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Centenários de 2013 - personalidades e obras

"Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só"
- Vinicius de Moraes, in "Samba da Benção".

Centenários em 2013 da Literatura, Música, Artes, Esporte, Ciência e Política

PERSONALIDADES


CENTENÁRIO DE RUBEM BRAGA
[100 anos de Rubem Braga]

Rubem Braga - (Divulgação)
Rubem Braga (Cachoeiro do Itapemirim ES 12 de janeiro de 1913 - Rio de Janeiro RJ 19 de dezembro de 1990). Cronista, poeta e jornalista. Nascido no estado do Espírito Santo, numa família de sete irmãos, recebe em casa as primeiras lições, conduzidas pela irmã mais velha. Estuda em Niterói, Rio de Janeiro, entre 1927 e 1928, onde conclui o curso ginasial. Em 1929, realiza suas primeiras crônicas para o jornal Correio do Sul, de Cachoeiro do Itapemirim. Ingressa na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, mas finaliza a graduação na Faculdade de Belo Horizonte, em 1932. É, então, contratado pelo Diário da Tarde, para o qual passa a escrever crônicas diárias. Ainda em 1932, realiza a cobertura da Revolução Constitucionalista para os Diários Associados, de Assis Chateaubriand. No ano seguinte, transfere-se para o Diário de S.Paulo e, em 1935, é convidado a trabalhar no Diário da Noite e em O Jornal, ambos no Rio de Janeiro. Ainda em 1935, recebe convite para chefiar a página policial do Diário de Pernambuco e muda-se para o Recife. Posteriormente, trabalha na fundação da Folha do Povo, órgão ligado à Aliança Nacional Libertadora (ANL), de oposição ao governo de Getúlio Vargas. Perseguido, muda-se para o Rio de Janeiro, onde integra a equipe de A Manhã, também ligado à ANL. Por sua manifestação de adesão à Intentona Comunista, o jornal é fechado pelo governo. Já em Minas Gerais, publica o primeiro livro, a seleção de crônicas O Conde e o Passarinho (1936). Em 1937, instaurado o Estado Novo, volta a ser perseguido, por sua participação na fundação da revista Problemas, em que se reúnem intelectuais marxistas e socialistas. Em 1940, quando tenta sair de São Paulo para o norte do país, é preso. Torna-se, em 1943, chefe de publicidade do Serviço Especial de Saúde Pública de Minas Gerais, onde há uma grande mobilização de políticos e intelectuais oposicionistas. No ano seguinte, publica seu segundo livro, O Morro do Isolamento, e vai à Itália com a Força Expedicionária Brasileira, enviado pelo Diário Carioca para cobrir a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. As viagens internacionais tornam-se constantes: cobre a eleição de Perón, na Argentina, em 1946; passa seis meses em Paris, como correspondente de O Globo, em 1947; entre 1950 e 1952, atua como correspondente europeu para o Correio da Manhã; em 1956, acompanha a eleição de Dwight D. Eisenhower, nos Estados Unidos. Durante o governo de João Café Filho (1954-1955), assume, por oito meses, a chefia do Escritório de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil no Chile. É nomeado por Jânio Quadros embaixador do Brasil em Marrocos, em 1962. Com Fernando Sabino (1923 - 2004), cria a Editora do Autor, em 1960, e, com a participação também de Otto Lara Resende (1922 - 1992), a Editora Sabiá, em 1967, que, posteriormente, é adquirida por José Olympio. A partir de 1975, integra a equipe de jornalismo da Rede Globo de Televisão. 
Fonte: Enciclopédia de Literatura Brasileira - Itaú Cultural




CENTENÁRIO DE WALTER PINTO
[100 anos de Walter Pinto]


Walter Pinto
Walter Pinto (Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1913 — 21 de abril de 1994). Produtor e autor. Produtor dos maiores espetáculos de teatro de revista brasileiro, é responsável pela reformulação do gênero, nos anos 1940 e 1950.

Em 1940, com a morte prematura do irmão Álvaro, Walter Pinto assume a direção da Empresa de Teatro Pinto, que desde os anos 1920 se dedica ao teatro musicado. A Companhia Walter Pinto estreia com É Disso que Eu Gosto, de Miguel Orrico, Oscarito Brennier e Vicente Marchelli, 1940, título extraído da música que Carmem Miranda cantava, à frente do elenco, com Oscarito e Margot Louro. Durante toda a década de 1940, os espetáculos são quase que exclusivamente dirigidos por Otávio Rangel. O produtor tira a ênfase do autor e dos primeiros atores para valorizar a espetacularidade da cena: escadas, luzes, grandes coreografias, efeitos de maquinaria, coros numerosos e grande orquestra garantem o sucesso dos espetáculos que se sucedem. Contrata coristas argentinas, francesas e até russas que atuam principalmente nas partes musicais, para as quais mantém um grupo de bailarinas. Durante a guerra, ensaia quadros patrióticos.

Os títulos anunciam a jocosidade e mesmo a falta de história dos espetáculos: Assim... Até Eu, de Olavo de Barros e Saint-Clair Senna, Os Quindins de Yayá, de J. Maia e Walter Pinto, A Cabrocha Não É Sopa, de Freire Jr., todos de 1941; Passo de Ganso, de Freire Jr., de 1942; Rei Momo na Guerra, de Freire Jr. e Assis Valente, Comendo as Claras, de Paulo Orlando e Walter Pinto, de 1943; Tico-Tico no Fubá, de Alfredo Breda e Walter Pinto, Momo na Fila, de Geysa Bôscoli e Luiz Peixoto, de 1944; Bonde da Laite, de Geysa Bôscoli e Luiz Peixoto, Canta Brasil, de Luiz Peixoto, Geysa Bôscoli e Paulo Orlando, Rabo de Foguete, de Luiz Peixoto, Saint-Clair Senna e Walter Pinto, de 1945; Carnaval da Vitória, de Luiz Peixoto, Saint-Clair Senna e Walter Pinto, Não Sou de Briga, de Freire Jr. e Walter Pinto, Nem Te Ligo..., de Freire Jr. e Walter Pinto; Quê que Há com Teu Piru?, de Freire Jr., Saint-Clair Senna, Fernando Costa e Walter Pinto, 1946; Não Chacoalha!, de Freire Jr. e Walter Pinto, 1947; Tem Gato na Tuba, de Freire Jr. e Walter Pinto, 1948; Vamos pra Cabeça!, de Freire Jr. e Humberto Cunha; Está com Tudo e Não Está Prosa, de Freire Jr. e Walter Pinto, 1949. No elenco, Virginia Lane e Dercy Gonçalves eram as atrizes assíduas.

O tema do carnaval, pela óbvia semelhança do descompromisso, da musicalidade e do apelo ao corpo, é recorrente. Técnica e artisticamente, os espetáculos da Companhia Walter Pinto atingem, como se dizia em seu tempo, nível internacional. O cronista Carlos Machado cita o ator francês Paul Nivoix, sobre Trem da Central, de Freire Jr. e Walter Pinto, 1948: "Nunca imaginei que no Brasil houvesse um produtor de tal força para extasiar o público. O que acabo de ver em Trem da Central é digno de ser mostrado em qualquer parte do mundo sem receio de ser superado".¹

Na década de 1950, o produtor recebe durante quatro anos, três deles seguidos, o prêmio da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, de melhor produtor de teatro musicado, categoria criada em conseqüência de seu trabalho e muito provavelmente a ele dedicada. Na mesma coluna, Carlos Machado publica: "O êxito de Walter Pinto é devido, sobretudo, a ele mesmo. Podem figurar nos letreiros luminosos os nomes de Oscarito, Virginia Lane, Grande Otelo ou Mara Rubia, as maiores atrações nacionais. De um momento para outro, esses grandes nomes [...] são obrigados a sair do palco das revistas de Walter Pinto. Saem mas não fazem falta. O êxito é o mesmo... A explicação é óbvia: Walter Pinto apresenta uma revista em conjunto, e é o conjunto que se firma. Sua maior vitória está neste detalhe".

