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Guilherme de Almeida - tradição e invenção

Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
Guilherme de Andrade e Almeida nasceu em Campinas, SP, a 24 de julho de 1890. Filho do jurista e professor de direito Estevão de Araújo Almeida e de Angelina de Andrade Almeida, passou os primeiros anos da infância nas cidades de Limeira, Araras e depois Rio Claro, onde realizou os estudos primários. Em 1902 tornou-se aluno do Ginásio de Campinas e, em 1903, com a vinda da família à cidade de São Paulo, ingressou no Colégio de São Bento. Formou-se, em 1907, no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, dos Irmãos Maristas. Em 1912, concluiu o curso da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, tendo, após a formatura, atuado como promotor público em Apiaí e em Mogi-Mirim. De volta à Capital em 1914, trabalhou com o pai até 1923, quando passou a se dedicar prioritariamente à atividade de escritor, iniciada alguns anos antes.
A estreia literária de Guilherme de Almeida se deu em 1916, com Mon Coeur Balance e Leur Âme (teatro), peças escritas em colaboração com Oswald de Andrade e editadas sob o título de Théatre Brésilien. Seu primeiro livro de poemas, Nós, veio a lume em 1917, seguindo-se A dança das horas e Messidor, ambos de 1919, e o Livro de Horas de Sóror Dolorosa, publicado em 1920. Escreveu, em 1921, o ensaio Natalika e os atos em verso Scheherazada e Narciso – A flor que foi um homem. Publicou Era uma Vez... em 1922. Nesse mesmo ano, atuou decisivamente na realização da Semana de Arte Moderna, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti e Menotti del Picchia, entre outros. Ajudou a fundar a revista Klaxon (porta-voz do movimento), integrando a equipe de editores; criou a capa do periódico, além de anúncios publicitários dos patrocinadores, de concepção precursora da visualidade da arte de vanguarda e da própria propaganda moderna.
O poeta casou-se em 1923 com Belkiss Barroso do Amaral (Baby), e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1925. Nesse ano publicou quatro livros de poemas: Narciso, Encantamento, Raça e Meu, consistindo, estes dois últimos (principalmente Meu), no ápice de sua poesia modernista. Escreveu, também nesse ano, a conferência "Revelação do Brasil pela poesia moderna" e a apresentou no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e no Ceará, a fim de difundir os ideais estéticos do Modernismo, regressando, em seguida, a São Paulo.
Em 1932, Guilherme participou ativamente da Revolução Constitucionalista, chegando a se alistar voluntariamente, como soldado raso, e a lutar na cidade de Cunha. Ao final desse Movimento, foi preso e exilado em Portugal, onde permaneceu até o ano seguinte. A estada naquele país forneceu elementos para a elaboração de crônicas reunidas no livro O meu Portugal, publicado em 1933.
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
Eleito em 1928 para a Academia Paulista de Letras e, em 1930, para a Academia Brasileira de Letras, Guilherme de Almeida foi, durante décadas, o mais popular poeta paulista. Sua obra compreende mais de 70 publicações, entre poesia, prosa, ensaio, tradução, além do extenso trabalho jornalístico, ainda esparso; deste, destaque-se sua coluna "Cinematographos", pioneira da crítica cinematográfica em nosso país, mantida no jornal O Estado de S. Paulo entre as décadas de 1920 e 1940. Em 1959 foi eleito "Príncipe dos Poetas Brasileiros" em concurso patrocinado pelo jornal Correio da Manhã, por meio da seção "Escritores e livros" – escolhido por um "colégio eleitoral" de cerca de mil componentes, concorreu com os poetas Manuel Bandeira, Carlos Drummond da Andrade, Vinicius de Moraes e Mauro Mota.
Guilherme faleceu em 11 de julho de 1969, em sua casa da Rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo – a "Casa da Colina" –, onde residia desde 1946. Adquirida pelo Governo do Estado na década de 1970, a residência do poeta tornou-se o museu biográfico e literário Casa Guilherme de Almeida, inaugurado em 1979, que abriga também, hoje, um Centro de Estudos de Tradução Literária.
Dotado de reconhecido domínio técnico, Guilherme transitou com igual competência por modelos composicionais diversos. Segundo o escritor Lêdo Ivo, em sua introdução à segunda edição de Raça, "talvez mais do que nenhum outro dos participantes da Semana de Arte Moderna, Guilherme de Almeida viveu o drama da conciliação estética do novo com o velho, da fôrma com a forma, da tradição com a invenção, da rotina e do automatismo das receitas com o clamor de criatividade".
:: Fonte: Casa Guilherme de Almeida (acessado em 2.8.2015).


Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
OBRA DE GUILHERME DE ALMEIDA
Poesia
:: Nós. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1917; 4ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.
:: A dança das horas São Paulo: O Estado de São Paulo, 1919; São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1928.
:: Messidor. São Paulo: O Livro, 1919; São Paulo: Office graph. Monteiro Lobato, 1923, 227p.
:: Livro de horas de Sóror Dolorosa: a que morreu de amor. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1920; 1928.
:: Era uma vez... São Paulo: Casa Mayença, 1922.
:: A frauta que perdi: canções gregas. Rio de Janeiro: Edições Annuario do Brasil, 1924, 158p.
Caricatura de Guilherme de Almeida
 (com traços orientais). pelo artista Ferreira
:: A flor que foi de um homem (Narciso): poemaSão Paulo: Irmãos Marrano, 1925, 58p.
:: Meu: livro de estampas. São Paulo: Typ. Paulista de José Napoli e Cia., 1925.
:: Raça. São Paulo: José Napoli e Companhia, 1925.
:: EncantamentoSão Paulo: Irmãos Marrano, 1925.
:: Simplicidade: versos escriptos entre 1910 a 1916. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1929.
:: Você. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931.
:: Carta a minha noiva. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931, 46p.
:: Poemas escolhidos. Rio de Janeiro: Waissman: Reis, 1931.
:: Acaso: versos de todo tempoSão Paulo: Companhia Editora Nacional, 1938.
:: Tempo (1914-1944)..  [prefácio de Jamil Almansur Haddad e ilustrações de Quirino].São Paulo: Flama, 1944, 247p.
:: Poesia vária. São Paulo: Livraria Martins, 1947.
:: O anjo de sal. São Paulo: Alarico, 1951.
:: Toda poesia6 vol's, São Paulo: Emp. Graf. Revista dos Tribunais, 1952; São Paulo: Livraria Martins Editôra, 5 vol's, 1955. 
:: Acalanto de BartiraSão Paulo: Elvino Pocai, 1954.
:: Camoniana. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1956.
:: Pequeno romanceiroSão Paulo: Livraria Martins, 1957.
:: Rua. São Paulo:  Livraria Martins, 1961.
:: Rosamor. São Paulo:  Livraria Martins, 1965.
:: Meus versos mais queridos. São Paulo: Edições de Ouro, 1967, 223p.
:: Os sonetos de Guilherme de Almeida. São Paulo: Martins, 1968.

Poesia - edições póstumas 
:: Poemas paulistas de Guilherme de Almeida. São Paulo: [s.n.], 1990.
:: Haicais completos. São Paulo: Aliança Cultural Brasil - Japão, 1996.
:: Encantamento: Acaso; Você; seguidos dos haicais completos. [organização Suzi Frankl Sperber]. Campinas: Editora UNICAMP, 2002, 239p.
:: Os melhores poemas de Guilherme de Almeida. 3ªed. São Paulo: Global, 2004.
:: Margem: poesia. [apresentação de Marcelo Tápia; posfácio de Carlos Vogt]. São Paulo: AnnaBlume / Casa Guilherme de Almeida, 2010.

Ensaio e prosa
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
:: Natalika. Rio de Janeiro: Candeia Azul, 1924; Campinas: Unicamp, 1993.
:: Do sentimento nacionalista na poesia brasileira. São Paulo: Typ. Da Casa Garraux, 1926.
:: Rhythmo, elemento de expressão. (These de concurso). São Paulo: Typ. da Casa Garraux, 1926.São Paulo: Typ. da Casa Garraux, 1926.
:: Gente de cinema. São Paulo: Sociedade Impressora Paulista, 1929.
:: Cartas que eu não mandei. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932.
:: Meu Portugal. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1933.
:: A casa. (palestra).. São Paulo: Typografia do Instituto D. Anna Rosa, 1935.
:: Gonçalves Dias e o romantismo. (Conferência na ABL). São Paulo: Revista dos Tribunais, 1944.
:: Cartas do meu amor. São Paulo: Livraria Martins, 1941.
:: Histórias, talvez... São Paulo: Melhoramentos, 1948, 82p.
:: Cosmópolis. (reportagens).. [carvões de Gomide]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1962.
:: Baile de formatura. [ilustrações Renato Zamboni]. São Paulo: Secretaria de Saúde Pública e Assistência Social/Secção de Propaganda e Educação Sanitária, 1953.

