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Centenários 2015 - personagens e obras




CENTENÁRIOS DE NASCIMENTO
[Abaixo, você encontrará uma breve biografia de cada personalidade, além de indicações e fontes complementares de pesquisa]
4 de janeiro - Ruy Rey (Domingos Zeminian) - cantor, compositor e ator brasileiro
5 de janeiro - Humberto Teixeira - advogado, deputado federal e compositor brasileiro
31 de janeiro - Thomas Merton - escritor e poeta religioso francês
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2 de fevereiro - José Jacintho Pereira Veiga - jornalista e escritor brasileiro
15 de fevereiro - Abel Ferreira - compositor, clarinetista e saxofonista brasileiro
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20 de março - Sviatoslav Richter - pianista russo/soviético
21 de março - Haroldo Barbosa - humorista, jornalista, radialista e compositor brasileiro
21 de março - José Barros - compositor colombiano
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4 de abril - Muddy Waters - músico jazz norte-americano
7 de abril - Billie Holiday - cantora de jazz norte-americana
9 de abril - Magdalena Sánchez - cantora folclórica venezolana
15 de abril - Gilberto Alves - cantor brasileiro
18 de abril - Zé Trindade - ator, músico, poeta e comediante brasileiro 
20 de abril - Aurora Miranda - cantora e atriz brasileira
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3 de maio - Evencio Castellanos - compositor e pianista venezuelano
6 de maio - Luís Bittencourt - compositor e violonista brasileiro
6 de maio - Orson Welles - cineasta, ator, roteirista e produtor norte-americano
15 de maio - Mario Monicelli - roteirista e diretor de cinema italiano
16 de maio - Goffredo da Silva Telles Junior - advogado, jurista e professor brasileiro
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10 de junho - Saul Bellow - escritor norte-americano
12 de junho - Antonio Onofre da Silveira - jornalista brasileiro
19 de junho - Gustavo Poblete Catalán - pintor chileno
23 de junho - Vilanova Artigas - arquiteto "brutalista" brasileiro
28 de junho - o Garoto (Aníbal Augusto Sardinha) - violonista, compositor, multiinstrumentista brasileiro
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18 de julho - Jair Amorim - compositor, jornalista e radialista brasileiro
18 de julho - Carequinha (George Savalla Gomes) - palhaço brasileiro
26 de julho - Fernando Lobo - compositor, jornalista e radialista e pesquisador de MPB brasileiro)
27 de julho - Rubens de Mendonça - historiador, jornalista e poeta brasileiro
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9 de agosto - Roberto Roberti - compositor brasileiro
18 de agosto - Aldo Locatelli - escultor, pintor, muralista, professor de artes plásticas ítalo-brasileiro
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3 de outubro - Orlando Silva - cantor brasileiro
4 de outubro - Silvina Bullrich - escritora argentina
15 de outubro - Antonio Houaiss - tradutor, crítico literário, filólogo, lexicógrafo e ensaísta brasileiro
14 de outubro - Marisa Villardefrancos - escritora española
18 de outubro - Grande Otelo - ator, comediante, cantor, escritor e compositor brasileiro
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12 de novembro - Roland Barthes - crítico literário, sociólogo, filósofo e semiólogo francês
27 de novembro - Adonias Filho - jornalista, crítico, ensaísta e romancista brasileiro
25 de novembro - Raul de Barros - trombonista, compositor e regente brasileiro
29 de novembro - Billy Strayhorn - músico de jazz norte-americano
29 de novembro - Luis Tomasello - pintor e escultor argentino
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12 de dezembro - Augusto Ruschi - cientista, agrônomo, advogado, naturalista, ecologista brasileiro
12 de dezembro - Frank Sinatra - ator e cantor norte-americano
19 de Dezembro - Edith Piaf - cantora e compositora francesa
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s/d - Leda Gontijo - pintora, escultora, designer e ceramista brasileira

100 ANOS DE SAUDADES (MORTE)
8 de fevereiro - Mário Pederneiras - poeta brasileiro
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29 de março - Rosalvo Ribeiro - pintor brasileiro
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27 de abril - Alexander Scriabin - compositor russo
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8 de maio - Batista Cepelos - poeta, teatrólogo e romancista brasileiro
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1 de setembro - Agosto Stramm - poeta e dramaturgo expressionista alemão
27 de setembro - Ramalho Ortiga - jornalista, escritor e bibliotecário brasileiro
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30 de novembro - Alfredo César de Andrade - pintor e arquiteto italo-português


OBRAS PUBLICADAS - 100 ANOS
* veja nesta página

FATOS E EVENTOS
2015 - Ano do Centenário da Teoria Geral da Relatividade (Albert Einstein)
2015 - O Ano Internacional da Luz (UNESCO).
* veja nesta página
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OBS.: Esta página estará em permanente atualização. Última atualização 02 de fevereiro de 2015.



100 ANOS DE NASCIMENTO

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE RUY REY (DOMINGOS ZEMINIAN)
(cantor, compositor e ator brasileiro)
Ruy Rey (Domingos Zeminian)

Domingos Zeminian, nasceu em São Paulo, no dia 4 de janeiro de 1915 e faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de março de 1995). 
Começou cantando no conjunto dos irmãos Copia, em São Paulo. No início da década de 1940, trabalhou na Rádio Tupi de São Paulo, no Cabaré OK e na Orquestra de J. França. Em 1944, foi para o Rio de Janeiro, onde passou  a atuar na Rádio Nacional. Em 1946, gravou seu primeiro disco, na Continental, com os boleros "Nadie", de Agustin Lara, e "No mientas", de Sila Gusmão e Dante Santoro. Em 1947, gravou a primeira composição de sua autoria, a rumba "Ana Martin", parceria com o maestro Sebastião Cirino. Este mesmo disco trazia o bolero "Tus ojos", de Luiz Bonfá. No mesmo ano, gravou, da dupla João de Barro e Antônio Almeida, a marcha "A mulata é a tal", que se constituiu num dos grandes sucessos do carnaval do ano seguinte, e o samba "Casadinha triste". Em 1948, gravou a guaracha "Hechicera", de sua parceria com Rutinaldo, o bolero "Eres tu mi sueño de amor...", de José Bravo, e as marchas "Maricota", de Antônio Almeida e Haroldo Barbosa, "Espanhola diferente", de Nássara e Peterpan, e "Legionário", de João de Barro e José Maria de Abreu. No mesmo ano, organizou uma orquestra (Ruy Rey e sua Orquestra) que teve como característica principal tocar ritmos latino-americanos, muito em voga na época. Em 1949, gravou os boleros "Quando tu quieras", de René Touzet, "Soy como soy", de Pedro Junco Júnior, "Jamás te olvidaré", de Antônio Rago e Juraci Rago, e "Orgulho", de Ademar Pimenta e Dilu Melo. No mesmo ano, gravou o samba "Traz o meu pandeiro", de Pedro Caetano e Antônio Almeida, e a marcha "Ela vai querer", de Pedro Caetano e Alcyr Pires Vermelho. Também no mesmo ano, gravou o primeiro disco com sua orquestra com as rumbas "La reina" e "Rosita", parcerias com Rutinaldo. Em 1950, participou dos filmes "Carnaval no fogo" e "Aviso aos navegantes", de Watson Macedo. No mesmo ano, gravou com sua orquestra a rumba "Naná", de sua autoria e Rutinaldo. Durante a década,  teve intensa participação no cinema brasileiro atuando como cantor, como líder de orquestra e até como ator. Em 1951, acompanhou com sua orquestra a cantora Emilinha Borba na gravação da rumba "Dançando a rumba", de Airton Amorim e Mário Meneses. No mesmo ano, gravou, com sua orquestra, as marchas "Cubana", de sua autoria e Rutinaldo, "Até vestida", de Norival Reis e Alberto Rego, "Minha babá", de Frazão e Dunga, e o samba "Eu voltei", de Rutinaldo e Salvador Miceli. Em 1952, gravou com Emilinha Borba o mambo "Mucho gusto", de sua autoria, e, acompanhou com sua orquestra, a mesma cantora na gravação os sambas "Você sabe muito bem" e "Pelo amor de Deus". Ainda no mesmo ano, gravou com sua orquestra o samba "Covarde", de Dunga e Mário Lago, e o samba "Tá ficando boa", de Ismael Neto e Nestor de Holanda. Em 1953, gravou com sua orquestra as marchas "A lua se escondeu", de Alcebíades Nogueira e Norival Reis. Nesse mesmo ano gravou, ainda com sua orquestra, mambos e boleros como "Porque ya no me quieres", de Agustin Lara. Também no mesmo ano, gravou com Emilinha Borba a batucada "A louca chegou", de Rômulo Paes, Henrique de Almeida e Adoniran Barbosa. Em 1954, atuou no filme "O petróleo é nosso", de Watson Macedo. Neste ano, gravou na Todamérica a "Marcha do gari", de Antônio Almeida e Jorge Murad, e a marcha  "Seu lobo taí?", de Antônio Almeida. Ainda no mesmo ano, gravou, com sua orquestra, a marcha "Mexilhão", de Alcebíades Nogueira e Norival Reis, o samba "Quando o dinheiro acabar", de Steiner Timóteo e Monsueto Menezes, e o samba mambo "Gosto de dançar", de sua autoria e Valdemar de Abreu. Em 1955, gravou os boleros "Yo soy tu pasado", de Frederico Baena, e "Ladrona de besos", de Montenegro e Ramón Inclar. No mesmo ano, gravou com sua orquestra o samba "Uisque de pobre", de Estanislau Silva, Raul Marques e Heber Lobato, e a marcha "Jogado fora", de sua autoria e Valdemar de Abreu, além do samba "Ai Maria!" e da marcha "De hora em hora", de sua parceria com Norival Reis e Antônio Almeida.  Em 1956, gravou com sua orquestra o bolero mambo "Es impossible", de sua autoria, e os boleros "Por que será?", de Ramon, Diplo e Rivero, e "Perdidamente", de sua autoria e Amado Régis. Em 1957, gravou as marchas "Cola no corpo", de sua autoria, Norival Reis e Alberto Rego, e "É de "xurupito", de sua autoria, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr. 
Ruy Rey (Domingos Zeminian)
No mesmo ano, gravou com sua orquestra as marchas "Ai que delícia", de sua parceria com Norival Reis e Antônio Almeida, e "Seu Romeu", parceria com João Rosa e Arnaldo Moraes. No ano seguinte, gravou o cha cha cha "Torero", de Renato Carozone e Nisa, com versão sua e o porro "Cubanita Chiquitita', de sua autoria. Neste ano, gravou o samba "Deixa ela pensar", de Norival Reis, Raul Marques e Paulo Miranda, e a marcha "Vaca leiteira", de sua parceria com Antônio Almeida. Em 1959, gravou com sua orquestra os cha cha chas "La mamadera", de Osmar Safety, e "Que se passa comigo?", de Bidu Reis e Murilo Latini.  A partir dos anos 1960, com a bossa nova, os ritmos latinos foram diminuindo e seu prestígio começou a entrar em declínio. Em 1960, gravou a marcha "Mundo virado", de sua parceria com Valdemar de Abreu, e o samba "Não vou quebrar a jura", de Moacir Silva, Mauro Araújo e Benedito Reis. Em 1961, gravou as marchas "Indústria nacional", de Norival Reis e Benedito Reis, e "Ivan não é", de Luiz Antônio. Em 1963, gravou as marchas "A boca é boa", de sua parceria com José Batista, e "Vamos pro mato caçar", de Antônio Almeida, esta última, em dueto com a cantora Marlene. No mesmo ano, gravou na Mocambo a marcha "É um estouro", de sua autoria e Antônio Almeida, e o samba "Amor proibido", de Mário Barcelos e L. Zeminian.  Em 1966, seu "Sambarrumbarey", com Paulo Villara, foi gravado por Netinho do clarinete e seu conjunto, no LP "Clari...Netinho - Saudoso toda a vida", da Philips/Polygram. Com sua orquestra gravou 35 discos em 78 rpm além de diversos LPs. Até a década de 1970, dedicou-se à carreira de cantor, mas já sem o brilho que sempre obteve nos anos 1950.
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:: Fonte: Ruy Rey - Dados Artísticos - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
Referências e outras fontes de pesquisa
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE HUMBERTO TEIXEIRA (HUMBERTO CAVALCANTI TEIXEIRA)
Humberto Teixeira (foto: acervo Parque Aza Branca)
(advogado, político e compositor brasileiro)

Humberto Teixeira, nascido em 5 de janeiro 1915 na cidade de Iguatu, localizada no interior do estado, foi um dos grandes parceiros de Luiz Gonzaga. Deu grande contribuição para o sucesso do ritmo Baião, que mudou a cara da música brasileira, inserindo o ritmo nordestino no cenário nacional.
Com 15 anos de idade, Humberto Teixeira deixou sua cidade natal e foi morar no Rio de Janeiro, o que contribuiu para sua formação cultural, mais urbana. Humberto Teixeira formou-se em direito, mas tinha uma grande paixão pela música, algo em comum com seu cunhado Lauro Maia, que o indicou a Luiz Gonzaga.
O grande encontro ocorrido entre Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ocorreu em agosto de 1945, no escritório de advocacia de Humberto, localizado no centro do Rio de janeiro. Luiz Gonzaga apresentou sua idéia a Humberto Teixeira, demonstrando o interesse de representar a música de sua terra nos grandes centros do país.
Nesse dia – os dois compositores - já começaram a dar vida a Asa Branca, apresentada por Gonzaga, e No Meu Pé de Serra que também fazia parte do seu repertório musical. Então nesse momento o encontro começou a dar muitos frutos o que solidificou ainda mais a carreira de Luiz Gonzaga.
A partir daí o Baião ganha um lugar especial e de destaque na Música Popular Brasileira. O ritmo que até então era utilizado no Nordeste, pelos violeiros-repentistas, e com grande genialidade passaria a ser um gênero musical tocado em todo o país.
Após ser eleito deputado federal pelo seu estado, o Ceará, Humberto Teixeira dedicou-se às atividades jurídicas, políticas, e a sua brilhante parceria musical com Luiz Gonzaga. O Doutor do Baião, como era conhecido Humberto Teixeira, faleceu no dia 03 de outubro de 1979, deixando um legado cultural representado na voz do Rei do Baião.
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: HUMBERTO Teixeira - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Disponível no link. (acessado em 26.1.2015). 
:: HUMBERTO Teixeira - Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível no link. (acessado em 26.1.2015). 


DOCUMENTÁRIO CONTA A TRAJETÓRIA DO COMPOSITOR HUMBERTO TEIXEIRA
O homem que engarrafava nuvens, direção: Lírio Ferreira.
Site sobre o Documentário

Documentário "O homem que engarrafava nuvens" 




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE THOMAS MERTON
Thomas Faverel Merton
(escritor e poeta religioso francês)

Thomas Faverel Merton nasceu no dia 31 de janeiro de 1915, em Prades, na França. Seu pai era pintor, neozelandês de nascimento. Sua mãe, que também pintava, era americana, do Estado de Ohio. Era o mais velho de dois meninos (John Paul, nascido em 1918, morreu na Segunda Guerra Mundial, num combate aéreo sobre o Canal da Mancha). Embora o pai de Thomas frequentasse a igreja muito raramente e sua mãe só de vez em quando participasse de reuniões dos Quakers, foi ele batizado na igreja anglicana, sem que isso tivesse muitas consequências para sua educação.
Em 1916, a família Merton muda-se para os Estados Unidos, onde vai morar em Long Island. Quando o pequeno Tom completa seis anos, sua mãe morre vítima de um câncer. Ele e seu irmão passam a morar com os avós. Entretanto, o pai, como antes, continua viajando muito para expor suas telas. Em 1925, o pai de Merton o leva para a Franca, onde o faz frequentar o Liceu em Montauban. Com quatorze anos de idade, Merton vai com o pai a Inglaterra, onde estuda como interno no Ginásio de Oakham (Ruthland). Neste período desenvolve-se nele um grande interesse pela literatura inglesa; lê William Blake, D. H. Lawrence, James Joyce.
Em 1931, o pai de Thomas morre em Londres em consequência de um tumor cerebral. Thomas, então, com dezesseis anos de idade, termina seus estudos em Oakham e se torna bolsista em Clare's College, na Universidade de Cambridge. Volta em 1933 para os Estados Unidos e vai morar com os avós. Entretanto, tinha viajado muito pela Europa durante as férias; especialmente Itália e Alemanha, cujas impressões utilizou no seu primeiro romance. Em 1935, com vinte anos de idade, entra para a Universidade de Colúmbia, onde estuda espanhol, alemão, geologia, direito civil e literatura francesa. Torna-se membro do movimento comunista de jovens e redator de arte do jornal estudantil Jester.
Por intermédio do livro The Spirit of the Medieval Philosophy, de Etienne Gilson, Thomas Merton começa a se interessar pela escolástica. Frequenta as aulas de Daniel Walsh, mais tarde grande amigo seu, sobre Santo Thomas e Duns Scotus. Nestes anos nasce uma amizade firme com Brahmachari, um monge budista que lhe chama a atenção para a grande riqueza do cristianismo. Em 1938, frequenta brevemente a catequese do Padre Moore, em Nova York, que o admite a Igreja Católica no dia 16 de novembro daquele ano.
Aos vinte e quatro anos formou-se em literatura inglesa, recebendo o diploma de Mestre Graduado na Universidade de Colúmbia. Em seguida foi professor de inglês no City College de Nova York e critico literário do New York Times e do New York Herald Tribune.
Thomas Faverel Merton
Através de muitas conversas com seu amigo Robert Lax e do estudo de São João da Cruz, nasce o desejo de ser padre. No início quis ingressar na Ordem dos Franciscanos, mas quando lhe explicaram, de maneira pouco delicada, que não tinha vocação, desistiu. De 1939 a 1941, Merton leciona inglês na Faculdade Franciscana de São Boaventura. Durante os dois anos que aí passa, Merton leva uma vida quase monástica. Escreve um diário, três romances - nenhum dos três é aceito para a publicação - e faz um retiro com os trapistas em Gethsemani (Kentucky). 
Em 1941, Merton deixa São Boaventura e sob a direção da Baronesa Caterine de Hueck vai trabalhar entre a população negra do Harlem. Depois de uma segunda visita aos trapistas de Gethsemani, decide entrar para o mosteiro. Dá sua roupa aos negros do Harlem; seus livros aos franciscanos e a um amigo; rasga dois de seus romances e envia o que sobra: seus poemas, um manuscrito da novela Journal of my Escape from the Nazis e seu diário para o amigo Mark Van Doren.
Sozinho, uma maleta na mão, Thomas Merton chega a Gethsemani no dia 10 de dezembro de 1941. Tem, então, vinte e sete anos. Ai ficou até 1965 vivendo na comunidade, e ate 1968 viveu como eremita nos Bosques da Abadia. A publicação de sua autobiografia, A Montanha dos Sete Patamares, em 1948, fez dele, repentinamente, um autor internacionalmente conhecido, cujos livros e numerosos artigos aprofundavam a vida espiritual de muitos cristãos, e não-cristãos, do mundo inteiro.
Durante os vinte e sete anos de sua vida trapista, saiu do mosteiro apenas em bem poucas ocasiões. Com cinquenta e três anos, em 1968, obteve licença para uma viagem de peregrinação ao Oriente. Isto para participar de um encontro de monges e abades de mosteiros cristãos na Ásia. Esperava familiarizar-se com a espiritualidade contemplativa oriental. Visitou muitos mosteiros budistas e teve varias entrevistas com o Dalai-Lama. Dirigindo embates e fazendo conferências para monges e monjas.
No dia 10 de dezembro de 1968, logo depois de sua primeira palestra em Bancoc, foi encontrado morto em seu quarto. O contato com o fio exposto de um ventilador defeituoso causara sua morte instantânea. O corpo de Merton foi transportado para seu mosteiro e sepultado no dia 17 de dezembro em Gethsemani.

Sinceridade: Verdade e Amor
Thomas Faverel Merton
"No fim das contas, o problema da sinceridade é um problema de amor. Sincero não é tanto o homem que vê a verdade e a manifesta tal qual a vê, mas o que lhe tem um puro amor. Mas, a verdade é mais do que uma abstração. Ela vive, e incorpora-se aos homens e às coisas, que são reais. Assim, não se deve procurar o segredo da sinceridade num amor filosófico da verdade abstrata, mas num amor por pessoa e coisas concretas, um amor de Deus, aprendido na realidade ambiente.
É difícil exprimir em palavras a importância dessa noção. O problema fundamental do nosso tempo não é falta de conhecimento, mas falta de amor. Se os homens simplesmente se amassem entre si, não teriam dificuldade em confiar-se reciprocamente, e em partilhar uns com os outros a verdade. Se todos tivessem caridade, achariam a Deus facilmente. "Pois a caridade é de Deus e quem quer que ama nasce de Deus e conhece a Deus" (I Jo, 4,7).
Se os homens não amam, é porque aprenderam, na sua mais remota infância, que não eram amados. A duplicidade e o cinismo do nosso tempo pertence a uma geração que é bem consciente, desde o berço, de não ser desejada por seus pais."
- Thomas Merton, em "Homem Algum é uma Ilha". Campinas: Verus Editora, 2003. p. 171.
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:: Fonte e outras informações: Sociedade dos Amigos Fraternos de Thomas Merton 
Referências e outras fontes de pesquisa



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE JOSÉ J. VEIGA
José Jacintho Pereira Veiga
(jornalista e escritor brasileiro)

José Jacintho Pereira Veiga, nasceu em Corumbá de Goiás, em 2 de fevereiro de 1915. Trabalhou como jornalista na BBC de Londres. Entrou para a literatura em idade mais ou menos madura (aos 45 anos). Estilista refinado, sua obra tem sido chamada de “literatura fantástica”. Veiga não gostava desse enquadramento, e com toda razão, pois ele surgiu na literatura antes dessa “moda”. É considerado um dos grandes contistas brasileiros, além de exímio tradutor do inglês. Seu primeiro livro, Os cavalinhos de platiplanto (1959), teve a publicação como fruto de uma premiação. O livro chamou a atenção da crítica pelo estilo lúdico, que veio permear alguns dos livros seguintes. Nesse sentido, o autor é um enigma para os bibliotecários e editores que já o classificaram como autor de literatura infanto-juvenil. Está visto agora que tal classificação só é possível numa análise muito apressada. A consagração e o reconhecimento do público vieram com A hora dos ruminantes (1966) e Sombras de reis barbudos (1972), duas alegorias que enfocam o tema da repressão político-social, lançadas na época da ditadura. Trata-se de um escritor sério, que não publicou muito, avesso às badalações literárias e de pouca fala. “Sou a favor da economia, falar pouco para dizer mais”, sentenciava. Amigo íntimo de Guimarães Rosa, imaginou que ele gostaria de prefaciar um de seus livros. Mas era radicalmente contra prefácios em romances e, não sabendo como negar, caso o amigo quisesse prefaciar, arranjou um artifício engenhoso: pegou um livro qualquer e comentou com Rosa: “Gostei desse livro, só não é melhor porque tem prefácio”. Rosa emendou: “Mas você não gosta de prefácio?”. “Não, eu detesto prefácio”, respondeu. Rosa arrematou: “Então, você não quer que eu prefacie seu livro?”. “Não”, concluiu. Diante disto, Rosa abriu um sorriso e falou: “E eu estava com o maior receio que você me pedisse para fazer uma coisa que eu não gosto, e não saberia como lhe negar: prefácio”
José Jacintho Pereira Veiga
Os livros de Veiga, lançados muito esporadicamente, eram sempre aguardados pelo público, que não é numeroso, mas seleto e cativo. Outros livros além dos citados: A estranha máquina extraviada (1968), Os pecados da tribo (1976), De jogos e festas (1980), Aquele mundo de vasabarros (1982), A casca da serpente (1989), Torvelinho dia e noite (1990), O risonho cavalo do príncipe (1992) e Objetos turbulentos (1997). Em 1998, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. O escritor faleceu no dia 19 de setembro de 1999, aos 84 anos, no Rio de Janeiro, onde viveu por 49 anos.

“Com esses e outros bichos, e mais outras coisas que aconteciam, a vida no rancho era cheia de sustos.”
- J. J. Veiga
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: PRADO, Priscila Finger do. O absurdo no limiar do cotidiano: Melhores contos de J. J. Veiga. Revista eletrônica de crítica e teoria de literaturas Dossiê: narrativa e realismo, PPG-LET-UFRGS – Porto Alegre – Vol. 05 N. 01 – jan/jun 2009. Disponível no link. (acessado em 15.11.2014).
:: VEIGA, José. J. Melhores contos de J. J Veiga. [Seleção de J. Aderaldo Castello]. São Paulo: Global, 2000.




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ABEL FERREIRA
Abel Ferreira
(compositor, clarinetista e saxofonista brasileiro)

Abel Ferreira, compositor e instrumentista de sax e clarineta, é autor de choros que se tornaram clássicos do repertório popular brasileiro, como “Acariciando” e “Doce melodia”. Nascido em 15 de fevereiro de 1915, em Coromandel, Minas Gerais, Abel desenvolveu sua carreira entre Minas e São Paulo, onde estreou seu primeiro disco, em 1942, interpretando no clarinete o choro “Chorando baixinho”, que se tornou seu grande sucesso.
Em 1943, transfere-se para o Rio de Janeiro, atuando em conjuntos musicais famosos de seu tempo, como o de Valdir Azevedo e o do pianista Bené Nunes, tendo também participado de grandes orquestras, como a de Rui Rei e a de Ferreira Filho, no Cassino da Urca. Mais tarde, constituiu seu próprio grupo, divulgando a música brasileira pelo Brasil e pelo mundo. Foi também responsável pelo acompanhamento musical de intérpretes nacionais famosos, como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Orlando Silva, Marlene, Emilinha e Beth Carvalho.
Faleceu em 13 de abril de 1980, no Rio de Janeiro.
A coleção Abel Ferreira foi doada ao MIS pelos filhos do compositor em 1995 e inclui, além de outras peças, dois dos seus instrumentos musicais (saxofone e clarinete).
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Referência e outras fontes de pesquisa




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE SVIATOSLAV RICHTER
Sviatoslav Richter, Budapest, 1981
(pianista russo/soviético)

Sviatoslav Teofilovich Richter (Ucraniano: Ріхтер Святослав Теофілович, Russo: Святосла́в Теофи́лович Ри́хтер, Zhitomir - Ucrânia, 20 de março de 1915 – 1 de agosto de 1997) é considerado um dos maiores pianistas clássicos de todos os tempos. Richter era um pianista virtuoso, ainda que nunca tenha usado essa virtuosidade para outro fim a não ser para manifestar a poesia essencial da música. As suas interpretações eram soberbas e controladas, seu repertório era muito amplo - variava de Bach e Haydn até Debussy e Shostakovich.
Richter tinha um espírito independente, preferia seguir os seus instintos a aprender com outros pianistas e, por isso, as suas interpretações são únicas. No entanto, ele podia interpretar uma obra magnificamente bem ou, segundo ele mesmo admitia, como um aluno medíocre. A sua obsessão pela qualidade e perfeccionismo tornou-o um crítico feroz, sobretudo dele mesmo.
É difícil descrever o seu estilo de execução em poucas palavras. Seu estilo mudava conforme o compositor e, além disso, sua técnica também mudou ao passar dos anos. Sua interpretação de Bach era sereno e discreto, enquanto a de Liszt era brilhante e calorosa. Em Schumann, as suas interpretações eram cheias de paixão e a de Stravinsky eram vivas e divertidas. Não existem um consenso de suas interpretações, embora a sua interpretação é facilmente reconhecida, já que sempre possui muita elegância, inteligência e controle técnico.
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:: Fonte: Lastfm  
Referências e outras fontes de pesquisa
:: PIANISTAS Legendarios Sviatoslav Richter - Grupo de Música y Sonido
Academia de Ciencias Luventicus. 6 de noviembre de 2002. Disponível em espanhol no link. (acessado em 15.11.2014).