Nos anos 1960, o produtor passa a assinar também a direção e o texto dos espetáculos.

Notas
¹. NIVOIX, Paul. Citado por MACHADO, Carlos. Walter Pinto, marca registrada. Diário da Noite, Rio de Janeiro, 25 maio 1957. O Rio Antes e Depois da Meia-Noite.
Fonte: Enciclopédia do Teatro/Itaú Cultural



100 ANOS SEM ALUÍSIO DE AZEVEDO

Aluísio de Azevedo
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (São Luís MA 14 de abril de 1857 - Buenos Aires, Argentina 21 de janeiro de 1913). Romancista, contista, e dramaturgo. É irmão do escritor Artur Azevedo (1855 - 1908). Na juventude interessa-se por desenho e pintura e se matricula no Liceu Maranhense em 1871. Cinco anos depois, vai para o Rio de Janeiro para ingressar na Academia Imperial de Belas Artes, inicia suas colaborações em jornais, e exerce a função de caricaturista em O Fígaro. Volta a São Luís, em razão da morte de seu pai, em 1878. Em sua cidade natal, estréia como romancista em 1879, com o livro Uma Lágrima de Mulher, que se aproxima da estética romântica. Participa da fundação, em 1880, do periódico anticlerical O Pensador, do qual se torna um dos redatores. No ano seguinte, lança o romance O Mulato, cujo teor crítico à sociedade maranhense e o realismo sem censura provocam grande polêmica, incluindo manifestações públicas de indignação em jornais, o que motiva o seu retorno ao Rio de Janeiro em 1881. Memórias de um Condenado e Mistérios da Tijuca são publicados em folhetim em 1882, respectivamente em A Gazetinha e Folha Nova. Azevedo suprime partes e reescreve trechos de O Mulato, em 1889, para nova edição, de conteúdo menos polêmico. Vai para a Espanha, na condição de vice-cônsul, em 1895, após a edição do Livro de uma Sogra. Reúne contos, incluindo alguns da obra Demônios, e lança Pegadas, em 1897. Transfere-se para Yokohama, no Japão. Nomeado cônsul, se estabelece em La Plata, na Argentina, em 1899. Muda-se, após dois anos, para Cardiff, no País de Gales. É promovido a cônsul de primeira classe em Assunção, Paraguai, em 1910. Torna-se adido comercial do Brasil na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. No fim de agosto de 1912, o escritor sofre um atropelamento. Suspeita-se que sua morte, no início do ano 1913, seja conseqüência das seqüelas do acidente. A obra de Azevedo é quase toda ligada a jornais, para os quais desenha, escreve artigos e publica romances em folhetim.
Fonte: Enciclopédia de Literatura Brasileira - Itaú Cultural


CENTENÁRIO DE DONA ZICA
[100 anos de Dona Zica]

Dona Zica

Dona Zica, pseudônimo de Euzébia Silva do Nascimento (Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1913 -Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2003) foi sambista da velha guarda da Estação Primeira de Mangueira e foi a última mulher do sambista Cartola.
Grande símbolo do carnaval carioca, Dona Zica participou da novela Xica da Silva e sua biografia foi escrita pela escritora pernambucana Odacy de Brito Silva. Ficou mais conhecida ao se casar com Cartola.
Dona Zica já tinha mais de 40 anos de idade quando se casou com Cartola, em 1954. Eles se conheciam desde jovens mas nunca haviam namorado, eram vizinhos no Morro da Mangueira, onde moravam. Não namoraram pois Zica já estava comprometida e na época a mulher era mal vista se o seu noivado fosse desfeito.
Zica casou-se aos 19 anos com seu primeiro marido, teve cinco filhos biológicos e um adotivo. Ficou viúva após 20 anos de casada. Cartola também se casou, porém não tivera filhos, porque era estéril. Após ficar viúvo, viveu mais de 10 anos longe da Mangueira. Um dia, voltou e reencontrou sua antiga amiga, Zica, e começou a se interessar mais por ela, e passou a namorá-la. Casaram-se e viveram juntos 26 anos, até a morte dele, em 1980.
Dona Zica, morreu aos 89 anos de problemas cardiovasculares. É figura inesquecível na história da nossa música, sendo bastante amiga de Dona Neuma, outra grande personalidade da Mangueira.
A escola de samba da Mangueira foi fundada em 1928, sendo a segunda escola da história do Rio, fusão de cinco blocos carnavalescos.
Fonte: Wikipédia




CENTENÁRIO DE ANTON WALTER SMETAK - O ALQUIMISTA DOS SONS
[100 anos de Anton Walter Smetak]
Anton Walter Smetak - Foto: Acervo Família Smetak
Anton Walter Smetak (Zurique, 12 de fevereiro de 1913 - Salvador, Bahia, 30 de maio de 1984) foi um músico suíço que viveu no Brasil a partir de 1937. violoncelista, compositor, escritor, escultor e construtor de instrumentos musicais, Smetak lecionou na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia e influenciou toda uma geração de músicos brasileiros, entre os quais Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Marco Antônio Guimarães.
Falar sobre música é uma besteira, mas executá-la é uma loucura”, dizia Smetak.
Influenciado pela doutrina esotérica de Helena Blavatsky, ele dizia estar mais interessado no mistério dos sons do que no da música. “Tenho procurado diferenciar claramente o fazer som, um meio de despertar novas faculdades da percepção mental, e o fazer música, apenas um acalento para velhas faculdades da consciência.”
Em 1929, ingressou no Conservatório de Zurique. Continuou seus estudos no Mozarteum de Salzburg e diplomou-se como concertista de violoncelo em Viena. Em 1937, contratado pela Rádio Farroupilha de Porto Alegre, mudou-se para o Brasil.
Foi professor de violoncelo no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, trabalhou na Sinfônica Brasileira e, em São Paulo, no Teatro Municipal.
Tornou-se professor da Universidade Federal da Bahia, em 1957. Em Salvador, encontrou espaço para suas experimentações.
Criava novos instrumentos em busca de uma nova música. Nasceram assim as “plásticas sonoras”, instrumentos feitos com cabaças, cordas, tubos de PVC e outros materiais que aproximavam música e artes visuais.
A Tropicália descobriu Smetak. Sua oficina era frequentada por Gilberto Gil, Rogério Duarte, Tom Zé. Caetano Veloso produziu um de seus álbuns.
“Eu costumava chamá-lo carinhosamente de Tak, Tak”, conta Gilberto Gil. “Não só pelo expediente afetivo de abrandar, com um apelido, a suposta/imposta seriedade da relação mestre/discípulo, como pela lembrança que a sua condição de suíço trazia de relógios.”


CENTENÁRIO DE PAUL RICOEUR
[100 anos de Paul Ricoeur]


Paul Ricoeur
Paul Ricoeur, nascido em 27 de Fevereiro de 1913 em Valence, sudeste de França,  e falecido a 20 de maio de 2005, em Chatenay-Malabry, França. Paul Ricoeur, o filósofo francês foi prisioneiro durante a II Guerra Mundial, tendo no pós-guerra iniciado a atividade de acadêmico na Universidade de Sorbonne.

