.
Reviro as páginas da História e vejo
que, se em cada uma existe alguém que chora,
razão de pranto mais que em todas elas
sobeja na que se rascunha agora:
com cães de armas por toda parte à espreita,
entre miras vacila e se apavora
o gado humano, sem saber se a luz
que se desdobra no horizonte é mais
reflexo de tarde ou clarão de aurora
ou mais fogo de bomba maquinada
por um gênio às avessas que decora
o alfabeto do inferno e que, por ele
bem soletrando a morte, a vida ignora...
Sabendo e amando a vida, o verso enrija-se
e o canto é como quem finca uma escora
contra o a-b-c do diabo, contra o cão
do gatilho suspenso, contra o fogo
que no céu se desdobre e ali não seja
reflexo de tarde ou clarão de aurora.
- Geir Campos, no livro 'Operário do Canto'. Antunes & Cia, 1959.
§§
Lamento pela Ilha Fernando de Noronha
Amei-te sempre como a um cão de guarda
simplório e manso na calçada azul
de minha pátria pouco afeita à guerra:
se vai passando alguma nau ligeira
ou ligeiro avião, teu leve sono
quase vigília as pálpebras descerra
— tal o cachorro atento, ao pé do dono —
mas reconhece o amigo e a mesma paz
pousa na cruz dos rumos cardinais...
Querem-te entanto por mastim nervoso
com intranquilas orelhas de arame
girando sobre a rosa dos caminhos:
desconfiarás, servindo a gente estranha,
do azul celeste e desse azul mais fundo
que há séculos de séculos te banha.
Já te imagino triste bicho acuado
no mapa e no binóculo, adivinho
tua pétrea epiderme aberta ao berne
da guerra e seus petrechos e pretextos:
se algum dos teus se aproximar à antiga,
já te escuto ladrar "são inimigos"...
Assim te ensinam e hás de aprender bem,
pois esse é um dom que os mercenários têm.
- Geir Campos, no livro 'Operário do Canto'. Antunes & Cia, 1959.
§§
Oração Recoordenada
Pai nosso,
que estais no céu,
se ainda há céu
na altura a que o engenho leva
o bicho da terra
em guerra.
Venha a nós
vosso reino,
mas não seja
imposto da vida
a vida.
E o pão difícil
que nem todos têm,
dai-nos,
e a força de o repartir bem.
Amém.
- Geir Campos, no livro 'Operário do Canto'. Antunes & Cia, 1959.
§§
Alba
Não faz mal que amanheça devagar,
as flores não têm pressa nem os frutos:
sabem que a vagareza dos minutos
adoça mais o outono por chegar.
Portanto não faz mal que devagar
o dia vença a noite em seus redutos
de leste – o que nos cabe é ter enxutos
os olhos e a intenção de madrugar.
- Geir Campos, no livro 'Cantigas de Acordar Mulher'. Civilização Brasileira, 1964.
§§
Parábola da Madurez
Ocioso olhar
o fruto que vai de verde a maduro:
leve mudança há de ser contemplável
na pigmentação da casca,
mas do amargo despreparo
até o sumo dulçor
a seiva passará despercebida
— outro desses mistérios naturais
que a alma interroga
e o corpo sabe mais.
- Geir Campos, no livro 'Cantigas de Acordar Mulher'. Civilização Brasileira, 1964.
§§
Réquiem por um Condenado
Não é de hoje que se matam homens
Em nome da justiça, Caryl Chessman,
Das idiossincrasias dos verdugos:
houve tempo em que a morte era torneio
em circo de gladiadores
ou diversão na arena com leões,
e houve a morte na cruz, o empalamento,
a fogueira das Santa Inquisição,
a forca, o pelourinho, a guilhotina,
o muro emparelhando carabinas,
tiro simples na nuca, morte múltipla
em câmaras de gás, morte singela numa cadeira elétrica
................................................................................................. – requintes
da guerra contra a vida em plena paz...
isso sem cogitar da morte escusa,
doméstica, abafada, sem jornais
– do nadador trancado a pernoitar
no calabouço onde pernoita o mar,
do preso que se atira do sobrado
ao pétreo pátio adrede preparado...
São mortes
espetaculares umas,
veladas outras, planejadas todas;
e quanto mais se diz civilizada
a sociedade (com seus promotores
e os advogados e os legisladores
e os hermeneutas e as egrégias cortes
e as togas e as polícias e os carrascos)
tanto menos há de ostentar a morte
seu frio gume e sua boca de asco.
E assim foi, Caryl Chessman,
teu fim cercado de delicadezas,
com jantar à la carte e sobremesa,
palitos, guaradanapos, cafezinho,
tudo a amansar o morredor sozinho
em sua última noite social.
Manhã: tapete, padres, guardiães
solícitos, repórteres, visitas,
gente de longe a espiar pelos vidros
à prova de bala para te ver
encerrando tão brava resistência
nesse octógno verde onde se apura
o deus civil contra a própria criatura.
E que diplomacias, que cuidados
em te fazer partir de braços dados
com uma poltrona – vazia de sexo
como a sentença era falta de nexo.
Depois os
............. limpos
...............................grãos de cianureto
desenrolando em ácido os vapores
letais:
......... nem disfarçaste os estertores
da carne tesa após 12 anos de incerteza.
O fim
......... rápido, o forno crematório,
papel timbrado em seco relatório,
cinzas para a cidade onde nasceste,
desofícios de um credo que não leste...
E em
todo o mundo
..................... houve quem protestasse,
..........................................chorasse,
..........................................discutisse,
...........................................apedrejasse,
consulados em turbas exaltadas:
quantas dessas pessoas, entre tantas,
que a voz hoje levantam a apoiar-te,
cumpririam a sério a sua parte
na luta contra os erros consagrados
que te plasmaram entre os condenados
a essa e mais outras formas de vingança
de uma
...............que se diz
............................... civilização
incapaz de salvar uma criança?
- Geir Campos, no livro 'Cantigas de Acordar Mulher'. Civilização Brasileira, 1964.
§§
Posso te Dar
Posso te dar a carta de marinha
mas o traço que nela insinuasse
um entre tantos rumos
não
Posso te dar as tábuas de marés
mas a leve emoção de cavalgar
onda e onda após onda
não.
Posso te dar os índices das águas
conforme as densidades, mas a branda
flutuação do casco
não.
Posso te dar a rosa e o timão
mas o desequilíbrio concertante
ao balanço de bordo
não.
Posso te dar exemplos de ancoragens
mas o galeio do barco seguro
retesando as amarras
não.
Posso te dar o longe no binóculo
mas acolá das lentes e paisagem
convidando à viagem
não.
Posso te dar notícia do mar calmo
mas o rumor das franjas no espelhado
junto à roda de proa
não.
Posso te dar o gorro marinheiro
mas a pressão do linho nos cabelos
enquanto sopra o vento
não.
Posso te dar a direção da chuva
mas o gosto da baga salitrada
escorrendo no rosto
não.
Posso te dar posturas de sextante
mas o fulgor da estrela observada
entre horizonte e prisma
não.
Posso te dar os nomes de alguns peixes
mas o espanto de vê-los acender
fosforescentes rastros
não.
Posso te dar frios conhecimentos
mas o que se acalanta no convívio
amoroso do mar
não.
- Geir Campos, no livro 'Cantigas de Acordar Mulher'. Civilização Brasileira, 1964.
§§
Metanáutica
Deixa-te ser viável como um bosque
ou jardim ou pomar por onde possa
ir passando a pessoa pela sombra
ou pela flor ou pelo fruto ou pela
singular vocação ambulatória:
deixa-te ser viável como um rio
ou lago ou mar por onde possa ir
passando o navegante ou nadador
pelo afã de chegar ou pelo puro
sentir-se em ti flutuante ou imerso:
deixa-te ser viável como um ar
por onde possa ir passando a asa
que como tal se procure ou encontre
firme ou frágil… Mas bosque ou jardim ou
pomar ou rio ou lago ou mar ou ar,
deixa em ti leccionar-se o transeunte
que viver são instâncias de passar.
- Geir Campos, no livro 'Metanáutica'. José Olympio, 1970.
§§
Canto de Peixe I
Há um jeito de calar que o peixe sabe
de mais efeito onde o falar não cabe:
um jeito de boiar sob as estrelas
quando é mais límpido o instante de vê-las,
um jeito de intuir quando faísca
o aço fatal no cerne doce da isca,
um jeito de espelhar raios de sol
para indicar na tocaia um anzol,
um jeito de carpir o companheiro
ferido ou morto por arpão certeiro,
um jeito de saltar por cima d’água
quando submersa é mais dorida a mágoa,
um jeito de rolar dentro da onda
que se encaixota pesada e redonda,
um jeito de flanar sob o navio
de pesca em calculado desafio,
um jeito de franzir as barbatanas
à vista de armadilhas (des)humanas,
um jeito de mascar a excitação
para agir bem na boa ocasião,
um jeito de minguar sob a tarrafa
atento à brecha por onde se safa,
um jeito de acenar ao camarada
que olha os ocos da rede e não vê nada,
um jeito de alertar que sempre vence o
cortinado mais duro de silêncio,
um jeito de treinar as nadadeiras
nas correntes adversas mais ligeiras,
um jeito de nadar roçando o fundo
nas fronteiras do seu com outro mundo,
um jeito de parar tocando o limo
como frágil e derradeiro arrimo,
um jeito de assumir a cor do lodo
ou do saibro ou da pedra e sumir todo,
um jeito de se encompridar na areia
na esteira de prata da lua cheia,
um jeito de ir e vir pelo cristal
líquido num convite ao natural,
um jeito de rondar a fêmea púbere
sem piscar todavia os olhos túmidos,
um jeito de ser frio entre o calor
como a sentir saudade em pleno amor,
um jeito de ver quando se resume
o ser livre em ser mais preso ao cardume
um jeito de entender ante tudo isso
o engano do que foge ao compromisso,
um jeito de velar o ensinamento
até provar-se chegado o momento
de cantando invocar a luz da aurora
entre os corais do dia que se enflora,
num jeito de cantar que o peixe sabe
– canto de guerra ou cantiga de amor –
mas não é bom que o saiba o pescador.