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE HAROLDO BARBOSA
(humorista, jornalista, radialista e compositor brasileiro)


Haroldo Barbosa - foto: Acervo Memória TV Globo
Haroldo Barbosa, nascido no Rio de Janeiro RJ, no bairro de Laranjeiras, dia 21 de março de 1915, aos sete anos foi morar em Vila Isabel.
Durante o dia estudava no Colégio São Bento e à noite tocava cavaquinho nos bailes de Vila Isabel.
Aos 18 anos foi trabalhar como contra-regra na Rádio Philips, com o irmão, o futuro compositor Evaldo Rui, colaborando no Programa Casé, do qual participavam grandes nomes do mundo artístico.
Com esse programa transferiu-se para a Rádio Sociedade, onde, além de contra-regra, organizou a discoteca e foi locutor.
Passou depois a exercer essas funções na Rádio Transmissora e, logo em seguida, na Nacional, onde também foi locutor esportivo.
Usando sua experiência anterior, desenvolveu várias atividades na Rádio Nacional, que liderava a audiência na época: escreveu o enredo de O Grande Teatro, de César Ladeira, um dos maiores sucessos do rádio, organizou uma orquestra sinfônica com 68 integrantes que já atuavam na emissora, e criou, por volta de 1945, o programa A Canção Romântica, especialmente para Francisco Alves, que deu um novo impulso à carreira do cantor.
Mais tarde passou a dirigir o programa Um milhão de melodias, no qual vários cantores se apresentavam interpretando versões de sua autoria.
Seu primeiro sucesso como compositor foi a marchinha Barnabé (com Antônio Almeida), uma sátira ao funcionalismo público, e que se tornou sinônimo de funcionário público de categoria modesta.
Seguiram-se outros sucessos, como os sambas De conversa em conversa (com Lúcio Alves), em 1943, gravado por Isaura Garcia na Victor, em 1947, Adeus, América e Tintim por tintim (ambas com Geraldo Jacques), lançadas por Os Cariocas na Continental e Sinter, respectivamente.
Mais tarde, deixou a Nacional e foi para a Rádio Mayrink Veiga, onde se tornou responsável por diversos programas humorísticos, lançando inclusive Chico Anísio e Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta. Esse Norte é de morte, A Cidade se diverte, Alegria da rua foram alguns de seus sucessos na programação da emissora.
Haroldo Barbosa
Com Geraldo Jacques fez ainda o samba Joãozinho boa pinta, gravado por Fafá Lemos na Victor em 1954 e, com seu mais bem sucedido parceiro, Luis Reis, compôs Palhaçada, samba lançado por Miltinho (RGE), em 1963.
Miltinho gravou várias outras músicas desta dupla, entre as quais o Só vou de mulher, Devagar com a louça e Meu nome é ninguém.
Tiveram ainda composições gravadas por Elisete Cardoso (Tudo, é magnifico, Nossos momentos, entre outras), Dóris Monteiro (Fiz o bobão), Araci de Almeida (Não se aprende na escola) e Nora Ney. É autor de inúmeras versões: Trolley Song, Poinciana, Malagueña, Adios, pampa mia, Adios muchachos, Uno, Amor.
Sua atividade de compositor diminuiu, quando foi para a TV Globo, onde passou a trabalhar na produção de programas humorísticos, ao lado de Max Nunes, seu parceiro em programas de humor desde os tempos da Rádio Nacional.
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:: Fonte: Collector's Stúdios ltda.
Referências e outras fontes de pesquisa
:: Haroldo Barbosa - Dicionário Cravo Albin da Música.
:: Haroldo Barbosa - Memória Globo.




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE JOSÉ BARROS
José Benito Barros Palomino
(compositor colombiano)

José Benito Barros Palomino (El Banco, Magdalena, 21 de marzo de 1915 - Santa Marta, 12 de mayo de 2007) fue un compositor colombiano.
Fue el tercer hijo de Eustacia Palomino y José María Barros Traveseido, su padre falleció siendo muy niño, obligando a José y a su hermano menor Adriano a trabajar en diferentes oficios para colaborar con el sustento de la familia. José cantaba en la plaza del pueblo o en casa de personas pudientes de El Banco. Con el pasar del tiempo aprendió a tocar instrumentos como la guitarra.
Cuando tenía 17 años de edad se trasladó a Santa Marta desde donde intentó viajar a otras plazas sin embargo debió presentarse a la milicia obligatoria y no lo logró; a pesar del tiempo en la milicia cuando regresó a su terruño mantenía la ilusión de conocer otras tierras y en cierta ocasión mientras en El Banco estaban en plena fiesta decidió embarcarse como polizón en el barco Medellín, que llegaba de Barranquilla y continuaba viaje hacia Honda; su intento fue frustrado pues al arribar a Barrancabermeja fue visto y lo bajaron; allí conoció a otros músicos que estaban en esa ciudad, partió a Segovia, Antioquia, en busca de oro. Después de un año llegó a Medellín en donde resultó vencedor en un concurso de canción inédita con una canción llamada "El Miñero". A finales de la década de los años 1940 viajó a la capital del país, donde compartió residencia con otro músico costeño, el tamborero Jesús Lara Pérez "Tumbelé"; estando allá el 12 de junio de 1943 en la Iglesia del Sagrario se casó con Tulia Molano con quien tuvo 2 hijos: José y Sonia. En Bogotá se dio cuenta que la música de su región estaba entrando con fuerza al interior del país; fue entonces cuando de su genio nace la célebre cumbia "El gallo tuerto". Con el pasar del tiempo su fama se acrecentó y sus logros lo llevaron fuera a Panamá, México y Argentina; estas nuevas situaciones y el contacto con los músicos de los países visitados lo condujeron a componer rancheras y tangos. Más adelante, en Barranquilla, conoció a Amelia Caraballo. Cuatro hijos resultaron de esa unión: Adolfo, Alberto, Alfredo y Abel Guillermo. En 1956, se separa José Benito de Amelia Caraballo.
Hacia los años 1960 regresa El Banco, donde con la compañía de un grupo de amigos, emprende la realización del Festival de la Cumbia que se realiza en esta población. Antes de este festival ya se había realizado el Festival de la Piña, y fue para este que compuso la reconocida e internacional cumbia "La piragua", con la que logró inmortalizar a Guillermo Cubillos y al municipio de Chimichagua (muy cercano a El Banco).
Agustín Lara (considerado el más grande compositor de México) lo consideró el compositor "más grande de Latinoamérica".
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:: Fonte: Wikipédia 




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MUDDY WATERS
Muddy Waters
(músico norte-americano)

Muddy Waters (4 de abril de 1915 - Issaquena County, Mississippi – 30 de abril de 1983 - Westmont, Illinois) foi um músico de blues norte-americano, considerado o pai do Chicago blues. Atribui-se a Muddy Waters a idéia de invenção da Guitarra Elétrica. Seu nome completo de batismo é McKinley Morganfield.
O nome artístico (em português, Águas Lamacentas) ele ganhou devido ao costume de quando criança brincar em um rio. Ele mudaria-se mais tarde para Chicago, Illinois, onde trocou o violão pela guitarra elétrica. Sua popularidade começou a crescer entre os músicos negros, e isso o permitiu passar a se apresentar em clubes de grande movimento. A técnica de Waters é fortemente característica devido a seu uso da braçadeira na guitarra. Suas primeiras gravações pela Chess Records apresentavam Waters na guitarra e nos vocais apoiado por um violoncelo. Posteriormente, ele adicionaria uma seção rítmica e a gaita de Little Walter, inventando a formação clássica de Chicago blues.
Com sua voz profunda, rica, uma personalidade carismática e o apoio de excelentes músicos, Waters rapidamente tornou-se a figura mais famosa do Chicago Blues. Até mesmo B. B. King referiria-se a ele mais tarde como o "Chefe de Chicago". Suas bandas eram um "quem é quem" dos músicos de Chicago blues: Little Walter, Big Walter Horton, James Cotton, Junior Wells, Willie Dixon, Otis Spann, Pinetop Perkins, Buddy Guy, e daí em diante.
Muddy Waters
As gravações de Waters do final dos anos 1950 e começo dos 60 foram particularmente suas melhores. Muitas das músicas tocadas por ele tornaram-se sucesso: "I’ve Got My Mojo Working", "Hoochie Coochie Man", "She’s Nineteen Years Old" e "Rolling and Tumbling", grandes clássicos que ganhariam versões de várias bandas dos estilos mais diversos.
Sua influência foi enorme em muitos gêneros musicais: blues, rhythm and blues, rock, folk, country. Foi Waters quem ajudou Chuck Berry a conseguir seu primeiro contrato.
Suas turnês pela Inglaterra no começo dos anos 1960 marcaram provavelmente a primeira vez que uma banda pesada, amplificada, se apresentou por ali (certo crítico sentiu-se obrigado a sair de um show para escrever sua análise por achar que a banda tocava muito alto). As músicas de Waters inclusive exerceram grande influência nas bandas britânicas. O The Rolling Stones tirou seu nome de "Rollin’ Stone", de 1950, mais conhecida como "Catfish Blues". Um dos maiores sucessos do Led Zeppelin, "Whole Lotta Love", foi baseado em "You Need Love", composta por Willie Dixon . Foi Dixon quem compôs algumas das músicas mais conhecidas de Muddy Waters, como "I Just Want to Make Love to You", "Hoochie Coochie Man" e "I’m Ready".
Entre outras canções com as quais Waters tornou-se conhecido estão "Long Distance Call", "Mannish Boy" e o hino do rock/blues "I’ve Got My Mojo Working".
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:: Fonte:  Letras   
Referências e outras fontes de pesquisa



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE BILLIE HOLIDAY (conhecida como LADY DAY)
Billie Holiday, foto: Herman Leonard
New York City, 1949.
(cantora de jazz norte-americana)

A lendária vocalista de jazz Billie Holiday nasceu com o nome de Eleanora Fagan Tosse em Baltimore em 7 de abril de 1915, de uma mãe nova e de um pai que abandonou a família logo após o nascimento. Depois de estuprada aos 10 anos, Billie foi abandonada pela mãe, indo viver com parentes distantes.
Para se sustentar ficou fazendo pequenos serviços e esfregando o chão de um bordel foi que ela ouviu jazz pela primeira vez, foram gravações ruins de Louis Armstrong e Bessie Smith no fonógrafo de casa. Com a idade de 12 anos Billie se mudou para New York onde se tornou uma prostituta. Em 1930, Billie convenceu um dono de boate para que a deixasse cantar numa noite, com o nome de Billie Holiday, em homenagem ao astro de cinema Billie Dove.
Depois de ser descoberta por John Hammond, Billie foi apresentada a Benny Goodman que a ajudou na primeira sessão de gravação em 1933; durante os próximos 11 anos Billie gravou mais de 200 músicas de jazz e swing.
No final dos anos 30, Billie se apresentava com Count Basie, Artie Shaw e outros, mas não gostava de atuar em orquestras por várias razões. Entre 1939 e 1945 Billie lançou vários sucessos, entre eles, "Fine and Mellow", "God Bless the Child", "Lover Man" e o anti-racista "Strange Fruit".
Porém em meados de 40, Billie era viciada em heroína; apesar de tudo ela continuou trabalhando bastante para se tornar um dos melhores cantores de jazz dos Estados Unidos. Com sua marca registrada, gardênias brancas no seus cabelos, "Lady Day" construiu uma reputação formidável como vocalista, capaz de cativar as audiências com o seu fraseado incomum, apesar da falta de um treinamento formal.
Billie Holiday
Enquanto Billie era reconhecida como uma artista brilhante, a sua vida pessoal era um desastre sempre crescente. Ela se casou e divorciou três vezes durante os anos quarenta, sofrendo freqüentemente abuso por parte dos maridos. Embora com seus concertos ganhassem uma boa renda, Billie não obtinha vantagens das gravadoras, que nunca lhe pagavam qualquer royalties.
Depois de anos de vício, Billie foi presa e encarcerada sob acusação de droga em 1947, fazendo com que mudassea sua carreira. Ela começou a excursionar pela Europa, onde era mais popular que nunca, mas em 1956 ela estava presa pela segunda vez e entrou em programa de reabilitação. Embora ela lutasse terminar com o abuso que a droga e o alcool lhe faziam, Billie morreu prematuramente em 17 de julho de 1959.
Apesar de morrer muito cedo, ela permanece como um das mais populares cantoras de jazz de todos os tempos. Em 1972 a dura vida de Billie foi revelada no filme "The Lady sings the Blues" sendo interpretada por Diana Ross.

“Ninguém canta como eu a palavra ‘fome’ ou a palavra ‘amor’. Sem dúvida porque eu sei o que há por trás destas palavras.”
- Billie Holiday [tradução de William Lagos].
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:: Fonte: Clube do Jazz 
Referências e outras fontes de pesquisa




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MAGDALENA SÁNCHEZ
Magdalena Sánchez
(cantora folclórica venezolana)

María Magdalena Sánchez (Puerto Cabello, 9 de abril de 1915 - Palo Negro, 18 de agosto de 2005) fue una cantante venezolana de música folclórica, conocida en su país como la Reina del Cantar Venezolano.
Su madre y sus hermanos ―nunca conoció a su padre― fueron el factor fundamental para seguir su vocación de cantante. Durante su infancia en el litoral carabobeño participaba cantando en todos los «actos culturales» de su escuela.
En su temprana juventud participó en programas radiales de aficionados, y luego se integró al conjunto Cantaclaro, con el que se destacó principalmente en presentaciones privadas. Cantaba con una voz tan potente y melodiosa que no se sabía si era mejor cantando a capella o con los distintos grupos musicales que la acompañaron.
Luego acompañaría a los Hermanos Fernández, a Vicente Flores y sus Llaneros, y al dúo de César Espín y Ángel Guanipa. A principios de los años treinta interpretaba tangos y boleros, que eran los géneros musicales más en boga.También cantaba guarachas, pasodobles, joropos y pasajes5 con la Sonora Caracas.
En 1936, con 21 años de edad, comenzó su carrera profesional, como cantante en la programación de la emisora de radio Ondas Populares, donde ganaba cinco bolívares diarios.4 Cuatro años después se trasladó a Caracas ―capital de Venezuela―, para trabajar en la radio Broadcasting Caracas (que más tarde se convertiría en Radio Caracas). El conductor del programa en el que cantaba era el periodista Édgar Anzola.
En 1948 se casó. Ese año realizó una recordada presentación pública con el Nuevo Circo de Caracas en el Festival del Día Nacional de la Música. Ingresó al plantel de Provensa, con el que se presentó en el programa de radio Cada minuto una estrella3 y en El carrusel de la alegría (por radio Libertador). El éxito obtenido en estos programas le sirvió para lograr un contrato en el programa El galerón premiado (del humorista Rafael Guinand, por radio Continente), donde permaneció 16 años. Abandonó el tango y el bolero y se adentró de lleno en la música criolla venezolana.
En 1951 se hizo famosa con las canciones María Laya y Los caujaritos (con Juan Vicente Torrealba). En los años siguientes popularizó otros temas, como Barlovento, San Juan to’ lo tiene (de Eduardo Serrano), Por el camino (de José Reyna) y Canchunchu dichoso (de Luis Mariano Rivera).
En 1961 viajó a España en una gira artística que duraría dos meses y medio. A su regreso se retiró temporalmente de los escenarios por motivos de salud.
Después realizó más giras por Colombia, Cuba, España, México y Portugal.
Magdalena Sánchez fue una de las primeras figuras en aparecer en la recién creada televisión de Venezuela, en el programa Canciones de mi tierra. Después fue llamada para El show de las doce (con Víctor Saume), y finalmente para todos los canales que salieron al aire en aquellos años. Fue la iniciadora de la «expresión corporal» como un elemento adicional y visual agregado al canto.
Magdalena Sánchez también cantó con la orquesta de Luis Alfonzo Larrain.
Participó como actriz y cantante en la película La epopeya de Bolívar (1969),2 donde representó a la niñera del libertador Simón Bolívar (1783-1930), quien fue personificado por el actor austriaco Maximilian Schell (1930-). y en la telenovela La doña (1972, con Lila Morillo y Consuelo Chelo Rodríguez), como la cantante de cabaret.
Para el sello Discomoda (de César Roldán) grabó las famosas El mango verde (de Germán Fleitas Beroes), Tierra negra (de Ángel Custodio Loyola), La guayaba, Caminito verde y El macán, entre otros.
Magdelena Sanchez
Fue la primera artista en utilizar la vestimenta llanera en escena, motivando con ello la práctica del uso de este traje en la mayoría de los conjuntos criollos. Fue reconocida en vida con casi todos los premios que se otorgan en Venezuela, homenajes del pueblo, instituciones públicas y privadas, entes culturales, gobernaciones, alcaldías, universidades, y el gremio artístico venezolano.
La cantante fue la iniciadora de la difusión de los compositores populares caraqueños y de otras regiones del país, como Ignacio El Indio Figueredo, Luis Mariano Rivera, Lorenzo Herrera, Carlos Bonett, Eduardo Serrano, José Reyna, José Antonio López Mata (1920-1971) y Ángel Custodio Loyola. Ha sido reconocida como la pionera del canto popular venezolano.
Tuvo la oportunidad de compartir el escenario con Ella Fitzgerald, Amalia Mendoza, Lola Flores, Olga Guillot, Héctor Cabrera, Mario Suárez y Olga Teresa Machado ―de quien fue madrina artística―, entre otros.
En diciembre de 1999, cuando sucedió la tragedia de Vargas ―derrumbes y deslaves en los que perdieron la vida entre 16 000 y 30 000 personas―, Magdalena Sánchez vivía en Los Corales ―35 km al noreste de Caracas― y aunque salvó la vida, perdió su casa.
Subsistía con una pensión de sobreviviente legada por su esposo y un subsidio que recibía de parte de la fundación Glorias del Folklore.
En el año 2000 realizó su último trabajo discográfico, donde realizó varios dúos con grandes figuras del cantar nacional.8 Entre ellas cantó Clavelito colorao. Los productores musicales decidieron dejar la obra a capella para realzar la sonoridad y la afinación perfecta de su voz.
Magdalena Sánchez murió de cáncer en su casita de Palo Negro, cerca de la ciudad de Maracay (Estado Aragua), 120 km al oeste de Caracas, el 18 de agosto de 2005, a la edad de 90 años.
Su casa en Palo Negro se convirtió en un museo donde se pueden apreciar sus premios y demás objetos que pertenecieron a la artista.
:: Fonte: Wikipédia 



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE GILBERTO ALVES MARTINS
(cantor brasileiro)


Gilberto Alves 
Gilberto Alves, nasceu no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro, em 15 de abril de 1915 e foi criado no subúrbio de Lins de Vasconcelos. Fugiu de casa aos 12 anos, junto com o irmão mais velho, e passou a trabalhar como carregador de marmitas. Pouco depois, aprendeu o ofício de de sapateiro, passando a viver dessa profissão. Mesmo trabalhando, fez o curso secundário e passou a reunir-se com amigos, para serestas nas ruas do Méier e Lins de Vasconcelos. Em 1949, casou-se com Jurema Cardoso. Faleceu em 4 de abril de 1992, na cidade de Jacareí, interior de São Paulo.
Nos anos 1930, começou a freqüentar serestas nos subúrbios do Rio de Janeiro, época em que conheceu seu grande amigo Jacob Bittencourt (Jacob do Bandolim). Aos 16 anos, em cabarés da Lapa e no Café Nice conheceu artistas como Grande Otelo e Sílvio Caldas. Foi uma das grandes revelações da chamada "Época de Ouro" da música popular brasileira, quando o rádio estabeleceu-se definitivamente como o grande veículo de massa para a música popular. Em meados dos anos 1930, as serestas passaram a ser reprimidas pela guarda noturna.  Por volta de 1935, foi levado por Almirante para cantar na Rádio Club do Brasil. Passou então a se apresentar naquela emissora e, em seguida, foi para a Rádio Guanabara, levado desta vez pelos compositores Cristóvão de Alencar e Nássara para cantar no programa de Luís Vassalo. Os dois o haviam conhecido durante uma seresta, em Vila Isabel. Cantou ainda no programa dos irmãos Marília e Henrique Batista na Rádio Educadora. Em 1938 gravou o primeiro disco, pela Columbia, interpretando os sambas "Mulher, toma juízo", de Ataulfo Alves e Roberto Cunha e "Favela dos meus amores", de Roberto Cunha. No ano seguinte gravou o samba "Mãos delicadas", de Roberto Martins e Eratóstenes Frazão e a valsa "Duas sombras", de Roberto Martins e Jorge Faraj.  Em 1940 passou para a gravadora Odeon onde estreou acompanhando o acordeonista Antenógenes Silva no samba "Pode bater coração", de Antenógenes Silva e Ernâni Campos. No mesmo ano, gravou o samba "Não te dou perdão", de Jaime Florence e Roberto de Andrade e a marcha "E foi assim", de Darci de Oliveira e Benedito Lacerda. Gravou ainda no mesmo ano, entre outras músicas, os sambas "Graça a Deus", de Roberto Martins e Osvaldo Santiago e "Melodia do amor", de Roberto Martins e Mário Rossi e os frevos canção "Segredos" e "Nunca mais", do pernambucano Felinto Nunes, o Carnera. Em 1941 gravou de Ary Barroso a marcha "O passo do vira" e de Ary Barroso e Álvaro Carvalho, o samba "ela vive chorando". No mesmo ano, registrou de Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado e Luiz Batista Jr, a valsa "Feliz trovador" e o fox canção "o meu romance de amor" e da dupla Roberto Martins e Mário Rossi, o fox canção "Adeus" e a valsa "Um sonho para dois". Em 1942 seguindo a onda dos sambas patrióticos do período de guerra gravou "Brasil gigante", de Cristovão Alencar e José Silva. No mesmo ano alcançou destaque com a valsa "Algum dia te direi", de Cristovão de Alencar e Felisberto Martins, um dos grandes sucessos de sua carreira. No ano seguinte, registrou entre outras composições, os sambas "Quem é o dono do baile?", da dupla Cristovão de Alencar e Alcebíades Nogueira e "É triste a gente querer", de Pedro Caetano e Claudionor Cruz. Por essa época, fazia grande sucesso e suas gravações se sucediam, num momento em que ainda não havia o LP. No mesmo período, gravou da dupla Roberto Martins e Mário Rossi, o fox canção "Madrigal" e o samba "Ana Maria".  
Gilberto Alves - Compacto duplo
Em 1945 gravou dos pernambucanos Nelson Ferreira e Sebastião Lopes o frevo canção "Qué matá papai Oião?" e fez sucesso com a valsa "Prece à lua", de Alcebíades Barcelos e Armando Marçal. No mesmo ano, passou a gravar na Victor, onde estreou cantando o samba "Como é que eu fico", de Mário Lago e Newton Teixeira e a canção "Era uma vez", de René Bittencourt. No ano seguinte gravou de Badu e Carlos de Souza os sambas "Tudo acaba, tudo passa" e "Vai embora". Em 1947 gravou de Felisberto Martins e Henrique Mesquita o samba "Natureza bela!", considerado o primeiro samba - enredo na discografia da música popular brasileira. O samba concorreu ao concurso oficial de Escolas de Samba, em 1936, pela Unidos da Tijuca, segundo Hiram de Araújo e Amaury Jório em "Escolas de Samba em desfile - Vida, paixão e sorte". Em 1948 gravou com sucesso o samba "Rosa Maria", de Aníbal Silva e Eden Silva. Neste mesmo ano, passou a atuar na Rádio Nacional. No ano seguinte gravou de Roberto Martins e Ari Monteiro o samba "Cabrocha" e a valsa "Dolores".  Em 1950, foi para a Rádio Tupi onde trabalhou até se aposentar, vinte anos depois.  No mesmo ano gravou de Ismael Silva o samba "Meu único desejo".  No ano seguinte lançou de Benedito Lacerda e Mário Rossi o samba "Cigarra noturna" e a valsa "Nua". Em 1952 gravou de Roberto Martins e Ari Monteiro o baião "Me deixa chorar" e de Noel Rosa, o samba "Até amanhã". Nesse mesmo ano gravou uma série de músicas dedicadas a datas festivas como as valsas "Dia das mães", de Roberto Martins e Ari Monteiro, "O dia da criança" e "Feliz páscoa", as duas últimas de Irani de Oliveira e Ari Monteiro. Em 1953 gravou de Nelson Cavaquinho e Sílvio Trancoso o samba "Não tenho inveja". No ano seguinte foi contratado pela gravadora Copacabana onde estreou com o samba "Castelo no morro", de Aldacir Louro, Izaulino e Mendonça e a marcha "Eu, Nero e Casanova", de Ari Cordovil, Buci Moreira e Salvador Miceli.  Em 1955, gravou com sucesso o samba "Recordar", de Aldacir Louro, Aluísio Marins e Adolfo Macedo, e que foi escolhido por um júri reunido no Teatro João Caetano como um dos dez mais populares sambas do carnaval daquele ano. Em 1957 gravou a valsa "Nossa Senhora Aparecida", de Antenógenes Silva e Léa Silva. E no ano seguinte, a clássica valsa "Branca", de Zequinha de Abreu e Duque Abramonte. Ainda em 1958, lançou pela Copacabana o LP "... Eas valsas voltaram Nº 2" no qual interpretou as valsas "Santa Therezinha", de Anetnógenes Silva; "Tua voz é uma canção", de Carlos Rego Barros de Souza e Lina Pesce; "Dançando com lágrimas nos olhos", de Al Dudin e Joe Burke, em versão de Lamartine Babo; "Nuvens que passam", de Lina Pesce; "Silêncio"; de Bide e Armando Marçal; "Branca", de Zequinha de Abreu; "Lua de mel", de Lina Pesce; "Valsa das sombras", de Al Dubin e Harry Warren, versão de Oswaldo Santiago; "Prece à lua", de Bide e Armando Marçal; "Rua do Ouvidor", de Cláudio Luiz; "Ela", de Vicente Porto e Hélio Ribeiro, e "Tra-lá-lá", de Roberto Martins. Na contra capa desse LP assim escreveu o crítico Lucio Rangel sobre o cantor: "As valsa continuaram e voltam agora, sempre belas, na voz de um dos melhores intérpretes populares do Brasil - Gilberto Alves. Sabendo interpretar todas as músicas a ele confiadas, o veterano cantor valoriza extraordináriamente as valsas reunidas neste long-playing lançado pela Copacabana-Discos. (...) Portanto, andou bem a Copacabana-Discos promovendo esse segundo volume de ...E as valsas voltaram e confiando sua interpretação ao sempre admirado Gilberto Alves, sem dúvida um dos melhores cantores do cast artístico, sem favor um dos mais completos intérpretes de música popular do Brasil.   
Gilberto Alves De Sempre - Lp Som 1969
Em 1959 lançou pela Copacabana o LP "Gilberto Alves e o samba", no qual interpretou entre outras músicas, "Carta de ABC", de Gordurinha, "Força do perdão", de José Sacomani e Jorge Martins e "Gavião calçudo", de Pixinguinha. Em 1960 fez sucesso com os sambas "Pombo correio", de Benedito Lacerda e Darci de Oliveira e "Lanterna na mão", de Elzo Augusto, José Saccomani e Jorge Martins. No mesmo ano, gravou com a cantora Cleide Alves as músicas natalinas "Noite de paz", de F. X. Gruber e J. Mohr e "Natal de Jesus", de Blecaute.  Em 1962, gravou o LP "Gilberto Alves de sempre", interpretando entre outras, "Casa de caboclo", de Luiz Peixoto e Hekel Tavares, "Gosto que me enrosco", de Sinhô, "Taberna", de Lupiscínio Rodrigues e "Tu passaste por este jardim", de Alfredo Dutra e Catulo da Paixão Cearense. Nesse ano, recebeu o prêmio Microfone de Ouro, escolhido que foi pelo jornal O Globo e pela revista Radiolândia como o "Melhor cantor de 1961". O troféu foi entregue no auditório do jornal O Globo em cerimônia presidida pelo então primeiro-ministro Tancredo Neves. Em 1968 lançou pela Copacabana o LP "E as valsas voltaram", no qual interpretou entre outras, "Santa Therezinha", de Antenógenes Silva, "Silêncio", de Marçal e Bide, "Branca", de Zequinha de Abreu e "Prece à lua", de Marçal e Bide. Ao longo dos anos 1960 e 1970, embora sem o sucesso anterior, prosseguiu a carreira artística apresentando-se em emissoras de rádio e televisão e também em churrascarias. Em 1972, gravou a modinha "Acorda, Adalgisa", de autor desconhecido, especialmente para o Fascículo "Donga e os primitivos" da série Nova História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural. Nessa gravação foi acompanhado por Canhoto ao cavaquinho, José Menezes ao bandolim, Dino e Meira nos violões e Abel Ferreira no clarinete. Seus últimos anos de vida foram passados na cidade do interior paulista de Cesário Lange, onde apresentou programas de rádio e participou de shows e serestas.
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:: Fonte: Gilberto Alves - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Referências e outras fontes de pesquisa
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Vol.1. Editora: 34. São Paulo, 1997.