Ricoeur passou ainda pelas universidades de Louvaina (Bélgica) e Yale (EUA), onde fez uma importante obra de filosofia política.
O filósofo opunha-se a todos os totalitarismos, à guerra da Argélia (1954-1962) e à da Bósnia, em 1992, tendo escrito obras como "Histoire et Verité" (1955), "Soi-même comme un autre" (1990), e "La Memoire, l'histoire, l'oubli" (2000).
Ricoeur participou em grandes debates do pós-guerra sobre a linguística, a psicanálise, o estruturalismo e a hermenêutica, com um interesse particular pelos textos sagrados do cristianismo.
Militante socialista desde 1933 e profundamente cristão, Paul Ricoeur - viúvo e pai de cinco filhos - publicou a sua última obra "L'Hermenéutique biblique" em 2001.
Site Oficial Paul Ricoeur





CENTENÁRIO DE NUNO ROLAND
[100 anos de Nuno Roland]

Reinold Correia de Oliveira,nome artístico, Nuno Roland (Joinville, 1 de março de 1913 — 20 de dezembro de 1975) foi um dos grandes cantores da época de ouro do rádio brasileiro.
Os cantores Jamelão, Gilberto Milfont, Nuno Roland,
Lenita Bruno, Zezé Gonzaga e Araci Costa. 16/11/1958.
Acervo Correio da Manhã/Arquivo Nacional
Iniciou sua carreira artística em 1931 como cantor num cassino de Passo Fundo, RS. Durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul conheceu Lupicínio Rodrigues, de quem se tornou amigo.
Em 1934, seguiu para São Paulo onde fez grande sucesso apresentado-se inicialmente na Rádio Record e depois na Rádio Educadora Paulista. Foi em São Paulo que adotou o nome artístico de Nuno Roland.
Em 1936 mudou-se para o Rio de Janeiro onde assinou contrato com a Rádio Nacional. Estreou na inauguração da emissora em 12 de setembro daquele ano.
Em 1950, gravou as marchas do Botafogo e do Olaria dentro da série de marchas feitas por Lamartine Babo para os clubes de futebol cariocas e lançadas naquela ocasião.
Em 1958, gravou na Continental a marcha "Adeus, São João", de Paulo Tapajós e João de Barro. No ano seguinte, ainda na Todamérica, gravou a marcha "Lua caprichosa" e o samba "É proibido assoviar", as duas de Peterpan e Amado Régis. Gravou dois sambas-canção em 1960, "Cada vez mais longe", de Alcyr Pires Vermelho e Luiz Peixoto e "Camboriú", de Radamés Gnattali e Alberto Paes. A partir dessa época sua carreira declinou e ele começou a gravar por pequenas gravadoras. Lançou discos pelos selos Belacap, Caravele, Carroussel, Constelação, Havana, Pawal, Serenata e Sonivox, sem grande sucesso. 
Em 1968, participou do espetáculo "Carnavália", de Sidney Miller e P. A . Grisolli, que ficou quase um ano em cartaz no Teatro Casa Grande, Leblon, Rio de Janeiro. O espetáculo, estrelado por Nuno Roland, Marlene e Blecaute, foi gravado ao vivo por Ricardo Cravo Albin e lançado em dois LPs pelo Museu da Imagem e do Som. 
Fonte: anosdourados 





CENTENÁRIO DE HILDEGARD ROSENTHAL
[100 anos de Hildegard Rosenthal]
(é considerada a primeira mulher a atuar como fotojornalista no Brasil)

Hildegard Rosenthal (Auto-Retrato, ca. 1938)
[Acervo Instituto Moreira Salles]
Hildegard Baum Rosenthal (Zurique, Suíça 1913 - São Paulo SP 1990). Fotógrafa. Vive até a adolescência em Frankfurt, Alemanha, onde estuda pedagogia, de 1929 a 1933. Mora em Paris entre 1934 e 1935. De volta a Frankfurt, estuda fotografia com Paul Wolff (1887-1951) - um especialista em câmeras de pequeno formato - e técnicas de laboratório no Instituto Gaedel. Em conseqüência do regime nazista transfere-se para São Paulo, em 1937. Nesse ano, começa a trabalhar como orientadora de laboratório na empresa de materiais e serviços fotográficos Kosmos. Poucos meses depois, é contratada como fotojornalista pela agência Press Information, e realiza reportagens para periódicos nacionais e internacionais. Nesse período, documenta São Paulo, Rio de Janeiro, o interior paulista e cidades do sul do Brasil, além de retratar diversas personalidades da cena cultural paulistana, como o pintor Lasar Segall (1891 - 1957) e o escritor Guilherme de Almeida (1890 - 1969). Interrompe sua atividade profissional em 1948 com o nascimento da primeira filha. Em 1959, após o falecimento do marido, assume a direção da empresa da família. Suas fotos permanecem pouco conhecidas até 1974, quando o historiador da arte Walter Zanini realiza uma retrospectiva de sua obra no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP. No ano seguinte, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo - MIS/SP é inaugurado com a mostra Memória Paulistana, de Hildegard Rosenthal. Em 1996, o Instituto Moreira Salles adquire mais de 3 mil negativos de sua autoria.
Cronologia de vida e obra
Nascimento/Morte
1913 - Zurique (Suíça) - 25 de março. Os pais estavam de passagem pela Suíça, é registrada em Frankfurt (Alemanha)

1990 - São Paulo SP - 16 de setembro

Menino Jornaleiro, 1940 - Foto: Hildegard Rosenthal
[Acervo Instituto Moreira Salles]
Fotógrafa
1934 - Denunciada à polícia nazista pelo irmão por manter relacionamento com o judeu Walter Rosenthal, seu futuro marido. Foge da Alemanha para Paris
1934/1935 - Reside na casa da escritora Eugênia Markowa e do pintor Marck Swarc em Paris
1935/1936 - Retorna a Alemanha e aperfeiçoa seus conhecimentos em fotografia no Instituto Gaedel, em Frankfurt, onde é aluna de Paul Wolf, incentivador da câmera Leica e dos filmes 35mm
1935 - Primeiro Lugar no concurso internacional do jornal Wiener Freie Press´, com a foto O Retrato de um Menino
1936 - Trabalha como fotógrafa na empresa Rhein Mainischer Bildverlog
1937 - Tem uma breve estada em Paris e no mesmo ano viaja para o Brasil, fixando residência em São Paulo
1937/1956 - É contratada pela agência Press Information. Difunde a câmera de pequeno formato entre os repórteres brasileiros e é considerada a primeira repórter fotográfica brasileira. Tem fotos publicadas nas revistas Geographic Magazin (Londres), Observador, A Cigarra, Rio, Sombra; e nos jornais La Prensa (Buenos Aires), Gazeta do Sul (Cananéia SP), Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Trabalha com uma Leica e depois com uma Rolleiflex. Retrata personalidades, documenta as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de denunciar os problemas sociais da vida rural paulista e fotografar o trabalho de sitiantes nas plantações de chá.
1959 - Deixa de fotografar profissionalmente.
Fonte: Enciclopédia das Artes Visuais/Itaú Cultural




CENTENÁRIO DE CARLOS GALHARDO
[100 anos de Carlos Galhardo]
(um dos principais cantores da Era do Rádio)

Carlos Galhardo
Nascido Catello Carlos Guagliardi (São Paulo, SP 24 de abril de 1913 - Rio de Janeiro, RJ 25 de julho de 1985). Filho de pais italianos, nasceu em São Paulo. Quando tinha um ano de idade, a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, cidade onde passou a infância. O pai era comerciante e no Rio de Janeiro passou a trabalhar em loterias no bairro do Rio Comprido. Perdeu a mãe aos 8 anos de idade. Em 1921, ingressou em uma escola pública onde cursou o primário. Foi aprendiz de alfaiate, ofício que exerceu enquanto continuava os estudos, tendo cursado apenas o primário. Aos 16 anos de idade, empregou-se em uma charutaria, voltando pouco depois a seu ofício de alfaiate. Embora não gostasse do ramo, passou por várias alfaiatarias do Rio e, numa delas, trabalhou com Salvador Grimaldi, alfaiate e barítono com quem costumava ensaiar duetos de ópera. Em casa também cantava canções italianas e árias de ópera. Teve sua primeira oportunidade em 1932, quando foi ouvido por Francisco Alves, Mário Reis e Lamartine Babo em uma reunião social quando o aconselharam a tentar o rádio. Fez um teste cantando o samba "Até amanhã", de Noel Rosa, e foi contratado pela gravadora Victor, inicialmente fazendo parte do coro que acompanhava as gravações.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira



CENTENÁRIO DE JAMELÃO
[100 anos de Jamelão]