- Geir Campos, no livro 'Canto de Peixe & outros Cantos'. Civilização Brasileira, 1977.
§§
Cantiga do ajustador
Não há de ser pesado o ofício, talvez um tanto
............ monótono
ao todo sete parafusos para se parafusar.
Só no segundo parafuso a gente parece notar
que o trabalho há de ser
monótono
monótono;
e no terceiro parafuso a notação é certa no ar
de que algo vai ser monótono
........... monótono
........... monótono;
o quarto parafuso então já é mais difícil de pegar
e os dedos vagam pelo tédio e não pousam no lugar,
o médio e o indicador não dobram, não enverga o polegar,
como se fosse um exercício extraordinário e não vulgar
de tão monótono
........... monótono
........... monótono
........... monótono;
a tempo o quinto parafuso vem puxando devagar
outra metade do serviço com promessa de acabar;
e ao vir o sexto parafuso, o penúltimo que virá,
isto já não é tão
monótono
e quase nem é
........... monótono;
enfim o sétimo, apesar de ainda
........... monótono,
.............. é o do fim...
E quando o fim é bom
é sempre um bom princípio
............... para mim.
- Geir Campos, no livro 'Tarefa'. Coleção Poesia Sempre, v. 5. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Massao Ohno; INL, 1981.
§§
Abertura
A ninguém se condena por ter mais
de um amigo ou amiga, e até se diz
que amizades adubam a raiz
do sucesso nas rodas sociais.
Já se a mesma pessoa tiver mais
de um amado ou amada, o que se diz
é que deve extirpar o mal pela raiz
esse cancro das rodas sociais.
Mas amor e amizade não serão
dois nomes de uma única emoção?
Se amizade é tão só um amor sem sexo,
que amigos e amigas enfim serão
os que, abrindo o estatuto da emoção,
dão também foro de amizade ao sexo?
- Geir Campos, no livro 'Cantar de amigo ao outro homem da mulher amada'. Coleção Letras Capixabas, v. 6. Vitoria/ES: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1982.
§§
Hino à Brasília*
Letra: Geir Campos
Música: Neusa Pinho França Almeida
Todo o Brasil vibrou
e nova luz brilhou
quando Brasília fez maior a sua glória
com esperança e fé
era o gigante em pé,
vendo raiar outra alvorada em sua História
Com Brasília no coração
epopeia a surgir do chão
o candango sorri feliz
símbolo da força de um país!
Capital de um Brasil audaz
bom na luta e melhor na paz
salve o povo que assim te quis
símbolo da força de um país!
------------------
* Histórico: O Hino de Brasília surgiu do entusiasmo e do idealismo de Neusa França, Julimar Nunes Leal e Geir Campos. Foi apresentado pela primeira vez na inauguração do ginásio da Caseb, em 16 de maio de 1960. Submetidas letra e música a minucioso exame de uma comissão nomeada pelo Ministério da Educação e Cultura (Eleazar de Carvalho, Francisco Mingnone Renzo Massarani e Adhemar Nóbrega), o hino foi então aprovado e, com o parecer favorável do então ministro da Educação, Brigido Tinoco, tornou-se oficial por meio do Decreto nº 51.000, de 19 de julho de 1961. Neusa França é autora da música e Geir Campos, responsável pela letra. (Transcrito da obra História de Brasil, de Ernesto Silva, pág. 226).
SELETA DE POEMAS TRADUZIDOS POR GEIR CAMPOS
Dançarina Espanhola
Tal como um fósforo na mão descansa
antes de bruscamente arrebentar
na chama que em redor mil línguas lança –
dentro do anel de olhos começa a dança
ardente, num crescendo circular.
E de repente é
tudo apenas chama.
tudo apenas chama.
No olhar aceso ela o cabelo inflama,
e faz girar com arte a roupa inteira
ao calor dessa esplêndida fogueira
de onde seus braços, chacoalhando anéis,
saltam nus como doidas cascavéis.
Quando escasseia o fogo em torno, então
ela o agarra inteiro e o joga ao chão
num violento gesto de desdém,
e altiva o fita: furioso e sem
render-se embora, sempre flamejando.
E ela, com doce riso triunfal,
ergue a fronte num cumprimento: e é quando
o esmaga entre os pés ágeis, afinal.
............................................. Novos poemas
**
Spanische Tänzerin
Wie in der Hand ein Schwefelzündholz, weiß,
eh es zur Flamme kommt, nach allen Seiten
zuckende Zungen streckt -: beginnt im Kreis
naher Beschauer hastig, hell und heiß
ihr runder Tanz sich zuckend auszubreiten.
Und plötzlich ist er Flamme, ganz und gar.
Mit einem Blick entzündet sie ihr Haar
und dreht auf einmal mit gewagter Kunst
ihr ganzes Kleid in diese Feuersbrunst,
aus welcher sich, wie Schlangen die erschrecken,
die nackten Arme wach und klappernd strecken.
Und dann: als würde ihr das Feuer knapp,
nimmt sie es ganz zusamm und wirft es ab
sehr herrisch, mit hochmütiger Gebärde
und schaut: da liegt es rasend auf der Erde
und flammt noch immer und ergiebt sich nicht -.
Doch sieghaft, sicher und mit einem süßen
grüßenden Lächeln hebt sie ihr Gesicht
und stampft es aus mit kleinen Füßen.
............................................. Neue Gedichte
- Rainier Maria Rilke, no livro 'Poemas'. [seleção e tradução Geir Campos]. Coleção Rubáyat. José Olympio, 1953.
§§
Parábolas e fragmentos – Kafka
Das parábolas
Muitos queixam-se de que as palavras dos Sábios percam-se em parábolas, sem emprego
na vida quotidiana – afinal a única que nos é dada. Quando o Sábio diz “Atravessai” – não quer dizer que a gente deva realmente passar para o outro lado, o que aliás poder-se-ia fazer quando valesse a pena a travessia; ele quer referir-se a um outro lado lendário, algo que não nos é dado conhecer, que mesmo para ele não é fácil pormenorizar e que para nós aqui de nada serve. Todas essas parábolas em verdade querem dizer que não se
pode conceber o inconcebível: isso é o que temos aprendido... Aquilo com que todos os
dias nos temos de preocupar, todavia, são outras coisas.
A propósito falou alguém: - “Por que relutais? Se houvésseis por bem seguir as parábolas, acabaríeis vós próprios integrados nelas e assim libertos das preocupações quotidianas”.
Outrem replicou: - “Aposto que isso é uma parábola também!”
Disse o primeiro: - “Ganhaste”.
E o segundo: - “Só por parábola, infelizmente...”
Disse o primeiro: - “Não, na realidade; por parábola, perdeste.
**
Franz Kafka: Von Den Gleichnissen
Von Helmut Arntzen
Viele beklagen sich, daß die Worte der Weisen immer wieder nur Gleichnisse seien, aber unverwendbar im täglichen Leben, und nur dieses allein haben wir. Wenn der Weise sagt: „Gehe hinüber", so meint er nicht, daß man auf die andere Seite hinübergehen solle, was man immerhin noch leisten könnte, wenn das Ergebnis des Weges wert wäre, sondern er meint irgendein sagenhaftes Drüben, etwas, das wir nicht kennen, das auch von ihm nicht näher zu bezeichnen ist und das uns also hier gar nichts helfen kann. Alle diese Gleichnisse wollen eigentlich nur sagen, daß das Unfaßbare unfaßbar ist, und das haben wir gewußt. Aber das, womit wir uns jeden Tag abmühen, sind andere Dinge.
Darauf sagte einer: „Warum wehrt ihr euch? Würdet ihr den Gleichnissen folgen, dann wäret ihr selbst Gleichnisse geworden und damit schon der täg¬lichen Mühe frei."
Hin anderer sagte: „Ich wette, daß auch das ein Gleichnis ist."
Der erste sagte: „Du hast gewonnen."
Der zweite sagte: „Aber leider nur im Gleichnis."
Der erste sagte: „Nein, in Wirklichkeit; im Gleichnis hast du verloren."
- Franz Kafka 'Parábolas e Fragmentos'. [tradução Geir Campos; Águas-fortes de Poty]. Vol. 6. Philobiblion/Civilização Brasileira, 1956, p. 21.
§§
Elegia Romana, XVII
Certos ruídos me fazem mal, e acima de todos
eu odeio o ladrar dos cães: dilacera-me o ouvido!
Só há um cão que eu escuto sempre com doce enlévo,
quando ladra: esse cão é o que o meu vizinho cría
uma vez seu ladrar me disse que a minha Amada
às ocultas chegava (e quase nos traí o segredo...)
Quando o escuto ladrar, agora, imagino "Ai vem ela!"
ou então lembro aquele tempo em que veio a Esperada.
**
Römische Elegie, XVII
Manche Töne sind mir Verdruss, doch bleibet am meisten Hundegebell mir verhasst: kläffend zerreisst es mein Ohr.
Einen Hund nur hör' ich sehr oft mit frohem Behagen Bellend kläffen, den Hund, den sich der Nachbar erzog.
Denn er bellte mir einst mein Mädchen an, da sie sich
............................... [heimlich
Zu mir stahl, und verriet unser Geheimnis beinah. Jetzo hör' ich ihn bellen, so denk' ich mir immer: sie
[kommt wohl! Oder ich denke der Zeit, da die Erwartete kam.