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ZÉ TRINDADE (pseudônimo de MILTON DA SILVA BITTENCOURT)
Zé Trindade
(ator, músico e poeta brasileiro, grande comediante de rádio, teatro, cinema e TV).

Zé Trindade, pseudônimo de Milton da Silva Bittencourt foi um ator, músico e poeta brasileiro, grande comediante de rádio, teatro, cinema e TV, nascido em Salvador, no dia 18 de abril de 1915, e falecido no Rio de Janeiro no dia 2 de maio de 1990.
Zé Trindade ficou famoso por jargões como “Mulheres, Cheguei!” e “Meu Negócio é Mulher”.
Nasceu em tradicional família baiana. O pai, herdeiro de uma grande fortuna, é deserdado porque se casa com sua mãe, que era pobre. Inconformado, começa a beber. A sua infância, até os onze anos é muito sofrida.
Nessa idade, se emprega como “boy” em um hotel da capital baiana. Lá, faz amizade com Jorge Amado e Dorival Caymmi, que, como os outros hóspedes do hotel, se divertem com suas piadas, ou se encantam com seus versos, poemas ou letras de músicas.
Em 1935, entrou para a Rádio Sociedade da Bahia, vivendo um bêbado no programa Teatro Pelos Ares.
Em 1937 chegou ao Rio de Janeiro, integrando o elenco de humoristas da Rádio Mayrink Veiga. Nos quinze anos seguintes seria o melhor cômico do rádio.
Zé Trindade & Paulette Silva [vedette Marlene]
Fez sua estréia no cinema em 1947 no filme O Malandro e a Granfina e só párou em 1987, numa ponta em Um Trem Para As Estrelas, perfazendo uma carreira vitoriosa de 38 filmes.
Baixinho, gordinho, o bigode fininho marcando um rosto safado, cria as frases “Meu negócio é mulher” e “Mulheres, cheguei”. Ninguém melhor do que ele fez o tipo do malandro.
Zé Trindade participou pouco de televisão, mas chegou a atuar com Chico Anysio, participou do programa humorístico Balança, mas não cai na Rede Globo e ainda teve uma pequena participação na minisséne global Memórias De Um Gigolô em 1986.
Gravou 25 discos de música nordestina, com trovas e pensamentos. Foi casado com dona Cleusa e teve quatro filhos Anayra, Regina, Ricardo e Christina.
Faleceu de câncer, em 2 de maio de 1990, no Rio de Janeiro, aos 75 anos.
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Referências e outras fontes de pesquisa



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE AURORA MIRANDA DA CUNHA
(cantora e atriz brasileira)


Aurora Miranda
Aurora Miranda, nascida no Rio de Janeiro, em 20 de abril de 1915, sendo irmã mais famosa de Carmen Miranda. Assim como as outras irmãs (além de Carmen, havia também Cecília, que não seguiu carreira como cantora), gostava, desde pequena, de cantar em casa, alegrando os freqüentadores da pensão que a mãe, a imigrante portuguesa Maria Emília, dirigia no Rio de Janeiro. Casou-se aos 25 anos com o comerciante Gabriel Richaid, por quem praticamente abandonou a carreira. Logo depois, o casal decidiu morar alguns anos nos Estados Unidos com Carmen Miranda. Voltou ao Brasil em 1952. Ficou viúva na década de 1990. Morreu de causas naturais, em 22 de dezembro de 2005, na Zona Sul do Rio de Janeiro, depois de infermidade qual a deixou no leito por longo tempo. Foi enterrada no cimitério São João Batista, mas não no famoso mausoléo de sua irmã.
Na opinião de muitos, teria sido a melhor voz entre as irmãs Miranda. O destino a fez, no entanto, iniciar no rádio à sombra do sucesso da irmã mais velha. Esse fato foi, de certa maneira, um entrave para sua carreira, já que a então jovem cantora se tornou alvo de inevitáveis comparações. Foi das cantoras que mais discos gravaram na década de 1930, depois de sua irmã Carmen Miranda. Ainda aos 18 anos foi convidada por Josué de Barros (que já havia lançado Carmen Miranda) para cantar um número na Rádio Mayrink Veiga. Com o sucesso, passou a se apresentar no "Programa Casé", na Rádio Philips. 
Em 1933, foi levada pelo próprio Josué de Barros para gravar seu primeiro disco na Odeon, fazendo dupla com o grande ídolo do rádio, Francisco Alves, na marchinha "Cai, cai, balão", de Assis Valente e no samba "Toque de amor", de Floriano Ribeiro de Pinho. O disco fez tanto sucesso, que, no mês seguinte, a Odeon lançou outro sucesso com a dupla, o fox "Você só... mente", dos irmãos Noel e Hélio Rosa. Ainda no mesmo ano de estréia, no qual lançou onze discos, gravou as marchas "Ladrão de corações", de Valfrido Silva e Wilson Batista, e "É assim que se vai no arrastão", de Ary Barroso, e o samba "Sou da comissão de frente", de Assis Valente. Ainda no mesmo ano, gravou um de seus maiores sucessos, a marcha "Se a lua contasse", de Custódio Mesquita. 
Em 1934, gravou, entre outras composições, o samba "Sem você", de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas, e "Foi numa noite de luar", de André Filho, as marchas "Quando eu queria você", de Assis Valeste e Milton Amaral e "Balança coração", de André Filho, e o samba-canção "Moreno cor de bronze", de Custódio Mesquita. No mesmo ano, gravou com João Petra de Barros a marcha "Vai subindo...vem caindo...", de Alberto Ribeiro e o samba "Se a sorte me ajudar", de Germano Augusto. Também em 1934, com apenas 19 anos, gravou em dupla com André Filho a marchinha vencedora do concurso oficial de carnaval de 1935 e que se tornaria (em 1960) hino oficial da cidade do Rio de Janeiro: "Cidade maravilhosa", do próprio André Filho. Nessa época, a mais jovem das Miranda já era reconhecida como "cartaz do rádio". Passou então a cantar em dupla com a irmã. Apresentou-se, ainda em 1934, com Carmen, João Petra de Barros, Jorge Murad e Custódio Mesquita na Rádio Record e no Teatro Santana, em São Paulo. Com Carmen e o Bando da Lua, fez uma temporada em outubro do mesmo ano na Rádio Belgrano, de Buenos Aires, Argentina, com grande repercussão. 
Aurora Miranda 
Em 1935 estreou no cinema no filme "Alô, Alô Brasil", dirigido por Wallace Downey, com argumento de João de Barro e Alberto Ribeiro, no qual interpretou o sucesso "Cidade maravilhosa" e a marcha "Ladrãozinho", de Custódio Mesquita. No mesmo ano, gravou a marcha "Não faltará ocasião", de Ismael Silva e o samba "Boa viagem", de Noel Rosa e Ismael Silva. Gravou também dois discos em duetos, o primeiro, com João Petra de Barros, cantando a marcha "O tempo passa", de Custódio Mesquita e Paulo Orlando e o samba "De madrugada", de Vicente Paiva e Haroldo Lobo. No segundo, com André Filho, cantou a marcha "Ciganinha do meu coração", e o samba "O que você me fez", as duas de André Filho. Gravou, ainda em 1935, a marcha junina "Onde está seu carneirinho?", de Custódio Mesquita, cantada por ela em outro filme de Downey, "Estudantes". Em outro disco, lançou uma das primeiras interpretações do samba-choro (choro cantado) "Fiz castelos de amores", de Gadé e Valfrido Silva. Em 1936, gravou duas composições de Assis Valente, a marcha "Vem comigo", parceria com Jocelino Reis, e o samba "Ao romper da aurora", parceria com Leopoldo Medeiros. No mesmo ano, participou de cena musical antológica do filme "Alô, Alô, Carnaval", de Ademar Gonzaga e Wallace Downey, o único filme da série dos musicais na década de 1930, que teve uma cópia preservada. Na cena, cantou, ao lado da irmã Carmen e com o acompanhamento da Orquestra de Simon Bountman, a célebre "Cantores do rádio", de Lamartine Babo, João de Barro e Alberto Ribeiro. No mesmo filme, canta sozinha, acompanhada do regional de Benedito Lacerda, o samba "Molha o pano", de Getúlio Marinho e de A. Vasconcelos. Também no mesmo ano, gravou as marchas "Não apoiado", de Ismael Silva e "Bacharéis do amor", de André Filho, de quem gravou o samba "Quero ver você sambar". Ainda em 1936, gravou o único disco com a irmã Carmen Miranda, registrando a marcha "Cantores do rádio", de João de Barro, Alberto Ribeiro e Lamartine Babo, e o samba "Rancor", de A . Rocha e Paulo de Frontin Werneck. 
Em 1937, gravou para o carnaval duas marchas da dupla João de Barro e Alberto Ribeiro, "Trenzinho do amor" e "Amores de carnaval". No mesmo ano, gravou os sambas "Deixa a baiana sambar", de Valdemar Pujol e Portelo Juno; "Porque você jurou", de Sinval Silva, e "E foi assim", de Alcebíades Barcelos e Leonel Azevedo. Gravou no mesmo período, a marcha "Deixa está jacaré", de Assis Valente e Pedro Silva, e o samba "Por causa de você", de Assis Valente. No mesmo ano excursionou pela Argentina e pelo Uruguai, ao lado de Carmen e do Bando da Lua. 
Carmen Miranda e Aurora Miranda - foto: Agnaldo Silva
Em 1938, entre outras gravações, gravou duas marchas de Ary Barroso, "A cigana lhe enganou", parceria com Gomes Filho, e "O meu dia há de chegar", parceria com Alcyr Pires Vermelho. Gravou também a marcha "Na tua casa tem...", de André Filho e Heitor dos Prazeres, e o samba "Chorei por teu amor", de André Filho. Também em 1938, gravou os sambas "Vem pro barracão", de Nelson Petersen e Oliveira Freitas, "Vai acabar", de Nelson Petersen e "Cenário de revista", de Alberto Ribeiro, além da marcha "Dia sim, dia não", de Alberto Ribeiro. Em junho de 1939, gravou seu último disco pela Odeon, com a marcha "Não há ninguém mais feliz..", de Alcyr Pires Vermelho, e o samba "Você sambou pra mim", de Alcyr Pires Vermelho e Alberto Ribeiro. No mesmo ano, foi contratada pela Victor, onde estreou com a marcha "Entra Vasco" e o samba "Coração sonhador", ambas de Alberto Ribeiro e Antônio Almeida. No mesmo ano, gravou pela Victor e para o carnaval a marcha "Menina do regimento", de João de Barro e Alberto Ribeiro. Essa marchinha foi cantada por ela no filme "Banana da terra", no mesmo ano. Ainda em 1939, gravou o samba-canção "Roubaram meu mulato", de Claudionor Cruz, o samba-choro "Teus olhos", de Roberto Martins e Ataulfo Alves e o samba "Acarajé...ô", de Ademar Santana e Leo Cardoso, este último, em dueto com Carlos Galhardo. 
Em 1940, gravou a batucada "Não vai Zezé", de Ataulfo Alves, e o samba "Você partiu", de Alcebíades Barcelos e Armando Marçal. No mesmo ano gravou seu último disco pela Victor, com os sambas "Paulo, Paulo", de Gadé e Grande Otelo (cujo nome não aparece no selo), e "Batata frita", de Ciro de Souza e Augusto Garcez. Já nos Estados Unidos, para onde foi levada por sua irmã Carmen, já uma estrela de Hollywood, participou do filme "Você já foi à Bahia?"("Saludo amigos"), de Walt Disney, ao lado de Zé Carioca, cantando "Os quindins de iaiá", de Ary Barroso. Nos EUA fez seis gravações para a Decca (quatro foram lançadas em 1941, as outras só em 1975, em LP da MCA no Brasil). Participou de programas de rádio ao lado de Orson Wellles e Rudy Valee; de espetáculos no Teatro Roxy e na Boate Copacabana em Nova York. 
Voltou ao Brasil, em 1952 e lançou pela Continental os sambas "Risque", que seria sucesso logo depois com Linda Batista, e "Faixa de cetim", ambos de Ari Barroso. Em 1955, lançou oito antigos sucessos seus em LP da Sinter. Em 1956, participou do "show" de Carlos Machado "Mr. Samba" em homenagem a Ary Barroso. No mesmo ano, gravou mais dois discos pela Odeon, no primeiro, cantou sozinha o samba "Guanabara", de Vadico e Aloísio de Oliveira e, com Aloísio de Oliveira, cantou "Amor e matrimônio", de Van Heusen e Cahn, com versão de Haroldo Barbosa. No segundo disco, gravou os sambas "Creia em mim" e "Banzé de cuia", os dois da dupla Valfrido Silva e Gadé. 
Aurora Miranda 
Em 1957, gravou pela Sinter, a marcha "Cai, cai balão", de Assis Valente, e o maxixe "Petisco do baile", de Gadé e Almanir Grego. Ao todo gravou 81 discos e 161 músicas. Em 1962, participou na TV, do Cassio Muniz Show, numa de suas esporádicas apresentações. Em 1990, participou do filme de Cacá Diégues "Dias melhores virão", cantando o fox "Você só...mente", de Noel e Hélio Rosa. Em 1994 gravou para o "Songbook de Ary Barroso" (Lumiar), junto com Sílvio Caldas, o samba "Quando eu penso na Bahia", de Ary Barroso e Luís Peixoto. Em 1995, participou da homenagem a Carmen Miranda, promovida pelo Lincoln Center, em Nova York. Em 1999, quando das celebrações dos noventa anos de Carmen Miranda, teve ativa participação em entrevistas para rádio e televisão, além de inaugurar mostras comemorativas em honra da irmã. Faleceu aos noventa anos de causas naturais em seu apartamento no Rio de Janeiro sendo sepultada em cerimônia familiar no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.
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:: Fonte: Aurora Miranda - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Referências e outras fontes de pesquisa
:: ALBIN, Ricardo Cravo. MPB: A História de um século. Editora: Funarte. Rio de Janeiro, 1997.
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
:: EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas da Música Popular Brasileira. Editora: MEC/FUNARTE. Rio de Janeiro, 1978.
:: EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho.Editora: Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro, 1982.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
:: MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Editora: Francisco Alves. Rio de Janeiro, 2000.
:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. Editora 34. São Paulo, 1997.
:: VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.
:: Aurora Miranda - Wikipédia





CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE EVENCIO CASTELLANOS
Evencio Castellanos (Vicente Emilio Sojo dirige aguinaldos del
Orfeón Lamas en Sta. Teresa. Evencio Castellanos al órgano).
(compositor e pianista venezuelano)

Evencio Castellanos (Cúa, 3 de mayo de 1915 - Caracas 16 de marzo de 1984) Fue un pianista, compositor y director de coros y orquesta.
Sus padres fueron Pablo Castellanos Almenar y Matilde Yumar. Su iniciación musical se produjo de la mano de su padre, Pablo Castellanos, quien era organista y maestro de capilla. En 1938, ingresó a la Escuela Superior de Música de Caracas, donde estudió canto con Antonio Pardo Soublette, violonchelo con Carlos Áñez, historia de la música con Juan Bautista Plaza y armonía y composición con Vicente Emilio Sojo. El 4 de julio de 1944 se graduó como maestro –compositor, y como tal formó parte de la primera generación de compositores egresados de la cátedra de composición del maestro Sojo que, en sus creaciones musicales, se orientaron hacia la tendencia nacionalista. En 1946, le tocó dirigir al Orfeón Universitario de la Universidad Central de Venezuela, para el cual compuso el Himno universitario, con base a un texto de Luis Pastorí y Tomás Alfaro Calatrava.
Entre agosto de 1947 y septiembre de 1949, estuvo residenciado en Nueva York donde realizó estudios de perfeccionamiento de piano con Carlos Buhler. A su regreso a Venezuela, en la catedral de Caracas integró el coro y fue además, organista y maestro de capilla. Asimismo, durante fue integrante del orfeón Lamas y durante 15 años, instrumentista de la Orquesta Sinfónica de Venezuela. Paralelo a su vida como músico, ejerció la docencia en diferentes cátedras de la Escuela Superior de Música en funciones tales como profesor auxiliar de piano (1938-1947), profesor de piano, cátedra nocturna (1945-1947); profesor de órgano y clave (1946-1972); profesor de composición musical (1957-1964) y director de la escuela (1965-1972). Vicepresidente de la Junta Directiva de la Orquesta Sinfónica Venezuela (1950-1951 y 1959), fue miembro del Consejo Superior Consultivo de la misma; presidente de la Asociación Venezuela de Autores y Compositores (AVAC, 1958-1959); director-fundador del Collegium Musicum de Caracas; director de la Orquesta Estudiantil de la Universidad Central de Venezuela (1969) y director de la Orquesta Experimental de la Orquesta Sinfónica Venezuela, a la que dirigió en su concierto inaugural el 15 de mayo de 1970. De 1979 a 1984, se desempeñó como asesor musical del Instituto Latinoamericano de Investigaciones y Estudios Musicales Vicente Emilio Sojo. A lo largo de su trayectoria musical, Evencio Castellanos obtuvo diversos galardones y reconocimientos como el premio especial Ateneo de Caracas correspondiente al concurso Teresa Carreño (1952) por su Homenaje a Teresa Carreño, el Premio Nacional de Música (1954) por su poema sinfónico Santa Cruz de Pacairigua y el Premio Nacional de Música (1962) por su oratorio profano El Tirano Aguirre. A través de sus ejecuciones y arreglos, impuso un estilo pianístico brillante que se expresó en sus recopilaciones y armonizaciones de valses de salón.
Su hermano Gonzalo Castellanos Yumar, es un notable compositor y fue director de la Orquesta Sinfónica de Venezuela (1966-1978).
:: FonteWikipédia 



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE LUÍS GONZAGA BITTENCOURT
(compositor e violonista brasileiro)


Luís Gonzaga Bittencourt
Luís Bittencourt, nasceu em 6 de maio de 1915, no Rio de Janeiro, filho do violonista Antonio Lourenço Bittencourt e de Laura Augusta Bittencourt. Estudou violão com o pai. De 1967 a 1975, exerceu cargos na Ordem dos Músicos do Brasil. Em 1961, passou a integrar a Orquestra Sinfônica Nacional.
Estreou no rádio em 1930, na antiga Educadora do Brasil, hoje Tamoio. Por essa época, atuou também no famoso programa da Philips "Horas do outro mundo", de Renato Murce. Participou como violonista de várias orquestras e conjuntos, dentre os quais o Conjunto Regional RCA Victor, Conjunto Regional Guanabara, o Regional de Dante Santoro, de Benedito Lacerda e o de Rogério Guimarães. Participou, também, da Orquestra do Cassino da Urca e do Conjunto Chiquinho e seu ritmo. Atuou na Rádio Nacional durante muitos anos. Sua primeira composição gravada foi "Lua triste", registrada em 1936 por Sílvio Caldas na Odeon. Trabalhou na Continental e Todamérica. Entre 1953 e 1961, atuou como diretor artístico na Sinter e na Philips, tendo sido também um dos mais destacados produtores da Musidisc e da Nilser. Como compositor, teve cerca de 130 músicas gravadas, dentre as quais "Nova ilusão", com José Meneses, e o samba-canção "Aquelas palavras", com Benny Wolkoff, ambos sucessos de 1948. Destacam-se ainda "A grande verdade", com Marlene, "Se você não tem amor", "Aquelas palavras", e o bolero "Afinal", uma parceria com Ismael Netto, sucesso no ano de 1951, gravado por Heleninha Costa na Sinter. 
Em 1954, Albertinho Fortuna gravou a valsa "Ronda dos bairros", parceria com Fernando Jacques na Continental. No mesmo ano, gravou com seus solistas a valsa "Vaya com Dios", de Russel, Inez James e B. Pepper, o choro "De mansinho", de Radamés Gnatalli, o vira "Êta! Viradinho bom...", parceria com José Menezes e a valsa "Ronda dos bairros". Ainda no mesmo período, acompanhou com seu conjunto as gravações da valsa "Faz um ano" por Maria Neide e Joel de Almeida, do baião "Dança gostosa", por Maria Neide e do samba "Mais um samba popular" e o bolero "Não sei porque" por Ana Cristina. No ano seguinte, José Menezes e Seu Conjunto gravou o samba "Violão nagafieira", parceria dos dois. Em 1957 compôs com Luiz de França o samba "Que Deus me castigue", gravado por Neusa Maria e com Luiz Bandeira a marcha "Vamos saravá", gravada por Humberto Martins. No mesmo ano, José Menezes gravou com seu quarteto, da parceria dos dois, o "Bolero napolitano". Em 2003, teve o samba-canção "A grande verdade", com Marlene regravado pela cantora Marion Duarte no CD "Fonte de energia".
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:: Fonte: Luís Bittencourt - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira 
Referências e outras fontes de pesquisa
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ORSON WELLES
Orson Welles Show (September 5, 1941)
(cineasta, ator, roteirista e produtor norte-americano)

George Orson Welles (Kenosha, Wisconsin, 6 de maio de 1915 — Hollywood, 10 de outubro de 1985) foi um cineasta estadunidense. Também foi roteirista, produtor e ator.
Filho de um inventor e de uma famosa pianista, Orson Welles ficou órfão de mãe aos 9 anos, ocasião em que acompanhou o pai em diversas viagens pelo mundo afora.  Aos 15 anos, com a morte do pai, ficou sob a tutela do Dr. Maurice Bernstein, de Chicago.
Aos 16 anos, concluiu o curso secundário pela Todd School, em Woodstock, Illinois.  Nessa época, começou a estudar pintura, primeira área das artes em que se envolveu.  Em seguida, estudou piano e a arte da mágica.
Depois de tentar os palcos de Londres e da Broadway, recomendado por Thornton Wilder e Alexander Woollcott, Welles conseguiu estrear em 1934 no teatro ambulante de Katherine Cornell, em Nova York.  No mesmo ano, casou-se, dirigiu seu primeiro curta-metragem e apareceu no rádio pela primeira vez.
Em 1937, juntamente com John Houseman, criou sua própria companhia teatral, o “Mercury Theater”.  Em 1938, produziu uma transmissão radiofônica dramatizada, intitulada “A Guerra dos Mundos”, adaptação da obra homônima de H. G. Wells, que ficou mundialmente famosa por provocar pânico nos ouvintes e desencadear um clima de guerra entre os americanos, que acreditavam estar a Terra sendo invadida por seres extra-terrestres.
Sua estréia no cinema ocorreu em 1941, com “Cidadão Kane”, filme no qual, além de interpretar o papel principal, foi por ele produzido, co-escrito e dirigido.  Embora seja considerado pela crítica como um dos melhores filmes de todos os tempos e tenha recebido 9 indicações ao Oscar, das quais foi agraciado com a estatueta de Melhor Roteiro Original, tal produção foi um fracasso de bilheteria, proporcionando um prejuízo de US$ 150 mil aos Estúdios da RKO.
Orson Welles
Todo a sua obra apresenta toques de genialidade, muito embora ele nunca tenha sido o favorito das bilheterias, lutando sempre para financiar seus filmes.  Entre um projeto e outro, fazia papéis carismáticos para outros cineastas, com destaques para o nervoso Mr. Rochester de “Jane Eyre”, dirigido por Robert Stevenson, e o frio Harry Lime de “O Terceiro Homem”, dirigido por Carol Reed.
Em sua carreira, Orson Welles foi agraciado com um Oscar, por seu trabalho como co-roteirista em “Cidadão Kane” e com o Prêmio Honorífico da Academia de Hollywood por sua mestria e versatilidade na criação de filmes.  Adicionalmente, recebeu outras 4 indicações ao Oscar, 3 das quais por sua participação em “Cidadão Kane” como produtor, diretor e ator.  Em 1975, recebeu do American Film Institute o prêmio pelo conjunto de sua obra.  Em 1984, recebeu do Directors Guild of America, a sua mais alta honraria, o Prêmio D. W. Griffith.
Orson Welles casou-se três vezes.  Inicialmente, com Virginia Nicholson  (14/11/1934 a 01/02/1940), com quem teve um filho, Christopher, nascido em 1937;  em seguida, com a bela Rita Hayworth  (07/09/1943 a 01/12/1948), com quem teve uma filha, Rebecca, nascida em 1944; e, finalmente, com Paola Mori  (08/05/1955 a 10/10/1985, quando faleceu), com quem teve uma filha, Beatrice, nascida em 1955.
Apesar de sua reputação como ator e cineasta, Welles sempre se manteve como membro do Sindicato dos Mágicos.
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:: Fonte:  70 anos de Cinema  
Referências e outras fontes de pesquisa