Jamelão (Divulgação)
José Bispo Clementino dos Santos, mais conhecido como Jamelão (Rio de Janeiro, 12 de maio de 1913 – Rio de Janeiro, 14 de junho de 2008), foi um cantor brasileiro, tradicional intérprete dos sambas-enredo da escola de samba Mangueira. Nasceu no bairro de São Cristóvão e passou a maior parte da juventude no Engenho Novo, para onde se mudou com seus pais. Lá, começou a trabalhar, para ajudar no sustento da família - seu pai havia se separado de sua mãe. Levado por um amigo músico, conheceu a Estação Primeira de Mangueira e se apaixonou pela escola de samba.
Ganhou o apelido de Jamelão na época em que se apresentava em gafieiras da capital fluminense. Começou ainda jovem, tocando tamborim na bateria da Mangueira e depois se tornou um dos principais intérpretes da escola.
Passou para o cavaquinho e depois conseguiu trabalhos no rádio e em boates. Foi "corista" do cantor Francisco Alves e, numa noite, assumiu o lugar dele para cantar uma música de Herivelto Martins.
A consagração veio como cantor de samba. Sua primeira gravadora foi a Odeon. Depois, trabalhou para a Companhia Brasileira de Discos, Philips e mais tarde para a Continental, onde gravou a maioria de seus álbuns, para a RGE e depois para a Som Livre. Entre seus sucessos, estão "Fechei a Porta" (Sebastião Motta/ Ferreira dos Santos), "Leviana" (Zé Kéti), "Folha Morta" (Ary Barroso), "Não Põe a Mão" (P.S. Mutt/ A. Canegal/ B. Moreira), "Matriz ou Filial" (Lúcio Cardim), "Exaltação à Mangueira" (Enéas Brites/ Aluisio da Costa), "Eu Agora Sou Feliz" (com Mestre Gato), "O Samba É Bom Assim" (Norival Reis/ Helio Nascimento) e "Quem Samba Fica" (com Tião Motorista).
De 1949 até 2006, Jamelão foi intérprete de samba-enredo na Mangueira, sendo voz principal a partir de 1952, quando sucedeu Xangô da Mangueira. Em janeiro de 2001, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Também Foi intérprete da Escola de Samba Paulistana Unidos do Peruche nos anos de 1988,1989,1994 e 1998 e sempre foi recebido com muita estima pela comunidade. Diabético e hipertenso, Jamelão teve problemas pulmonares e, desde 2006, sofreu dois derrames. Afastado da Mangueira, declarou em entrevista: "Não sei quando volto, mas não estou triste."
Morreu às 4hs do dia 14 de junho de 2008, aos 95 anos, na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em sua cidade natal, por falência múltipla dos órgãos. O enterro foi no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.
Fonte: Wikipedia



CENTENÁRIO DE CYRO MONTEIRO
[100 anos de Cyro Monteiro]

Cyro Monteiro
Cyro Monteiro nasceu no Rio de Janeiro, em 28 de maio de 1913, na Estação do Rocha, sendo o quarto de nove irmãos, todos com nomes começados com "C". Era sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto) e tio de Cauby Peixoto. Passou a infância e a juventude em Niterói. Cantava em festas e rodas de amigos. Fazia dueto com seu irmão Careno, inspirados na dupla Sylvio Caldas-Luiz Barbosa. Numa emergência, já que conhecia todo o repertório deles, a pedido do próprio Sylvio, foi substituir Luiz Barbosa num programa da Rádio Educadora. Isso em 1933. Preferiu, porém, voltar a Niterói, não desfazer a dupla com o irmão e não deixar seu ambiente!
No ano seguinte, foi levado para um teste na Rádio Mayrink Veiga. Aprovado, foi escalado para um programa diurno, mas logo subiria para os noturnos, com Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Gastão Formenti e outros cartazes. Se Luiz Barbosa marcava o ritmo no chapéu de palha, e Joel de Almeida foi seu seguidor, Cyro descobriu na caixa de fósforo sua característica "instrumental".
Grava seu primeiro disco na Odeon, para o carnaval de 1936, com sambas Vê Se Desguia e Perdoa, sem maior repercussão, mesmo porque o ano foi concorridíssimo. Em 1937, por encomenda, para promoção da festa da Uva de Jundiaí, grava dois discos particulares na R.C.A. Victor. Finalmente, em meados de 1938, grava o samba Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues-Felisberto Martins), que abre o caminho para ele e Lupicínio. Era seu primeiro disco na R.C.A. Victor. Cyro tinha voz, ritmo, sabia modular e improvisar. Notável também era sua capacidade de fazer amigos, mercê do seu calor humano e infinita bondade.
"Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho deplorável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Cyro Monteiro. Pois Cyro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade. "(Vinícius de Moraes, contracapa de Senhor Samba, Colúmbia Lp. 37.190, 1961).
"Formigão" para os amigos, e "O Cantor das Mil e uma Fãs", para todos os seus admiradores, torcedor do Flamengo, mas um flamenguista de que até os "adversários" gostavam, faleceu no Rio, em 13.7.1973, com 60 anos. Foi sepultado, com grande acompanhamento, no São João Batista, "ao som da marcha do Flamengo, cantada por integrantes da torcida jovem, coberto com a bandeira do clube e da Estação Primeira de Mangueira".
"Um desfalque que a bossa de nenhum outro cantor poderia jamais preencher. (...) O sobrinho de Nonô, de quem Vinícius pedia a bênção, demonstrou, ao longo de toda a sua carreira artística, fidelidade absoluta à espécie de música que abraçou, desde o princípio." (Mário Leônidas Casanova).
Fonte: Samba e Choro/ e Selo Revivendo



CENTENÁRIO DE AIMÉ CÉSAIRE
[100 anos de Aimé Césaire ]

Aime Cesaire, foto: Louis Monier
"a cultura é tudo o que o homem inventou para tornar o mundo vivível e a morte afrontável"
Aimé Fernand David Césaire (Basse-Pointe, Martinica, 26 de junho de 1913 — Fort-de-France, 17 de abril de 2008) foi um poeta, dramaturgo, ensaísta e político da negritude.
Além de ser um dos mais importantes poetas surrealistas no mundo inteiro, inclusive no dizer do líder deste movimento, Breton, Aimé Césaire foi, juntamente ao Presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, o ideólogo do conceito de negritude, sendo a sua obra marcada pela defesa de suas raízes africanas.
Vida e obra
Filho de um pequeno funcionário e uma costureira, tendo sido um estudante brilhante na Martinica, departamento ultramarino insular francês no Caribe, Césaire conquistou uma bolsa de estudos no Liceu Louis Le Grand, em Paris. Estudante em Paris, junto a outros estudantes, entre ele Léopold Sédar Senghor, funda o jornal L'Étudiant noir " (O Estudante negro), no ano de 1934. Nas páginas deste jornal aparece pela primeira vez o conceito de "negritude", formulando dentro da própria França uma crítica à opressão cultural do sistema colonial francês, não sendo propriamente um projeto político [1].
Já tendo iniciado a produção da sua obra "Cahier d'un Retour au Pays Natal", casa-se em 1937 e regressa à Martinica em 1939, onde leciona na área de Letras, na qual se formou. Na martinica funda a revista "Tropiques", com um projeto de reapropriação do patrimônio cultural martiniquês.
Tendo Breton passado pela Martinica durante a II Grande Guerra, conhece a poesia, fica fascinadio com a poesia de Césaire, e prefacia o livro "Les Armes Miraculeuses" (As Armas Miraculosas) de 1941.
Unido agora ao Surrealismo, Césaire viaja ao Haiti como adido cultural, e sua estada lá passará a marcar sua obra, inspirando-se no único país que conquistou a sua independência através de uma revolução feita por escravos negros.
Retornando à Martinica, embora o centro de sua vida fosse, então, a vida literária, foi pressionado pelas lideranças comunistas, que viam nele um símbolo. A partir daí, foi presidente da câmara (prefeito) de Fort-de-France e deputado, entre 1945 e 2001 e fundador de um partido chamado "progressista", decidido a instaurar a autonomia e um socialismo independente na Martinica, contrário ao comunismo tendente ao colonialismo de Stálin.
Em 1946, o político Césaire seria o relator da lei que elevava à categoria de Departamentos Franceses várias das suas colônias ultramarinas.
Em 1950, funda, em Paris, a revista "Presences Africaines "(Presença Africana), onde publica "Discurso sobre o colonialismo ", tecendo uma dura crítica ao colonialismo e ao racismo europeu, comparando-os ao nazismo, e conclamando os intelectuais europeus a se manifestarem sobre o assunto.
Sempre próxima do Surrealismo, embora mais precisa e concisa, portanto mais racional na construção do texto, a partir de um dado momento, a obra de Césaire era considerada por ele próprio mais influenciada por Rimbaud e Lautréamont, precursores do Surrealismo, além de Mallarmé e a poesia negra dos EUA.
Sua obra foi traduzida para várias línguas como o inglês, o alemão, o espanhol, etc, sendo sua obra reconhecida através de vários colóquios organizados no mundo inteiro.
Site Oficial em homenagem ao poeta  - Entrevista a revista de cultura, nº 53 