- Johann Wolfgang von Goethe [tradução Geir Campos]. In: Poesia alemã traduzida no Brasil. [organização Geir Campos]. Serviço de Documentação - MEC, 1960.
§§
Quando já as cifras e figuras
Quando já as cifras e figuras
não sejam chaves das criaturas,
quando os que cantam ou que beijam
mais sábios que os mais cultos sejam,
quando o mundo a uma vida livre
e a este mundo outra vez se livre,
quando sombra e luz novamente
unam-se em claridade autêntica,
e quando em poesias e lendas.
a história do mundo se aprenda,
a uma palavra, e ao seu condão,
tudo o que é mau fugirá então.
**
Wenn nicht mebr zahlen
Wen enn nicht mehr Zahlen und Figuren
Sind Schlüssel aller Kreaturen,
Wenn die, so singen oder küssen,
Mehr als die Tiefgelehrten wissen,
Wenn sich die Welt ins freie Leben,
Und in die Welt wird zurück begeben,
Wenn dann sich wieder Licht und Schatten
Zu echter Klarheit werden gatten,
Und man in Märchen und Gedichten
Erkennt die ewgen Weltgeschichten,
Dann fliegt vor einem geheimen Wort
Das ganze verkehrte Wesen fort;
- Novalis* [tradução Geir Campos]. In: 'Poesia alemã traduzida no Brasil'. [organização Geir Campos]. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação - MEC, 1960 / republicado Poesia Sempre, ano 9, n. 14, agosto 2001, p. 192. {* Georg Philipp Friedrich von Hardenberg, Freiherr von Hardenberg, mais conhecido pelo pseudônimo Novalis}.
§§
As Cinzas de Birkenau
I
Leve como a tarde o vento e a fresca,
e antes da chuva o voo das andorinhas,
como as nuvens depois de lavado o mormaço,
como o pólen do dente-de-leão,
como a neve nas pálpebras dos mortos,
como antiqüíssima canção de roda,
como na boca vermelha de um cravo pousa
a diurna mariposa, leve como
a dieta que os doentes comem
quando estão para morrer –
assim leve é o esquecimento,
como à tarde a fresca e o vento…
II
Pesada como o ferro na montanha,
como o silêncio antes da decisão,
como a queda de uma árvore na bruma,
como nos lábios nossos a fuligem
dos que foram queimados,
pesada como a última despedida;
(Os que expusemos ao gás
estavam cheios de vida,
amavam o crepúsculo e o amor
e o canto do melro, e eram tão crianças…)
pesada como as nuvens antes do aguaceiro
é a lembrança.
III
Mas aqueles que se lembram
aí estão; são muitos, serão mais.
Não fugirá o matador,
névoa alguma o encobrirá;
onde ao homem atacou,
aí perecerá.
Seara de férreos sóis,
voa a cinza sobre o mundo:
de todos, velhos e crianças,
é a cinza jogada a tento –
pesada como as lembranças,
leve como o esquecimento.
**
Die Asche von Birkenau
I
Leicht wie später Wind, wie die Kühle,
Vorm Regen die Schwalbenbahn,
Wie Gewölk nach getränkter Schwüle,
Wie der Pollen vom Löwenzahn,
Leicht wie der Schnee auf den Lidern der Toten,
Wie ein alter Kinderreihn,
Wie Schmetterlingslast am roten
Mund der Nelke, leicht wie ein
Gericht, das die Kranken essen,
Wenn sie am Sterben sind,
So leicht ist das Vergessen,
Wie Kühle und später Wind ...
II
Schwer wie im Berg das Eisen,
Wie das Schweigen vor dem Entschluß,
Wie der Baumsturz an Nebelschneisen,
Wie auf unsern Lippen der Ruß
Von denen, die man verbrannte,
Schwer wie das letzte Fahrwohl;
Die man ins Gas sandte,
Waren des Lebens voll,
Liebten die Dämmerung, die Liebe,
Den Drosselschlag, waren jung;
Schwer wie vom Sturm Wolkengeschiebe
Ist die Erinnerung.
III
Doch die sich entsinnen,
Sind da, sind viele, werden mehr.
Kein Mörder wird entrinnen,
Kein Nebel fällt um ihn her.
Wo er den Menschen angreift,
Da wird er gestellt.
Saat von eisernen Sonnen,
Fliegt die Asche über die Welt.
Allen, Alten und Jungen,
Wird die Asche zum Wurf gereicht,
Schwer wie Erinnerungen
Und wie Vergessen leicht.
- Stephan Hermlin [tradução Geir Campos]. no livro ' Poesia da Alemanha - Antologia de poetas da língua alemã'. [seleção, prólogo e tradução Geir Campos]. Coleção Coroa de Ouro, n. 1321. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1961.
§§
O Amor
O Amor, nada o detém;
Não tem porta nem trinco,
Tudo ele vence e vaza.
Sem princípio, bateu
E eternamente bates
Suas eternas asas.
**
Die Liebe
Die Liebe hemmet nichts;
sie kennt nicht Tür noch Riegel,
Und dringt durch alles sich;
Sie ist ohn Anbeginn,
schlug ewig ihre Flügel,
Und schlägt sie ewiglich.
- Matthias Claudius [tradução Geir Campos]. no livro ' Poesia da Alemanha - Antologia de poetas da língua alemã'. [seleção, prólogo e tradução Geir Campos]. Coleção Coroa de Ouro, n. 1321. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1961.
§§
Aos que vão nascer
I
Realmente, eu vivo num tempo sombrio.
A inocente palavra é um despropósito. Uma fronte sem ruga
denota insensibilidade. Quem está rindo
é só porque não recebeu ainda
a notícia terrível.
Que tempo é este em que
uma conversa sobre árvores chega a ser falta,
pois implica em silenciar sobre tantos crimes?
Esse que vai cruzando a rua, calmamente,
então já não está ao alcance dos amigos
necessitados?
É verdade: ainda ganho o meu sustento.
Porém, acreditai-me: é puro acaso. Nada
do que faço me dá direito a isso, de comer a fartar-me.
Por acaso me poupam. (Se minha sorte acaba,
estou perdido.)
Dizem-me: — Vai comendo e vai bebendo! Alegra-te com o que tens!
Mas como hei de comer e beber, se
O que eu como é tirado a quem tem fome, e
meu copo água falta a quem tem sede?
contudo eu como e bebo.
Eu gostaria bem de ser um sábio.
Nos velhos livros consta o que é sabedoria:
manter-se longe das lidas do mundo e o tempo breve
deixar correr sem medo.
Também saber passar sem violência,
pagar o mal com o bem,
os próprios desejos não realizar e sim esquecer,
conta-se como sabedoria.
Não posso nada disso:
realmente, eu vivo num tempo sombrio!
II
As cidades cheguei em tempo de desordem,
com a fome imperando.
Junto aos homens cheguei em tempo de tumulto
e me rebelei com eles.
Assim passou-se o tempo
que sobre a terra me foi concedido.
Minha comida mastiguei entre refregas.
Para dormir deitei-me entre assassinos.
O amor eu exercia sem cuidado
e olhava sem paciência a natureza.
Assim passou-se o tempo
que sobre a terra me foi concedido.
As ruas do meu tempo iam dar no atoleiro.
A fala denunciava-me ao carrasco.
Bem pouco podia eu, mas os mandões
sem mim sentiam-se mais garantidos, eu esperava.
Assim passou-se o tempo
que sobre a terra me foi concedido.
Minguadas eram as forças. E a meta
ficava a grande distância;
claramente visível, conquanto para mim
difícil de alcançar.
Assim passou-se o tempo
que sobre a terra me foi concedido.
III
Vós, que vireis na crista da maré
em que nos afogamos,
pensai,
quando falardes em nossas fraquezas,
também no tempo sombrio
a que escapastes.
Vínhamos nós então mudando de país mais do que de sapatos,
em meio às lutas de classes, desesperados,
enquanto apenas injustiça havia e revolta nenhuma.
E entretanto sabíamos:
também o ódio à baixeza
endurece as feições,
também a raiva contra a injustiça
torna mais rouca a voz. Ah, e nós,
que pretendíamos preparar o terreno para a amizade,
nem bons amigos nós mesmos pudemos ser.
Mas vós, quando chegar a ocasião
de ser o homem um parceiro para o homem,
pensai em nós
com simpatia.
**
An die Nachgeborenen
I
Wirklich, ich lebe in finsteren Zeiten!
Das arglose Wort ist töricht. Eine glatte Stirn
Deutet auf Unempfindlichkeit hin. Der Lachende
Hat die furchtbare Nachricht
Nur noch nicht empfangen.
Was sind das für Zeiten, wo
Ein Gespräch über Bäume fast ein Verbrechen ist
Weil es ein Schweigen über so viele Untaten einschließt!
Der dort ruhig über die Straße geht
Ist wohl nicht mehr erreichbar für seine Freunde
Die in Not sind?
Es ist wahr: ich verdiene noch meinen Unterhalt
Aber glaubt mir: das ist nur ein Zufall. Nichts
Von dem, was ich tue, berechtigt mich dazu, mich sattzuessen.
Zufällig bin ich verschont. (Wenn mein Glück aussetzt, bin ich verloren.)
Man sagt mir: Iß und trink du! Sei froh, daß du hast!
Aber wie kann ich essen und trinken, wenn
Ich den Hungernden entreiße, was ich esse, und
Mein Glas Wasser einem Verdurstenden fehlt?
Und doch esse und trinke ich.
Ich wäre gerne auch weise.
In den alten Büchern steht, was weise ist:
Sich aus dem Streit der Welt halten und die kurze Zeit
Ohne Furcht verbringen
Auch ohne Gewalt auskommen
Böses mit Gutem vergelten
Seine Wünsche nicht erfüllen, sondern vergessen
Gilt für weise.