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MARIO MONICELLI
Mario Monicelli
(roteirista e diretor de cinema italiano)

Mario Monicelli (Roma, 15 de maio de 1915 — Roma, 29 de novembro de 2010) foi um importante roteirista (argumentista) e diretor de cinema italiano.
Um dos maiores cineastas italianos, tendo trabalhado na direção e como roteirista em extensa filmografia.
Nasceu de uma família de origem mantovana, tendo crescido em Viareggio. Era o segundo filho do crítico teatral e jornalista Tommaso Monicelli. Em Viareggio vivenciou a efervescência cultural experimentada na cidade na década de 1930.
Freqüentou o Liceu Clássico Giosuè Carducci, formando-se em História e Filosofia. Ingressou no cinema graças ao amigo Giacomo Forzano, filho do comediógrafo Giovacchino Forzano, fundador de um estúdio cinematográfico, com o curioso nome de Pisorno - uma junção do nome de duas cidades rivais: Pisa e Livorno.
Desde o início, Monicelli vai delineando o particular espírito toscano que será determinante em sua poética cinematográfica que imprimiu na comédia. Junto a Alberto Mondadori, amigo e colaborador, dirige em 1934 o curta-metragrem "Cuore rivelatore", ao qual seguiu-se, neste mesmo ano, ao média-metragem mudo "I ragazzi della via Paal", apresentado e premiado em Veneza. Sob o pseudônimo de Michele Badiek, dirigiu em 1937 seu primeiro longa, Pioggia d'estate.
Mario Monicelli
Crítico cinematográfico desde 1932, de 1939 a 1949 teve ativíssima produção, colaborando em cerca de quatro dezenas de filmes.
O começo oficialmente registrado de seu trabalho ocorre em 1949, em parceria com Steno (Stefano Vanzina), em "Totò cerca casa". Monicelli começa a imprimir seu particular estilo narrativo, simples, mas eficaz e funcional, livre de firulas e virtuosismos, concentrando seu esforço no desenvolvimento do filme.
Mario Monicelli suicidou-se, atirando-se da janela do hospital San Giovanni de Roma onde estava internado.
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:: Fonte: Filmow.
Referências e outras fontes de pesquisa
:: Wikipédia - Mario Monicelli 




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE GOFFREDO DA SILVA TELLES JR.
Godofredo da Silva Teles Júnior
(advogado, jurista e professor universitário brasileiro)

Nascido em 16 de Maio de 1915, no centro da Cidade de São Paulo. Nome de batismo: Goffredo Carlos da Silva Telles. Nome adotado: Goffredo da Silva Telles Junior (para evitar confusão com o nome do pai). Nome de escritor: Goffredo Telles Junior.
Filho de Goffredo Teixeira da Silva Telles, poeta (da Academia Paulista de Letras), advogado, agricultor; e de Carolina Penteado da Silva Telles (filha de Olivia Guedes Penteado). Ambos proprietários da tradicional Fazenda Santo Antonio, no Município de Araras, Estado de São Paulo.
Curso Primário no Lyceu Franco-Brasileiro. Curso Secundário no Ginásio de São Bento. Curso Superior na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Turma de 1937.
Soldado na Revolução Constitucionalista de São Paulo (1932).
Inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil como Solicitador-Acadêmico em 1935 ; como Advogado desde 1937. Foi advogado militante a vida inteira.
Professor de direito da Faculdade (USP), desde 1940: a princípio, como Livre Docente, depois como Professor Catedrático, isto é, como professor titular. Tomou posse de sua Cadeira (Introdução à Ciência do Direito) no ano de 1954.
Lecionou durante quase 45 anos. Em 1985, por força de lei, foi aposentado compulsoriamente, ao atingir 70 anos de idade (idade limite). Continuou, porém, em seu próprio escritório, a dissertar sobre a Disciplina da Convivência Humana, a grupos numerosos de estudantes em cordial visita.
Pouco antes de sua aposentadoria, e pelo voto unânime do Conselho Universitário, foi honrado com o título de professor emérito da Universidade de São Paulo.
O Professor Godofredo foi Vice-Diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, de 1966 a 1969,  tendo exercido a Diretoria em diversos períodos.
Membro do conselho técnico-administrativo da Faculdade, de 1958  a  1969 .
Representante da congregação dessa faculdade no Conselho Universitário da USP, de 1972 a 1974.
Organizador e primeiro chefe do Departamento de Filosofia e Teoria geral do direito dessa Faculdade, de 1970 a 1974.
Organizador e Coordenador dos Cursos de Pós Graduação da mesma Faculdade, de 1972 a 1974.
Conselheiro do Conselho Penitenciário do estado de São Paulo, por quase trinta anos (1944 a 1974).
Deputado Federal Constituinte em 1946, e Deputado Federal na legislatura 1946/1950. Não quis se candidatar, em 1950.
Godofredo da Silva Teles Júnior
Principais trabalhos parlamentares: Pela entronização do Crucifixo de Cristo na Sala do Plenário da Câmara dos Deputados;  Em Defesa dos Municípios Brasileiros ; Por um Sistema Realista de Discriminação Constitucional das Fontes de Receita Tributaria ; O Problema do Algodão ; O Problema do Fio de Seda ; O Problema da Brucelose ; Em Defesa dos Minérios e das Areias Monaziticas do Brasil ; Dois discursos em Defesa da Amazônia e contra o Instituto Internacional da Hiléia Amazônica ; Pela Incorporação dos Abonos aos Salários dos Trabalhadores ; A Policia Militar.
Secretario da Educação e Cultura da Prefeitura de São Paulo, em 1957. Nessa oportunidade, salvou da extinção e reorganizou a rede de Escolas do ainda incipiente Ensino Primário Municipal.
Sócio fundador do Instituto Brasileiro De Filosofia  instituto criado pelo Prof. Miguel Reale. Participou de Congressos do Instituto com teses diversas.
Foi Presidente do Conselho Pedagógico da Escola de Governo ¾ instituto criado pelo Prof. Fábio Konder Comparato, para a formação de governantes.
Foi Membro do Conselho Consultivo da Ouvidoria da Policia do Estado de São Paulo.
Foi Membro da Comissão de Ética, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Membro do Conselho do Instituto Brasileiro de Altos Estudos (IBRAE) da Fundação Armando Alvares Penteado.
Foi Presidente da Associação Paulista dos Professores do Ensino Superior (APPES) (1969,1970).
Foi Presidente da Associação Brasileira de Juristas Democratas, filiada à Associação Internacional de Juristas Democratas, organização consultora permanente do Conselho Econômico e Social da ONU e da UNESCO.
Com o Professor Antonio Ferreira Cesarino Junior, participou dos trabalhos de fundação da Academia Paulista de Direito.
É “sócio fundador” do Museu Lasar Segall.
Em 2002, foi eleito Membro Honorário da Academia Brasileira de Letras Jurídicas.
Lutador incansável pelo Estado de Direito, pelos Direitos Humanos e pelas Liberdades Democráticas.
Na noite de 8 de Agosto de 1977, na plena vigência do regime de ditadura militar, leu sua “Carta aos Brasileiros”, no Pateo da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, diante de grande multidão de estudantes, de gente do povo, de altas personalidades e de jornalistas, em comemoração do Sesquicentenário da Fundação dos Cursos Jurídicos no Brasil. Esse famoso documento se tornou marco decisivo no processo de abertura democrática no País.
Godofredo da Silva Teles Júnior
Muito antes, em 1959, publicou Lineamentos de uma Constituição realista para o Brasil, em que defendeu, pioneiramente, a tese da iniciativa popular no processo de elaboração das leis.
Em 1963, publicou Lineamentos de uma Democracia Autentica, em que mostrou a necessidade da participação dos setores organizados do povo no processo legislativo.
Por iniciativa sua, e com sua decidida colaboração, o Instituto dos Advogados de São Paulo ofereceu ao Governo, em 1966, um anteprojeto de Constituição, que foi publicado nos Anais da Assembléia Legislativa do Estado.
Em 1983, no Congresso Nacional dos Advogados Pró-Constituinte, compareceu com a tese Abrangência dos Direitos Humanos.
Em novembro de 1986, presidiu a Conferência Internacional Sobre a Dívida Externa dos Países Em Desenvolvimento. Pronunciou o discurso de abertura, com circunstanciada exposição do tema da Conferência.
Em nome de centenas de entidades representativas da sociedade civil, reunidas no chamado “Plenário Pró-Participação Popular na Constituinte”, dirigiu ao Governo, em 1988, sua Carta dos Brasileiros ao Presidente da Republica e ao Congresso Nacional, clamando por uma Assembléia Constituinte livre, autônoma e soberana, desvinculada do Congresso Nacional e das engrenagens do Governo.
Em nome das mesmas entidades, leu, em sessão pública, realizada no Salão Nobre da Faculdade de Direito, no mês de setembro de 1993, sua SEGUNDA CARTA AOS BRASILEIROS, em defesa da Constituição.

:: Referências e outras fontes de pesquisaSite Godofredo da Silva Telles Junior 



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE SAUL BELLOW
Saul Bellow
(escritor norte-americano)

"Apaixonar-se, apesar de tudo, é uma prova de sanidade mental, pois no amor descobrimos uma generosidade ilimitada."
- Saul Bellow

Saul Bellow (Lachine, Montreal, 10 de junho de 1915 — Brookline, 5 de abril de 2005) foi um escritor judeu nascido no Canadá e naturalizado cidadão estadunidense.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1976. Premiado com o Guggenheim fellowship e a Medalha Nacional de Artes, viveu em Paris, onde escreveu The Adventures of Augie March.

Bellow dominou o cenário da ficção americana, em especial o do romance judeu-americano no pós-guerra. Seu trabalho expressa a ascensão da sensibilidade dos imigrantes judeus a um lugar de poder e visão na América urbana contemporânea, bem como a angústia moral daqueles que se viram como sobreviventes do Holocausto - como Sammler, herói de seu livro Mr. Sammler's Planet. Filho de imigrantes russos, nascido no Canadá, Bellow fixou-se em Chicago ainda criança, e tornou-se seu grande cronista, com livros como Humboldt's Gift. Seu trabalho retrata cinco décadas de experiência americana, da depressão dos anos 1930 ao novo mundo neobizantino de poder, riqueza, egoísmo arrogante e divisão social na América, no qual a inteligência deve lutar contra o materialismo. Bellow resume isso em seu mais brilhante romance, Herzog, que é o retrato de um intelectual do final do século 20, pintado de forma tragicômica, discutindo a sorte com os grandes filósofos da modernidade. Em uma época que ele vê como massificação social, luxo desordenado, individualismo fútil e falência cultural, seu trabalho e seus heróis lutam para chegar a um humanismo contemporâneo.
OBRA
Ficção
:: Dangling Man (1944)
:: The Victim (1947)
:: The Adventures of Augie March (1953)
:: Seize the Day [Agarre a vida]. (1956)
:: Henderson the Rain King [Henderson, O Rei da Chuva]. (1959)
:: Herzog (1964)
:: Mosby's Memoirs [contos que aparecem também em Collected Stories]. (1968)
:: Mr. Sammler's Planet (pt/br: O Planeta do Sr. Sammler]. (1970).
:: Humboldt's Gift (1975), com que ganhou o Pulitzer de 1976
:: The Dean's December (1982)
Saul Bellow, 1977
Ensaios
:: To Jerusalem and Back (1976)
:: It All Adds Up (1994)
:: Him with His Foot in His Mouth [contos que aparecem também em Collected Stories]. (1984)
:: More Die of Heartbreak(1987)
:: A Theft (1989)
:: The Bellarosa Connection (1989)
:: Something to Remember Me By: Three Tales (com os contos A Theft e The Bellarosa Connection) (1991)
:: The Actual (1997)
:: Ravelstein (2000)
:: Collected Stories (2001)
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:: Fonte:  Wikipédia 
Referências e outras fontes de pesquisa
:: Saul Bellow - Companhia das Letras
:: Saul Bellow. revista Veja



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ANTONIO ONOFRE DA SILVEIRA
(jornalista brasileiro)

Antonio Onofre da Silveira (Porto Alegre, 12 de junho de 1915 - 27 de março de 1988) foi jornalista, cirurgião-dentista e relações-públicas. Como jornalista, foi primeiro repórter e depois cronista (colunista) regular de jornalismo cultural e de variedades dos anos 40 aos anos 80, especialmente no Diário de Notícias, de Porto Alegre.
Antônio Onofre da Silveira, foto: Diógenes de Oliveira
Em 1937 formou-se cirurgião-dentista pela então Escola Médico-Cirúrgica de Porto Alegre, exercendo a odontologia em praticamente toda a sua vida. Entre 1940 e 1945 morou na cidade do Rio de Janeiro, lá trabalhando na Assistência Dentária Tijuca e freqüentando curso de Odontopediatria. A partir de então, as idas e vindas ao Rio serão uma constante.
A primeira crônica de Antonio Onofre da Silveira foi escrita no Rio de Janeiro para a Gazeta de Notícias. Em Porto Alegre, ingressa no jornalismo profissional, passando pelo Jornal da Manhã, Correio da Noite e A Nação (coluna “Girando o Dial”, sobre a programação das rádios Farroupilha, Difusora e Gaúcha). Em junho de 1947 formaliza o vínculo empregatício com o jornal Diário de Notícias (integrante da rede brasileira dos Diários e Emissoras Associados), colaborando como repórter e cronista (em comentários culturais geralmente sem assinatura). A sua coluna Ronda, assinada, começa a ser produzida em 1952. Ela seria publicada no Diário até fins de 1979 (interrompida devido ao fechamento do jornal). Inicialmente a Ronda era voltada para o teatro, o cinema e assuntos afins (“Ronda do Teatro”). No início era intermitente, mais tarde passando a diária. Aos poucos foi se formatando como uma coluna de notas (variedades) que unia a divulgação de artes e espetáculos com outros eventos culturais, juntamente com a crônica da vida noturna da cidade. Era escrita num estilo característico, através de apontamentos mais ou menos cerimoniosos, acompanhados de observações informais, incluindo de citações poéticas a propostas de refeições num gosto muito pessoal. Foi a coluna diária mais lida na sua região por muitos anos. Com o colapso dos Diários e Emissoras Associados em todo o Brasil, o Diário de Notícias foi extinto (1979). A partir de janeiro de 1980, e até março de 1984, sua coluna teria continuidade no tablóide quinzenal Kronika, agora não mais com o nome antigo, mas apenas “Antônio Onofre”, embora continuasse sendo chamada informalmente como a Ronda. Antonio Onofre da Silveira totalizaria, assim, quase 37 anos de jornalismo profissional estável. Orgulhava-se profundamente dos meios jornalístico, literário e musical, pelos quais costumava fazer profissão de fé. Na Páscoa de 1984 sofreu um acidente vascular cerebral. A paralisia parcial o afastou totalmente de suas atividades. Faleceu em 27 de março de 1988, no domingo anterior ao domingo de Páscoa, aos 72 anos. Em março de 2000 uma rua no bairro Restinga foi batizada com seu nome, em homenagem da Câmara de Vereadores de Porto Alegre e de representantes da comunidade cultural, representados pelo poeta Ribeiro Hudson e por Lupicínio Rodrigues Filho, com a presença de colegas de imprensa.

“Olhei durante muito tempo lá do alto, a minha velha e querida cidade do Porto dos Casais, a minha eterna namorada Porto Alegre. Olhei lá do alto a minha meninice e as minhas travessuras por todas as ruas da Cidade Baixa [...]. E depois um rosário enorme de pecados, pobres, inúteis que não deixaram nada e que até me fizeram chorar durante a vida, mas que não importará, quando eu puder sorrir na hora da morte.”
- Antônio Onofre, em Lauda padrão do Diário de Notícias, sem data.
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:: Fonte: Wikipédia 



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE GUSTAVO POBLETE CATALÁN
Gustavo Poblete
(pintor chileno)

Gustavo Poblete Catalán (Curicó, 19 de Junho de 1915 — 2005) foi um pintor e professor de desenho chileno. Foi professor na Universidade do Chile.
Gustavo Poblete fue uno de los primeros cultores del Arte Constructivo en Chile y Sudamérica, junto a creadores nacionales, de Argentina, Brasil y Uruguay.
El artista desarrollo la expresión Constructiva, a través de su vida lo  que implicó crear y construir una obra que no se apoyó en elementos exteriores, ni fue representativa de la realidad, sino que tuvo su propia significación.
Fue una creación intelectual donde el artista iba jugando con elementos plásticos, por lo tanto la obra se iba construyendo sólo en relación consigo misma.
En los primeros momentos su pintura fue representación y reflejo de las enseñanzas del maestro Pablo Burchard, pero un bodegón de 1949 marcó la diferencia. Desde entonces comenzó una serie en que más que la cercanía al modelo, le interesaron los objetos como formas, como elementos con un valor plástico puro y sus ordenaciones en el plano del cuadro
Desde entonces, perdió vinculación con la realidad y la imagen tridimensional del espacio y el color, la construcción sobre abstracción geométrica y el arte cinético pasaron a ser los protagonistas de la obra del artista.
Un cromatismo restringido, un purismo declarado y una extrema economía de forma y color caracterizaron el trabajo de Poblete. Con las nociones de lo horizontal y lo vertical y del cuadrado como su elemento favorito, como el más simple, más inocuo y casi neutro, el artista creó espacios (década de los ’70) dentro de los que intentó integrar todos los elementos plásticos, llevándolos al entorno humano.
Desde los años ‘80 sus preocupaciones se han centrado en imágenes y colores virtuales, en crear juegos simples y ambiguos de planos, formas y combinaciones cromáticas que engañen la percepción del espectador. Además, se ha centrado en cuestionar el marco del cuadro como límite estático, dando volumen y movilidad a las estructuras de antes, dislocándolas y llevándolas a obras tridimensionales.
En su trabajo ni la pintura, ni los elementos escultóricos y arquitectónicos, como tampoco la luz y  el color, han sido los protagonistas del todo. Cada uno de ellos ha ido aportando su magia y presencia para hacer del espacio de exposición de su obra, un gran todo donde el espectador desde la virtualidad,vaya componiendo lo que piensa y siente.
La propuesta del artista a través de sus creaciones ha sido siempre lograr un proceso de armónica complementación, integración y fusión de elementos dentro de un espacio que no pretende tener límites, sino que se acople al entorno cotidiano del ser humano. Es decir, una integración de arte, ciudad y sociedad.
Aunque la actividad de Poblete se ha desarrollado durante varias décadas, éste ha demostrado que su expresión constructiva continúa siendo un importante aporte.
Sus composiciones, alejadas de la realidad visual como referente, plantean un orden y una racionalidad en el proceso artístico que lo relaciona al diseño y la arquitectura.
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:: Fonte:  Gustavo Poblete 
Referências e outras fontes de pesquisa



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE VILANOVA ARTIGAS (JOÃO BATISTA VILANOVA ARTIGAS)
João Batista Vilanova Artigas, foto: Arquivo USP
(arquiteto "brutalista" brasileiro)

"Admiro os poetas. O que eles dizem com duas palavras a gente tem que exprimir com milhares de tijolos."
- Vilanova Artigas

João Batista Vilanova Artigas, nascido em 23 de junho de 1915, o curitibano João Batista Vilanova Artigas, ao lado de Frederico Kirchgässner e Lolô Cornelsen, é responsável pelas primeiras manifestações modernistas na arquitetura de Curitiba. Graduou-se engenheiro-arquiteto na Escola Politécnica da USP, Artigas, muito embora tenha atuado principalmente em São Paulo, deixou significativas obras na capital, e mesmo no interior paranaense. É dele a antiga estação rodoviária de Londrina, hoje transformada em Museu de Arte.
Suas primeiras obras em Curitiba datam dos anos de 1940 quando sua arquitetura era fortemente influenciada pelos projetos de Frank Lloyd Wright. Mais tarde, Artigas assumiu a influência de Le Corbusier, marcadamente reconhecida na residência de João Luiz Bettega, na Rua da Paz, hoje denominada Casa Vilanova Artigas.
É forte na formação de Artigas a convivência com os artistas populares de São Paulo do grupo Santa Helena (a chamada “família artística paulista”).
Edifício sede da FAU-USP - projetado por Vilanova Artigas
Paralelamente à atividade de arquiteto, Artigas dedicou-se, ao longo de sua vida, ao magistério; inicialmente na Politécnica de São Paulo, mais tarde, no curso de Arquitetura da USP. Em 1962, quando foi implantado o curso de arquitetura na UFPR, Artigas foi convidado para integrar o corpo docente, mas declinou o convite. Não obstante a recusa, proferiu inúmeras palestras e sua produção influenciou toda uma geração de alunos.
Muitas obras de Artigas representam a interpretação da “casa paranaense” remetendo sempre às memórias de sua infância no Paraná.
Os quase 700 projetos realizados numa profícua carreira e o contato com profissionais de outros países, deram a Artigas reconhecimento internacional e seu nome, anos após seu falecimento, continua como um dos mais respeitados entre os arquitetos brasileiros. Artigas é hoje o arquiteto brasileiro mais premiado pela UIA do século XX.
:: Fonte e site oficialCasa Vilanova Artigas 


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ANÍBAL AUGUSTO SARDINHA, o GAROTO
(violonista, compositor, multiinstrumentista brasileiro)

Garoto - Aníbal Augusto Sardinha
Aníbal Augusto Sardinha (28 de Junho de 1915 São Paulo, SP - 3 de maio de 1955 Rio de Janeiro, RJ). Filho do casal de imigrantes portugueses Antônio Augusto Sardinha e Adosinda dos Anjos Sardinha, foi o primeiro a nascer no Brasil. O pai tocava guitarra portuguesa e violão. Desde muito cedo interessou-se pela música, iniciando seus experimentos em uma viola improvisada de pau e corda. Desde os 11 anos de idade, começou a trabalhar para auxiliar no sustento da casa, empregando-se como ajudante numa loja de instrumentos situada no bairro do Brás. Seu primeiro instrumento, um banjo, lhe foi dado por seu irmão Batista, que além de dedilhar o instrumento, era violonista e cantor. Ao longo de sua carreira, estudou música com Atílio Bernardini e composição com João Sepe, cursando matérias afins com Radamés Gnatali, de quem foi grande amigo. Saiba mais acessando o link. (acessado em 15.11.2014)
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira - Garoto  (bibliografia, dados artísticos, discografia). Disponível no link. (acessado em 4.12.2014).
:: BELÉM, Euler de França. O Garoto notável da música patropi. Jornal Opção, edição 1951 de 25 de novembro a 1º de dezembro de 2012. Disponível no link. (acessado em 15.11.2014).
:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
:: DELNERI, Celso Tenório. O violão de Garoto - A escrita e o estilo violonístivo de Annibal Sardinha. (Tese Doutorado em Artes). Universidade de São Paulo, USP, 2009. Disponível no link. (acessado em 15.11.2014).
:: ESTEPHAN, Sérgio. Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (1915-1955) e a era do rádio no Brasil. Revista do Programa de Estudos Pós-graduados em História - PUC SP, Vol. 43, 2011. Disponível no link. (acessado em 15.11.2014).
:: GRANDES compositores Brasileiros - Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. Blog Passeando Cotidiano, março 2011. Disponível no link. (acessado em 15.11.2014).
:: MELLO, Jorge. Gente humilde - vida e música de Garoto. [Biografia]. Edições SESC SP, 2012.
:: VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira - volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.