100 ANOS SEM JOAQUIM MARIA CARNEIRO VILELLA

Joaquim Maria Carneiro Vilella
Joaquim Maria Carneiro Vilella (Recife, 9 de abril de 1846 — Recife, 1º de julho de 1913) foi um escritor brasileiro, autor do renomado romance A emparedada da Rua Nova, escrito em folhetins entre 1909 e 1912.
Foi romancista, comediógrafo, poeta e jornalista. Em 1866 foi nomeado bibliotecário. Exerceu ainda o cargo de juiz. Na companhia de outros escritores, fundou a Academia Pernambucana de Letras.
Escreveu cerca de quatorze romances utilizando o folhetim então em voga nos jornais de seu estado. Dotado de grande capacidade, chegava a escrever três folhetins por dia.
Segundo Luís Delgado: "Era um homem versátil e andejo". Foi autor de romances, crônicas, comédias, artigos e poemas. Além disso, ainda pintava quadros e fazia cenários teatrais.
Seu polêmico romance naturalista, A emparedada da Rua Nova, provocou tanta polêmica na época, que pensou-se posteriormente tratar-se de um caso verídico, entre a sociedade recifense, o dramático caso narrado no livro. Um abastado comerciante, Jaime Favais, enganado pela mulher e enlouquecido pela gravidez da filha solteira, lava com sangue e desvario a sua "honra". A obra já está na quarta edição de publicação e, graças a Lucilo Varejão Filho, foi recentemente reeditada na coleção Grandes Mestres do Romance Pernambucano. Saiba mais acessando o link.



CENTENÁRIO DE WILSON BATISTA
[100 anos de Wilson Batista]

Chamado, por Paulinho da Viola, de “o maior sambista brasileiro de todos os tempos

Wilson Batista
Wilson Batista (Wilson Baptista de Oliveira) nasceu em Campos, Rio de Janeiro, em 3 de julho de 1913. Filho de família humilde – o pai era guarda municipal -, viveu a infância pescando, assistindo a brigas de galo e tocando triângulo na bandinha dirigida por seu tio Ovídio. Na adolescência cursou marcenaria no Instituto de Artes e Ofícios e integrou o Bando Corbeille de Flores, para o qual criou suas primeiras composições. Aos 15 anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar como acendedor de lampiões.
Logo passou a frequentar as rodas boêmias da Lapa e da praça Tiradentes, pontos de encontro de artistas e marginais. Influenciado pela convivência com gente de teatro, tentou os ofícios de eletricista e contra-regra, sem muito empenho, pois o que desejava realmente era iniciar sua carreira de compositor. 
Em 1929 teve seu primeiro samba, “Na Estrada da Vida”, cantado no palco por Araci Cortes, a grande estrela do teatro de revista. Três anos depois, já integrado no meio musical – chegou a atuar como cantor e ritmista na orquestra de Romeu Malagueta -, conseguiu a primeira gravação de uma composição de sua autoria, o samba “Por Favor, Vai Embora”. A partir de então, passou a compor profissionalmente tendo a oportunidade de trabalhar com parceiros de renome, como Ataulfo Alves, Nássara, Marino Pinto, Haroldo Lobo, Roberto Martins, Antônio Almeida, Orestes Barbosa etc.
Sua produção nos anos de 1930, entretanto, não teria ainda qualidade para eleva-lo ao primeiro escalão da música popular brasileira. Dentre as composições que lançou nesse período, pode-se considerar como a mais importante o samba “Lenço no Pescoço”, provocador da célebre polêmica musical que sustentou com Noel Rosa.
Em 1940 iniciou sua melhor fase, que se estendeu até meados da década seguinte. É do carnaval daquele ano seu primeiro grande sucesso, o samba “Oh! Seu Oscar” (com Ataulfo), gravado por Ciro Monteiro, um dos principais intérpretes de sua obra. A esse fértil período, em que chegaria a lançar mais de dez músicas por ano, pertencem outros sucessos notáveis, como “Acertei no Milhar” (1940), “O Bonde São Januário”, “Emília”, “Preconceito”, “A Mulher que eu Gosto” (1941), “Meus Vinte Anos” (1942), “Louco” (1947), “Pedreiro Valdemar” (1949), “Balzaquiana” (1950), “Mundo de Zinco” (1952), “Mãe Solteira” (1954), etc.
Fonte: Excerto do texto do encarte do CD de Wilson Batista, do Acervo Funarte, Coleção Musical Itaú Cultural/ e Samba e Choro


CENTENÁRIO DE LEÔNIDAS DA SILVA - O DIAMANTE NEGRO
[100 anos de Leônidas da Silva - O Diamnte Negro]

Leônidas da Silva - O Diamante Negro
Leônidas da Silva, o Diamante Negro, (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1913 — Cotia, 24 de janeiro de 2004) foi um futebolista brasileiro, considerado um dos mais importantes da primeira metade do século XX. Tetracampeão carioca pelo Botafogo, em 1935, primeiro campeonato oficial, no regime profissional, e pentacampeão paulista pelo São Paulo. Leônidas recebeu o crédito por ter inventado o célebre gol de bicicleta. Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada.
Nascido em São Cristóvão, era filho de Dona Maria e do Sr. Manoel Nunes da Silva e na infância era torcedor do Fluminense.
Conhecido também como "Homem-Borracha", Leônidas da Silva começou sua carreira em 1923 no infantil do São Cristóvão. Em 1929 passou a jogar pelo Sirio Libanês F.C., e no mesmo ano disputou o Campeonato da Liga Brasileira pelo Sul América F.C. sagrando-se campeão. Ainda em 1929 foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, onde estreou fazendo dois gols.
Em 1931 passou a atuar pelo Bonsucesso onde ficou até o final de 1932, tendo sido convocado diversas vezes para a Seleção Carioca, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1931. No Bonsucesso, Leônidas também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva.
Em 1933 foi jogar no Peñarol, do Uruguai, onde ajudou o clube a conquistar o vice-campeonato. No ano seguinte retornou ao Brasil para jogar pelo Vasco da Gama, o qual ajudou a ganhar o campeonato carioca de 1934.
Leonidas da Silva e Arthur Friedenreich
A sua primeira competição importante com a camisa da seleção foi a Copa do Mundo, em 1934, na Itália. O Brasil fez uma péssima campanha, perdendo logo na estréia e sendo eliminado, mas Leônidas marcou o único gol do Brasil na competição.
Em 1935 mudou novamente de clube, indo atuar no Botafogo, onde conquistou o bicampeonato carioca, e em 1939, pelo Flamengo chegou ao tri-campeonato estadual, por 3 equipes diferentes. No Flamengo, foi um dos primeiros jogadores negros a jogar pelo clube.
Em 1938, foi artilheiro da Copa do Mundo com oito gols, incluindo três marcados contra a Polônia. O Brasil conseguiu a sua melhor participação em mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, Lêonidas foi escolhido o melhor jogador do mundial.
Em 1942 transferiu-se para a capital paulista e atuou no São Paulo. Foi cinco vezes Campeão Paulista, tornando-se um dos maiores ídolos da história do Tricolor, sendo homenageado no museu do clube com uma réplica de uma bicicleta que ele executou.
Durante a década de 1940, devido a Segunda Guerra Mundial, os mundiais que seriam realizados em 1942 e 1946 foram cancelados, prejudicando enormemente jogadores como Leônidas, que não tiveram a oportunidade de se tornar conhecidos e reconhecidos mundialmente.
Fonte: Wikipédia