Alles das kann ich nicht:
Wirklich, ich lebe in finsteren Zeiten!
II
In die Städte kam ich zur Zeit der Unordnung
Als da Hunger herrschte.
Unter die Menschen kam ich zur Zeit des Aufruhrs
Und ich empörte mich mit ihnen.
So verging meine Zeit
Die auf Erden mir gegeben war.
Mein Essen aß ich zwischen den Schlachten
Schlafen legte ich mich unter die Mörder
Der Liebe pflegte ich achtlos
Und die Natur sah ich ohne Geduld.
So verging meine Zeit
Die auf Erden mir gegeben war.
Die Straßen führten in den Sumpf zu meiner Zeit.
Die Sprache verriet mich dem Schlächter.
Ich vermochte nur wenig. Aber die Herrschenden
Saßen ohne mich sicherer, das hoffte ich.
So verging meine Zeit
Die auf Erden mir gegeben war.
Die Kräfte waren gering. Das Ziel
Lag in großer Ferne
Es war deutlich sichtbar, wenn auch für mich
Kaum zu erreichen.
So verging meine Zeit
Die auf Erden mir gegeben war.
III
Ihr, die ihr auftauchen werdet aus der Flut
In der wir untergegangen sind
Gedenkt
Wenn ihr von unseren Schwächen sprecht
Auch der finsteren Zeit
Der ihr entronnen seid.
Gingen wir doch, öfter als die Schuhe die Länder wechselnd
Durch die Kriege der Klassen, verzweifelt
Wenn da nun Unrecht war und keine Empörung.
Dabei wissen wir doch:
Auch der Haß gegen das Unrecht
Macht die Stimme heiser. Ach, wir
Die wir den Boden bereiten wollten für Freundlichkeit
Konnten selber nicht freundlich sein.
Ihr aber, wenn es so weit sein wird
Daß der Mensch dem Menschen ein Helfer ist
Gedenkt unsrer
Mit Nachsicht.
- Bertolt Brecht, no livro 'Poemas e canções'. [seleção e tradução de Geir Campos]. Civilização Brasileira, 1966.
§§
"E nada mais difícil de definir do que as obras de arte - seres misteriosos cuja vida imperecível acompanha nossa vida efêmera. (p. 79)
Só existe um caminho: penetre em si mesmo e procure a necessidade que o fez escrever. Observe se esta necessidade tem raízes nas profundezas do seu coração. Confesse à sua alma: "Morreria, se não me fosse permitido escrever?" (p. 80)
Aproxime-se então da natureza. Depois procure como se fosse o primeiro homem, dizer o que vê, vive, ama e perde. Não escreva poesias de amor. Evite, de início, os temas demasiado comuns: são os mais difíceis. (p. 80)
Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade: é a natureza da sua origem que a julga. Por isto [...], apenas me é possível dar-lhe este conselho: mergulhe em si próprio e sonde as profundidades de onde jorra a sua vida. Só desta maneira encontrará resposta à pergunta: "Devo criar?" (p. 81)
--------------------------------------- Rilke: Cartas a um jovem poeta
**
"Kunst-Werke sind von einer unendlichen Einsamkeit und mit nichts so wenig erreichbar als mit.
Es gibt nur ein einziges Mittel. Gehen Sie in sich. Erforschen Sie den Grund, der Sie schreiben heißt; prüfen Sie, ob er in der tiefsten Stelle Ihres Herzens seine Wurzeln ausstreckt, gestehen Sie sich ein, ob Sie sterben müßten, wenn es Ihnen versagt würde zu schreiben.
Wenn Sie sich an die Natur halten, an das Einfache in ihr, an das Kleine, das kaum einer sieht, und das so unversehens zum Großen und Unermeßlichenwerden kann;
Ein Kunstwerk ist gut, wenn es aus Notwendigkeit entstand. In dieser Art seines Ursprungs liegt sein Urteil: es gibt kein anderes. Darum, sehr geehrter Herr, wußte ich Ihnen keinen Rat als diesen: in sich zu gehen und die Tiefen zu prüfen, in denen Ihr Leben entspringt; an seiner Quelle werden Sie die Antwort auf die Frage finden, ob Sie schaffen müssen."
--------------------------------------- Rilke: Briefe an einen jungen Dichter
- Rainer Maria Rilke, no livro 'Poemas / Cartas a um jovem poeta'. [tradução, seleção, notas e prefácios de Geir Campos e Fernando Jorge]. Tecnoprint, 1967
§§
Ao poeta indiano Bhartrihari
Igual a ti, ancestre e irmão, também vou eu
entre o espírito e o instinto, em zigue-zague:
hoje sábio, doido amanhã, hoje de todo
entregue a Deus, amanhã ao ardor da carne.
Com ambos os açoites vou me flagelando
em sangue os costados: volúpia e penitência
– monge ou estróina, pensador ou bestial.
A culpa do existir em mim pede perdão.
Hei de pagar pecados em ambos caminhos,
em ambos fogos ardendo me aniquilar.
Os que me veneravam ontem como santo,
hoje em mim vêem um perdido libertino;
os que comigo chafurdavam na sarjeta
ontem, hoje me vêem jejuar e orar;
e todos cospem de lado e fogem de mim
– o amante falso, sem decoro e dignidade.
Em minha coroa de espinhos eu também
trago, entre as rosas rubras, a flor do desdém.
Hipócrita palmilho um mundo de aparências,
malquisto por vós e por mim, para as crianças
um monstro – e sei que qualquer ação, vossa ou minha,
perante Deus pesa menos que o pó ao vento.
E sei mais: nesta senda inglória de pecado
me sopra o bafo de Deus e eu devo agüentá-lo,
devo abusar – cada vez mais culpado, no êxtase
do prazer ou na proscrição dos meus malfeitos.
Qual o sentido desta agitação, não sei:
com as imundas e perversas mãos esfrego
o pó e o sangue do meu rosto – e bem ou mal
este caminho hei de levar até o final.
**
An den indischen Dichter Bhartrihari
Wie du, Vorfahr und Bruder, geh auch ich
Im Zickzack zwischen Trieb und Geist durchs Leben,
Heut Weiser, morgen Narr, heut inniglich
Dem Gotte, morgen heiß dem Fleisch ergeben.
Mit beiden Büßergeißeln schlag ich mir
Die Lenden blutig: Wollust und Kasteiung;
Bald Mönch, bald Wüstling, Denker bald, bald Tier;
Des Daseins Schuld in mir schreit nach Verzeihung.
Auf beiden Wegen muß ich Sünde richten,
In beiden Feuern brennend mich vernichten.
Die gestern mich als Heiligen verehrt,
Sehn heute in den Wüstling mich verkehrt,
Die gestern mit mir in den Gossen lagen,
Sehn heut mich fasten und Gebete sagen,
Und alle speien aus und fliehen mich,
Den treulos Liebenden, den Würdelosen;
Auch der Verachtung Blume flechte ich
In meines Dornenkranzes blutige Rosen.
Scheinheilig wandl' ich durch die Welt des Scheins,
Mir selbst wie euch verhaßt, ein Greuel jedem Kinde,
Und weiß doch: alles Tun, eures wie meins,
Wiegt weniger vor Gott als Staub im Winde.
Und weiß: auf diesen ruhmlos sündigen Pfad
Weht Gottes Atem mich, ich muß es dulden,
Muß weiter treiben, tiefer mich verschulden
Im Rausch der Lust, im Bann der bösen Tat.
Was dieses Treibens Sinn sei, weiß ich nicht.
Mit den befleckten, lasterhaften Händen
Wisch ich mir Staub und Blut vom Angesicht
Und weiß nur: diesen Weg muß ich vollenden.
- Hermann Hesse, no livro 'Andares: antologia poética'. [tradução e prólogo de Geir Campos]. Nova Fronteira, 1976.
§§
Tenho dito que a alma não é mais do que o corpo,
e tenho dito que o corpo não é mais do que a alma,
e que nada, nem Deus, para ninguém é maior
do que a própria pessoa,
e quem anda duzentas jardas sem vontade anda fazendo o
próprio funeral vestido em sua mortalha,
e eu como vós sem um tostão no bolso posso comprar o que
o mundo tem de melhor,
e dar uma vista de olho ou mostrar uma vagem no seu galho
confunde o aprendizado de todos os tempos,
e que não há profissão ou emprego que o homem moço
seguindo não seja herói,
e que não há coisa alguma tão mole
que não sirva de cubo às rodas do universo,
e digo a qualquer homem ou mulher:
- Deixai que vossas almas se levantem tranquilas e bem postas
ante um milhão de universos.
E digo à humanidade:
- Não sejas curiosa sobre Deus,
pois eu que sou curioso sobre todas as coisas de Deus
não sou curioso.
(Não há palavras que logrem dizer quanto me sinto em paz
perante Deus e a morte.)
Escuto e vejo Deus em todos os objetos, embora não entenda
Deus nem um pouquinho,
assim como não entendo que possa alguém ser mais maravilhoso
do que eu.
Por que deveria eu querer ver Deus melhor do que neste dia?
Eu vejo algo de Deus a cada uma das vinte e quatro horas,
e a cada momento delas,
nos rostos dos homens e das mulheres eu vejo Deus, e no meu
próprio rosto pelo espelho,
acho cartas de Deus caídas pela rua e todas assinadas
com o nome de Deus,
e as deixo onde elas estão, pois sei que aonde quer que eu vá
outras hão de chegar pontualmente sempre e por todo o sempre.