Quarteto em Cy, interpretando "Gente Humilde"
 - e  "Duas contas", de Garoto


Nosso choro - composição de Garoto e execução dele próprio, superposto
 a um arranjo formado por violão de 7 (Dino) e violão de 6 (Zé Menezes)






CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE JAIR AMORIM
(compositor, jornalista e radialista brasileiro)
Jair Amorim

Jair Amorim (Jair Pedrinha de Carvalho Amorim), nasceu em Santa Leopoldina, 18 de julho de 1915, filho de uma família de classe média. Na infância, cursou os primeiros anos em uma escola na cidade de Colatina, ES. Fez o ginásio no Internato São Vicente de Paula, em Petrópolis, RJ. Com apenas 15 anos, já mostrava facilidade para escrever versos, criando versões em português para sucessos estrangeiros. Diplomou-se em 1930, no curso de Bacharel em Ciências e Letras (correspondente ao 2º Grau de hoje). Com a morte do pai, quando tinha 13 anos, precisou trabalhar e começou no jornalismo como revisor, paginador, cronista social, crítico teatral e de cinema, no "Diário da Manhã", de Vitória, onde recebia o salário de 150 mil-réis. Em seguida, passou a escrever uma coluna social no jornal "A Gazeta", também de Vitória. Em 1940, recebeu convite para dirigir a Rádio Clube do Espírito Santo, onde produziu vários programas e lançou-se como locutor de noticiários. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1941. Na então Capital Federal, passou a escrever esporadicamente nas revistas "Carioca" e "Vamos ler". Logo em seguida, conseguiu ser contratado como locutor na Rádio Clube do Brasil, onde lia anúncios de pomadas, comentava discos (uma novidade na época) e escrevia crônicas. Em 1944, foi contratado pela Agência Nacional, como locutor. Casou-se, em 1946, com Virgínia, com quem teve dois filhos (Jair Amorim Filho e Marcos Amorim) e uma filha (Lilian da Glória). Faleceu aos 78 anos, na cidade paulista de São José dos Campos, em 15 de outubro de 1993.
Ainda em Vitória, já fazia letras para marchinhas de  blocos carnavalescos locais. Foi na Rádio Clube do Brasil que conheceu o pianista e compositor José Maria de Abreu, de quem tornou-se amigo. Na época, José Maria estava desencantado com a morte de seu principal parceiro, Francisco Matoso, e não cedeu às investidas do jovem locutor, para musicar-lhe algumas letras. Mesmo assim, o futuro compositor insistia, tentando provar que era capaz de escrever poemas. Passou a freqüentar as rodas boêmias junto com o próprio José Maria, com Dilermando Reis e Fernando Menezes. Um dia numa conversa de fim de noite, impressionou a todos ao mostrar-se conhecedor de literatura francesa, recitando versos de Baudelaire e Rimbaud.  Numa ocasião, veio a chance de lançar-se como letrista. Foi num programa do galã  Arnaldo Amaral em que este pôs no ar e comentou o sucesso internacional "Maria Elena", do mexicano Lorenzo Barcelata, que tinha letra em inglês.
Evaldo Gouveia e Jair Amorim
Em um comentário,  Arnaldo Amaral afirmou que se tivesse uma letra em português para aquela música, ele gravaria e certamente seria sucesso. Jair então disse: "Se você quiser, eu faço uma". De fato, a versão foi lançada pela Continental, alcançando as paradas de sucesso. Foi o impulso necessário para José Maria de Abreu resolver aceitar a parceria com ele, que acabou rendendo vários clássicos da música popular brasileira, como "Ponto final", "Sonhar", "Alguém como tu" e "Um cantinho e você". Em 1945,  teve a primeira composição com José Maria de Abreu gravada, o fox canção "Brigamos outra vez", na voz de Orlando Silva na Odeon.  Em 1948, depois de sair da Rádio Clube do Brasil, foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Quatro anos depois, retornou à Rádio Clube, onde passou a apresentar o programa "Discos na Vitrina". Em 1949, teve gravados os sambas "Ponto final", por Dick Farney, este um grande sucesso daquele ano, "Não me pergunte", por Sílvio Caldas, e "Um cantinho e você", por Radamés Gnatalli ao piano, todos parceria com José Maria de Abreu, na Continental. Em 1951, teve outra de suas parcerias com José Maria de Abreu gravada por Dick Farney, o samba "Sonhar". Ainda em 1952, compôs a valsa canção "Se ela perguntar",  com Dilermano Reis, gravada por Carlos Galhardo, com Wilson Batista a marcha "Matéria plástica", gravada por Ângela Maria e, com Roberto Martins, a marcha "Salomé", gravada por Gilberto Milfont. No mesmo ano, obteve grande sucesso com o samba canção "Alguém como tu", parceria com José Maria de Abreu, gravado por Dircinha Batista e que se tornou um clássico da canção romântica. Em 1953, teve a marcha "Deu sopa...eu apanho", parceria com Péricles, gravada pelos Vocalistas Tropicais. No ano seguinte, compôs com José Maria de Abreu, os sambas canção "Uma palavra", gravado por Dircinha Batista e "Fui eu", registrada por Carlos Galhardo. Em 1955, seu samba-canção "Alguém como tu", com José Maria de Abreu, fez parte do reprertório da cantora francesa Jacqueline François nos shows que ela realizou no Rio de Janeiro.  Em 1956, teve gravadas, entre outras composições, os sambas "Hino ao samba", parceria com José Maria de Abreu, por Francisco Carlos e, "Conceição", parceria com Valdemar de Abreu, o Dunga, pelo Conjunto Farroupilha. Este último samba receberia ainda regravações de Dircinha Batista e Cauby Peixoto, que o imortalizou com sua interpretação. No ano seguinte, Nelson Gonçalves gravou o samba canção "Que me importa", parceria com Dilermano Reis, Jamelão o samba "Quem mandou" e Agostinho dos Santos o samba canção "Maria dos meus amores", este, um dos sucessos do ano, as duas últimas, parcerias com V. de Abreu, o Dunga.   Conheceu Evaldo Gouveia, em 1958, na sede da UBC.  No mesmo dia compuseram a primeira composição, "Conversa" de uma série de parcerias. A música foi gravada por Alaíde Costa, pela RCA Victor naquele mesmo ano. Em 1959, com o mesmo parceiro compôs o bolero "Só Deus", gravado por Maysa na RGE. Em 1960,  compôs com Evaldo Gouveia o samba-canção "Cantiga de quem está só", gravada por Agostinho dos Santos. Em 1962, a dupla compôs "Poema do olhar", que o cantor Miltinho gravou pela  RGE e, "E a vida continua", gravada primeiramente pela cantora Rosana Toledo pela RGE e regravada por Nora Ney e Agnaldo Rayol. No mesmo ano, os boleros "Maldito" e "E a vida continua", de com Evaldo Gouveia, foram gravdos pela cantora Edith Veiga no LP "Sozinha". No ano seguinte, lançaram "Samba sem pim-pom", "O bilhete"e "Serenata na chuva". Nessa época, o cantor Altemar Dutra passou a ser o principal intérprete das composições da dupla. Foram vários sucessos: em 1963, o bolero "Tudo de mim", incluída no LP de estréia do cantor; em 1964, o bolero "Que queres tu de mim" e "Serenata da chuva", incluídos nos LPs lançados pela Odeon; em 1965, "Sentimental demais" e "O trovador"; em 1966, "Brigas", do LP "Sinto que te amo", pela Odeon. Em 1964, foi homenageado pela gravadora Copacabana com o LP "Tudo de mim - Poemas e canções de Jair Amorim" no qual 11 composições foram interpretadas por diferentes artistas: "Serenata da chuva", na voz de Roberto Silva; "Cantiga de quem está só", interpretação de Marisa Gata Mansa; "Ave Maria dos namorados", com Eleonora Diva; "Noturno de Ouro Preto" e "E a vida continua", na voz de Agnaldo Rayol; "Maldito", na voz de Morgana; "Tudo de mim", cantada por Moacyr Franco; "Se eu pudesse", interpretada por Elizeth Cardoso; "Conceição", interpretada por Dolores Duran; "Alguém me disse", com Mara Silva, e "Quando o amor chegar", na voz de Silvana. Em 1965, obtive sucesso com o samba "Garota moderna", uma homenagem dele à filha caçula, gravado por Wilson Simonal. 
Evaldo Gouveia e Jair Amorim
Ainda em 1965, compôs com Evaldo Gouveia o "Hino de amor ao Rio de Janeiro" que foi a música de encerramento do espetáculo "Hip! Hip! Hip! Rio!" montado por Carlos Machado e apresentado na boate Night and Day. Em 1969, o cantor Jair Rodrigues gravou, também dele e Evaldo Gouveia, o samba "O Conde" e Dircinha Batista o samba "Faz de conta", parceria com Evaldo Gouveia e Luiz de França. Fez ainda sucesso com Evaldo Gouveia em bailes de carnaval com a marcha-rancho "Bloco da Solidão", lançada em 1971. Para o carnaval de1973, compôs com Evaldo Gouveia o samba-enredo da escola de samba Portela, que homenageava Pixinguinha, "O mundo melhor de Pixinguinha". Embora recebendo críticas positivas e negativas, em igual grau, a música acabou por ser uma das mais executadas, tanto no ano do lançamento quanto posteriormente. Em 1975, Ângela Maria gravou "Tango pra Tereza", parceria com Evaldo Gouveia. Em 1979, a música "Se eu pudesse", com Evaldo Gouveia, foi gravada pela dupla Jane e Herondy. Em 1980, fez sucesso com o bolero "Meu homem", com Evaldo Gouveia, gravado pela cantora Edith Veiga. Em 1993, os sambas-canção "Alguém como tu", com José Maria de Abreu, e "Brigas", com Evaldo Gouveia,  foram gravados pelo cantor Fagner no LP "Demais" da BMG Ariola. Em 1999, Cris Braun gravou "Brigas", Ana Carolina "Alguém me disse" e Milton Nascimento "Se alguém telefonar", toas parcerias com Evaldo Gouveia.Teve lançado pela Copacabana o LP "Tudo de mim", com poemas e canções de sua autoria. Em 2000, teve outras três parcerias com Evaldo Gouveia regravadas: "Sentimental demais" e "Que queres tu de mim" por Simone e "Ninguém chora por mim", por Fafá de Belém. Em 2003, a cantora Gal Costa regravou "Alguém como tu", parceria com José Maria de Abreu, e que foi incluída na trilha sonora do filme "Apolônio Brasil", de Hugo Carvana. No mesmo ano, o antigo parceiro Evaldo Gouveia gravou a inédita "Hora eu, hora você", parceria dos dois. No mesmo ano, sua filha encontrou um caderno com 13 músicas inéditas esquecido em uma gaveta contendo entre outras "Conselhos", parceria com Nivaldo Fiúza. Ainda em 2003, teve a guarânia "Ave Maria dos namorados", com Evaldo Gouveia, gravada pelo violeiro Yassir Chediak, no CD "Estradas".
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:: Fonte: Jair Amorim - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
Referências e outras fontes de pesquisa
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
:: EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: MEC/Funarte, 1978.
:: EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. São Paulo: Editora 34, 1997.




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE CAREQUINHA (GEORGE SAVALLA GOMES)
Carequinha - George Savalla Gomes
(palhaço brasileiro)

Carequinha nasceu George Savalla Gomes, no dia 18 de julho de 1915, na cidade de Rio Bonito, no estado do Rio de Janeiro. Este fluminense, filho dos trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes, teve a sina de nascer no circo, berço da história de vida daquele que chegou a ser considerado o melhor palhaço do mundo.
Reza a lenda, contada por ele mesmo nas entrevistas ao longo de sua carreira, que sua mãe sentiu as contrações do parto enquanto caminhava no arame, em pleno picadeiro. Levada às pressas para as barracas que serviam de camarim, Elisa deu à luz o filho nos bastidores do Circo Peruano, pertencente a José Rosa Savalla, avô materno de George que, com 2 anos, perdeu o pai e foi criado pelo padrasto Ozório Portilho que o encaminhou para a profissão de palhaço.
Quando George tinha 5 anos, Portilho colocou uma careca postiça em sua pequena cabeça e disse: “Você será o palhaço Carequinha”. Este foi o ponto de partida de um dos maiores mitos mundiais das artes circenses. Com sua maneira peculiar de fazer rir, Carequinha aos poucos foi conquistando o coração das pessoas com bordões já imortalizados como: “Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! E o palhaço, o que é? É ladrão de mulher!”.
Criou o tradicional “Tá certo ou não tá, garotada?”, que era respondido sempre com um empolgante “Táááááá!”, em uníssono. Aliás, as crianças caíram definitivamente nas graças de Carequinha quando ele se tornou o primeiro palhaço a ter um programa – o Circo Bombril, que ficou no ar de 1951 a 1964, na extinta TV Tupi no Rio de Janeiro – junto com os parceiros Fred, Zumbi, Meio-Quilo e outros.
Carequinha, por Jorge Roberto Silveira
Carequinha inovou o conceito do palhaço no circo mundial. Tratado anteriormente como bobo, ingênuo e imaturo, o palhaço, na sua interpretação, ganhou novos ares: “Fiz uma nova escola. Antes de mim, o palhaço levava farinha na cara, era o bobo, só apanhava. Eu fiz o palhaço-herói, modifiquei o estilo. A intenção era fazer do palhaço um ídolo, e não um mártir”.
Em 1964 recebeu na Itália a medalha de ouro de Palhaço Moderno do Mundo. Devido ao seu sucesso, Carequinha ficou famoso entre os presidentes brasileiros e tornou-se amigo de Juscelino Kubitschek. Na década de 80, apresentou O Circo Alegre, na TV Manchete, programa que antecedeu O Clube da Criança, de Xuxa Meneghel. Em 2001 atuou na Escolinha do Professor Raimundo, da Rede Globo. Gravou 27 LPs e participou de cinco filmes.
Foi um lutador na área circense, sempre citando em suas entrevistas a necessidade da ajuda do Governo para a preservação do circo no Brasil. Por ironia do destino, não conseguiu que nenhum dos filhos o seguisse na profissão. Isto o fez cumprir a promessa de trabalhar até morrer. Carequinha faleceu aos 90 anos, no dia 5 de abril de 2006, no município de São Gonçalo (RJ), em decorrência de problemas cardíacos. Ao conceder uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2001, Carequinha declarou: “O palhaço típico, aquele que nasce com o dom, morre comigo”.
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:: FonteLIMA, Fabrício. George Savalla Gomes: o palhaço Carequinha.  Funarte, 8 de dezembro de 2009.Disponível no link. (acessado em 30.11.2014).
Outras fontes de pesquisa
:: TORRES, Antônio. O Circo no Brasil. Rio de Janeiro: Funarte; São Paulo: Atração, 1998.
:: CARVALHO, Raimundo. Circo Universal. Belo Horizonte: Dimensão, 2000.
:: CASTRO, Alice Viveiros de. O Elogio da Bobagem: Palhaços no Brasil e no Mundo. Rio de Janeiro: Família Bastos, 2005.
:: HOMERO, T. Guião Filho. O Circo do Carequinha. Editora Belarmino de Mattos Ltda, São Gonçalo, 1995.

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE FERNANDO LOBO
(compositor, jornalista e radialista e pesquisador de MPB brasileiro)
Fernando Lobo

Fernando Lobo (Fernando de Castro Lobo), nasceu em 26 de julho de 1915, em Recife/PE, compositor, jornalista, radialista e pesquisador de MPB. Pai do compositor Edu Lobo e avô do cantor Bena Lobo.
Foi criado em Campina Grande (PB), cidade onde iniciou seus estudos musicais, sob orientação de Capiba, pai do posteriormente famoso compositor do mesmo nome. Sua mãe tocava bandolim. De volta a Recife, passou a estudar Direito. Neste período teve aulas de violino, atuando como crooner e violinista da orquestra Jazz Band Acadêmica de Pernambuco. Trabalhou na imprensa pernambucana até 1939, ano em que se transferiu para o Rio de Janeiro, onde continuou sua carreira jornalística. Trabalhou nas redações das revistas "Carioca", "O Cruzeiro" e "A Cigarra".
Foi diretor da Rádio Tamoio e produtor de diversas emissoras de rádio, especialmente a Rádio Nacional. Nas décadas de 1908 e 1990, foi produtor e apresentador de programas de MPB na TV E do Rio de Janeiro, além de entrevistador do projeto "O som do meio dia", no Teatro Cândido Mendes, no centro histórico do Rio.
Em 1945, foi para os EUA, onde trabalhou nas nas cadeias de rádio e televisão CBS e NBC. Em 1951, foi redator da Rádio Nacional, onde foi colega de Haroldo Barbosa, Evaldo Rui e Renato Murce.
Em 1957, passou a trabalhar na televisão, além de continuar escrevendo na imprensa carioca. A partir da década de 1970, produziu e apresentou para a TVE Rio inúmeros programas de levantamento da memória musical do país, atuação que manteve até quase sua morte. Faleceu em 22 de dezembro de 1996, no Rio de Janeiro/RJ.
Compôs sua primeira música em 1936, o frevo-canção "Alegria", gravado por Nuno Roland, na Odeon, quatro anos mais tarde. Ainda em 1936, realizou sua primeira e única gravação como cantor, registrando  o frevo-canção "Pare, olhe, escute e goste", composição de Nélson Ferreira. Em 1937, fez com Capiba o samba canção "Mentira", gravado por Raul Torres na Columbia. Em 1938, Almirante gravou o frevo-canção "De quem é que você gosta?". No ano seguinte, teve o frevo-canção "Alegria" lançado por Nuno Roland na Odeon e o frevo-canção "Aonde está o meu amor", gravado pelo Coro RCA Victor. Em 1941, Gilberto Alves gravou na Odeon seu frevo-canção "Não faltava mais nada". Na década de 1940, foi produtor da Rádio Clube de Pernambuco.  Em 1947, destacou-se com o samba "Saudade", feito em parceria com Dorival Caymmi e gravado por Orlando Silva. 
Fernando Lobo,... Edu Lobo
Em 1948, seus sambas-canção "Distância" e "Quando foi, porque foi" e a versão da rumba "Nasci para bailar", com Joel de Almeda foram gravados na Odeon por Aracy de Almeida. Nesse ano, Déo regravou o samba "Saudade", parceria com Dorival Caymmi. No ano seguinte, compôs com Evaldo Rui e Haroldo Lobo o partido-alto "Balada" e o samba "Francamente Claudionor" gravados por Aracy de Almeida que também lançou seu bolero "Desde ontem". Também em 1949, Francisco Alves lançou seu samba "Chuvas de verão", que tornou-se um clássico da música popular brasileira, composição  que refletia o clima de confissões que prolongavam ou encerravam romances iniciados nos ambientes das boates. Dircinha Batista gravou o maracatu "Porto Rico" e a toada "Passarinho da lagoa", parcerias com Evaldo Rui. Para o carnaval de 1950, compôs o samba "Nega maluca", com Evaldo Rui, considerado um dos clássicos do repertório carnavalesco, gravado por Linda Batista.  A música foi premiada pela prefeitura e pelo jornal "A Noite" e ainda rendeu um dinheiro extra para os autores: a loja A Exposição propôs a exploração de uma fantasia de "Nega maluca" e ele, lembrando-se da personagem Topsy, de "A cabana do pai Tomás", desenhou um modelo que se tornaria recordista de venda - um espalhafatoso vestido vermelho, com bolas  brancas,  que poderia ser completado com uma carapinha de tranças e rosto da usuária pintado de preto, se necessário. Ainda em 1950, compôs com Nestor de Holanda o samba "Chorei, chorei, sim" e com Paulo Soledade a marcha "Zum-zum" gravadas por Dalva de Oliveira, e que fez grande sucesso no ano seguinte.  A música foi composta em homenagem a  Carlos  Eduardo de Oliveira, morto em um desastre de avião, um dos componentes do  Clube dos Cafajestes, grupo de rapazes do qual também  faziam parte Paulo Soledade  e Carlos Niemeyer. No mesmo ano, Luiz Gonzaga gravou sua mazurca "Chofer de praça", parceria com Evaldo Rui. Em 1951, a convite de Màrio Reis que voltava à carreira artística compôs o samba "Saudade do samba". No mesmo ano, seu baião "Conceição do Piancó", parceria com Manezinho Araújo foi gravado pelos Vocalistas Tropicais, o bolero "Basta dizer que sim", com Paulo Soledade, por Aracy de Almeida e o samba-canção "Amor de ontem", com Newton Teixeira foi registrado por Carlos Galhardo. Teve também gravado nesse ano por Stelinha Egg  a batucada "O vizinho é do contra", parceria com Nestor de Holanda. Em 1952, Dircinha Batista gravou a marcha-rancho "Noites de junho" e Linda Batista o samba-canção "Monotonia", parcerias com Paulo Soledade e o conjunto vocal Quatro Ases e Um Coringa o "Coco do Baturité", com Manezinho Araújo. Ainda no mesmo ano, teve mais duas composiões com Manezinho Araújo gravadas: os baiões "São João, meu São João", por Carmélia Alves e "Umbigada do Sabino", por Jorge Veiga. Também em 1952, destacou-se com   o samba-canção "Ninguém me ama", com Antônio Maria, grande sucesso nacional,  paradigma do samba de fossa, e que veio a consolidar nacionalmente a carreira da então iniciante Nora Ney, que depois registraria outro sucesso da mesma dupla, "Preconceito".
Fernando Lobo
No ano seguinte, a cantora e futura apresentadora de TV Hebe Camargo gravou o samba "Eu não sou Deus", parceria com José Roy e Linda Batista o samba "Meu pecado não", com Paulo Soledade e o samba-canção "Não zombes de mim". Nesse ano, Jorge Veiga gravou na Continental o samba "Podem falar", com Evaldo Rui e Lúcio Alves o samba "Procurando meu bem", com Bruno Gomes, também na Continental. Nessa época, produziu o programa "Uma estrela ao meio-dia", com Dircinha Batista na Ráio Nacional do Rio de Janeiro. Em 1954, teve outras duas composições gravadas por Linda Batista: os sambas "Vergonha", com Ari Cordovil e "Calo na mão", com Ari Cordovil e Arnô Canegal. Nesse ano, Francisco Carlos lançou para o carnaval a marcha "Morena do brinco dourado", parceria com José Roy e Anísio Bechara gravada em fins do ano anterior. Em 1955, o Trio de Ouro gravou o samba "Tudo é samba", parceria com Herivelto Martins. No mesmo ano, seu clássico samba-canção "Ninguém me ama", com Antônio Maria, recebeu interpretação do cantor e ator negro Nelson Ferraz para o LP "Brasiliana - Teatro folclórico brasileiro" da gravadora Columbia.   Em 1956, teve o baião "Vapô de Carangola", parceria com Manezinho Araújo, gravado por Carmélia Alves na Copacabana, o samba-canção "Pode dizer", gravado por Linda Batista na RCA Victor, e o samba-canção "Siga", com Hélio Guimarães lançado por Cauby Peixoto no LP "Você, a música e Cauby". Em 1957, Jorge Veiga gravou na Copacabana  o samba "Palhaço", parceria com Ari Cordovil, Neusa Maria na Sinter o samba-canção "Não é não". E Cauby Peixoto na Columbia e Neusa Maria na Sinter o bolero "Siga", parceria com Hélio Guimarães, e que seria muito regravado posteriormente. Ainda na década de 1950, compôs alguns baiões, entre os quais "A primeira umbigada", feito em parceria com Manezinho Araújo, bem como "Tamangueiro", que seria prefixo de um programa de Marlene na Rádio Nacional. Uma seleção de suas músicas foi gravada num LP da Copacabana "Músicas e poesias de Fernando Lobo", que contou com a participação de vários intérpretes. Em 1967, classificou "Diana pastora" entre as finalistas do III FMPB, da TV Record de São Paulo, festival do qual saiu vencedor seu filho Edu Lobo, com a música "Ponteio".  Nos anos 1970, Caetano Veloso regravou o samba "Chuvas de verão". Na década de 1980, sua versão da rumba "Nasci para bailar", foi regravada por Nara Leão. Esta música por sinal, foi cantada pela primeira vez por Marlene, com letra original diferente da gravada por Aracy e Almeida, segundo relato da própria cantora no show "Marleníssima", biografia musical estreada no Teatro Rival em junho de 2002, com roteiro de R. C. Albin. 
Fernando Lobo e Carminha Lobo
Aliás, omesmo roteirista incluiu "Ninguém me ama" e "Preconceito" em dois shows em homenagem a Nora Ney, o primeiro, "Estão voltando as flores", em 2001, no Teatro de Arena, também gravado pela Som Livre e o segundo "Canto para Nora Ney", estreado em outubro de 2003 no Teatro Ipanema, no Rio. Em ambos as músicas foram interpretadas por Carmélia Alves e Carminha Mascarenhas. Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o ICCA - Instituto Cultural Cravo Albin a caixa "100 anos de música popular brasileira" com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 5 estÁ incluído seu samba-canção "Ninguém me ama", com Antônio Maria, na interpretação de Dóris Monteiro. Em 2012, a embolada "Vapô de carangola", com Manezinho Araújo, foi gravada pela cantora Lúcia Menezes no CD "Lucinha".
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:: Fonte: Fernando Lobo - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
Referências e outras fontes de pesquisa
:: ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
:: AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
:: EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
:: REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 2013.
:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE RUBENS DE MENDONÇA
Rubens de Mendonça
(historiador, jornalista e poeta brasileiro)

Rubens de Mendonça nasceu em Cuiabá, MT, a 27 de julho de 1915, e morreu na mesma cidade a 3 de agosto de 1983. Filho do historiador Estevão Anastácio Monteiro de Mendonça, foi historiador, professor, jornalista e poeta. Em 1937, matriculou-se na Faculdade de Direito de Cuiabá. Fundou e presidiu o Grêmio Literário Álvares de Azevedo.
Pertenceu a várias associações culturais. Fundou e dirigiu os seguintes jornais: O Trabalhista, Brasil Oeste e O Social Democrata. Contribuiu como jornalista para os jornais Correio da Semana, A Batalha, O Social Democrata, O Estado de Mato Grosso, Correio da Imprensa, Jornal do Comércio, de Campo Grande, Atualidade, de Corumbá, e o Diário de Cuiabá, publicação em que escrevia artigos denominados Sermão dos Peixes.
Fundou com Gervásio Leite e João Batista Martins de Melo o periódico Pindorama, em 1939. Escreveu extensa obra com cerca de 50 livros, muitos falando sobre o regionalismo mato-grossense, entre os quais se destacam: História de Mato Grosso e ruas de Cuiabá, História do comércio de Mato Grosso, Sátiras na política de Mato Grosso, Nos bastidores da história de Mato Grosso.
Como poeta escreveu Cascalhos da ilusão, Garimpo do meu sonho, No escafandro da vida, Antologia Bororo, Dom Pôr do Sol. Deixou inéditos pelo menos 19 títulos. Foi, durante muitos anos, até seu falecimento em 1983, Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. É nome de uma das mais importantes vias de Cuiabá, a avenida Historiador Rubens de Mendonça. No periódico Cidade verde encontramos o poema “Tarde chuvosa”, de sua autoria.