CENTENÁRIO DE DILU MELO
[100 anos de Dilu Melo]


Dilu Melo
Maria de Lourdes Argollo Oliver, mais conhecida pelo nome artístico Dilu Melo, (Viana/MA, 25 de setembro de 1913 — Rio de Janeiro, 24 de abril de 2000) 
Aos 10 anos, compôs sua primeira obra, uma valsinha. Com 13 anos tirou diploma no Conservatório de Música de Porto Alegre, recebendo medalha de ouro pela impressionante técnica demonstrada em tão pouca idade. Na mesma época, realizou concerto no Teatro Colon, na Argentina, juntamente com o também precoce pianista Angelito Martinez. Recebeu um prêmio do governo argentino para viajar por toda a Argentina, divulgando seu talento e o de Angelito Martinez. Tocou também no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, árias das óperas "Bohéme" e "Vida de Jesus". 
Em 1930, aos 17 anos terminou os estudos de canto lírico. Apaixonada pela música dos tropeiros do sul, abandonou à música clássica e passou a dedicar-se a música regional gaúcha e de países vizinhos. Naquele período, a família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi ouvida cantando e tocando violão numa festa pelo maestro Martinez, que impressionado com seu talento, a levou para tocar na Rádio Cruzeiro do Sul. Ouvida em São Paulo, foi convidada para apresentar-se na Rádio Kosmos, recebendo em seguida, convite para gravar um disco. Seu primeiro disco foi gravado em 1938, e continha "Engenho d'água" ("Cena brasileira"), de sua autoria e Santos Meira e "Coco babaçu", de sua autoria. O Departamento de Imprensa e Progaganda (DIP), do Estado Novo contratou-a para percorrer o Brasil divulgando a música brasileira. Viajou também pela Argentina divulgando a música do Brasil. Morou dois anos no país vizinho. 
Começou a estudar música e violino aos cinco anos de idade. Aos nove anos, iniciou seu aprendizado de violão com sua mãe D. Nenê e de piano com Elizéne D'Ambrósio. Lecionou dicção, empostação, danças folclóricas e história da música. Escreveu peças infantis.
Em 1944, gravou seu segundo disco, acompanhada de Antenógenes Silva ao acordeom, com o calango "Cesário" e o xote "Planta milho". Ainda naquele ano, gravou novo disco onde apareceram o coco "Sapo cururu", de sua autoria e o xote "Fiz a cama na varanda", em parceria com Ovídeo Chaves. "Fiz a cama na varanda" acabaria se tornando um clássico da Música Popular Brasileira, tendo sido regravada diversas vezes, entre outros, por Inezita Barroso, Dóris Monteiro, Nara Leão, Cantores de Ébano e a orquestra de Radamés Gnattali, além de ter recebido uma versão na França. 
Foi contratada pela Rádio Nacional e atuou no Cassino Atlântico. Ao longo dos anos 1940, realizou outras gravações tais como "Menino dos olhos tristes", xote, em parceria com Ovídeo Chaves, a valsa "Lá na serra", de Capiba e a valsa "Tempinho bom", de sua autoria. Em 1947, os Trigêmeos Vocalistas gravaram "Meu cavalo trotador", de sua autoria. Em 1949, a cantora Marlene gravou o jongo "Conceição da praia". 
Em 1958, gravou de Altamiro Carrilho e Armando Nunes, o xote "Nos velhos tempos". Por influência de Antenógenes Silva, começou a tocar acordeom recebendo da imprensa a denominação de "Rainha do Acordeom". Autora de 104 músicas, entre as quais o "Hino do Maranhão". Entre seus intérpretes estão Ademilde Fonseca, Amália Rodrigues, Carmen Costa, Nara Leão, Fagner, Clara Nunes e Dóris Monteiro. Desde 1966 era filiada à SBAT, Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Dentre os LPs que lançou destacam-se "Quadros brasileiros", lançado pela Odeon e "Diluindo-se em melodias", pela gravadora SOM.

Discografia
([S/D]) Festa de luz/Fiz a cama na varanda • Discobrás • 78
([S/D]) Um amor em cada porto/Adeus à sanfona • SOM • 78
([S/D]) Diluindo-se em melodias • SOM • LP
(S/D) Quadros brasileiros • Odeon • 33/10 pol.
(1996) Marlene, meu bem • Revivendo • CD
(1994) Músicas brasileiras vol 3 • Revivendo • CD
(1962) Harpa guarani/Canção de ninar meu bem • Continental • 78
(1958) Nos velhos tempos/Sou eu • Copacabana • 78
(1956) Changa, changô/Navio gaiola (cena do Amazonas) • Odeon • 78
(1955) Quadros brasileiros • Odeon • LP
(1955) Sereno/Fiz a cama na varanda • Continental • 78
(1954) Sans souci/Os 10 mandamentos do sanfoneiro • Continental • 78
(1952) Maravia/Tudo é verdade • Continental • 78
(1952) Rendinha de algodão/Meia canha • Continental • 78
(1952) Carta a Papai Noel/Tempinho bom • Star • 78
(1950) Recordando os pagos/As coisas erradas do mundo • Continental • 78
(1949) Lá na serra/Qual o valor da sanfona • Continental • 78
(1945) Cesário/Planta milho • Odeon • 78
(1945) Menino dos olhos tristes/Coisas do Rio Grande • Continental • 78
(1944) Fiz a cama na varanda/Sapo cururu • Continental • 78
(1938) Engenho d'água/Coco babaçu • Columbia • 78
Fonte: Dicionário Cravo Albin da Musica Popular Brasileira 



CENTENÁRIO DE VINICIUS DE M0RAES - O POETINHA
[100 anos de Vinicius de Moraes - O Poetinha]

Vinicius de Moraes
Vinícius de Moraes(Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.
Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha", apelido que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Samba da Benção


CENTENÁRIO DE PAULO TAPAJÓS
[100 anos de Paulo Tapajós]

Paulo Tapajós
Paulo Tapajós Gomes (Rio de Janeiro, 20 de outubro de 1913 — 29 de dezembro de 1990) foi um cantor, compositor, produtor e radialista brasileiro.
Filho do escritor, jornalista e poeta Manoel Tapajós Gomes. Fez o curso primário no Licée Français. Estudou depois no instituto Lafayette em Botafogo e posteriormente no Colégio Andrews no mesmo bairro. Ingressou depois na Escola Nacional de Belas Artes a fim de estudar Arquitetura. 
Em 1926,começou a estudar piano ao mesmo tempo em que,sozinho, estudava violão. Posteriormente, estudou canto. Em 1936, ingressou como desenhista profissional no Departamento de Aeronáutica Civil, cargo que ocupou por seis anos.
Em 1974, aposentou-se da Rádio Nacional, onde ingressou no ano de 1942. Exerceu a função de vice-presidente social do Fluminense Futebol Clube, tendo sido benemérito e membro vitalício de seu Conselho Deliberativo. Fez parte do Conselho Superior de Música Popular do Museu da Imagem e do Som e da Associação Brasileira de Propaganda. Ocupou a cadeira de Roquette Pinto como membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. Foi sócio fundador e secretário geral da Academia Brasileira de Música Popular, ocupando a cadeira de Eduardo das Neves. Foi contemplado com inúmeros diplomas, títulos, troféus e medalhas, como a Medalha de Prata do Centro Brasileiro de Rádio Educativo, pelos 55 anos de Rádio sem interrupção no microfone e a Placa de Prata pelos 62 anos de inestimáveis serviços em prol da preservação e divulgação da Música Popular Brasileira, conferida pelo Centro Austregésilo de Athayde, entre outras.
Pai dos músicos Paulinho Tapajós, Maurício Tapajós e Dorinha Tapajós.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Conheça mais sobre Paulo Tapajós - em Collectors








Albert Camus - escritor franco-argelino
CENTENÁRIO DE ALBERT CAMUS
[100 anos de Alberto Camus]



Albert Camus foi romancista, ensaísta e jornalista. Nasceu em Mondovi, em 7 de novembro de 1913, cidade interiorana conhecida hoje como Dréan. Era pied-noir, pé preto, argelino. Conviveu com o colonialismo francês e cresceu em um país castigado pelo subdesenvolvimento. Formou-se em filosofia na Universidade de Argel. Conseguiu penetrar no círculo de intelectuais francesas nas décadas de 1940 e 50.