.................................................................. De 'Canto a Mim Mesmo'
**
I have said that the soul is not more than the body,
And I have said that the body is not more than the soul,
And nothing, not God, is greater to one than one’s self is,
And whoever walks a furlong without sympathy walks to his own funeral drest in his shroud,
And I or you pocketless of a dime may purchase the pick of the earth,
And to glance with an eye or show a bean in its pod confounds the learning of all times,
And there is no trade or employment but the young man following it may become a hero,
And there is no object so soft but it makes a hub for the wheel’d universe,
And I say to any man or woman, Let your soul stand cool and composed before a million universes.
And I say to mankind, Be not curious about God,
For I who am curious about each am not curious about God,
(No array of terms can say how much I am at peace about God and about death.)
I hear and behold God in every object, yet understand God not in the least,
Nor do I understand who there can be more wonderful than myself.
Why should I wish to see God better than this day?
I see something of God each hour of the twenty-four, and each moment then,
In the faces of men and women I see God, and in my own face in the glass,
I find letters from God dropt in the street, and every one is sign’d by God’s name,
And I leave them where they are, for I know that wheresoe’er I go,
Others will punctually come for ever and ever.
....................................................... Song of Myself, 48
- Walt Whitman, no livro 'Folhas de relva'. [seleção e tradução de Geir Campos]. Civilização Brasileira, 1964 / From Leaves of Grass (1891-1892).
A hora inclina-se e toca em mim...
A hora inclina-se e toca em mim
com claro bater metálico.
Os sentidos me tremem. Sinto: eu posso...
E colho o dia plástico.
Nada estava acabado antes de eu ver:
todo o devir aguardando em quietude.
Maduros meus olhares: a cada um,
como uma noiva, chega a coisa ansiada.
Nada é pequeno para mim: gosto de tudo
e tudo eu pinto sobre ouro com grandeza
e bem alto o levanto – sem saber de quem
vai a alma libertar.
**
Da neigt sich die Stunde und rührt mich an...
Da neigt sich die Stunde und rührt mich an
mit klarem, metallenem Schlag:
mir zittern die Sinne. Ich fühle: ich kann -
und ich fasse den plastischen Tag.
Nichts war noch vollendet, eh ich es erschaut,
ein jedes Werden stand still.
Meine Blicke sind reif, und wie eine Braut
kommt jedem das Ding, das er will.
Nichts ist mir zu klein und ich lieb es trotzdem
und mal es auf Goldgrund und groß,
und halte es hoch, und ich weiß nicht wem
löst es die Seele los...
- Rainer Maria Rilke, no livro 'O livro de horas' / "Da Vida Monástica". [tradução Geir Campos]. Civilização Brasileira, 1993
§§
Apaga-me os olhos: eu posso ver-te!...
Apaga-me os olhos: eu posso ver-te!
Fecha-me os ouvidos: eu posso ouvir-te!
E sem pés posso ir ao teu encontro
e mesmo sem boca eu posso chamar-te!
Arranca-me os braços, e eu te seguro
com o coração, como com minhas mãos.
Pára meu coração, e em mim o cérebro
há de pulsar; e se puseres fogo
em meu cérebro, eu te trarei no sangue.
**
Lösch mir die Augen aus: ich kann dich sehn,...
Lösch mir die Augen aus: ich kann dich sehn,
wirf mir die Ohren zu: ich kann dich hören,
und ohne Füße kann ich zu dir gehn,
und ohne Mund noch kann ich dich beschwören.
Brich mir die Arme ab, ich fasse dich
mit meinem Herzen wie mit einer Hand,
halt mir das Herz zu, und mein Hirn wird schlagen,
und wirfst du in mein Hirn den Brand,
so werd ich dich auf meinem Blute tragen.
- Rainer Maria Rilke, no livro 'O livro de horas' / "Da peregrinação". [tradução Geir Campos]. Civilização Brasileira, 1993, p. 101.
§§
Talvez eu vá, através de pesadas montanhas,
Talvez eu vá, através de pesadas montanhas,
por duros veios, solitário mineral:
e vou tão fundo que não vejo fim
nem distância: tudo se torna próximo,
e essa proximidade faz-se pedra.
Não sou nenhum perito em sofrimento
e empequeneço neste escuro grande.
Tu o és, porém: adensa-te e prorrompe!
Realize-se em mim tua mão toda
e, com meu grito, seja eu todo em ti!
**
Vielleicht, daß ich durch schwere Berge gehe
Vielleicht, daß ich durch schwere Berge gehe
in harten Adern, wie ein Erz allein;
und bin so tief, daß ich kein Ende sehe
und keine Ferne: alles wurde Nähe,
und alle Nähe wurde Stein.
Ich bin ja noch kein Wissender im Wehe, –
so macht mich dieses große Dunkel klein;
bist du es aber: mach dich schwer, brich ein:
daß deine ganze Hand an mir geschehe
und ich an dir mit meinem ganzen Schrein.
- Rainer Maria Rilke, no 'O livro de horas' / "Da pobreza e da morte" . [tradução Geir Campos]. Civilização Brasileira, 1993, p. 147.
§§
Reversais
Que passe para trás quem se achava na frente,
que passe para a frente quem estava lá atrás,
que os doidos, apaixonados, sujeitos mal-comportados,
encaminhem novas proposições,
que sejam postas de lado as proposições antigas,
que um homem busque o prazer em toda parte
exceto nele próprio,
que uma mulher busque a felicidade
em toda parte, exceto nela própria.
.
..................Walt Whitman – Folhas de relva (1881–1882)
**
Reversals
Let that which stood in front go behind,
Let that which was behind advance to the front,
Let bigots, fools, unclean persons, offer new propositions,
Let the old propositions be postponed,
Let a man seek pleasure everywhere except in himself,
Let a woman seek happiness everywhere except in herself.
.
.................. Walt Whitman – Leaves of Grass (1881–1882)
- Walt Whitman, no livro 'Folhas das Folhas de Relva'. [seleção e tradução Geir Campos; introdução de Paulo Leminski]. Coleção Cantadas Literárias. Editora Brasiliense, 1983.
§§
TEATRO
Macbeth:
Podia ter morrido em outra hora:
êsse aviso viria em qualquer tempo...
Amanhã, e amanhã, mais amanhã...
vai-se arrastando o mesmo dia-a-dia,
até à última sílaba do tempo
marcado; e os nossos ontens, todos, mal
clareiam a tôla passagem, rumo
ao pó da morte! ― Apaga-te, candeia
efêmera! Esta vida é simplesmente
uma sombra que passa: um mero ator,
que tem a sua vez de gesto e voz
no palco, e de quem nunca mais se sabe...
É uma pilhéria contada por um
idiota, com fúria e escarcéu,
e nada significa.
**
Macbeth:
She should have died hereafter;
There would have been a time for such a word.
To-morrow, and to-morrow, and to-morrow,
Creeps in this petty pace from day to day
To the last syllable of recorded time,
And all our yesterdays have lighted fools
The way to dusty death. Out, out, brief candle!
Life's but a walking shadow, a poor player
That struts and frets his hour upon the stage
And then is heard no more: it is a tale
Told by an idiot, full of sound and fury,
Signifying nothing.
- William Shakespeare "Macbeth". [tradução Geir Campos]. Coleção Teatro Hoje. Civilização Brasileira, 1970.
§§
A tragédia do homem
CENA III
Local exuberante, fora do Paraíso. À volta de uma tosca choupana, Adão finca as estacas de uma cerca e Eva arma um caramanchão. Lúcifer aparece.
ADÃO
- Este lugar é meu. Em vez do mundo
tão amplo, aqui será meu lar, e aqui
hei de reinar, defendendo-o das feras
e fazendo-o dar frutos para mim!
EVA
- Pois eu vou fazer um caramanchão
igual ao outro, e assim reviverei
o Paraíso perdido.
LÚCIFER
- Grandes palavras, as que proferis:
a propriedade e a família hão de ser
as duas molas mestras deste mundo,
fontes de toda dor, todo prazer.
São duas idéias que hão de crescer
até que gerem a pátria e a indústria
- mães de tudo que é grande e nobre, mas
que acabam devorando os próprios filhos.
ADÃO
- Não te decifro. Tu me prometeste
o saber, para, sabendo, eu ser grande.
Eu abri mão dos prazeres do instinto,
a muito custo. E qual o resultado?
LÚCIFER
- Então ainda não sentes nada, mesmo?
ADÃO
- Sinto, sim, que, mal Deus me abandonou,
deixando-me só e de mãos vazias,
eu também O deixei. Passei a ser
meu próprio deus, e é meu tudo que obtenho
por meu exclusivo merecimento:
esta é a minha força e o meu orgulho!
LÚCIFER (à parte)
- Pobre boneco: agora estás zombando
do Céu… Vamos ver teu ânimo, quando
na tempestade os raios flamejarem!
EVA
- Pois eu tenho uma única vaidade:
serei a mãe de toda a humanidade!
LÚCIFER (à parte)
- Glorioso ideal, o da mulher:
perpetuar o pecado e a miséria!
ADÃO
- Que terei eu a agradecer a Deus?
A vida, pura e simples?
Mas, para ser digna de ser vivida,
ela há de ser fruto do meu esforço.
O conforto de um gole de bebida
ganharei com o ardor da minha sede.
A paga de um beijo de mel está
no desencanto que vem depois dele.
Mas se eu me libertei dos laços todos
da gratidão, e se me tornei livre
para plasmar o meu próprio destino
e desfazer o que eu mesmo houver feito,
incerto quanto a mim e ao que me aguarda,
talvez eu nem precisasse de ti:
meus próprios poderes me bastariam.
Tu nem me aliviaste dos grilhôes
que prendem meu corpo à crosta da Terra!
Embora não lhe saiba o nome, eu sinto
que talvez o que tem minha alma presa
- vergonha minha! - é um fio de cabelo!