Tarde chuvosa
[Para a cidade verde]

a tarde é triste e branca;
é branca e triste porque chove
e chove muito.
Rubens de Mendonça, por Victor
e o vento passa bramindo,
lá fóra.
é forte, é muito forte
o vento… rodopiam
as folhas dos eucalyptos
e caem por terra.

chora a natura,
e minh’alma, tambem
chora,
agora,
por lembrar do nosso amôr passado…
tudo acabado!
e minh’alma chora de dôr,
ao lembrar o nosso amôr…
foi num dia
assim, de chuva assim,
que te beijei
primeira vez, meu amor…

chovia,
era uma tarde triste,
muito triste e fria…
- Rubens de Mendonça, em "Cidade verde", ano 1, n. 2, set. 1935. (grafia original)
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CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ROBERTO ROBERTI
(compositor brasileiro)


Roberto Roberti
Roberto Roberti, nasceu em 9 de agosto de 1915. Carioca da Tijuca, filho de Santo Roberti e Yolanda Lopes Roberti, começou a compor em 1935.
Destacou-se como um dos mais assíduos compositores de marchas e sambas carnavalescos, tendo tido vários sucessos ao longo da carreira. Sua estréia aconteceu em 1935, quando lançou com Arlindo Marques Júnior a marcha "Foi numa noite assim" e o samba "Queixas de colombina", gravados por Carmen Miranda em sua estréia na Odeon. No ano seguinte, teve mais duas de suas parcerias com Arlindo Marques Júnior gravadas: as marchas "Colombina moderna", por Almirante e "Você é crente", por Mário Reis, ambas na Odeon. Ainda em 1936, mais quatro composições com o mesmo parceiro foram gravadas por Carmen Miranda na Odeon, as marchas "Nova descoberta" e "Não fui eu" e os sambas "Deixa esse povo falar" e "Capelinha do coração".
Em 1938, obteve novo sucesso de carnaval com o lançamento de "Abre a janela", com Arlindo Marques Júnior, que acabou tornando-se um dos maiores sucessos da carreira de Orlando Silva que o gravou na RCA Victor. Ainda no mesmo ano, com Arlindo Marques Júnior compôs os sambas "Depois que você chorou" e "A bela adormecida" e a marcha "Ali Babá", gravadas por Odete Amaral na Victor. Em 1939, Orlando Silva gravou "O homem sem mulher não vale nada" na RCA Victor, também parceria com Arlindo Marques Júnior. No mesmo ano, fez com Arlindo Marques Júnior o samba "Música maestro", gravado por Dircinha Batista na Odeon e, "Encontrei minha amada", um samba e "Carioca", uma marcha, gravadas por Orlando Silva na Victor.
Em 1941, compôs com Arlindo Marques Júnior o samba "Guiomar vem cá", lançado na Columbia por Arnaldo Amaral. No mesmo ano, vieram mais três sucessos. O primeiro, o samba "Eu trabalhei", em parceria com Jorge Farah, foi gravado por Orlando Silva na RCA Victor. Esse samba traduz um momento interessante da Música Popular Brasileira quando vários compositores, entre eles Roberti, compuseram letras influenciadas pelo DIP (polícia da ditadura Vargas), enaltecendo o trabalho ao invés da boêmia, tema tradicional recorrente nos sambas da época. Os outros dois foram a marcha "Aurora", em parceria com Mário Lago e segunda colocada no concurso de carnaval daquele ano, e "Até papai", parceria com Arlindo Marques Júnior e Jorge Murad, ambas gravadas pela dupla Joel e Gaúcho, em discos Colúmbia. As duas músicas foram incluídas em filme da época, intitulado "Céu azul". 
"Aurora" chegou a receber versão em inglês de Harold Adamson, sendo até mesmo gravada pelas "Andrew Sisters" e incluída no filme "Segure o fantasma", de Abbott & Costello. 
Em 1942, veio "Nós os carecas", uma das mais famosas marchinhas do carnaval carioca. Parceria com Arlindo Marques Júnior, obteve o primeiro lugar no concurso carnavalesco e foi sucesso nas vozes do grupo Anjos do Inferno em disco Columbia. Ainda em 1942, lançou a marcha "Eu quero ver é a pé", parceria com Mário Lago e gravada por Arnaldo Amaral pela Columbia. No mesmo ano, compôs com Arlindo Marques Júnior e Marino Pinto a marcha "Pernilongo", gravada pela dupla Joel e Gaúcho e, com Marques Júnior, o samba "Só vindo ao Brasil pra ver", gravado por Francisco Alves, os dois na Odeon. 
No ano seguinte, lançou "Que passo é esse, Adolfo?", clara alusão a Hitler, parceria com Haroldo Lobo; o samba "Nega pelada, me deixa", com Arlindo Marques Júnior e gravado por Aracy de Almeida na Odeon e, finalmente, "Roberta", marcha em parceria com Roberto Martins e Mário Rossi. Também em 1943, teve outras parcerias com Roberto Roberti gravadas como as marchas "As mulheres de azul", por Déo na Columbia e "Eta povo, pra brincar", por Dircinha Batista na Odeon. Em 1944, Nélson Gonçalves gravou o fox "Dos meus braços tu não sairás", pela RCA Victor, que passou a ser prefixo dos programas radiofônicos do cantor e Cyro Monteiro gravou na Victor a marcha "Anita", parceria com Arlindo Marques Júnior. Em 1945, venceu novamente o concurso de carnaval com o samba "Isaura", uma parceria com Herivelto Martins. Foi lançado por Francisco Alves pela Odeon e, anos depois, em 1977, fez sucesso na interpretação moderna de João Gilberto. Em 1946, lançou o samba "Se eu tiver que escolher", em parceria com Arlindo Marques Júnior e Ismael Silva, gravado por Orlando Silva na Odeon. No mesmo ano, compôs com Arlindo Marques Júnior a marcha "Deixa passar o trabalhador" e o bolero "Nuestro amor" gravadas na Odeon pela dupla Joel e Gaúcho. 
Em 1947, teve a "A marcha da lua", parceria com Arlindo Marques Júnior gravada por Carlos Galhardo e a marcha "Foi sua filha", parceria com Felisberto Martins, gravada pela dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho. Em 1949, voltou a ter composição gravada por Dircinha Batista, a marcha "Casinha branca", parceria com Arlindo Marques Júnior. No mesmo, seu samba "Falaram tanto da Bahia", com o mesmo parcerio foi gravada na RCA Victor pelos Anjos do Inferno e a valsa "Ricardo o felizardo", parceria com Roberto Martins, por Carlos Galhardo na RCA Victor . Em 1950, a marcha "Meu cavalo pangaré" também com o mesmo parcerio foi gravada por Bob Nelson. No mesmo ano, fez com Lamartine Babo a marcha "E...elas voltaram", gravada por Carlos Galhardo na RCA Victor.
O último grande sucesso veio em 1953 com "Sistema nervoso", samb-canção em parceria com Wilson Batista e Arlindo Marques Júnior, gravado por Orlando Correia na Todamérica e regravado nos anos 1980 pela cantora Simone. Em 1954, a dupla caipira Alvarenga e Ranchinho II gravou na Odeon o samba "Greve da alegria" e a "Marcha da saúva", parcerias com Arlindo Marques Júnior. Em 1955, compôs com Murilo Caldas e Arlindo Marques Júnior as marchas "Que papelõ" e "Já sei turo", gravadas por Murilo Caldas na Odeon.
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:: Fonte: Roberto Roberti - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
Referências e outras fontes de pesquisa
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997.
:: VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira. Rio de Janeiro: Martins, 1965.




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ALDO LOCATELLI
Aldo Locatelli no Palácio do Governo - Revista do
 Globo nº 715 - 03-16.mai.1958. p 38
(escultor, pintor, muralista, professor de artes plásticas ítalo-brasileiro)

Aldo Daniele Locatelli (Villa d'Almè, Lombardia, Itália, 18 de Agosto de 1915 - Porto Alegre RS, 3 de setembro de 1962). Pintor, muralista, professor. Aos dez anos, entra em contato com artistas que restauram os murais da igreja da Villa d'Almè. Em 1931 ingressa no curso de decoração da Escola de Cursos Livres de Instrução Técnica Andrea Fantoni. Entre 1932 e 1935, estuda na Accademia Carrara di Belle Arti [Academia Carrara de Belas Artes], em Bérgamo, Itália, e recebe uma bolsa de estudos para a Escola de Belas Artes de Roma. Interessado na pintura mural, passa a estudar as obras da Capela Sistina, no Vaticano. Volta a Villa d'Almè depois da morte de seu pai, em 1940. Em 1946, muda-se para Gênova a fim de trabalhar na abóbada da Igreja Nossa Senhora dos Remédios. No ano seguinte, estuda obras de artistas como Giovanni Battista Tiepolo (1696 - 1770), Leonardo da Vinci (1452 - 1519) e Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564). Chega ao Brasil em 1948 para realizar afrescos na Catedral de Pelotas, Rio Grande do Sul, a convite do bispo dom Antônio Zattera. Em 1949, ano em que termina seu trabalho na Catedral, Locatelli torna-se um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pelotas, onde introduz o estudo do nu artístico. Passa a receber encomendas em outras cidades, como Caxias do Sul e Porto Alegre, e decide trazer a esposa para o Brasil. Em 1951, já naturalizado brasileiro, dá início aos murais e pinturas da igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, trabalho que conclui em 1960.

Aldo Locatelli - autorretrato (1945 )
foto: Ronaldo Karam
Comentário Crítico
Embora se dedique também à pintura de cavalete, Aldo Locatelli pode ser considerado um dos mais profícuos pintores de afrescos - sacros, especialmente -, atuantes no Rio Grande do Sul, no século XX. Em sua curta trajetória (falece aos 47 anos) Locatelli, em seu país de origem, pauta-se na arte Renascentista para os afrescos que realiza. No Brasil, notadamente no projeto da Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, trabalha com base nesses padrões tanto nos afrescos quanto nas pinturas da Via Sacra: "Locatelli, sem dúvida é um tradicionalista; são visíveis em sua obra as influências, de ordem iconográfica e técnica, dos grandes mestres do Renascimento (...) Mas o talento do artista é tal que não lhe permite submeter-se a eles (...) sendo (...) capaz de recriá-los, a partir justamente daquilo que neles permaneceu em estado germinal".(1)
O artista trabalha nos afrescos da Igreja de São Pelegrino de 1951 a 1960 e nos 14 óleos sobre tela da Via Sacra - executadas em seu ateliê, em Porto Alegre -, entre 1958 e 1960. Locatelli se faz fotografar nas posições de Cristo para compor a obra. Procura expressar a dor de Jesus durante o trajeto do Calvário, sendo o "elemento determinante da dramaticidade e expressividade da obra (...) sem dúvida alguma, o livro de Pierre Barbet, A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o Cirurgião, no qual estão descritos os sofrimentos físicos da paixão de Cristo sob o ponto de vista da medicina". (2)
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Notas
(1) ZATTERA, Véra Stedile. Aldo Locatelli. Porto Alegre: Pallotti, 1995. p. 159.
(2) FABRIS, Annateresa.  Aldo Locatelli, o Cirineu em São Pelegrino. Insieme: Revista da Apiesp, São Paulo, nº 3, 1992, p. 21. Segundo o texto de Fabris, o Padre Giordani, pároco da Igreja de São Pelegrino, teria sido decisivo na concepção inicial da Via Sacra. O pároco teria solicitado a leitura do livro de Pierre Barbet, A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o Cirurgião, "desejoso de ver retratada 'a humanidade de Cristo massacrada, como realmente foi'", como cita a autora. Locatelli, por sua vez, exige liberdade de criação e tempo para executar a obra.
Outras fontes e referências de pesquisa
:: BRAMBATTI, Luiz Ernesto. Locatelli no Brasil. Caxias do Sul: Belas Letras, 2008.

Aldo Locatelli. Pintura mural sem título, década de 1950. Afresco.
Coleção Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Instituto de Artes, UFRGS

Aldo Locatelli - Bandeirantes,  painel (1957), para a sede do Banco Auxiliar de São Paulo (CICA)

Aldo Locatelli - Negrinho do Pastoreio, pintura Mural no Palácio Piratini

Caxias do Sul, a Igreja São Pelegrino conta com diversos afrescos de Aldo Locatelli



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ORLANDO SILVA
Orlando Silva (1953)
(cantor brasileiro)

Orlando Garcia da Silva (Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1915 - Rio de Janeiro, 7 de agosto de 1978), Filho de Balbina Garcia e José Celestino da Silva, nasceu na estação do Engenho de Dentro, subúrbio carioca. O pai era violonista e, segundo depoimento do cantor ao MIS, participou de uma das formações do conjunto de Pixinguinha, os Oito Batutas, não viajando para o exterior com o conjunto, porque na época já era pai de três filhos. José Celestino faleceu quando o cantor tinha apenas 3 anos de idade. Teve cinco irmãos, mas foi ele o único com vocação musical. Em todas as apresentações de escola, era convocado para cantar, o que fazia escondido por sua grande timidez. Ao voltar do colégio, subia em um pé de amora e passava horas cantando, atendendo a pedidos dos vizinhos. Certa vez em um dos domingos de outubro na Festa da Penha, ainda de calças curtas, começou a cantar e o lugar passou a ser procurado "por ser aquele onde se apresentava aquele menino".
Foi entregador de marmitas, operário em uma fábrica de cerâmicas, aprendiz de cortador na fábrica de calçado Bordalo, situada na esquina da Rua Buenos Aires, entregador de encomendas da Casa Reunier. Quando estava nessa função, sofreu um acidente ao tentar tomar um bonde em movimento, que lhe causou a perda dos quatro primeiros dedos dos pés e transtornos para o resto da vida. Acredita-se que surgiu nessa época seu envolvimento com a morfina, droga utilizada para acalmar a intensa dor causada pela amputação dos dedos.
Orlando Silva, Wanderléa com 13 anos e Paulo Gracindo.
Após seu restabelecimento, foi trocador de ônibus, uma das poucas funções que podia desempenhar sentado. Por sugestão do motorista do ônibus, o português Conceição, se apresentou em um circo que estava em frente à empresa. O filho do dono da empresa, José Correia Lopes (Zezé), impressionado com a voz do cantor tirou-o do ônibus, passando-o para os serviços de escritório.
Seu irmão, Edmundo, grande incentivador de sua carreira, fez com que ele fosse à Radio Cajuti. Na Cajuti, ensaiou com o violonista Brito, preparando números para apresentar à Bevilacqua, o diretor da rádio. Depois de três, quatro tentativas de encontrar o diretor, numa das vezes foi ouvido pelo compositor Bororó, que o levou ao Café Nice para apresentá-lo a Francisco Alves.
Foram até o carro de Chico Alves, e começou a cantar um samba de Ary Barroso. Em seguida cantou a valsa "Mimi". Entusiasmado, Chico marcou um teste na Rádio Guanabara, para ouvi-lo ao microfone. O sucesso foi enorme, e Francisco Alves o convidou a estrear em seu programa. Em 1940, já no auge da fama, iniciou uma grande história de amor com a atriz Zezé Fonseca, relacionamento turbulento que perdurou até aproximadamente 1943. Acredita-se que por essa época o cantor tenha voltado a utilizar a morfina, comprometendo assim sua bela voz e carreira artística. Em 1947, uniu-se a Maria de Lourdes, com quem viveu harmoniosamente até seus últimos dias. Maria de Lourdes faleceu em 1993.
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Referências e outras fontes de pesquisa
Orlando Silva
:: ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB - A História de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
:: DADOS ARTÍSTICOS Orlando Silva. Dicionário CBMPB
:: EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982.
:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
:: VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira - volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.
:: VIEIRA, Jonas. Orlando Silva, o cantor das multidões. Rio de Janeiro: Funarte/Instituto Nacional de Música, 1985.

Documentário: Orlando Silva, o cantor das multidões





CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE SILVINA BULLRICH
Silvina Bullrich
(escritora argentina)

Silvina Bullrich nació en Buenos Aires, el 4 de octubre de 1915. Fue novelista, cuentista, ensayista, traductora y periodista.
Se crió en un ambiente culto y de frecuentes viajes a París, tuvo acceso a la biblioteca de su padre y gozó del estímulo de una familia de intelectuales.
Comenzó a escribir en su adolescencia y logró publicar algunos de sus poemas en la revista Atlántida.
Entabló una gran amistad con Manuel Mujica Láinez, quien tiempo después la puso en contacto con Borges, Bioy Casares y los grandes de la generación anterior.
Durante años encabezó la lista de best sellers (Los burgueses vendió 60.000 ejemplares). Sus libros fueron traducidos a varios idiomas.
Como traductora tradujo libros de Graham Greene, Simone de Beauvoir, Béatrix Beck y Louis Jouvet entre otros.
En 1961 obtuvo el primer Premio Municipal por Un momento muy largo y El hechicero; en 1972, el segundo Premio Nacional a la prosa imaginativa del trienio 1969-1971.
En 1945 trabajó junto a Jorge Luis Borges en una selección de textos que se llamó El compadrito.
Los críticos han dividido su narrativa en dos vertientes: la feminista y la sociopolítica.
Falleció en Suiza en 1990.
Silvina Bullrich

Obras de Silvina Bullrich
1944 - La tercera version.
1951 - Bodas de cristal.
1956 - Teléfono ocupado.
1958 - Mientras los demás viven.
1964 - Los burgueses.
1965 - Los salvadores de la pátria.
1965 - Historias inmorales.
1966 - Los monstruos sagrados.
1970 - La aventura interior.
1975 - Te acordarás de Taormina.
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Outras referências e fontes de pesquisa
:: ROUCO, María González. Silvina Bullrich: escribir en la Argentina. Letras-Uruguay.esapciolatino. Disponível no link. (acessado em 17.12.2014).



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ANTÔNIO HOUAISS
(tradutor, crítico literário, filólogo, lexicógrafo e ensaísta brasileiro)

Antonio Houaiss
Antonio Houaiss, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15 de outubro de 1915 e faleceu no dia 07 de março de 1999, na mesma cidade.
Foi o quinto dos sete filhos de Habib Assad Houaiss e Malvina Farjalla Houaiss. Toda a sua formação intelectual foi no Rio de Janeiro no ensino público. Perito-contador pela Escola de Comércio Amaro Cavalcanti (1933); curso secundário de madureza (1935); bacharel (1940) e licenciado (1942) em letras clássicas pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Casou-se, em 1942, com Ruth Marques de Salles (falecida a 4 de julho de 1988) e não teve filhos.
Lecionou português, latim e literatura no magistério secundário oficial do então Distrito Federal, de 1934 a 1946, quando pediu exoneração, ao optar pela carreira diplomática. Foi também membro examinador de português de vários concursos promovidos pelo DASP para preenchimento de cargos públicos (1941 a 1943); colaborador permanente do DASP na elaboração de provas de português para o serviço público (1942-1945), professor contratado pela Divisão Cultural do Ministério das Relações Exteriores para lecionar português no Instituto de Cultura Uruguaio-Brasileiro de Montevidéu (1943 a 1945).
Na carreira diplomática, por concurso de provas em 1945, foi vice-cônsul do Consulado Geral do Brasil em Genebra (1947 a 1949), servindo também como secretário da delegação permanente do Brasil em Genebra, junto à Organização das Nações Unidas, e integrando representações brasileiras a assembléias gerais das Nações Unidas, da Organização Internacional do Trabalho, da Organização Mundial da Saúde e da Organização Mundial de Refugiados. Foi terceiro secretário da Embaixada no Brasil em São Domingos, República Dominicana, de 1949 a 1951, e em Atenas, de 1951 a 1953; primeiro secretário e depois ministro de segunda classe da delegação permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas em Nova York, de 1960 a 1964; membro da Comissão de Anistia de Presos Políticos de Ruanda-Urundi que em Usumbura examinou os processos de 1.220 presos políticos, anistiados todos pela Assembléia Geral das Nações Unidas por proposta da referida comissão, em 1962; relator da IV Comissão da Assembléia Geral das Nações Unidas (tutela e territórios não-autônomos), em 1963.
A serviço do Ministério das Relações Exteriores, consolidou as 14.000 instruções de serviço no primeiro Manual de serviço (1947) desse Ministério, ainda vigente, com refundições. Foi assessor de documentação da Presidência da República, de 1957 a 1960, quando foram publicados 83 volumes documentais do qüinqüênio presidencial, segundo plano sistemário seu. Aposentado, em 1964, com a suspensão de seus direitos políticos por dez anos.
Foi secretário-geral do Primeiro Congresso Brasileiro de Língua Falada no Teatro, realizado em 1956, em Salvador, para o qual apresentou a tese que se tornou base das conclusões - normas da língua falada culta no Brasil - e encarregado da elaboração dos Anais respectivos (Rio de Janeiro e Salvador, 1958). Exerceu as funções de colaborador e pesquisador na Casa de Rui Barbosa, de 1956 a 1958 e de secretário-geral do Primeiro Congresso Brasileiro de Dialectologia e Etnografia (Porto Alegre, 1958), elaborando os Anais respectivos, publicados pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, em 1970.
Colaborou na imprensa do Rio de Janeiro e de São Paulo, tendo sido redator do Correio da Manhã (1964-1965). Membro da Comissão Machado de Assis, desde a sua criação em 1958, e da Academia Brasileira de Filologia, eleito em 1960. Editor-chefe da Enciclopédia Mirador Internacional.
Antonio Houaiss
Membro da Comissão para o Estabelecimento de Diretrizes para o Aperfeiçoamento do Ensino/Aprendizagem da Língua Portuguesa, instituída pelo Decreto n. 91.372 de 26 de junho de 1985, com relatório conclusivo de 20 de dezembro de 1985.
Exerceu o cargo de Delegado do Governo Federal para proceder nos países de língua oficial portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), recebeu o convite de presença à realização do Encontro para a Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa (janeiro - fevereiro de 1986), foi membro da delegação brasileira no Encontro para a Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, realizado no Rio de Janeiro de 6 a 12 de maio de 1986, do qual foi o secretário-geral e delegado porta-voz brasileiro.
Em 1988, organizou o Congresso Internacional de Tradutores, realizado no Instituto Internacional de Cultura (Campos - RJ), tendo sido o vice-presidente e o secretário-executivo do Encontro.
Foi nomeado para o Conselho Federal de Cultura, do qual participou até a sua extinção. Em 1990, recebeu o Prêmio Moinho Santista, na categoria Língua.
Ministro da Cultura do Governo Itamar Franco (1993); foi membro do Conselho Nacional de Política Cultural, do Ministério da Cultura (1994-1995), de que foi vice-presidente e renunciou dessa qualidade em abril de 1995. Foi presidente da Academia Brasileira de Letras (1996).
Quinto ocupante da Cadeira 17, eleito em 1º de abril de 1971, na sucessão de Álvaro Lins e recebido pelo Acadêmico Afonso Arinos de Melo Franco em 27 de agosto de 1971. Recebeu os Acadêmicos Antonio Callado e Sergio Paulo Rouanet.

Obras publicadas - primeiras edições
Crítica
Crítica Avulsa - 1960
:: Seis Poetas e um Problema - Estudos de Crítica Literária, Estilística e Ecdótica – 1967.
:: Drummond (inclui Seis Poetas e um Problema) – 1976.
:: Estudos Vários sobre Palavras, Livros e Autores – 1979.

Filologia e bibliologia
:: Tentativa de Descrição do Sistema Vocálico do Português Culto na Área Dita Carioca - Dialectologia e Ortofonia – 1959.
:: Sugestões para uma Política da Língua – 1960.
:: Introdução Filológica às Memórias Póstumas de Brás Cubas – 1961.
:: Elementos de Bibliologia - 1967
:: A Crise de Nossa Língua de Cultura – 1983.
:: O Português no Brasil – 1985.
:: O que É Língua? – 1990.
:: A Nova Ortografia da Língua Portuguesa – 1991.

Ensaio
:: A Defesa - 1979
:: Brasil: O Fracasso do Conservadorismo - 1985 - com Pedro do Coutto.
:: Socialismo e Liberdade - 1990 - com Roberto Amaral.
:: Variações em Torno do Conceito de Democracia - 1992 - com Roberto Amaral.
:: Socialismo Vida, Morte e Ressurreição – 1993.
:: A Modernidade no Brasil - Conciliação ou Ruptura? – 1995.

Dicionário
:: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa* - 2001.

Gastronomia e Culinária
:: Magia da Cozinha Brasileira – 1979.
:: Receitas Rápidas - 81 Receitas de (até) 18 Minutos – 1985.
:: A Cerveja e Seus Mistérios – 1986.
* publicação póstuma
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: HOUAISS, Antonio. Língua e realidade social. (Texto escolhido). ABL. Disponível no link. (acessado em 17.12.2014).



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MARISA VILLARDEFRANCOS
Marisa Villardefrancos
(escritora española)

María Luisa Villardefrancos Legrande –cuyos seudónimos fueron en traducciones Legrain. Legrand, probable Leonor de Noriega; Marisa; M.Legrand y M.L.V.-, vino al mundo el 15 de octubre de 1915 en el municipio de Vedra al sur de Santiago de Compostela y en el límite entre las provincias de A Coruña y Pontevedra. Su padre Luis Villardefrancos, era empleado municipal y escritor en revistas, y su madre, María de los Dolores Legrande, maestra de instrucción primaria. Tuvo una única hermana, la menor, Gloria, que falleció mucho antes que ella al parecer de un derrame cerebral o un ataque cardíaco, puntos no esclarecidos ya que a Marisa le causaba un profundo dolor mencionar el tema de Gloria a quien quiso entrañablemente, y con quien escribiera algunas obras de teatro.
Marisa contrajo la poliomielitis a los cinco años quedando así marcada de por vida, problema que luego se agravaría, en su edad madura, con la extensión de un reuma deformatorio que llegó hasta inutilizarle las manos, por lo cual en los últimos años de su existencia tenía que dictar sus novelas.
Aprendió a leer y a escribir antes de los cinco años y muy poco tiempo después empezó a escribir cuentos. A los doce fue a ofrecérselos al director de un periódico. Estudió Magisterio y se diplomó en Estudios Superiores de Educación. A principios de los años 40 toda la familia se fue a vivir a Madrid.
Que se sepa, tras la muerte de sus más directos allegados, padres y hermana, no le quedan familiares que puedan hablarnos de ella, lo que dificulta grandemente cualquier investigación sobre su vida en aquellos años juveniles.
Se sabe, eso sí, que su talento le fue abriendo puertas ya que su primera editora fue Consuelo Gil Roësset, quien le fuera presentada por Julio Camba, contando además con la inapreciable recomendación de Wenceslao Fernández Florez.
Empezó escribiendo en las revistas Chicos y Mis Chicas, más adelante también escribe teatro para niños principalmente, luego llegará la radio y con la radio la Cadena SER y la difusión en las ondas de sus novelas Almas en la sombra, El Brezal de las Nubes y El caballero de los Brezos a los que seguiría la trilogía de El teniente médico Jefferson y muchísimos mas, publicadas por Ediciones Cid. Al crearse la Biblioteca de Chicas, editada por Gilsa, Marisa fue una de sus más asiduas colaboradoras, aparte de hacerlo también a lo largo de su vida, en colecciones de diferentes sellos.
La obra de Marisa Villardefrancos es inmensa y sus libros se cuentan por cientos, muchos de ellos los firmó con seudónimo; los de sus últimos años fueron para Editorial Bruguera que según parece por las informaciones recibidas de Vicente Maciá Hernández, amigo suyo hasta el final, le exigía entregarle de 3 a 4 novelas mensuales, esfuerzo más que sobrehumano en una persona sana y mucho más en una que, como ella, estaba enferma.
Esos años fueron muy tristes a nivel salud, cada vez viéndose más y más limitada, y a nivel económico, ya que todo lo que ganaba se le iba en medicinas.
Marisa Villardefrancos
Persona muy sociable y dotada de un gran corazón, tenía multitud de amistades, personas jóvenes en su mayoría, con las que hizo el papel de consejera y mentora, e incluso a veces hasta de madre con su ternura y comprensión, prueba de ellos es que “sus chicos”, como Marisa les llamaba, uno de ellos Vicente Maciá Hernández, no la han olvidado y la recuerdan con gran afecto y devoción.
Marisa Villardefrancos conoció las mieles del éxito y la popularidad porque fue una gran escritora de enorme sensibilidad, que escribía muy bien, documentadamente y con inteligencia. Cultivó la novela histórica con gran conocimiento de causa, historia antigua e historia moderna, pero fue encasillada en la novela romántica, “rosa” en el decir de la época, porque era lo que privaba entonces si pensamos en un tipo de público determinado, pero su novelística está a la altura de una Emily Brontë, un Rafael Sabatini, de una Baronesa D’Orzy, de una Daphne du Maurier, una Pearl S. Buck, o de una Vicki Baum.
En Alicante, donde residía debido a que el clima aliviaba sus dolores, falleció el 20 de junio de 1975 y su muerte tuvo que ver con una negligencia médica; acababa de regresar de un viaje a Madrid y recién llegada tuvo que ser internada de urgencia porque se encontraba muy mal y con una fiebre altísima. Ella era alérgica a la penicilina y los médicos estaban avisados, más a pesar de todo le inyectaron el antibiótico, “apenas le quitaron la aguja murió”.
Marisa era cataléptica por lo cual fue velada tres días por sus amigos y luego el certificado de defunción avaló su óbito.
Después silencio y olvido por parte de editoriales y gran público, una lamentable omisión hacia una escritora que fue de las mejores de su época y que bien merece que se resucite su obra.
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: Obras de Marisa Villardefrancos: guía temática e cronolóxica. Disponível no link. (acessado em 17.12.2014).
:: Portadas dos libros de Marisa Villardefrancos [Selección realizada por Enrique Martínez Peñaranda (Maio 2008). Fonte: arquivo de Enrique Martínez Peñaranda]. Disponível no link. (acessado em 17.12.2014).