Ensaio e prosa - edições póstumas
:: Castro Alves: O artista. São Paulo: Pannartz, 1990.
:: Pela cidade, seguido de Meu roteiro sentimental da cidade de São Paulo. 2004.
:: Poética d'Os sertões. [Guilherme de Almeida e Augusto de Campos]. São Paulo: AnnaBlume / Casa Guilherme de Almeida, 2010.

Infantil e juvenil
:: O sonho de Marina. [ilustrações de Dorca]. São Paulo: Melhoramentos, 1941.

Infantil e juvenil - edições póstumas
:: O Pião. São Paulo: Global, 2003.
:: Tênis. São Paulo: Global, 2006.

Teatro
:: Théatre Brésilien[Guilherme de Almeida e Oswald de Andrade]. 1916.
:: Mon coeur balance / leur ame[Guilherme de Almeida e Oswald de Andrade]. 1916; São Paulo: Globo, 1991.
:: O estudante poeta. [Guilherme de Almeida e Jaime Barcelos]. 1939.

Poesia - LP/disco
LP "Paulo Bonfim - Guilherme de Almeida". [apresentação contracapa Heraldo Barbuy] selo Prosa e Poesia; RGE, 1989. {catalogo XRLP. 200.0001 - Série aniversário}.



TRADUÇÕES REALIZADAS POR GUILHERME DE ALMEIDA
livros traduzidos e óculos do autor
ANCHIETA, José de.. Na festa de São Lourenço. [tradução Guilherme de Almeida - nas partes em tupi e castelhano]. São Paulo: Editora Gráfica Irmãos Andrioli, 1954.
ANDERSEN, Hans Christian. João Pestana (Ole-Luk-Oie, the Dream-God).. [tradução Guilherme de Almeida; ilustrações de Dorca]. São Paulo: Melhoramentos, 1941; 4ª ed., 1951.
ANOUILH, Jean. Eurídice. 1965.
ANOUITH, Jean. Sófocles. (teatro).. [transcrição Guilherme de Almeida]. Fonte: Enciclopédia Itau Cultural (acessado em 14.5.2016).
BAUDELAIRE, Charles-Pierre. Flores das flores do mal de Baudelaire (Les Fleurs du Mal).. [seleção, organização, notas e tradução Guilherme de Almeida; ilustrações Henri Matisse; apresentação Manuel Bandeira]. edição bilíngue. Coleção Rubáiyát. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1944.
BAUDELAIRE, Charles-Pierre. Algumas Flores de Flores do Mal. [seleção Maura Sardinha; tradução Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
BAUDELAIRE, Charles-Pierre. Flores das flores do mal de Baudelaire (Les Fleurs du Mal)..[tradução e notas de Guilherme de Almeida; ilustrações de Henri Matisse; apresentação de Manuel Bandeira; posfácio de Marcelo Tápia]. Edição bilíngue. São Paulo: Editora 34, 2010.
BOND, Niles. Arcanum: poemas. [tradução de Guilherme de Almeida]. São Paulo: Martins, 1965.
BUSCH, Wilhelm. Corococó e caracacá e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida; Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1943, 32p.  
BUSCH, Wilhelm. O camundongo e outras histórias  (Die maus).. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1943, 32p.  
BUSCH, Wilhelm. O fantasma lambão e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1943, 32p. 
BUSCH, Wilhelm. A mosca e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1946, 32p. 
BUSCH, Wilhelm.  A cartola. [tradução Guilherme de Almeida; Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1949, 32p.
BUSCH, Wilhelm. O macaco e o moleque. [tradução Guilherme de Almeida e Maria Threreza Cunha Giácomo; ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 2. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1976, 63p.
BUSCH, Wilhelm. O fantasma lambão e outras estórias. [tradução Guilherme de Almeida e
Maria Threreza Cunha Giácomo; ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 3. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1976. 64p. 
BUSCH, Wilhelm. O camundongo outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº5. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1976, 64 p. 