Vês? Penso em soltá-la e meu corpo cai.
Quando sondo os segredos das distâncias,
meus olhos e ouvidos não me obedecem.
E se levanto vôo na fantasia,
a fome traz meus pés de novo ao chão,
rebaixando-me ao jugo da matéria.
LÚCIFER
- Esses grilhões são mais fortes que eu.
ADÃO
- Ah, então és um espírito bem fraco,
se é um desafio a ti essa fina teia
que só umas poucas almas de escol vêem,
esse nada que milhões nem percebem
enquanto em suas malhas se debatem
numa falsa impressão de liberdade.
LÚCIFER
- Só ela pode me desafiar,
por ser, como eu, espírito. Supões
que, por agir oculta e sem alarde,
não tenha forças? É assim que trabalha
o que cria e sacode os universos,
coisas que, ao ver, sentirias vertigem!
Só brilha e saltita o que o homem faz,
mas dura o que dura uma vida efêmera.
ADÃO
- Minha alma é forte, sabes: deixa então
por um momento eu ver esse trabalho
capaz de influir sobre mim, que sou
tão diferente e integrado em mim mesmo!
LÚCIFER
- Palavra tola: “sou”… Foste e serás!
A vida é vir a ser e já ter sido.
Olha em redor, com os olhos do espírito!
Todas as coisas que Adão menciona, vão-se tornando visíveis.
ADÃO
- Que jorro é esse a me crescer em volta,
querendo subir ao ponto mais alto
e lá se bifurcando, e se lançando
rumo aos polos, feito uma tempestade?
LÚCIFER
- É o calor, que vai carregando vida
para as longínquas regiões dos gelos.
ADÃO
- E esses dois jatos de fogo que passam
por mim, troando, quase me arrastando?
Sinto-lhes o poder vivificante,
que me embriaga. Que forças são essas?
LÚCIFER
- É o magnetismo.
ADÃO
- Sob meus pés, a terra treme. O que eu
antes imaginava amorfo e sólido,
passou a ser matéria fervilhante
e irresistível, buscando uma forma
de vida: aqui como um cristal, ali
como um broto de planta… Em meio a todo
este caos, que será de mim, fechado
em meu próprio ser individual?
Que fim terás, meu corpo, que eu, ingênuo,
considerava um hábil instrumento
dos meus planos, grandes ambições minhas?
Criança mimada, que ao mesmo tempo
me dás prazer e sofrimento, estás
fadado a te desfazeres em pó!
Quando o resto de mim, que há pouco ainda
ria e corava, se tiver desfeito,
com minha morte, em água e brisa, tu
também flutuarás em leve nuvem?
Cada palavra, cada idéia minha,
desgasta uma parcela do meu ser:
eu me consumo - e o fogo que me queima
talvez seja atiçado por algum
misterioso espírito que espera
aquecer-se ao calor das minhas cinzas.
Apaga essa visão, que eu enlouqueço!
A luta com centenas de elementos,
na sensação penosa do abandono,
como é terrível! - Por que eu afastei
para longe a Divina Providência,
que eu, sem avaliar bem, intuía,
e agora o meu saber rebusca em vão?
EVA
- Pois não é? Também sinto a mesma coisa.
Quando tu fores combater as feras
e eu me sentar cansada no jardim,
passando os olhos pelo vasto mundo,
não haverá na Terra nem no Céu
parente ou amigo que nos conforte
ou proteja. Antes, era bem melhor!
LÚCIFER (irônico)
- Se as vossas almas são tão pequeninas
que sentem frio se alguém não as nina,
e se quereis ser sempre subalternos,
invocarei para vós dois um deus
melhor que aquele Velho rabugento:
o Espírito da Terra! Eu o conheço
do coro celestial. É um bom sujeito!
Espírito, aparece!
Tens de me obedecer:
é a grande Negação
que chama por ti - outro
não poderia ser!
Chamas irrompem do chão, densas nuvens negras saem do arco-íris, reboando aterradoramente.
LÚCIFER (recuando)
- Monstro, quem és? Eu não chamei por ti!
O Espírito da Terra é manso e dócil!
VOZ DO ESPÍRITO DA TERRA
- O que te pareceu fraco, no coro celestial,
no seu ambiente próprio é de uma força infinita.
Aqui estou, pois sempre atendo quando um Espírito chama:
mas uma coisa é chamar, outra é mandar! Nota bem!
Se eu amostrar minha imagem, tu mesmo te prostrarás
e esses dois vermes humanos perecerão com certeza!
LÚCIFER
- Se te adotar como senhor e deus,
como te há de encontrar o ser humano?
VOZ DO ESPIRÍTO DA TERRA
- Parcelado pelas águas, pelas nuvens, pelos bosques,
e em tudo que contemplar
com firmeza de propósito e o espírito elevado!
O Espírito da Terra desaparece. O bosque e a fonte povoam-se de formosas ninfas que se divertem brincando.
EVA
- Olha, Adão, esses rostos fraternais
e gentis: com que graça nos saúdam!
Deserto não há mais, nem solidão:
chegaram trazendo a felicidade,
para nos dar alento na tristeza
e bons conselhos em nossa incerteza.
LÚCIFER
- Não há mesmo melhores conselheiros
do que esses lindos seres fugidios:
responderão conforme o que pedirdes,
darão conselhos como desejardes.
Respondem com sorrisos à alma pura,
e com caretas ao desesperado.
Acompanhar-vos-ão em mil figuras,
metamorfoseando-se em mil formas:
sombras amigas do sábio que indaga,
sonhos eternos dos corações jovens.
ADÃO
- Que me adianta o brilho desta cena
que ante mim se desdobra e eu não entendo?
Vislumbro apenas um mistério a mais.
Basta de me iludir, Lúcifer: faze-me
saber tudo, como prometeste!
LÚCIFER
(à parte)
- Um dia hás de amargar esse saber
e suplicar pela ignorância antiga.
(Em voz alta:)
Tem paciência! Precisas merecer,
na luta, cada instante de prazer!
Freqüentarás muitas escolas, muitas
lições hás de aprender,
até que possas tudo compreender!
ADÃO
- Falar de paciência é muito fácil
para quem conta com a eternidade:
eu não comi da árvore da Vida
e o tempo escasso me obriga a ter pressa!
LÚCIFER
- Para tudo que vive, o tempo é o mesmo.
Árvore secular ou verme efêmero,
nasce, desperta, goza, ama, e perece
quando esgota seus dias e desejos.
Não passa o tempo: nós é que mudamos!
Século, dia: é quase a mesma coisa.
Não tenhas medo: também tu terás
um fim para alcançar. Porém não creias
que nesse corpo modelado em barro
teu ser individual se encerre todo!
Já observaste as formigas e as abelhas?
Mil operárias vão e vêm, sem rumo
traçado, às cegas, errando, caindo
mas a unidade, como um todo, segue
imperecível, na alma coletiva,
levando a termo o seu pleno propósito,
até que o fim se atinge e tudo cessa.
Teu corpo vai ser um monte de pó,
mas reviverás em mil novas formas
e não terás de recomeçar nada.
Pagarás em teus filhos teus pecados,
neles continuarás teu reumatismo.
O que experimentas, sentes e aprendes,
será teu pelos séculos dos séculos.
ADÃO
- Tudo isso é retrospecto de ancião,
minha alma nova procura outra coisa:
quero ver o futuro que me aguarda,
saber com que fim luto e por que sofro!
EVA
- Eu também quero ver se os meus encantos
não vão perder-se em tantas mutações!
LÚCIFER
- Pois seja! Eu vos darei um sonho mágico
e assim podereis ver vosso futuro
até o final dos tempos, através
das imagens de um impalpável sonho.
Porém, se descobrirdes como o fim
é tolo, e dura a luta a que o caminho
vos leva, para não desiludir-vos
logo e não desertardes do combate,
a fim de vos lembrar que tais visões
não passam de um sonho, eu vos deixarei
no Céu um raio de sol - a esperança!
Enquanto fala, Lúcifer conduz Adão e Eva de volta à choupana, onde os dois adormecem.
**
Az ember tragédiája
Harmadik szín
(Pálmafás vidék a paradicsomon kívül. Kis, durva fakaliba. Ádám cövekeket ver le kerítésül. Éva lugost alkot. Lucifer.)
Ádám
Ez az enyém. A nagy világ helyett
E tér lesz otthonom. Birok vele,
Megvédem azt a kártevő vadaktól,
És kényszerítem nékem termeni.
Éva
Én meg lugost csinálok, épen olyat,
Mint az előbbi, s így közénk varázslom
A vesztett Édent.
Lucifer
Vajh, mi nagy szavat
Mondottatok ki. A család s tulajdon
Lesz a világnak kettes mozgatója,
Melytől minden kéj s kín születni fog.
És e két eszme nő majd szüntelen,
Amíg belőle hon lesz és ipar,
Szülője minden nagynak és nemesnek,
És felfalója önnön gyermekének.
Ádám
Rejtélyeket beszélsz. Igérted a
Tudást, az ösztön kéjéről lemondtam
Érette, hogy, bár küzdve, nagy legyek.
S mi az eredmény?
Lucifer
Hát nem érzed-e?
Ádám
Érzem, hogy Isten amint elhagyott,
Üres kézzel taszítván a magányba,
Elhagytam én is. Önmagam levék
Enistenemmé, és amit kivívok,
Méltán enyém. Erőm ez, s büszkeségem.
Lucifer félre
Hiú báb, mostan fittyet hánysz az égnek,
Meglátjuk szíved, villámok ha égnek.
Éva
Nekem meg büszkeségem az csupán,
Hogy a világnak anyja én leszek.
Lucifer félre
Dicső eszmény, mit a nő szíve hord,
Megörökítni a bűnös nyomort.