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE GRANDE OTELO
Grande Otelo
(ator, comediante, cantor, escritor e compositor brasileiro)

Grande Otelo, pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata (Uberlândia, 18 de outubro de 1915 — Paris, 26 de novembro de 1993). Considerado um dos maiores atores do século XX, Grande Otelo foi um artista multimídia, tendo trabalhado no teatro, rádio, cinema e na televisão. Versátil e dono de uma consagrada expressão facial e corporal, destacou-se como ator, cantor, compositor, sambista e poeta. Seus personagens sempre tiveram um grande apelo popular, desde os tempos do Teatro de Revista, quando participou da Companhia Negra de Revistas, até quando interpretou Macunaína no cinema em 1969. Grande Otelo foi pioneiro e desbravador, primeiro artista negro a ocupar espaço de destaque no cinema e na televisão brasileira. 
Desde a infância vivida em Uberlândia, sua cidade natal, Sebastião sempre fora atraído pela rua e pelas manifestações populares, como o carnaval e as congadas. Ainda pequeno foi considerado um menino prodígio, pois atingiu a maturidade artística muito cedo. O filme “O Garoto”, de Charles Chaplin, apareceu como uma influência decisiva no seu encantamento pela carreira de ator. Outra grande influência foi o ator mirim norte americano Allen Clayton Hoskins, que participava da série “Our Gang”. Otelo teve sua primeira experiência como ator aos sete anos, fazendo uma participação no circo que passava pela sua cidade natal.
Na ocasião, Bastiãozinho, como era conhecido, apareceu vestido de mulher interpretando a esposa do palhaço, o que causou enorme comicidade e sucesso.
Grande Otelo, em Macunaíma (1969)
Em São Paulo, aonde veio residir ao lado da família Gonçalves que o adotara, Bastiãozinho ganhou o nome artístico Otelo, que o acompanharia ao longo da carreira. O apelido surgiu na Companhia Lírica Nacional, onde o garoto tomava aulas de canto lírico. Devido à sua voz de tenorino, o maestro julgou que um dia o menino cresceria e cantaria a ópera Otelo, de Giuseppe Verdi. Pela estatura pequena, o apelido inicial foi Pequeno Otelo. Mais tarde, a crítica carioca, através de Jardel Jércolis, o denominou Grande Otelo.
Contrariando a previsão do maestro, o menino não só não cresceu, como resolveu cantar samba e ser ator. Foi então que em 1926, com apenas onze anos, tomou parte, com grande sucesso, numa importante companhia de teatro de revistas, a Companhia Negra de Revista, composta exclusivamente por artistas negros, como Pixinguinha, que atuava como maestro, Donga, músico, e Rosa Negra, atriz e cantora. Mais tarde, na década de 30, foi trabalhando na companhia de teatro de revista de Jardel Jércolis que Otelo chegou como artista ao Rio de Janeiro, realizando seu sonho de infância.
A cidade maravilhosa logo seria adotada como a cidade de Grande Otelo, espaço ideal para o menino de Uberlândia que sonhava em ser um grande artista. Apreciador da vida noturna da cidade, Otelo foi também um de seus atores, seja na famosa gafieira do Elite, no bar Vermelhinho ou nos bares da Lapa. Entre 1938 e 1946, paralelamente a trabalhos na Rádio Nacional, rádio Tupi e outras emissoras, o artista foi contratado do antigo Cassino da Urca, onde realizou diferentes espetáculos, sempre com destaque. Foi lá, em 1939, que Otelo contracenou com a famosa atriz e dançarina norte-americana Josephine Baker, momento citado por ele como um dos mais importantes de sua carreira. Ao longo desta mesma temporada no Cassino da Urca, Grande Otelo compôs, em parceria com seu grande amigo Herivelto Martins, o famoso samba Praça Onze que faria muito sucesso no carnaval de 1942. É importante registrar que na época negros não podiam entrar pela porta da frente do Cassino da Urca, fato que só passou a acontecer depois que Grande Otelo foi contratado para atuar no palco do Cassino.  
Grande Otelo
No cinema, Grande Otelo foi uma das grandes estrelas da Atlântida cinematográfica, tendo protagonizado o primeiro grande sucesso da produtora, o filme Moleque Tião (1943), de José Carlos Burle. Também na Atlântida, Otelo formou, ao lado de Oscarito, a dupla mais famosa e bem sucedida do cinema brasileiro, que estrelou sucessos como Este mundo é um pandeiro (1946) de Watson Macedo, Três Vagabundos (1952) de José Carlos Burle, A Dupla do Barulho (1953) e Matar ou Correr (1954) de Carlos Manga. Em 1949 Otelo estrelou o filme Também somos irmãos ao lado de Ruth de Souza. O filme denunciou o racismo existente no Brasil e foi considerado o melhor filme brasileiro do ano pela crítica especializada, embora não tenha obtido sucesso de público. 
Após deixar a Atlântida em 1955, Grande Otelo ainda participaria de inúmeros filmes, com destaque para o clássico Rio, Zona Norte (1957) do cineasta Nelson Pereira dos Santos, considerado o filme que inaugurou o Cinema Novo. Outros grandes sucessos foram Assalto ao trem pagador (1962) de Roberto Farias e Macunaíma (1969), adaptação da obra-prima de Mário de Andrade, dirigido por Joaquim de Andrade, e que lhe rendeu o prêmio de melhor ator do cinema brasileiro do ano. Curiosamente, Grande Otelo também participou do inacabado It´s all true (1942) filmado no Brasil pelo renomado diretor norte americano Orson Welles, que o classificou como um dos maiores atores do mundo.
Grande Otelo
O teatro, sua primeira paixão, não deixaria de contar com suas belas interpretações. Entre 1946 até o final de sua carreira o artista brilhou em inúmeras peças e trabalhou com os mais diferentes diretores, como Walter Pinto, Juan Daniel, Carlos Machado, Geisa Bôscoli e Chico Anísio. Algumas de suas peças de bastante sucesso foram, entre muitas outras: Um milhão de mulheres (1947), Muié Macho, Sim Sinhô (1950), Banzo aiê (1956) e O homem de La Mancha (1973). Na década de 50, Grande Otelo passou a atuar também na televisão em emissoras como a TV Tupi do Rio e Tv Rio. Em 1965 foi contratado pela rede globo, participando de inúmeras novelas e programas humorísticos. Em 1986 participou da novela Sinhá Moça, de enorme sucesso, onde contracenou mais uma vez com a atriz e amiga Ruth de Souza.
Apesar de inúmeros sucessos, a carreira de Grande Otelo foi marcada por altos e baixos. Sua indisciplina e seu gosto pela boemia e pela bebida fizeram com que faltasse muito a ensaios e apresentações, o que gerou a fama de irresponsável, injusta, em sua opinião. Umbandista, foi através da religião, na cabana de Pai Jatum, que diminuiu o consumo de bebida alcoólica, no final da carreira. Recebeu inúmeras homenagens e prêmios pelo conjunto de sua obra.  Morreu em 1993, vitima de uma parada cardíaca.
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira - Biografia  Grande Otelo. Disponível no link. (acessado em 4.12.2014). 



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ROLAND BARTHES
Roland Barthes
(crítico literário, sociólogo, filósofo e semiólogo francês)

"...as palavras não são mais concebidas ilusoriamente como simples instrumentos, são lançadas como projeções, explosões, vibrações, maquinarias, sabores: a escritura faz do saber uma festa. (...) a escritura se encontra em toda parte onde as palavras têm sabor (saber e sabor têm, em latim, a mesma etimologia). (...) É esse gosto das palavras que faz o saber profundo, fecundo."
- Roland Barthes. Aula. São Paulo: Cultrix, 1987, p. 21.

Roland Barthes, nasceu em 12 de novembro de 1915, em Paris. Escritor, sociólogo, filósofo, crítico literário, semiólogo e um dos teóricos da escola estruturalista. Formado em Letras Clássicas, Gramática e Filosofia, tornou-se um crítico dos conceitos teóricos complexos que circularam dentro dos centros educativos franceses na década de 1950. Segundo Francisco Bosco ”a escrita barthesiana está sempre se movendo no intervalo sutil entre o texto de vanguarda (que retarda a fluência da leitura, impondo sobre ela seu próprio e apropriado ritmo) e o texto ’clássico’ (que mantém um compromisso com uma prática confortável da leitura)”. A sua obra, ampla e variada, caracteriza-se inicialmente pela reflexão sobre a condição histórica da linguagem literária. Em diversos livros tenta demonstrar a pluralidade significativa de um texto literário e a sobrevalorização do texto em vez do signo. 
Roland Barthes
Como sociólogo pertence à corrente estruturalista que caracterizou uma boa parte da intelectualidade francesa. Um de seus livros, Roland Barthes por Roland Barthes (1975 na França, 1977 no Brasil), acabou sendo definido pelo que não era: nem uma autobiografia nem um livro de “confissões” (embora com muitos elementos de um e de outro). Noutro livro, Mitologias (1957), disseca os mitos e seus signos ideológicos na sociedade de massa. Um livro essencial para o entendimento da mitologia. Em Fragmentos de um discurso amoroso (1977) elabora um sofisticado estudo lingüístico sobre o sentimentalismo. Além de teórico, mantinha intensa atividade como crítico literário, criador da revista Théâtre Populaire, animador do movimento Nova Crítica, diretor da École Pratique des Hautes Études. Principais obras: O grau zero da escrita (1953); O sistema da moda (1967); S/Z (1970); A câmara clara (1980). Faleceu em 26 de março de 1980.

"A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa. (...) através da escritura, o saber reflete incessantemente sobre o saber, segundo um discurso que não é mais epistemológico mas dramático."
- Roland Barthes. Aula. São Paulo: Cultrix, 1987, p. 19.
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:: Fonte: Tiro de Letra 
:: RAMOS, Roberto Jose. Roland Barthes: a semiologia da dialética. Conexão – Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul, v. 7, n. 13, jan./jun. 2008. Disponível no link. (acessado em 17.12.2014).




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE RAUL DE BARROS
(trombonista, compositor e regente brasileiro)
Raul de Barros

Raul de Machado de Barros, nascido em 25 de novembro de 1915. É o autor do famoso choro "Na Glória". Um dos grandes trombonistas brasileiros, iniciou seus estudos musicais nos anos de 1930, tendo aulas de sax-horn com Ivo Coutinho. Pouco depois, passou para o trombone, instrumento com o qual se destacaria no meio musical. Seu professor nesse instrumento foi Eugênio Zanata.
Casou-se com a cantora Gilda de Barros, que era crooner de sua orquestra. Faleceu no dia 08 de junho de 2009, aos aos 93 anos de idade no Hospital Desemgargador Leal Junior, em Itaboraí, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, de insuficiência renal e de enfisema pulmonar, tendo sido internado no dia 28 de maio.
Em 1935, iniciou a carreira de músico tocando em clubes de bairros e subúrbios do Rio de Janeiro e mais tarde trabalhou nos dancings Carioca e Eldorado. Nesses dancings conheceu o maestro Carioca, que o levou para a Rádio Tupi. No início da década de 1940, passou a acompanhar cantores em gravações e excursionou por Montevidéu, Uruguai, passando em seguida para a Rádio Globo, onde formou sua própria orquestra, tocando no programa "Trem da Alegria".  Em 1948, lançou seu primeiro disco solo interpretando ao trombone os choros "O pobre vive de teimoso" e "Malabarista", de Donga. Em 1949, lançou em execução solo de trombone seu famoso choro "Na Glória". No mesmo ano, gravou com sua orquestra o choro "Estes são outros quinhentos", de Luiz Americano. Nos anos 1950, foi para a Rádio Nacional, onde chegou a apresentar um programa semanal, além de participar de outros na mesma rádio. Fez excurssões ao Uruguai e à Argentina. Em 1950, gravou com sua orquestra os frevos  "Gostozão", de Nelson Ferreira, e "Solta o brotinho", de Levino Ferreira. No mesmo ano, gravou em solo de trombone o choro "Toselli no samba", com arranjo de Moacir dos Santos. Ainda no mesmo ano, gravou com sua orquestra os choros "Parabéns para você", de  sua autoria e Tuiu, e "Faísca", de Lauro Maia e Penélope, este com os vocais de Violeta Cavalcânti.  Em 1951, gravou com Sua Orquestra o choro "Prá moçada se acabar", de sua autoria, e os frevos "Vassourinha no Recife", de Baltazar de Carvalho, e "Pernambucana", dos Irmãos Valença. Em 1952, lançou com sua orquestra os choros " Ai, Raul", de Carioca, e "Solando na garoa", de J. Dilermano. No mesmo gravou em solo de trombone seu choro "Pororó...pororó", outro grande sucesso de sua carreira, e, com sua orquestra o choro "Gilda", feito em homenagem à sua mulher. No ano seguinte, gravou com sua orquestra os frevos "Seridó no frevo", de Geraldo Medeiros, e "Para onde vais", de Baltazar de Carvalho. Gravou também com sua orquestra o bolero "Aquelas frases lindas", com vocal de Gilda de Barros. Em 1954, registrou com sua orquestra os choros "Rolo compressor", de Edson Menezes e Arsênio de Carvalho, e "Amanhecendo", de Cícero Nunes, Rogério Lucas e Arsênio de Carvalho, e, com seu conjunto, com os vocais de Gilda de Barros, o choro "Trombone na gafieira", de Almanir Grego e Luiz Carneiro, e o maracatu "Maracatucá", de Geraldo Medeiros e Jorge Tavares. Foi eleito o melhor trombonista de 1955 num concurso promovido pelo crítico Ary Vasconcelos na revista "O Cruzeiro". No mesmo ano, gravou com sua orquestra os mambos "Vendedor de bananas", de Fonseca Filho e Milton Lopes e "Mambo de Aracaju", de Moacir Paulo. Também no mesmo ano, lançou com Dilermano Pinheiro pelo selo Rádio o LP "Trombone zangado", apresentando entre outras, "Ginga do candango", de sua autoria, e "Consolo de otário", de João Roberto Kelly. Gravou em solo de trombone ainda no mesmo ano o choro "Melodia celestial", de sua autoria. Ainda em 1955, gravou pela Odeon o LP "Raul de Barros com o seu trombone romântico" interpretando os sambas-canção "Ai yoyô (Linda Flor)", de Henrique Vogeler, e "Poema (Fibish)", os choros "Melodia celestial", de sua autoria, e "Vamos com calma" e "Voltei ao meu lugar", ambos do maestro Carioca; o fox-trot "Please", de R. Rainger e L. Robin; e os fox "I'd never forgive myself (Nunca me perdoei)", de G. Martin e McAvoy, e "Intermezzo", de Provost. Em 1956, voltou a gravou  "Intermezzo", de Provost, dessa vez em ritmo de fox e o choro "Voltei ao meu lugar", de Carioca. No mesmo ano, lançou o LP "Raul de Barros toca para dançar" interpretando os sambas "Na Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso; "O orvalho vem caindo", de Noel Rosa e Kid Pepe; "Samba que eu quero ver", de Djalma Ferreira, e "Ai que saudades da Amélia", de Ataulfo Alves e Mário Lago; e os choros "Na Glória", de sua autoria e Ari dos Santos; "Naquele tempo", de Pixinguinha; "Gadu namorando", de Alcyr Pires Vermelho e Ladislau P. da Silva, e "Escada da Penha", de Uzias da Silva e Alventino Cavalcanti. 
Raul de Barros
Em 1957, gravou com sua orquestra "Rock em samba", de sua autoria, e "Amigo velho", de Cristóvão de Alencar e Hélio Nascimento. Lançou no mesmo ano o LP "Ginga de gafieira - Raul de Barros, seu trombone e sua orquestra" com as músicas "Amigo velho", de Cristóvão de Alencar e Hélio Nascimento; "Cidade maravilhosa", de André Filho; "Arrasta a sandália", de Osvaldo Vasques "Baiaco" e Aurélio Gomes; "Jogadinho", de Hianto de Almeida; "Trombone travesso", de Pedro Mello dos Santos; "Colher de chá", de sua autoria e Édson Menezes; "Gosto que me enrosco", de J. B. da Silva, o Sinhô; "Pé de chumbo", de Carlos Monteiro de Souza e Alberto Paz; "Se acaso você chegasse", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins; "Ginga de gafieira", de Alcebíades Nogueira; "Neptuno", de Carlito e O. Trinca, e "Pau no burro", de su autoria e A. Guedes. Em 1958, lançou pela Odeon o LP "Ginga de gafieira", com destaque para "Cidade maravilhosa", de André Filho; "Se acaso você chegasse", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins; "Gosto que me enrosco", de Sinhô, e a música título, de Alcebíades Nogueira. Em 1959, gravou o LP "Hoje tem baile" interpretando as músicas "Implorar", de Kid Pepe, Germano Augusto e Garoto; "Tequila", de Chuck Rio; "Lisboa antiga", de Raul Portela, J. Galhardo e A. do Vale; "Never let me go", de Jay Livingston e R. Evans; "Na Glória", com Ari dos Santos; "In the mood", de J. Galard e A. Razaf; "Abre a janela", de Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti; "Patrícia", de Perez Prado; "Nega", de Waldemar Gomes e Afonso Teixeira; "Begin the beguine", de Cole Porter; "Baltazar", de José Benedito de Freitas, e "Morena boca de ouro", de Ary Barroso. Em 1960, gravou o LP "Sonho e animação em ritmo de dança" com as interpretações dos sucessos nacionais e internacionais "I'm in the mood for love", de J. McHugh e D. Fields; "Quiereme mucho", de Gonzalo Roig; "Hymne a l'amour (Hino ao amor)", de Edith Piaf e Marguerite Monnot; "Valsa do adeus", de Frederic Chopin; "Temptation", de N. H. Brown e A. Freed; "Tudo Ou nada", de Fernando César; "Perfidia", de A. Dominguez; "No rancho fundo", de Ary Barroso e Lamartine Babo; "Stardust", de H. Carmichael e M. Parish; "Eu sei que vou te amar", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Andalucia", de Ernesto Lecuona, e "All the things you are", de J. Kern e O. Hammerstein II. Em 1963, contratado pela gravadora Copacabana lançou o LP "O máximo em trombone" com as músicas "Rêverie", de Debussy; "Voltarás", com Murillo Latini; "O lago da esperança", de Cosme Teixeira e Ivone Rebelo; "Tudo de bom pra você", de sua autoria; "Ave Maria dos namorados", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; "Sabroso cha-cha-cha", de Juvenal Sampaio; "I'm gettin sentimental over you", de Washington e Bassman; "Judeu errante", de Aires Viana e Edel Ney; "Ingratidão", de José Araújo e Mineirinho; "Você quis e levou", de Almeida Rego e Gilda de Barros; "Entardecer", de Oscar Bellandi e Paulo Gesta, e "Requebra baiana", de Rocha Filho. Em 1966, fez parte da delegação brasileira ao Festival de Arte Negra de Dacar, Senegal, ao lado de Clementina de Jesus, Ataulfo Alves, Paulinho da Viola e Elton Medeiros, entre outros. Em 1968, lançou pelo selo  Big/Rioson o LP "Na mini onda - Brazilian Serenaders", no qual, dirigindo o conjunto Brazilian Serenaders, interpretou sucessos internacionais da época, além de música brasileiras como "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Favela", de Roberto Martins e Waldemar Silva; "Inútil Paisagem", de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira; "Apelo", "Canto de Ossanha" e "Tempo feliz", de Baden Powell e Vinicius de Moraes; "Preciso aprender a ser só", de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, e "Corcovado", de Tom Jobim. No selo Marcus Pereira gravou um LP solo em 1974, "Brasil, trombone", apresentando entre outras, "Chorinho de gafieira", de Astor da Silva; "Folhas secas", de Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, e "Saudade da Bahia", de Dorival Caymmi. O choro "Na Glória" tornou-se seu prefixo musical e até hoje quando é tocado em bares e casas noturnas é comum ouvir o público cantando "Na Glória, na Glória".  Em 1979, lançou o LP "O som da gafieira", pela gravadora CID com destaque para "Piston de gafieira", de Billy Blanco; "Ave Maria", de Jayme Redondo e Vicente Paiva; "Casa de bamba", de Martinho da Vila, e "Coração leviano", de Paulinho da Viola. Na década de 1980, afastou-se da vida artística e adoeceu, indo viver em Maricá (RJ), permanecendo praticamente esquecido. Em 1983, retornou à cena artística com o LP "O trombone de ouro", no qual interpretou clássicos como "Carinhoso", de Pixinguinha; "Pedacinhos do céu", de Waldir Azevedo e "Ela disse-me assim", de Lupicínio Rodrigues. Atuou ao lado de nomes como Ary Barroso, Pixinguinha e Radamés Gnatalli. 
Raul de Barros
Tocou em diversas orquestras, entre as quais, a do Copacabana Palace. Segundo seu depoimento à reportagem do Jornal do Brasil, seria o co autor da mrcha "Pra frente Brasil", grande sucesso a partir de 1970 e tida apenas como de autoria de Miguel Gustavo, tendo participado inclusive, como trombonista, na gravação realizada com a orquestra da Rádio Globo. Em 1994, realizou shows na casa de espetáculos "Sassaricando" na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Nos anos 2000, continuou recluso em Maricá, saindo eventualmente para se apresentar em bares e pequenos shows. Em 2004, voltou a apresentar-se em shows ao lado do gaitiste e arranjador Rildo Hora na casa de espetáculos "Carioca da Gema", na Lapa, tradicional reduto da boemia carioca. Em 2009, por ocasião de sua morte, assim se referiu sobre ele o maestro e arranjador Rildo Hora na coluna "Sociedade aberta" do Jornal do Brasil: "O maestro e trombonista Raul de Barros, que morreu anteontem em Itaboraí aos 93 anos, é uma grande perda, para mim e para a música popular brasileira. Era uma grande referência do trombone no Brasil. Com Raul, praticamente nasce o estilo do trombonista de gafieira. Todos que tocam nesse estilo se referem a ele, ao sopro meio rasgado que ele criou. (...) Sua influência é bastante larga. Com sua morte vai-se embora uma grande escola. Diria que desaparece uma biblioteca com vários volumes."
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:: Fonte: Raul de Barros - Biografia - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
Referências e outras fontes de pesquisa
:: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

:: CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

:: MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

:: SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Vol 1. São Paulo: Ed. 34, 1997.



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ADONIAS FILHO
Adonias Filho
(jornalista, crítico, ensaísta e romancista brasileiro)

Adonias Filho (A. Aguiar Fo), jornalista, crítico, ensaísta e romancista, nasceu na Fazenda São João, em Ilhéus, BA, em 27 de novembro de 1915, e faleceu na mesma cidade, em 2 de agosto de 1990.
Filho de Adonias Aguiar e de Rachel Bastos de Aguiar, fez o curso secundário no Ginásio Ipiranga, em Salvador, concluindo-o em 1934, quando começou a fazer jornalismo. Transferiu-se, em 1936, para o Rio de Janeiro, onde retomou a carreira jornalística, colaborando no Correio da Manhã. Foi crítico literário dos Cadernos da Hora Presente, de São Paulo (1937); crítico literário de A Manhã (1944-1945); do Jornal de Letras (1955-1960); e do Diário de Notícias (1958-1960). Colaborou também no Estado de S. Paulo e na Folha da Manhã, de São Paulo, e no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro.
Foi nomeado diretor da Editora A Noite (1946-1950); diretor do Serviço Nacional de Teatro (1954); diretor da Biblioteca Nacional (1961-1971); respondeu também pela direção da Agência Nacional, do Ministério da Justiça. Foi eleito vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (1966); membro do Conselho Federal de Cultura (1967, reconduzido em 1969, 1971 e 1973); presidente da Associação Brasileira de Imprensa (1972); e presidente do Conselho Federal de Cultura (1977-1990).
Adonias Filho faz parte do grupo de escritores que, a partir de 1945, a terceira fase do Modernismo, se inclinaram para um retorno a certas disciplinas formais, preocupados em realizar a sua obra, por um lado, mediante uma redução à pesquisa formal e de linguagem e, por outro, em ampliar sua significação do regional para o universal.
Originário da zona cacaueira próxima a Ilhéus, interior da Bahia, Adonias Filho retirou desse ambiente o material para a sua obra de ficção, a começar pelo seu romance de estréia, Os servos da morte, publicado em 1946. Na obra romanesca, aquela realidade serviu-lhe apenas para recriar um mundo carregado de simbolismo, nos episódios e nos personagens, encarnando um sentido trágico da vida e do mundo. Desenvolveu recursos altamente originais e requintados, adaptados à violência interior de seus personagens. É o criador de um mundo trágico e bárbaro, varrido pela violência e mistério e por um sopro de poesia. Seus romances e novelas serão sempre a expressão de um dos escritores mais representativos e fascinantes da ficção brasileira contemporânea.
Adonias Filho, Rachel de Queiroz  e Gilberto Freyre
Conquistou os seguintes prêmios: Prêmio Paula Brito de crítica literária (Guanabara, 1968); com o livro Léguas da promissão, conquistou o Golfinho de Ouro de Literatura (1968), o Prêmio PEN Clube do Brasil, Prêmio da Fundação Educacional do Paraná (FUNDEPAR) e o Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1968-1969). Obteve o Prêmio Brasília de Literatura (1973), conferido pela Fundação Cultural do Distrito Federal. Com o romance As velhas, obteve pela segunda vez o Prêmio Nacional de Literatura (1975), do Instituto Nacional do Livro, na categoria de obra publicada (1974-1975). Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia, em 1983.
Quinto ocupante da Cadeira 21, eleito em 14 de janeiro de 1965, na sucessão de Álvaro Moreyra e recebido em 28 de abril de 1965 pelo Acadêmico Jorge Amado. Recebeu a Acadêmica Rachel de Queiroz e os Acadêmicos Otávio de Faria, Joracy Camargo e Mauro Mota.
Obras publicadas - primeiras edições
Romance
Jorge Amado, Gabriel Garcia Marquez e Adonias Filho
:: Memórias de Lázaro - 1952.
:: Jornal de um Escritor - 1954.
:: Corpo Vivo - 1962.
:: O Forte - 1965.
:: Léguas da Promissão - 1968.
:: Luanda Beira Bahia - 1971.
:: As Velhas - 1975.
:: O Largo da Palma - 1981.
:: Noite sem Madrugada - 1983.