BUSCH, Wilhelm. A cartola e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida; ilustração
Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 7. 1ª ed.,  São Paulo: Melhoramentos, 1976, 64p. 
BUSCH, Wilhelm. A cartola. [tradução Guilherme de Almeida; ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 7. Belo Horizonte: Itatiaia, 1982, 64 p. 
COCTEAU, Jean. Orfeu. 1965.
DISNEY, Walt. Pinocchio. 1943.
DURTAIN, Luc. Suite brasileira (Quatre Continents)..  [tradução Guilherme de Almeida].  São Paulo: Revista dos Tribunaes, 1936. 
FIELD, Rachel. Uma oração de criança (Prayer for a child).. [tradução Guilherme de Almeida; desenhos de Elisabeth Orton Jones]. São Paulo: Melhoramentos, 1946. 
GERALD, Paul. Eu e você (Toi et moi)..  [tradução de Guilherme Almeida; ilustrações de Darcy Penteado]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932.
HOFFMANN, Heinrich. João felpudo (Der Struwwelpeter). [tradução Guilherme de Almeida e desenhos de Doca] São Paulo: Melhoramentos, 1942. 
LOUYS, Pierre. O amor de Billits (algumas canções).. [tradução de Guilherme Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. 
Poetas de França 1ª ed., São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1936
POETAS de França. [organizada, compilada e traduzida por Guilherme de Almeida]. edição bilíngueSão Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936; 2ª ed., 1944; [apresentação de Marcelo Tápia]. São Paulo: Editora Babel, 2011.
SALET, Pierre. As palavras de Buddha (Les paroules Du Bouddha).. [tradução Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948.
SARTREJean-Paul. Entre quatro paredes (Huis Clos).[tradução Guilherme de Almeida].  São Paulo: Revista dos Tribunais, 1950. 
SOFOCLESA Antígone de Sófocles (Ἀντιγόνη).. [tradução Guilherme de Almeida]. São Paulo: Alarico, 1952.
TAGORE, Rabindranath. O Gitanjali. [traducção de Guilherme de Almeida]. 2ª ed., Rio de Janeiro: J. Olympio, 1939.
TAGORE, Rabindranath. O jardineiro. [tradução de Guilherme de Almeida; capa de Santa Rosa]. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1939.
TAGORE, Rabindranath. A fugitiva (The fugitive).. [tradução Guilherme de Almeida] São Paulo: Paulus, 1962.
TYGEL, Simon. Jornal de um amante (Journal d’un amant).. [tradução Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961.
TYGEL, Simon. Festival[tradução Guilherme de Almeida]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1965.  
TYGEL, Simon. Os frutos do tempo (Les fruits du temps). [tradução de Guilherme de Almeida; capa de Renato Zamboni]. edição bilíngue. São Paulo: Cupolo, 1967.
VALLEJO, Antonio buero. Histórias de uma escada (Historia de uma escalera).. [tradução Guilherme de Almeida] Petrópolis: Vozes, 1965. 
VERLAINE, Paul. Paralelamente a Paul Verlaine. [desenhos de Dorca]. edição bilíngue. São Paulo: Martins, 1944.
VERLAINE, Paul. A voz dos botequins e outros poemas. [organização e tradução Guilherme de Almeida]. São Paulo: Editora Martins, 1944; reedição, São Paulo: Hedra, 2010, 89p.
VIRGIL, Constancio C.. A formiguinha viajeira. (s./d.).
WILDE, Oscar. A importância de ser prudente (The Importance of Being Earnest).. [tradução Guilherme de Almeida e Werner J. Loewenberg] 1ª ed., 1960; 2ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. 
WILLIAMS, Tennesse. Lembranças de Berta. 1965.
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:: não gosto de plagio. excelente dica.



REVISTA KLAXON
:: Última edição da revista modernista Klaxon. Capa do poeta Guilherme de Almeida, 1923. Disponível no link. (acessado em 3.8.2015).




Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
POEMAS ESCOLHIDOS DE GUILHERME DE ALMEIDA

A dança das horas
Frêmito de asas, vibração ligeira
de pés alvos e nus,
que dançam, tontos, como dança a poeira
numa réstia de luz...

São as horas, que descem por um fio
de cabelo do sol,
e vivem num contínuo corrupio,
mais obedientes do que o girassol.

Dançando, as doze bailarinas tecem
a vida; e, embora irmãs,
não se vêm, não se dão, não se parecem
as doze tecelãs!

E, de mãos dadas, confundidas quase,
no invisível sabá,
elas são silenciosas como a gaze,
ou farfalhante como o tafetá.

Frágeis: têm a estrutura inconsistente
de teia imaterial,
que uma aranha teceu pacientemente
nos teares de um rosal.

E, entre tules volantes, noite e dia,
o alado torvelim
vertiginosamente rodopia,
numa elasticidade de Arlequim!

Vêm coroadas de rosas, num remoinho
cambiante de ouro em pó:
cada rosa, que esconde o seu espinho,
dura um minuto só.

Sessenta rosas, vivas como brasas,
traz cada uma; e, ao bater
da talagarça diáfana das asas,
põem-se as coroas a resplandecer...

À proporção que gira à minha frente
o bailado fugaz,
cada grinalda, vagarosamente,
aos poucos, se desfaz.

E quando as doze dançarinas, feitas
de plumas, vão recuar,
levam as frontes, claras e perfeitas,
circundadas de espinhos, a sangrar...

Assim, depois que a estranha sarabanda
na sombra se dilui,
penso, vendo o outro bando que ciranda
em torno do que fui,

que há uma alma em cada gesto e em cada passo
das horas que se vão:
pois fica a sombra de seu véu no espaço,
fica o silêncio de seus pés no chão!...
- Guilherme de Almeida, em "A dança das horas". 1919.


Cubismo
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
Um Arlequim feito de cubos
equilibrados:
trinta losangos arranjados
sobre dois tubos.
— Ele talvez
jogue xadrez…

No halo, que a lâmpada tranquila
rasga, de cima,
esse Arlequim de pantomima
oscila, oscila,
e vem… e vai…
e quase cai…

Mas entra alguém: é uma silhueta
que espia e passa.
Seu riso é um fruto sob a graça
da mosca preta
— É uma mulher
como qualquer…

Um gesto só lânguido e doce:
e, num instante,
Dom Arlequim, o petulante,
esfarelou-se…
— Todo Arlequim
é mesmo assim…
- Guilherme de Almeida, em "Encantamento". 1925.


Cuidado!
Ó namorados que passais, sonhando,
quando bóia, no céu, a lua cheia!
Que andais traçando corações na areia
e corações nos peitos apagando!

Desperta os ninhos vosso passo... E quando
pelas bocas em flor o amor chilreia,
nem sei se é o vosso beijo que gorjeia,
se são as aves que se estão beijando...

Mais cuidado! Não vá vossa alegria
afligir tanta gente que seria
feliz sem nunca ouvir nem ver!

Poupai a ingenuidade delicada
dos que amaram sem nunca dizer nada,
dos que foram amados sem saber!
- Guilherme de Almeida, em "Messidor". 1919.



Harmonia velha
O teu beijo resume
Todas as sensações dos meus sentidos
A cor, o gosto, o tato, a música, o perfume
Dos teus lábios acesos e estendidos
Fazem a escala ardente com que acordas o fauno encantador
Que, na lira sensual de cinco cordas,
Tange a canção do amor!

E o tato mais vibrante,
O sabor mais sutil, a cor mais louca,
O perfume mais doido, o som mais provocante
Moram na flor triunfal da tua boca!
Flor que se olha, e ouve, e toca, e prova, e aspira;
Flor de alma, que é também
Um acorde em minha lira,
Que é meu mal e é meu bem...

Se uma emoção estranha
o gosto de uma fruta, a luz de um poente -
chega a mim, não sei de onde, e bruscamente ganha
qualquer sentido meu, é a ti somente
que ouço, ou aspiro, ou provo, ou toco, ou vejo...
E acabo de pensar
Que qualquer emoção vem de teu beijo
Que anda disperso no ar...
- Guilherme de Almeida


Humorismo
Sossego macio da tarde.
Um sol cansado
passa pelo rosto suado
uma nuvenzinha alva como um lenço
para enxugar as primeiras estrelas.
Silêncio.