Ádám
Mit is köszönjek néki? Puszta létem?
Hisz az a lét, ha érdemes leszen
Terhére, csak fáradságom gyümölcse.
A kéjet, amit egy ital viz ád,
Szomjam hevével kell kiérdemelnem,
A csók mézének ára ott vagyon -
Amely nyomán jár - a lehangolásban.
De hogyha a hálának csatja mind
Le is hullt rólam, bár szabad levék
Alkotni sorsom és újból lerontni,
Tapogatózva amit tervezék -
Ahhoz segélyed sem kellett talán,
Megbírta volna azt saját erőm.
S te nem mentél meg a súlyos bilincstől,
Mellyel testem por földéhöz csatol.
Érzem, bár nem tudom nevét, mi az,
Talán egy hajszál - annál szégyenebb -,
Mi korlátozza büszke lelkemet.
Nézd, ugranám, és testem visszahull,
Szemem, fülem lemond szolgálatáról,
Ha a távolnak kémlem titkait;
S ha képzetem magasb körökbe von,
Az éhség kényszerít, hunyászkodottan
Leszállni ismét a tiprott anyaghoz.
Lucifer
Ezen kötél erősb, mint én vagyok.
Ádám
Ah, úgy te gyönge szellem vagy igen,
Ha e láthatatlan pókháló, e semmi,
Mit százezer lény észre sem veszen,
S hálója közt szabadság érzetével
Fickándozik, mit csak nehány kivált
Magasb szellem sejt, még dacol veled.
Lucifer
S csakis ez az, mi vélem bír dacolni,
Mert szellem, mint én. Vagy tán azt hiszed,
Hogy, mert elrejtve munkál s zajtalan,
Nem is erős? - Ne hidd, homályban űl,
Mi egy világot rendít és teremt,
Mert látásától megszédűlne a fej.
Csak ember műve csillog és zörög,
Melynek határa egy arasznyi lét.
Ádám
Hagyd megtekintnem hát e működést
- Egy perce csak, keblem, tudod, erős -,
Mely rám befolyhat, aki enmagamban
Olyan különvált és egész vagyok.
Lucifer
Vagyok - bolond szó. Voltál és leszesz.
Örök levés s enyészet minden élet.
De nézz körűl és láss szellem-szemekkel. -
Ádám amit a következőkben mond, mind láthatóvá is lesz
Mi áradat buzog fel így körűlem,
Magasba törve szakadatlanúl,
Hol kétfelé vál s a földsarokig
Vihar gyanánt rohan?
Lucifer
Az a melegség,
Mely életet visz a jegek honába.
Ádám
Hát e két lángfolyam, mely zúgva fut
Mellettem el, hogy félek, elsodor,
És mégis érzem éltető hatását:
Mi az, mi az? Elkábulok belé. -
Lucifer
Ez a delej.
Ádám
Alattam ing a föld.
Amit szilárdnak és alaktalannak
Tartottam eddig, forrongó anyag lőn,
Ellentállhatlan, mely alak után tör,
Életre küzd. Amarra mint jegec,
Emerre mint rügy. Oh, e zűr között
Hová lesz énem zárt egyénisége,
Mivé leszesz, testem, melyben szilárd
Eszköz gyanánt oly dőrén megbizám
Nagy terveimben és nagy vágyaimban?
Te elkényeztetett gyermek, ki bajt
S gyönyört szerezsz számomra egyiránt.
Nehány marok porrá sülyedsz-e csak,
Míg többi lényed víz és tünde lég,
Mely még imént piroslott és örült,
S legott voltammal a felhőbe gőzölt?
Minden szavam, agyamban minden eszme
Lényemnek egy-egy részét költi el.
Elégek! - És a vészhozó tüzet
Talán rejtélyes szellem szítogatja,
Hogy melegedjék hamvadásomon. -
El e látással, mert megőrülök.
Ily harcban állni száz elem között
Az elhagyottság kínos érzetével,
Mi szörnyű, szörnyű! - Oh, miért lökém el
Magamtól azt a gondviseletet,
Mit ösztönöm sejtett, de nem becsűlt,
S tudásom óhajt - oh de hasztalan.
Éva
Úgy-é, úgy-é, hasonlót érzek én is.
Ha majd te harcolsz a fenevadakkal,
Vagy én lankadva kertünk ápolom,
Körültekintek a széles világon,
És égen-földön nem lesz egy rokon,
Nem egy barát, ki biztasson vagy óvjon,
Nem így volt ám ez egykor, szebb időben.
Lucifer gúnyosan
Hiszen, ha oly kicsínyes lelketek,
Hogy fáztok ápoló gond s kéz ne'kűl,
S alárendeltség oly szükségetek:
Idézek én fel istent számotokra,
Ki nyájasabb lesz, mint a zord öreg:
E földnek szellemét, ismérem őt
Az égi karból, szép szerény fiú. -
Jelenjél meg, szellem,
Látod, nem bírsz velem,
Az ősi tagadás
Hiv, hisz nem merne más.
A földből lángok csapnak fel, tömör fekete felhő képződik szivárvánnyal, iszonyúan mennydörögve
Lucifer hátralépve
Ki vagy te, rém - nem téged hívtalak,
A föld nemtője gyönge és szelíd.
A Föld Szellemének szava
Mit gyöngeűl látál az égi karban,
Az önkörében végtelen, erős. -
Im itt vagyok, mert a szellem szavának
Engednem kelle, ámde megjegyezd,
Hogy fölzaklatni s kormányozni más.
Ha felveszem saját képem, leroskadsz,
S eme két féreg itt megsemmisűl.
Lucifer
Mondd hát, hogyan fér büszke közeledbe
Az ember, hogyha istenűl fogad?
A Föld Szellemének szava
Elrészletezve vízben, fellegekben,
Ligetben, mindenütt, hová benéz
Erős vágyakkal és emelt kebellel.
Eltűnik
A ligetet, forrást tünde játszi nimfák népesítik
Éva
Ah, nézd e kedves testvér arcokat,
Nézd, nézd, mi bájosan köszöntenek,
Nincs többé elhagyottság, rengeteg,
A boldogság szállott közénk velek.
Ők adnak búnkban biztató szavat,
A kétkedésben jó tanácsokat.
Lucifer
Nem is kérhettek jobb helyütt tanácsot -
Kik, amint kértek, már határozátok -
Mint épp e kedves tünde alakoktól,
Kik úgy felelnek, mint kérdésetek szól:
A tiszta szívre mosolyogva néznek,
Ijesztő réműl a kétségb'esőnek;
Ők kísérendnek végig száz alakban,
Százféleképen átalváltozottan,
A fürkésző bölcs észnek üde árnya
S örök ifjú sziveknek ideálja.
Ádám
Mit ér, mit ér e játék csillogása,
Előttem mely foly, nem hatok belé -
S nekem csak egy rejtéllyel több jutott. -
Ne hitegess, Lucifer, ne tovább,
Hagyj tudnom mindent, úgy, mint megfogadtad.
Lucifer félre
Keserves lesz még egykor e tudásod,
S tudatlanságért fogsz epedni vissza.
Fenn
De tűrelem. Tudod, hogy a gyönyör
Percét is harccal kell kiérdemelned;
Sok iskolát kell még addig kijárnod,
Sokat csalódnod, míg mindent megértesz.
Ádám
Könnyű neked beszélni tűrelemről,
Előtted egy öröklét van kitárva,
De én az élet fájából nem ettem,
Arasznyi lét, mi sietésre int.
Lucifer
Minden, mi él, az egyenlő soká él,
A százados fa s egynapos rovar.
Eszmél, örűl, szeret és elbukik,
Midőn napszámát s vágyait betölté.
Nem az idő halad: mi változunk,
Egy század, egy nap szinte egyre megy.
Ne félj, betöltöd célodat te is,
Csak azt ne hidd, hogy e sár-testbe van
Szorítva az ember egyénisége.
Látád a hangyát és a méherajt:
Ezer munkás jár dőrén összevissza,
Vakon cselekszik, téved, elbukik,
De az egész, mint állandó egyén,
Együttleges szellemben él, cselekszik,
Kitűzött tervét bizton létesíti,
Míg eljön a vég, s az egész eláll. -
Portested is széthulland így, igaz,
De száz alakban újolag felélsz.
És nem kell újra semmit kezdened:
Ha vétkezél, fiadban bűnhödöl,
Köszvényedet őbenne folytatod,
Amit tapasztalsz, érzesz és tanulsz,
Évmilliókra lesz tulajdonod.
Ádám
Ez visszapillantása az öregnek,
De ifjú keblem forró vágya más:
Jövőmbe vetni egy tekintetet.
Hadd lássam, mért küzdök, mit szenvedek.
Éva
Hadd lássam én is, e sok újulásban
Nem lankad-é el, nem veszít-e bájam.
Lucifer
Legyen. Bűbájat, szállítok reátok,
És a jövőnek végeig beláttok
Tünékeny álom képei alatt;
De hogyha látjátok, mi dőre a cél,
Mi súlyos a harc, melyben útatok tér;
Hogy csüggedés ne érjen e miatt,
És a csatától meg ne fussatok:
Egére egy kicsiny sugárt adok,
Mely biztatand, hogy csalfa tünemény
Egész látás - s e sugár a remény. -
Ezalatt Ádámot és Évát kalibába vezeti, kik ott elszunnyadnak
- Imre Madách, no livro 'A Tragédia do Homem'. [tradução Paulo Rónai e Geir Campos / direto do húngaro]. 2ª edição, revista e melhorada. Rio de Janeiro: Salamandra,1980.
****
GEIR CAMPOS POESIA TRADUZIDO
P/ Espanhol
A Armadura
A antiga fé, que ao gesto te obrigava
e te animou para a aventura e a guerra:
era do corpo, que tornou à terra?
ou da alma que esse corpo alimentava?