"Que é um homem revoltado? Um homem que diz não. Mas, se ele recusa, não renuncia: é também um homem que diz sim, desde seu primeiro movimento. Um escravo, que recebeu ordens durante toda a sua vida, julga subitamente inaceitável um novo comando. Qual é o significado deste 'não'?" (O Homem Revoltado. p. 25)

Engajou-se na Segunda Guerra Mundial como editor do jornal clandestino Combat. Escreveu sobre o absurdo filosófico, herança dos pensadores Søren Kirkegaard e Friedrich Nietzsche, na forma de ficção alegórica e reflexões sobre seu tempo. Conheceu e se relacionou com Jean-Paul Sartre e seu existencialismo intelectual. Criticou o engajamento de Sartre, que começou a favorecer a violência como fator de mudança para socialismo.

"Filósofo, Camus? Não, se os parâmetros – ocidentais – forem Platão, Kant, Hegel, Russel, Wittgenstein, Popper, Sartre... Camus repetiu que não era filósofo, e sobretudo que não era um existencialista, mas, vítima de uma coqueteria cultural francesa, não insistiu muito. Em Estocolmo, nas conversas na embaixada, ele o lamentou. Sabia que Sartre era mais “brilhante”. Mesmo examinando-o com critérios da tradição francesa, poderíamos dizer que Camus contribuiu para avanços filosóficos, a não ser opondo-se ao sistema – o que não é pouca coisa?" (TODD, Olivier. Albert Camus: Uma vida. p. 773)

Faleceu em Villeblevin, em 4 de janeiro de 1960, em um acidente de carro indo para Paris. Foi um símbolo de uma visão da política de esquerda alternativa, ati-bélica, crítica das ações norte-americanas. Escreveu sobre a bomba atômica, sobre as falhas da história e da sociedade. É um escritor que merece ser revisitado para compreender um pico de acontecimentos no século XX: O ano de 1945 e suas consequências.

Fonte: Albert Camus




100 ANOS SEM SALVADOR DE MEDONÇA

Salvador de Medonça
Salvador de Medonça (Salvador de Menezes Drummond Furtado de Medonça), jornalista, advogado, diplomata, romancista, ensaísta, poeta, teatrólogo e tradutor, nasceu em Itaboraí, RJ, em 21 de julho de 1841, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de dezembro de 1913. Na sessão preparatória da Academia Brasileira de Letras, em 28 de janeiro de 1897, foi um dos nomes escolhidos para completar o quadro dos fundadores. Criou a Cadeira nº. 20, que tem como patrono Joaquim Manuel de Macedo.
Era filho do comendador Salvador Furtado de Mendonça, dos Açores e de Portugal, e de Amália de Menezes Drummond, descendente dos Drummond da Escócia. Dela recebeu os rudimentos de sua educação, iniciando-se no conhecimento das línguas, da música e do desenho. Depois de frequentar uma escola pública em Itaboraí, foi para a Corte, aos 12 anos, continuar seus estudos no Colégio Marinho e, por dois anos, no Colégio Curiácio, dirigido pelo Barão de Tatuphoeus. Ao terminar os preparatórios, em 1858, o Barão de Tatuphoeus levou-o à presença de Pedro II, como um prêmio aos seus esforços de estudioso. Por essa época conheceu figuras como Machado de Assis, com quem fez amizade e manteve convívio diário, e Casimiro de Abreu. Conheceu também escritores já consagrados, como Gonçalves Dias, Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, que Salvador haveria de escolher como patrono.
Em 1859, foi para São Paulo para matricular-se na Faculdade de Direito. Iniciou a sua colaboração na Revista Mensal do Ensaio Filosófico Paulistano. Ali publicou a poesia “Singairu, lenda das margens do Piraí, 1567”. É um episódio de formação do nosso país. No ano seguinte fundou, com Teófilo Ottoni Filho, o jornal A Legenda. Ali iniciou-se nos assuntos de crítica social e política. Em fins de 1860 faleceram seus pais e Salvador voltou para o Rio de Janeiro, como chefe de uma família de oito irmãos, entre os quais Lúcio de Mendonça. Entrou para a redação do Diário do Rio de Janeiro, de Saldanha Marinho. Em 1861, casou-se com Amélia Clemência Lúcia de Lemos. Tornou-se professor de Latim e iniciou atividades em outros jornais: no Jornal do Commercio fazia a crítica teatral e no Correio Mercantil, a “Semana Lírica”. Simultaneamente ia criando a sua obra de teatro.
Em 1865, foi encarregado pelo Marquês de Olinda de reger a cadeira de Coreografia e História do Brasil no Imperial Colégio Pedro II, em substituição a Joaquim Manuel de Macedo. Em 1867, regressou a São Paulo para concluir o curso de Direito. Assumiu o cargo de diretor de O Ipiranga, órgão do Centro Liberal de São Paulo, e nessa atividade iniciou a propaganda republicana no Brasil. Graduado em 1869, voltou para o Rio e, com Saldanha Marinho, foi trabalhar como advogado. Em 1870 fundou-se o Clube Republicano, organização devida a Saldanha Marinho, Salvador de Mendonça e Quintino Bocaiúva. Foi então redigido o histórico “Manifesto de 70”, cujo capítulo “A verdade democrática” é de autoria de Salvador de Mendonça. Fundou-se também o jornal A República, em cuja redação se congregavam Quintino Bocaiúva, Salvador, Aristides Lobo, Lafayette, Pedro Soares de Meireles e Flávio Farnese.
Busto de Salvador de Medonça em Itaboraí/RJ
Nos anos seguintes, Salvador dedicou-se também a traduzir obras de autores franceses para a Casa Garnier. Em 1875, publicou o primeiro e único romance, Maraba. No mesmo ano ficou viúvo. Nomeado cônsul privativo do Império em Baltimore, logo depois foi nomeado para o consulado de Nova York e, em 3 de maio de 1876, foi promovido a cônsul geral do Brasil nos Estados Unidos. No ano seguinte casou-se com a norte-americana Maria Redman.
Em 6 de julho de 1889 foi nomeado enviado extraordinário e ministro plenipotenciário em missão especial nos Estados Unidos e delegado do Brasil à 1ª. Conferência Internacional Americana. Achava-se neste posto, junto com o outro delegado, Lafaiete Rodrigues Pereira, quando foi proclamada a República no Brasil. Tomou a defesa do regime implantado pelo marechal Deodoro. A ele a República deveu o seu fácil e pronto reconhecimento pelos Estados Unidos.
Em 12 de abril de 1890, foi exonerado, a pedido, de cônsul geral do Brasil em Nova York, mas continuou nos Estados Unidos como ministro em missão especial. Exonerado desse cargo em 18 de dezembro de 1890, por se achar finda a missão especial, foi imediatamente nomeado enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de 1ª. classe em Washington. Ainda grande foi o serviço que lhe deveu a República quando, em 1893, explodiu a revolta da Armada. Salvador logrou evitar que os Estados Unidos reconhecessem os diretos de beligerantes aos revoltosos, o que teria complicado a situação florianista.
Por ato de 3 de março de 1898, Salvador de Mendonça foi removido da legação do Brasil em Washington para a de Lisboa. Por ocasião de sua saída dos Estados Unidos, pôde ele constatar, não só nas palavras do Presidente Mac Kinley, mas também nos artigos de todos os jornais americanos, o quanto era apreciado o seu espírito de “amigo da América”, de “grande pan-americano”. Entretanto, a sua remoção para Lisboa não foi aprovada pelo Senado, e ele foi exonerado desse cargo. Em 10 de setembro de 1903, por ato do Presidente Rodrigues Alves, foi considerado em disponibilidade desde 1898. Encarregou-se, então, de trabalhos de tradução e, nos últimos anos, já cego, escrevia artigos para O Imparcial e O Século, comentando a diplomacia brasileira e recapitulando a sua própria carreira em Washington. Pouco antes do seu falecimento, publicou os volumes Coisas do meu tempo, reunindo os artigos saídos em O Imparcial, e A situação internacional do Brasil, reunindo os artigos publicados em O Século.
Salvador de Medonça e Joaquim Manuel de Macedo
Caricatura - fonte: ABL
Publica trechos de suas memórias no jornal O Brasil e se opõe à reforma ortográfica proposta por Medeiros e Albuquerque. Escreve um parecer sobre a questão de limites entre Paraná e Santa Catarina e publica uma apreciação sobre o Memorial de Aires de Machado de Assis. Acompanha os últimos meses da vida de seu irmão Lucio, morando ambos na Gávea. A morte do irmão é um grande golpe: "Lucio era mais do que um irmão. Era um filho".
No conjunto de sua obra, os escritos políticos têm uma importância primordial, embora algumas de suas idéias sejam discutíveis, como a que preconizava, com o mais vivo entusiasmo, a vinda de chineses para o Brasil. Uma de suas campanhas mais vivazes na imprensa, na última fase de sua vida, foi no sentido de evitar que o Brasil permitisse, como o estava permitindo, a criação de vastos quistos germânicos no Sul do país. Outro problema contra o qual se pronunciou foi a aquisição de terras brasileiras pelo Sindicato Farquhar.
Como poeta, Salvador de Mendonça, que parece ter feito a formação intelectual na poesia de Gonçalves Dias e Casimiro de Abreu, é um legítimo continuador dos românticos. Seus versos de mocidade, perdidos em velhas coleções de jornais do Rio e de São Paulo, têm características dos poetas do fim do Romantismo. Há, porém, em sua poesia aspectos que o distinguem, como o intenso sentimento da terra, da gente e da paisagem do Brasil.
Fonte: Academia Brasileira de Letras - ABL