Ensaio e crítica
:: Renascimento do Homem - 1937.
:: Tasso da Silveira e o Tema da Poesia Eterna - 1940.
:: Modernos Ficcionistas Brasileiros - 1958.
:: Cornélio Pena - 1960.
:: História da Bahia - 1963.
:: O Bloqueio Cultural - 1964.
:: O Romance Brasileiro de Crítica - 1969.
:: O Romance Brasileiro de 30 - 1973.

Teatro
:: Auto de Ilhéus - 1981.

Infantil e juvenil
:: Uma Nota de Cem - 1973.
:: Fora da Pista - 1978.
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Referências e outras fontes de pesquisa
::  PINHO, Adeítalo Manoel. O ato de narrar à luz da crítica de Adonias Filho. Sitientibus, Feira de Santana, n. 40, p.9-38, jan./jun. 2009. Disponível no link.  (acessado em 22.12.2014).
:: DANTAS, Robson Norberto. Entre a arte, a historia e a politica : itinerarios e representações da "Ficção Brasiliana" e da Nação Brasileira em Adonias Filho (1937-1976).. (Tese Doutorado em Historia). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH/ Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2010. Disponível no link. (acessado em 22.12.2014). 

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE BILLY STRAYHORN 
(músico de jazz norte-americano)

Billy Strayhorn e Duke Ellington
William Thomas "Billy" Strayhorn (Dayton, 29 de novembro de 1915 — Nova Iorque, 31 de maio de 1967) foi um arranjador, compositor, pianista e músico profissional norte-americano.
Strayhorn iniciou sua carreira no Pittsburgh Music Institute e foi na cidade de Pittsburgh que ele conheceu Duke Ellington após um concerto, em 1938. Após uma breve e informal demonstração de seu talento, Strayhorn foi convidado por Ellington para trabalhar com ele em Nova Iorque, o que resultou em uma parceria musical que durou mais de vinte e cinco anos, terminando somente com a morte prematura de Strayhorn, vítima de câncer.
Uma das composições mais notavelmente associadas a Strayhorn é Lush Life, escrita por ele entre 1933 e 1938. Outra peça de Strayhorn é "Take the A Train", classificada como um Jazz Standard, e que frequentemente era tocada no início dos shows de Ellington, bem como nos de Ella Fitzgerald. Strayhorn tocou a sua última peça, Blue Cloud, para seu parceiro Duke Ellington no hospital, antes de falecer. Meses depois Ellington, tendo alterado o título para Blood Count, incorporou esta última peça produzida pelo seu amigo, como um tributo a ele, em seu álbum And His Mother Called Him Bill.
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:: Fonte: Wikipédia
Referências e outras fontes de pesquisa
:: Lush Life: A Biography of Billy Strayhorn, por David Hadju, Farrar Straus & Giroux, 1996.
:: Something to Live For: The Music of Billy Strayhorn, por Walter van de Leur, Oxford University Press, 2002.



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE LUIS TOMASELLO
Luis Tomasello
(pintor e escultor argentino)

Luis Tomasello (29 de Novembro de 1915 – 21 de Fevereiro de 2014), estudou na Academia de Belas Artes de Buenos Aires, e começou como um artista concreto, olhando para Mondrian como inspiração. Foi depois de se instalar em Paris, em 1957, no entanto, que ele começou a trabalhar em relevo, afastando-se a natureza linear da abstração geométrica, direcionando o seu interesse de forma e cor efeitos: "Eu fui para o alívio como uma experiência e, nesse processo, descobri o maravilhoso mundo da luz. A reflexão de cor na superfície me fascinou e que é o que eu tenho trabalhado a partir desse momento. "(Uma conversa com Joseph Francesca Bellini, Revista Literal, Outono de 2009). Tomasello é mais famoso por sua atmosfera Chromoplastique obras, onde os cubos brancos com undersides pintadas estão dispostos em diferentes ângulos sobre uma superfície branca. Isso resulta em reflexos sutis de cor clara, e uma sensação óptica de movimento. Ele consegue colocar a tônica sobre os reflexos coloridos, e limitar o aspecto geométrico da introdução de formas simplificadas. Foi uma decisão do Tomasello passar da pintura à escultura que lhe permitiu superar o aspecto linear de abstração, e o foco na forma e efeitos de cor. Mais tarde em sua carreira, isso permitiu aplicações ambientais e arquitetônicas para o seu trabalho.
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:: Fonte e outras informações: Galeria Ipanema - Luis Tomasello 
:: Luis Tomasello, biography (Vídeo documentário). Disponível no link. (acessado em 22.12.2014). 

Luis Tomasello

Luis Tomasello

Luis Tomasello detail of a 3D art work with cubic forms



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE AUGUSTO RUSCHI
(cientista, agrônomo, advogado, naturalista, ecologista brasileiro)
Augusto Ruschi - foto: Projeto Arca de Noé

"O segredo de uma vida empolgante não está em descobrir maravilhas, mas em procurá-las"
- Augusto Ruschi

Augusto Ruschi, nasceu em 12 de dezembro de 1915, na pequena cidade de Santa Tereza, aos pés das montanhas capixabas nascia um grande defensor da natureza: Augusto Ruschi.
Iniciou seus estudos no colégio Ítalo brasileiro em Santa Tereza, mas devido a sua curiosidade diversas vezes teve a atenção chamada nas aulas, pois brincava constantemente com insetos que levava em vidrinhos e caixinhas de fósforos.
Aos 10 anos passou a residir em Vitória/ES para estudar no colégio estadual. Sua grande incentivadora foi a pesquisadora e historiadora Maria Estela de Novaes que percebendo sua paixão pela vida dos insetos, passou a incentivá-lo para o mundo da ciência.
Aos 12 anos tornou-se conhecido por vários cientistas do país, pois numa ocasião enviou suas observações sobre uma praga dos laranjais que assolava as lavouras, descrevendo o ciclo do bicho ao museu nacional. Ruschi havia observado mais de 500 caixas de lagartas, algo que laboratórios não o fizeram. Suas informações foram suficientes para a resolução do problema, pois completava uma pesquisa mundial as respeito de terra.
Aos 17 anos, o Prof. Melo Leitão, responsável pelo museu nacional ao deparar com a pesquisa de Ruschi, resolveu apadrinhá-lo, então Rushi começou a trabalhar no museu nacional e no jardim botânico e zoológicos como coletor de materiais botânicos e zoológicos. Suas pesquisas foram fundamentais para o conhecimento da fauna e da flora da Mata Atlântica.
Em 1937, com apenas 22 anos passou a residir definitivamente no Rio de Janeiro, passando a lecionar na Universidade Federal do Brasil hoje a UFRJ. Sua experiência de campo contestava em muito vários enunciados teóricos da literatura disponível. Por outro lado, aos colibris, seu maior interesse, muito pouco a ciência havia se dedicado. 
Sentiu que o trabalho de campo que realizava antes, nas matas virgens do Espírito Santo, era muito mais relevante para a ciência do que o trabalho nos laboratórios. Aproveitou, assim, a convalescença de uma grave doença, para retornar a sua terra natal.
Em 1951, ganhou notoriedade, num congresso florestal da Organização das Nações Unidas (ONU), durante o qual previu que as reservas ecológicas, preservando da extinção espécies animais e vegetais e microrganismos, seriam os bancos genéticos e de hábitats do futuro, antes de ficarem famosas as expressões "biodiversidade" e "biotecnologia". Visionário também no campo da Agroecologia, já apontava em seus inúmeros trabalhos científicos (cerca de 500) e livros (23) os perigos dos agrotóxicos e da monocultura do eucalipto. Advertia ainda que o desmatamento é o primeiro passo para a formação de desertos.
Classificou 80% das espécies brasileiras de colibris, identificou duas novas e elaborou a descrição de outras cinco e de onze subespécies. Foi notável ainda por seu estudo sobre orquídeas, catalogando mais de 600 espécies e identificando 50 novas. Estudou também as bromélias e os morcegos.
Foi membro de treze sociedades científicas internacionais e com cinco trabalhos apresentados e aprovados em congressos científicos mundiais.
Ele transformou sua casa em Santa Teresa num autêntico laboratório de pesquisas, procurado por especialistas de todo o mundo.
Ruschi foi uma das poucas vozes que se ergueram no período do Governo Militar para denunciar a derrubada de áreas na Amazônia, que ele considerava o maior crime que se cometia contra a vida no planeta, assim como os equívocos no projeto de ocupação desta região.
Escultura "O beijo" localizada no Parque da Pedra da Cebola - Santa Teresa/ES
Ele observou que os índios que habitavam, há milhares de anos, a região, são depositários de um conhecimento sobre a natureza que não tem registro científico. Eles detêm a memória cultural da utilização da flora e da fauna na cura de enfermidades e em aplicações cotidianas.
A pajelança aconteceu na Parque da Cidade, uma reserva florestal da Zona Sul do Rio de Janeiro e começou na manhã de 23 de janeiro de 1986. O Cacique Raoni e o Pajé Sapaim fizeram o ritual munidos de um arsenal de plantas trazidas especialmente da Amazônia. Num recinto fechado, tragavam cigarros de folhas que produziam uma fumaça espessa, que expiravam sobre o cientista, intercalando com cantos indígenas. O cacique e o pajé massageavam o corpo de Ruschi com um ungüento preparado a partir de frutas e, após alguns minutos, exibiram nas mãos uma gosma, primeiro branca, depois esverdeada segundo depoimento das poucas pessoas que assistiram ao tenso ritual.
No dia 3 de junho de 1986, Ruschi morreu, no hospital São José em Vitória, de cirrose hepática, com o fígado irremediavelmente comprometido devido às doenças que adquirira nas suas pesquisas pelas florestas, e vírus de hepatite B e C, e a pedido seu, foi enterrado no dia 5 de junho, na Fazenda Santa Lúcia, onde nasceu, no dia cinco de junho, dia mundial do meio ambiente.
Cédula 500 Cruzados - homenagem a Augusto Ruschi
Cientista, agrônomo, advogado, naturalista, ecologista, conquistou reconhecimento internacional. Seu nome foi dado ao mais importante prêmio da Ecologia Nacional - “Medalha Augusto Ruschi” da Academia Brasileira de Ciências (entregue a cada quatro anos), virou nota de “500 cruzados” e Engenheiro do Mérito Nacional, e como as Cruzadas e os Cruzados, sumiu...

“Cortam as matas ignorando tudo o que está dentro. Ninguém quer saber que lá têm milhares de animais, centenas de milhares de espécies de insetos, de plantas, que fazem o seu equilíbrio. E o equilíbrio natural é complexo, onde às vezes a ausência de um elemento pode causar uma falha muito grande. O homem é que perturba e desequilibra”
- Augusto Ruschi
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:: Fonte: Geografia prof. Marcelo Castro
Referências e outras fontes de pesquisa
:: Augusto Ruschi - O mito do herói - Ambientalista Capixaba.
:: Wikipédia - Augusto Ruschi.
:: O homem das florestas


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE 
FRANK SINATRA
(ator e cantor norte-americano)



CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE  EDITH PIAF
(cantora e compositora francesa)


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE LEDA GONTIJO
(pintora, escultora, designer e ceramista brasileira)


 Leda Gontijo (97 anos)
''Não conheço ninguém que tenha morrido de tanto trabalhar, minha filha. A pessoa morre é de tristeza de não fazer o que gosta ou de não fazer nada.''
- Leda Gontijo

Leda Gontijo, pintora, escultora, designer e ceramista, nasceu em Juiz de Fora (MG), s/d. em 1915. É professora de cerâmica e escultura no seu próprio ateliê, em Lagoa Santa (MG). Foi premiada com a Medalha Machado de Assis, outorgada pela Academia Brasileira de Letras (ABL), pelos trabalhos São Tomás de Aquino e Santo Agostinho (1964).
Participou das seguintes coletivas: Artistas Mineiros, Museu de Artes Populares de Belo Horizonte (1960); XXIV Exposição Internacional de Cerâmica, Faenza, Itália (1966); I Exposição de Cerâmica, Santarém, Portugal (1966); 6 Expressões de Arte Mineira, Galeria Guignard de Belo Horizonte (1982); Guignard e Seus Alunos, Betim, (1990); Consolidação da Modernidade em Belo Horizonte, Museu de Artes Populares de Belo Horizonte (1996). Fez as seguintes individuais: Galeria do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos de Belo Horizoznte (1956-58); Automóvel Clube de Minas Gerais de Belo Horizonte (1958); Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte (1960); Galeria Santa Rosa, no Rio de Janeiro (1963); Iate Tênis Clube, no Rio de Janeiro (1970); Sociedade Cultural e Artística Brasileira, no Raio de Janeiro (1970); Galeria Minart, em Belo Horizonte (1973); Palácio das Artes,em Belo Horizonte (1980); Galeria Cacuá, no Rio de Janeiro (1982); Galeira La Bitta Central D'Arte, em Roma, Itália (1989); Centro Cultural Casarão do Sindicato dos Artistas Plásticos de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Tem obras no Museu de Hamburgo, Alemanha; na Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro; no Museu de Artes Populares, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais e na Praça Raul Soares, em Belo Horizonte; e na Prefeitura de Guarapari, no Espírito Santo.

:: Fonte: FGV CPDOC 


100 ANOS DE SAUDADES (MORTE)

100 ANOS DE SAUDADES DE MÁRIO PEDERNEIRAS
(poeta e jornalista brasileiro)

Mário Veloso Paranhos Pederneiras (Rio de Janeiro RJ, 2 de novembro 1868 - idem, 8 de fevereiro de 1915). Estreá na imprensa por volta de 1878, quando colabora como o jornal estudantil O Imparcial, do Grêmio Literário Artur de Oliveira, no Rio de Janeiro RJ. Colabora ainda com a Gazeta de Notícias, Sans Dessous, O Tagarela e Novidades. Cursa o primeiro e o segundo ano da Faculdade de Direito, em 1888 e 1889, em São Paulo SP, mas não chega a conclui-la. Em 1900 publica Agonia, seu primeiro livro de poesia. Na década de 1910, trabalha na elaboração em prosa da revista teatral inédita Dona Bernarda e da comédia inédita O Dr. Mendes Camacho. Conquista o terceiro lugar no concurso para Príncipe dos Poetas Brasileiros, em 1913, no Rio de Janeiro. Sua obra poética inclui os livros Rondas Noturnas (1901), Histórias do meu Casal, 1904/1906 (1906) e Ao Léu do Sonho e à Mercê da Vida (1912), de estética simbolista. Segundo o crítico Péricles Eugênio da Silva Ramos (1919 - 1992), "um poeta houve entre os nossos simbolistas que se tornou, com o tempo, o cantor das alegrias da vida doméstica e também das tristezas que a assaltam: esse poeta do lar, da saudade da filha morta, da gratidão à esposa, das coisas humildes como as árvores da rua, a mangueira do quintal, o passeio público, etc., foi Mário Pederneiras".

Poemas
Mar
Oh! Mar! Meu velho Mar! que aos pés desta Cidade
As torturas do Amor inconstante padeces...
Sob a paz deste Céu isolado pareces
O caminho que leva à mansão da Saudade.

Lutas contra este Amor, a quem manso ofereces,
Num suplício servil, toda a tua humildade...
Ruges a tua dor... mas desfeito em bondade
Sobre a esteira da praia, em soluço, embranqueces.

Tens um'Alma infeliz que estranha mágoa encerra,
E se às vezes raivoso os teus ódios revelas,
E de tanto sofrer a repulsa da Terra.

Para ver como és bom, basta o enlevo em que rondas
O solene vagar ondulado das velas,
Na cadência orquestral do balanço das ondas.
- Mário Pederneiras.  "Poesia reunida". [Estudo introdutório, organização e estabelecimento de textos: Antonio Carlos Secchin].  Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2004. 


Dor suprema
Que esta Suprema Dor que minh'Alma envelhece,
Que tanto me acabrunha e tanto desalenta,
Que repele a Ilusão, como o Sonho afugenta,
Que não cede ao Clamor, como não cede à Prece;

Que esta Suprema Dor que me prende e acorrenta
A mágoa de esperar o que nunca aparece,
Que se entranha na Vida e se alarga e que cresce
E de encontro à Alegria, em lágrimas, rebenta;

Seja o meu calmo abrigo, o meu sereno asilo,
Onde minh'Alma vá, toda branca e alquebrada,
Pedir o Pouso e a Paz para um viver tranquilo.

E que exsurja da Treva em que agora ando imerso
Para eterna viver aqui — marmorizada —
Na tristeza imortal da Lágrima e do Verso.

- Mário Pederneiras.  "Poesia reunida". [Estudo introdutório, organização e estabelecimento de textos: Antonio Carlos Secchin].  Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2004.
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:: Fonte: Mario Pederneiras - Enciclopédia Itaú Cultural




100 ANOS DE SAUDADES DE ROSALVO RIBEIRO
(pintor brasileiro)


100 ANOS DE SAUDADES DE ALEXANDER SCRIABIN
(compositor russo)


100 ANOS DE SAUDADES DE BATISTA CEPELOS          
(poeta, teatrólogo e romancista brasileiro)


100 ANOS DE SAUDADES DE AGOSTO STRAMM
(poeta e dramaturgo expressionista alemão)


100 ANOS DE SAUDADES DE RAMALHO ORTIGÃO
(jornalista, escritor e bibliotecário brasileiro)


100 ANOS DE SAUDADES DE ALFREDO CÉSAR DE ANDRADE
(pintor e arquiteto italo-português)



PUBLICAÇÕES – 100 ANOS

 Romances 
:: The Voyage Out. (seu primeiro livro ). Virginia Woolf
:: Triste Fim de Policarpo Quaresma. Lima Barreto
:: The Rainbow. D. H. Lawrence
:: Servidão Humana. William Somerset Maugham
:: The Song of the Lark. Willa Cather
:: The Scarecrow of Oz. L. Frank Baum
:: The Lost Prince. Frances Hodgson Burnett
:: The Little Lady of the Big House. Jack London
:: Something Fresh. P. G. Wodehouse
:: Los de Abajo. Mariano Azuela

Novela
:: A Metamorfose. Franz Kafka 

Conto e Crônica
:: Numa e a Ninfa. Lima Barreto 

Poesia
:: La Divina Increnca. Juó Bananère
:: Crystaes Partidos. Gilka Machado



PREMIAÇÕES EM 1915
:: Romain Rolland. Prêmio Nobel de Literatura.
:: William Henry Bragg. Prêmio Nobel de Física.
:: William Lawrence Bragg. Prêmio Nobel de Física.
:: Richard Martin Willstätter. Prêmio Nobel de Química.


FATOS E EVENTOS
2015 ANO DO CENTENÁRIO DA TEORIA GERAL DA RELATIVIDADE 
2015 é o ano do Centenário da Teoria Geral da Relatividade. As equações publicadas por Einstein em 1915 trouxeram a ideia de que a gravidade é uma propriedade do universo em que objetos massivos provocam curvaturas no espaço-tempo. No entanto, um século após, um dos conceitos relacionados à gravidade ainda continua desafiando os cientistas. As equações prevêem que os eventos cósmicos cataclísmicos deveriam enviar ondulações através do espaço-tempo, mas nenhum sinal delas foi captado até hoje. Pensa-se que estas ondulações podem ser provocadas pela colisão de estrelas, formação de buracos negros, ou terem sido geradas pela grande violência do Big Bang. Esta previsão da teoria continua sendo a única que ainda não pôde ser confirmada na prática.
:: Fonte: Raios infravermelhos (blog).
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Outras fontes
:: Teoria da relatividade.
:: WUENSCHE, Carlos Alexandre. Relatividade Geral e Cosmologia. INPE - Divisão de Astrofísica. Disponível no link. (acessado em 2.2.2015).
:: TEORIA da Relatividade Geral - Portal do Astronomo. Disponível no link. (acessado em 2.2.2015).
:: TEORIA da Relatividade - Science. Disponível no link. (acessado em 2.2.2015).



2015 - O ANO INTERNACIONAL DA LUZ 
Unesco declara 2015 como o Ano Internacional da Luz e mobiliza campos científico e social no mundo todo
Com a definição de anos temáticos, articulando ações com organizações de todo o mundo, as agências da ONU ajudam a pautar programas e projetos de governos, empresas e organizações da sociedade civil. Orientada por uma ampla agenda, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mobiliza setores e provoca transformações. Em 2015 será a vez do tema energia ganhar destaque.

Definido como o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias baseadas em Luzes (IYL), 2015 será o momento para discutir a importância da luz na construção de um futuro mais sustentável e mais pacífico. Além do caráter simbólico, o marco também deve inspirar pesquisas para a exploração responsável de recursos naturais.

O lançamento oficial acontece nos próximos dias 19 e 20 na sede da organização, em Paris. O evento dá início a uma série de atividades que devem acontecer até dezembro em países dos cinco continentes. De acordo com a Unesco, essa é uma grande oportunidade de chamar a atenção global sobre como as tecnologias baseadas na luz podem fornecer soluções aos desafios mundiais de energia, educação, agricultura e saúde. Segundo a organização, essas tecnologias têm o potencial de transformar o século 21 assim como a eletrônica transformou o século 20.

Em seu manifesto, a agência argumenta que a luz desempenha um papel vital em nossa vida diária e é uma disciplina transversal da ciência no século 21. Ela revolucionou a medicina, viabilizou a comunicação internacional por meio da Internet, e continua a ser central para a ligação entre os aspectos culturais, econômicos e políticos da sociedade global.

“O Ano Internacional da Luz é uma enorme oportunidade para reforçar que os formuladores de políticas internacionais e demais stakeholders estejam cientes do potencial de resolução de problemas que a tecnologia de luz oferece. Temos agora uma oportunidade única para aumentar a consciência global sobre isso”, explica John Dudley, presidente do Comitê Gestor do IYL 2015.

O presidente da International Society for Optics and Photonics (Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica), Philip Stahl, importante parceiro da iniciativa, também acredita que 2015 será um marco para a comunidade científica e investidores socioambientais. "O Ano Internacional da Luz vai ajudar a aumentar a conscientização sobre as possibilidades inerentes à ciência e à engenharia baseadas na luz, e inspirar uma nova esperança para aqueles que ainda estão à espera de soluções para seus desafios."

Ao longo do ano, a Unesco vai reunir sociedades científicas, instituições educacionais, ONGs e o setor privado interessados em discutir o tema e pensar novas soluções para problemas atuais e futuros. A ideia é que esse coletivo de pensadores e investidores possam vislumbrar e defender o uso de tecnologias para melhorar a qualidade de vida nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Investidores sociais podem perceber na programação uma grande oportunidade para construir parcerias, promover suas ações e atuar em uma iniciativa de abrangência global. Os comitês regionais da Unesco estão articulando atividades que devem fazer parte da programação anual. Todos os contatos estão disponíveis no site do IYL 2015.

Ainda no site, criado especialmente para celebrar o tema, é possível encontrar uma série de conteúdos para serem trabalhados com crianças, adolescentes e adultos. Estão disponíveis textos, álbuns de fotos, vídeos e materiais para download.

Programação mobiliza diversos agentes da sociedade

Todas as atividades já programadas estão listadas em um grande calendário online. É possível conhecer as ações que serão realizadas em escala global e também fazer um filtro por país. Um exemplo é a série de palestras “Einstein no 3o Milênio” que acontece de 3 de março a 28 de abril em Belo Horizonte (MG). A ideia é levar informação sobre física contemporânea para não-especialistas. Confira.

Outro destaque é o International Year of Light Science Show, que acontece em São Carlos (SP) nos dias 17 e 18 de julho. A cidade de São Paulo também será palco do L-RO - Creating Light for Coexistence. O evento, que acontece de 15 a 19 de agosto,  busca discutir a importância da luz sob uma perspectiva social.

Confira a programação completa.

Histórico de mobilização social 
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) tem ampla experiência na criação de anos temáticos ligados a causas urgentes da sociedade moderna. A intenção é promover a livre circulação de ideias, estimular a criação e a criatividade, financiar atividades em diversas regiões do mundo, promover pesquisas e orientar a exploração sustentável de recursos naturais.


A expectativa da Unesco é que as atividades de 2015, durante o Ano Internacional da Luz, obtenham o mesmo sucesso que tev
e o tema agricultura familiar. Confira o vídeo inspiracional desenvolvido para celebrar a data e promover a iniciativa.
:: Fonte: GIFE 
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Fontes e referências de pesquisa
:: PERES, Nuno; CUNHA, Luís. 2015 - O Ano Internacional da Luz. Ciência - Universidade do Minho - Escola de Ciência. Disponível no link. (acessado em 2.2.2015).
:: SANTOS, Carlos Alberto dos. 2015 - O Ano Internacional da Luz. Instituto Ciência Hoje, 05 set. 2014. Disponível no link. (acessado em 2.2.2015).
:: A Luz « Ano Internacional da Luz 2015.
:: UNESCO - 2015 - Ano Internacional da Luz.



© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske

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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Centenários 2015 - personagens e obras - Dezembro/2014. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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Página atualizada em  02.02.2015.


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