Se era a do corpo, a tua lei — descansa:
deixa minar-te aos poucos a ferrugem,
deixa que as plumas e o metal se sujem
ao pó que no ar do mostruário dança.
Porém se a carne era somente o engaste
dessa vontade que vestiste um dia
com tanto brilho, tanta galhardia,
que esperas ainda para, num violento
gesto, voltar à vida que deixaste?
Já a tua inércia é um acontecimento.
**
La Armadura
La antigua fe, que al gesto te obligaba
y te animó para aventura y guerra:
¿era del cuerpo, que volvió a la tierra,
o del alma que al cuerpo alimentaba?
Si era la del cuerpo, en tu ley - descansa:
que la herrumbre te mine poco a poco,
que se ensucien el metal y el penacho
con el polvo que en la vitrina danza.
Pero, si la carne era sólo engaste
de esa voluntad que vestiste un día
con tanto brillo y tanta gallardía,
¿qué esperas aún para, en un violento
gesto, volver a la vida que dejaste?
Tu inercia es ya un acontecimiento.
- Geir Campos [tradução Gabriel Rodríguez]. In: Antología de poesía brasileña. (preparación, traducción y prólogo de Gabriel Rodríguez). Coleção Poesía del Mundo / Série Antologías Col. A.M. Caracas: Fundación Editorial Popular de la Cultura; Fundción Editorial El Perro y la la Rana, 2008.
§§
P/ Francês
Urgência
A que não veio e viria
seria acaso Maria,
a de cabelos de noite
e pensamentos de dia
abrindo ao mais triste escuro
o seu clarão de alegria.
Seria talvez Maria
a que viria e não veio
com seu samburá vazio
e o seu espírito cheio
de cores para ajudar
a fazer bonito o feio.
A dos cabelos de noite
e pensamentos de dia
talvez sentisse que o mundo
assim não a entenderia:
urgente mudar o mundo
para que venha Maria!
**
Urgence
Celle que n’ est pas venue et que viendrait
serait par hasard Marie,
celle des cheveux de nuit
et pensées de jour
ouvrant au plus triste obscur
sa lueur de joie.
Ce serait peut-être Marie
celle qui viendrait et qui n’est pas venue
avec son panier vide
et son esprit plein
de couleurs pour aider
à rendre beau ce qui est le laid.
Celle des cheveux de nuit
et de pensées de jour
peut-être qu’ elle sentirait que le monde
ne le comprendrait pas ainsi:
c’ est urgent de changer le monde
pour que vienne Marie!
- Geir Campos , In: Vericuetos n°13: « Poésie du Brésil / Poetas do Brasil ». Édition bilingue, choix de Carlos Nejar; édition sous la direction de Lourdes Sarmento; traductions du portugais (Brésil) par Lucilo Varejão et Maria Nilda Pessoa, avec la collaboration... [Paris], Vericuetos / Chemins scabreux, septembre 1997.
§§
P/ Húngaro
A Prometida
Quando vier
a desejada dos povos
(quem sabe se a verei?)
não a procurem fazer,
nem por demais amor,
conforme aos burocratas
quase arquivos
ou aos economistas
quase contas
ou aos militaristas
quase guerras:
deixem-na que se faça
flor e fruto
à semelhança e imagem
do sonho mais a fome
do homem.
**
A demokrácia
Ha majd valóra válik
a népekóhaja
(meglátom-e, ki tudja?)
ne formálják soha,
jószándékból se ám,
sem a bürokratákért
archívumokká,
sem a közgazdászokért
bankszámlákká,
sem a tábornokokért
háborúkká:
hadd formálódjék belőle
virág s gyümölcs
az ember
legősibb álma
képére és hasonlatosságára!
- Geir Campos: Válogatott versek [Fordította: Csuday Csaba, Rónai Pál, Tótfalusi István], Európa, Budapest, 1986.
§§
P/ Italiano
Acalanto
Exaustos de fotografar a vida
em seus sessenta aspectos por minuto,
adormecem os olhos no aconchego
de crepúsculo antigo e sempre novo:
as imagens do dia, prisioneiras
entre as dobras das pálpebras, discutem
argumentos possíveis para um sonho.
**
Ninna Nanna
Esausto di fotografar la vita
nei suoi sessanta aspetti per minuto,
l´occhio riposa nel raccoglimento
del crepuscolo antico e sempre nuovo:
le immagini del giorno, prigioniere
tra i veli delle palpebre, discutono
possibili argomenti per un sogno.
Geir Campos, In: Poesia post-modernista in Brasile. [di Anton Angelo Chiocchio]. Editore: dell'Arco Roma, 1958.
FORTUNA CRÍTICA DE GEIR CAMPOS
ANAN, Sylvia Tamie. Entre a Pantera e o Anjo: Geir Campos e a recepção de Rainer Maria Rilke no Brasil. In: Revista Opiniães - Revista dos Alunos de Literatura Brasileira, USP, v. 1, p. 50-61, 2018. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024).
ASSEF, Marlova Gonsales. Poetas-tradutores: quando a tradução encontra a criação. In: Cadernos de Tradução, v. 40, n. 3, set-dez 2020. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024).
AZENHA JUNIOR, João. Do silêncio à eloquência: uma leitura da Poesia alemã traduzida no Brasil. Geir Campos: inquietação, engajamento e produtividade. In: Cadernos de Letras, UFRJ, n.27 – dez. 2010. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024)
BARROSO, Ivo. O sequestro de Bandeira. In: Gaveta do Ivo - poesia & tradução, 25.9.2010. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024).
BRAGANÇA, Aníbal. O livro e o poeta. In: XXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Intercom, Rio de Janeiro, 1999. Disponível no link. (acessado em 20.2.2024).
BRAGANÇA, Aníbal. As políticas públicas para o livro e a leitura no Brasil: O Instituto Nacional do Livro (1937-1967). In: Matrizes, v. 2, n. 2, 2009. Disponível no link. (acessado em 20.2.2024).
BUENO, Luis. Formas fixas, tensões múltiplas [Coletâneas de três autores brasileiros apontam os dilemas da poesia moderna, dividida entre o sublime e o engajamento ou entre a expressão épica e a lírica]. In: Folha de S. Paulo +mais!, 22 de junho de 2003. Disponível no link. (acessado em 21.2.2024).
CAMPOS, Geir. A Profissão do Poeta. In: FERNANDES, Millôr e RANGEL, Flávio. Liberdade, Liberdade. São Paulo, L&PM, 1987.
CEOTTO, Maria Thereza L. Coelho. Geir Campos e a geração de 45. Coleção a Cultura na Ufes. Vitória/ES: UFES, Secretaria de Produção e Difusão Cultural, 1992
CEOTTO, Maria Thereza L. Coelho. Geir Campos: trajetória de uma poesia. In: Contexto n. 1-2, 1992. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024)
CRENI, Gisela. Editores Artesanais Brasileiros. Belo Horizonte: Autêntica Editora; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2013
FERNANDES, Fernanda. Uma análise sobre o que é tradução, de Geir Campos. In: Revista Resenhando, V. 3, n. 2 2021. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024).
GEIR Campos. Perfil Bibliográfico. In: Dicionário de Tradutores, UFSC, s/data. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024)
GEIR Campos. In: Poesia Traduzida, 14 de maio de 2016. Disponível no link. (acessado em 21.2.2024)
LIMA, Lia Araújo Miranda de.. O cânone para os pequenos: A poesia de Hugo e Goethe em edições ilustradas para crianças brasileiras. (Tese Doutorado em Literatura). Universidade de Brasília, UnB, 2020. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024)
LINS, Álvaro. Jornal de Crítica. 7ª série. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1963. p. 61-67.
MACEDO, Natalia Siqueira Pinto; BERTI-SANTOS, Sonia Sueli. A Expressividade sintética em 'Poética', de Geir Campos. In: Revista Contexto, v. 1, p. 505-521, 2017. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024)
MONTE, Alfredo. O Canto ianque-universal do respondedor. {walt whitman}. In: Monte de Leituras: blog do Alfredo Monte, 18.5.2012. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024).
OLINTO, Antonio. O mundo de Kafka. In: Academia - ABL, s/data / publicado originalmente Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 27.12.2005. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024).
RUY, José Carlos. A militância poética de Geir Campos. In: Vermelho Portal, São Paulo, fevereiro/2011. Disponível no link. (acessado em 18.2.2024)
SOUZA, Beatriz Pereira de.. Corpora e formação de tradutores para o contexto profissional de uma universidade pública federal no estado do Pará: propostas de unidades didáticas (Dissertação Mestrado em Estudos da Tradução). Universidade Federal do Ceará, UFCE, 2022. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024).
SOUZA, Maria de Fátima Medeiros de.. O estudo da coleção de livros da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. (Dissertação Mestrado em Ciência da Informação). Universidade de Brasília, 2016. Disponível no link. (acessado em 21.2.2024)
THEOBALD, Pedro. Formar e tendências da historiografia literária: o caso da literatura alemão no Brasil. (Tese Doutorado em Letras). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, 2008. Disponível no link. (acessado em 19.2.2024)
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© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
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COMO CITAR:
FENSKE, Elfi Kürten; SILVA, José Alexandre da. (pesquisa, seleção, edição e organização). Geir Campos - poeta, escritor, jornalista e tradutor. In: Templo Cultural Delfos, fevereiro/2024. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
FENSKE, Elfi Kürten; SILVA, José Alexandre da. (pesquisa, seleção, edição e organização). Geir Campos - poeta, escritor, jornalista e tradutor. In: Templo Cultural Delfos, fevereiro/2024. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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:: Página atualizada em 22.2.2024.
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