CENTENÁRIO DE AUGUSTO RODRIGUES
[100 anos de Augusto Rodrigues]
Samba, de Augusto Rodrigues (1942)
Augusto Rodrigues (Recife, 21 de dezembro de 1913 — Resende, 9 de abril de 1993). Educador, pintor, desenhista, gravador, ilustrador, caricaturista, fotógrafo, poeta. Trabalha no ateliê de Percy Lau (1903-1972) e, em 1933, realiza sua primeira exposição individual, no Recife. Nesse ano, inicia sua atividade como ilustrador e caricaturista no Diário de Pernambuco. Ao lado de Guignard (1896-1962), Candido Portinari (1903-1962), e outros, expõe, em 1934, na Associação dos Artistas Brasileiros, no Rio de Janeiro.
Augusto Rodrigues com Teresa Cristina, sua filha
Em 1935, transfere-se para essa cidade e logo se torna colaborador de jornais e de revistas como O Estado de S. Paulo e O Cruzeiro. Participa da fundação e do planejamento dos jornais Folha Carioca, Diretrizes e Última Hora. Em 1942, realiza exposição individual, com cerca de 100 desenhos, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Com a colaboração de Lúcia Alencastro (1921-1996), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Vera Tormenta (1930), Fernando Pamplona e Humberto Branco, funda a Escolinha de Arte do Brasil, em 1948. Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e, com Geza Heller (1902-1992) e Marcelo Grassmann (1925), expõe na Petite Galerie e, no 2º Salão Nacional de Arte Moderna, em que obtém o prêmio de viagem ao exterior, na categoria desenho. Em 1971, integra a mostra Panorama do Desenho Brasileiro, organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e edita seu primeiro livro de poesia, 27 Poemas. O segundo, A Fé entre os Desencantos, é publicado em 1980. Em 1989, lança Largo do Boticário - Em Preto e Branco, com 80 fotografias tiradas no decorrer dos anos.
Fonte: Enciclopédia de Literatura Brasileira - Itaú Cultural




OBRAS [MÚSICA E ARTE]

HÁ 100 ANOS, EM 29 DE MAIO DE 1913, ESTRÉIA "A SAGRAÇÃO DE PRIMAVERA", DE IGOR STRAVINSKI

A Sagração da Primavera, de Igor Stravinski

Os apupos na estreia de "A Sagração da Primavera" são um marco das vanguardas artísticas. Depois de chocar, o balé se tornou um clássico. 
"Não se podia, durante todo o espetáculo, ouvir o som da música", anotou a escritora Gertrude Stein sobre a vaia que estabeleceu o 29 de maio de 1913 como o dia D da arte de vanguarda. Nessa data, em Paris, estreou o balé A Sagração da Primavera, com música de Igor Stravinsky e coreografia de Vaslav Nijinsky. Gertrude Stein estava lá, assim como o escritor e cineasta Jean Cocteau, que registrou: "Ali, para quem soubesse ver, estavam todos os elementos de um escândalo". Como escreveu o crítico musical Alex Ross, da revista The New Yorker, no livro O Resto É Ruído, escândalos como esse ocorriam de seis em seis meses na Paris dos anos 10, em que criadores da nascente vanguarda encenavam peças, escreviam músicas ou pintavam quadros destinados a sacudir e a chocar os conservadores. Nenhuma vaia, no entanto, ficou tão marcada na história da arte quanto a destinada à Sagração, talvez pelos desdobramentos posteriores. A peça de Stravinsky se tornou uma espécie de certidão de nascimento da música moderna. A coreografia de Nijinsky revolucionou a dança. E artistas como Gertrude e Cocteau, que estavam na plateia, se viram para sempre impregnados do espírito demolidor da Sagração - a obra de toda uma geração nascida na época atesta isso.
Depois do choque inicial da estreia, apresentada pela companhia Ballets Russes, do empresário Sergei Diaghilev, A Sagração foi aos poucos caindo no gosto do público. E se tornou - expressão paradoxal - uma espécie de "clássico da vanguarda". Os mais importantes coreógrafos do século 20 visitaram a partitura de Stravinsky e, cada um a seu modo, se impregnaram de sua música de ritmo irresistível, em que as cordas e sopros da orquestra fazem as vezes de instrumentos de percussão. Nessa aventura se lançaram nomes como o francês Maurice Béjart, em 1959, e a americana Martha Graham, em 1984. Uma dessas versões - a da coreógrafa alemã Pina Bausch, morta em junho último - volta a ser apresentada no Brasil neste mês, num programa que inclui Café Müller, com a companhia Pina Bausch Tanztheater Wuppertal. 
Fonte: Excerto do artigo, de Gabriela Mellão/Bravo online, set/2009 - (Leia o artigo na íntegra em bravoonline).



100 ANOS “PROCISSÃO CORPUS CHRISTI", DE AMADEU DE SOUSA CARDOSO


A “Procissão Corpus Christi”, do pintor português Amadeu de Sousa Cardoso. (Pintado em óleo sobre madeira, no ano de 1913, mede 29 cm de altura por 50,8 cm de largura). [Acervo do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão de Lisboa].



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