E o sol vai caminhando sobre os montes tranqüilos
vai cochilando. E de repente
tropeça e cai redondamente
sob a pateada dos sapos e a vaia dos grilos.
- Guilherme de Almeida, em "Meu: livro de estampas". 1925.


cântico dos cânticos
Guilherme de Almeida, por (...)
       Ego dilecto meo, et dilectus
      meus mihi, qui pascitur inter
      lilia.
      (Cânticos, VI, 2).

Este é o meu Cântico dos Cânticos,
a exaltação da minha vida,
toda a expressão do meu amor.
Meus pobres olhos são românticos
porque me viram refletida
nos olhos bons do meu Senhor.

O Bem Amado é longo e pálido,
pálido e longo como um lírio,
e suave, e bom como um perdão.
Ao seu contato amante e cálido,
meu corpo todo é como um círio
piedoso aceso em sua mão.

A sua mão é meu oráculo:
tomo-lhe os dedos e desfolho-os
como se fosse um malmequer.
O seu olhar é um tabernáculo
onde eu adoro estes meus olhos,
estes meus olhos de mulher.

Em cada nervo, em cada músculo
ele tem sombras de sol posto
que se prolongam sobre mim:
por isso há sempre este crepúsculo
agonizando no meu rosto
feito de cinza e de marfim.

É como o sol a sua túnica.
Com longos fios de cabelo
da minha trança, que cortei,
fiz-lhe esse manto esplêndido, única
e simplesmente para vê-lo
vestido de ouro, como um rei.

Sempre que estendo a mão fanática,
ou que debruço o olhar tristonho
sobre o meu lago espiritual,
é como uma alva flor aquática,
na superfície do meu sonho,
sua silhueta de cristal.

Como volutas de um turíbulo,
voaram meus braços para o Eleito,
desde a primeira vez que o vi.
Quando transpus o seu vestíbulo,
meu coração fugiu do peito:
foi nos meus joelhos que o senti!
- Guilherme de Almeida, em "Livro de horas de Soror Dolorosa". 1920.


Soneto XXXII
Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia, de papel, toda uma armada;
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, são como aqueles,

perfeitamente, exatamente iguais...
- Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
- Guilherme de Almeida, em "Nós". 1917.

Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
FORTUNA CRÍTICA DE GUILHERME DE ALMEIDA
[Estudos acadêmicos - teses, dissertações, ensaios, artigos, livros e artigos jornalísticos]
BALDO, Luiza Maria Lentz . O haicai no Brasil: nuanças de estilo entre Guilherme de Almeida e Helena Kolody. In: Anais do X Encontro Anual de Iniciação Científica. Ponta Grossa: UEPG, 2001. v. 4. p. 534-534.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de.. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Letras, 2001: 2v. 
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Nacionalismo, cosmopolitismo e afrancesamento em Mon Coeur Balance e Leur Âme, de Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida. (Dissertação Mestrado em História). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, 2013.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. O ideário da paulistanidade, a poesia escolar e a literatura infantil nas obras de Guilherme de Almeida. A MARGEM - Revista Eletrônica de Ciências Humanas, Letras e Artes, v. 5, p. 61/9-70, 2011.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Modernidade, modernismo e ideiario nacional em Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida (1915-1930): aproximações, cisões e continuidades.. In: Primeiro Encontro de Pesquisa em História da UFMG, 2012, Belo Horizonte. Anais Eletrônicos, 2012. v. II. p. 83-95.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Baudelaire como escudo de combates estético, moral e político em Mon coeur balance e Leur âme, de Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida.. In: ANPUH-SP - XXI Encontro Estadual de História - Trabalho, Cultura e Memória, 2012, Campinas. Anais do XXI Encontro Estadual de História: trabalho, cultura e memória - ANPUH-SP. São Paulo: ANPUH-SP, 2012. v. 1. p. 1-15.
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Cosmopolitismo e afrancesamento brasileiros em Mon Coeur Balance e Leur Âme (1916), de Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida. In: XXVI Simpósio Nacional de História - ANPUH: 50 anos, 2011, São Paulo. Anais do XXVI simpósio nacional da ANPUH - Associação Nacional de História. São Paulo: ANPUH-SP, 2011. v. 1. p. 1-16.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. O imaginário bandeirante e a “superioridade” paulista nas obras de Guilherme De Almeida. In: V Congresso Brasileiro de História da Educação, 2008, Aracaju - Sergipe. O Ensino e a Pesquisa em História da Educação, 2008. Disponível no link. (acessado em 4.8.2015).
HORIGOSHI, Erika. Transculturação e mediação cultural nas obras de Guilherme de Almeida e Wenceslau de Moraes. In: Anais do VI Encontro de Pós-Graduandos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP, 2011.
HORIGOSHI, Erika. Imagens do Japão na literatura de Wenceslau de Moraes e Guilherme de Almeida. In: V Epog - Encontro de Pós-Graduandos - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2010.
KAMINSKI, Rosi Mariana. A permanência da tradição maneirista: uma leitura de sonetos de Camões e de Guilherme de Almeida. Guairacá (Guarapuava), Guasrapuava, v. 10, 1993.
QUEIROZ, Maria Helena de.. A variedade literária na obra poética de Guilherme de Almeida. (Tese Doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa). Universidades Estadual Paulista, UNESP, Assis. 2003.
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Casa Guilherme de Almeida - objetos raros do autor
CASA DA COLINA - MUSEU CASA GUILHERME DE ALMEIDA
O sobrado da rua Macapá, no Pacaembu, foi projetado pelo arquiteto Sílvio Jaguaribe Ekman em 1944. Lá, Guilherme de Almeida residiu de 1946 até sua morte, ao lado de sua esposa, Baby. Lar, refúgio intelectual e ponto de encontro da inteligência artístico-literária paulistana, o imóvel era chamado pelo poeta de "Casa da Colina".
O museu abriga raridades, como os livros, quadros e objetos que o poeta e sua esposa colecionaram durante sua vida. Merece destaque o conjunto de telas assinadas por pintores como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Gomide, Tarsila do Amaral e Samson Flexor.
Entre as esculturas que integram o acervo do museu, vale destacar a peça em bronze criada por Brecheret intitulada Sóror Dolorosa (mesmo nome de um poema de Guilherme) - exposta durante a Semana de Arte Moderna de 1922 - e uma interessante cabeça de Baby executada pelo escultor suíço William Zadig, além de um busto do poeta esculpido por Joaquim Figueiras. Litografias de Rugendas, desenhos, aquarelas e iluminuras, de diversos artistas brasileiros, compõem os ambientes.
Casa Guilherme de Almeida
Entre os objetos decorativos destaca-se a prataria, com peças de origem brasileira, portuguesa, holandesa e inglesa. Há um bule de prata com incrustação de cristal de rocha lapidado e lavrado, que teria integrado os pertences de viagem do Conde Maurício de Nassau, no século XVII.
Outras preciosidades são os documentos e os cerca de 5.500 livros do poeta, incluindo-se o conjunto de obras publicadas por ele, em sua primeira edição. Entre os livros raros encontra-se um volume em pergaminho, do século XVII, e um exemplar da quinta reimpressão da primeira edição de Ulysses, de James Joyce, além de primeiras edições com dedicatória de livros de nossos maiores escritores como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Guimarães Rosa.
Serviço
Casa Guilherme de Almeida
Rua Macapá, 187, Pacaembu. 
(11) 3673-1883 / 3672-1391.
Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 17h. (Visitas espontâneas: quartas, sextas, sábados e domingos; visitas agendadas: terças e quintas).

Entrada franca.
Na rede
:: Fanpage Casa Guilherme de Almeida
:: Site Oficial da Casa Guilherme de Almeida


REFERÊNCIAS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
:: Academia Brasileira de Letras (ABL) - Guilherme de Almeida
:: Casa Guilherme de Almeida

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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Guilherme de Almeida - tradição e invenção. Templo Cultural Delfos, agosto/2015. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 4.1.2020.




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Um comentário:

  1. A transcrição de Guilherme de Almeida para a Antígone de Sófocles acaba de ser reeditada pela Editora Madamu em coedição com a Casa Guilherme de Almeida. Trata-se de edição comemorativa!

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