"A minha
poesia tem uma relação muito veemente com a vida.
É poesia-vida,
vidapoesia."
- Max Martins
Max da Rocha Martins (Belém/PA, 20 de
junho de 1926 - Belém/PA, 9 de fevereiro de 2009). Um autodidata, faz estudos
particulares nas áreas de Literatura, Poesia, Artes e Filosofia, a partir de
1934. Em 1948 colabora na revista literária Encontro, dirigida por Mário
Faustino e Haroldo Maranhão, em Belém PA. Entre 1946 e 1951 ocorre a publicação
de poemas que viriam a fazer parte de seu livro O Estranho no Suplemento
Literário da Folha do Norte, da capital paraense. O Estranho, seu primeiro
livro de poesia, é publicado em 1952, e conquista o prêmio de poesia Frederico
Rhonsard, concedido pela Academia Paraense de Letras, e o prêmio Santa Helena
Magno, concedido pela Secretaria de Educação do Estado do Pará. No período de
1962 a 1964 trabalha como noticiarista e secretário de redação do jornal Folha
do Norte. Na década de 1980, participa em Leitura de Poemas, com os poetas James
Bogan, Age Carvalho, Vicente Cecim, e na Oficina Literária Afrânio Coutinho,
com Age de Carvalho. Em 1987 fez palestras e leitura de poemas nas
universidades de Columbia, St. Louis e Rolla (EUA). Exerce o cargo de diretor
da fundação cultural Casa da Linguagem, entre 1990 e 1994. Recebe, em 1993, o
prêmio de poesia Olavo Bilac, concedido pela Academia Brasileira de Letras,
pelo livro Não para Consolar. Sua obra poética, de tendências contemporâneas,
inclui os livros Anti-Retrato (1960), Caminho de Marahu (1983) e Para Ter Onde
Ir (1992), entre outros. Segundo o crítico Benedito Nunes (1929), para Max
Martins "cultivar a poesia significa
estudá-la, e estudá-la, cultivar o conhecimento do mundo através dela".
"Eu não sei,
busco saber o que seja. Pergunto para ela... A poesia é sempre uma dúvida.
Começa que a palavra que a gente tem a ilusão... mente a si mesmo de que a
palavra é a coisa, mas nunca é a coisa. É como diz o mestre zen budista: Não
confunda a lua com o dedo apontando para a lua."
- Max Martins, em "Entrevista concedida a equipe
do site: Belém do Pará", julho de 2000.
PRÊMIOS E CONDECORAÇÕES
Prêmio de poesia Frederico Rhonsard,
concedido pela Academia Paraense de Letras, pelo livro “O estranho”, 1952.
Prêmio Santa Helena Magno, concedido
pela Secretaria de Educação do Estado do Pará, pelo livro “O estranho”, 1952.
Prêmio de poesia Frederico Rhonsard,
concedido pela Academia Paraense de Letras, pelo livro “Anti-Retrato”, 1960.
Prêmio Santa Helena Magno, concedido
pela Secretaria de Educação do Estado do Pará, pelo livro “Anti-Retrato”, 1960.
Prêmio de poesia Olavo Bilac, concedido
pela Academia Brasileira de Letras, pelo livro Não para Consolar, em 1993. (dividido com o
poeta António Carlos Osório).
Título de Doutor Honoris causa,
concedido pela Universidade Federal do Pará, UFPA, em 2001.
OBRA
Poesia
O Estranho. Belém: Revista de
Veterinária, 1952.
Anti-Retrato. Belém: Gráfica Falângola
editora, 1960.
Alguns Poemas. 1965.
15 Poemas. 1970.
H’era. Rio de Janeiro: Editora Saga,
1971.
O Ovo Filosófico. Belém: Edição
artesanal limitada,1975.
O Risco Subscrito. Belém: Mitografe,
1980.
Abracadabra. Belém: Edição serigráfica
por Ronaldo Moraes Rêgo, 1982.
Caminho de Marahu. Belém: Edições
Grápho/Grafisa, 1983.
60/35. Belém: Edições Grápho/Grafisa, 1985.
Marahu Poemas. Belém: Ed. CEJUP, 1985.
Outrossim. Poema-cartaz. Belém: Casa da
Linguagem, 1991.
3 poemas.(Folder). Belém, Falângola,
1991.
Colagens. Belém. CEJUP, 1992.
Para ter onde ir. [Fotos de Béla
Borsodi]. São Paulo: Massao Ohno: Augusto Massi , 1992.
Cadafalso: antilogia
(1952-2002).. (organização Ney Paiva). Belém: Cão-Guia, 2002.
Antologias e Coletâneas
Não para consolar: poesia completa, 1952-1992. [Prefácio Benedito Nunes]. Belém: Ed. CEJUP, 1992.
Colmando a Lacuna — Poemas Reunidos, 1952-2001. [incluindo poemas inéditos].. (Organização Ângela Maroja Silveira e Benedito Nunes). Belém: Ed. UFPA, 2001.
Memória e desenhos
Diários de Max Martins - Cadernos de pintura.
Belém: Secult, 2007.
Parceria
A Fala entre Parêntesis. (Renga com Age
de Carvalho). Belém: Edições Grápho, PMB, Semec, Grafisa, 1982.
Artigo e Entrevistas
O poeta e seu diário. Revista
Unamazônia. Belém, v. 1, n. 0, junho de 1998. p. 34-41.
Max Martins. [Entrevista concedida a
equipe do site: "Belém do Pará"], publicada na semana de 24 a 31 de
julho de 2000. Disponível no link. (acessado 5.9.2013).
Uma inesquecível conversa com Max Martins. [Entrevista concedida a Oswaldo
Coimbra]. realizada no Núcleo de Artes da UFPA. Belém, 2000. Disponível no
link. (acessado 5.9.2013).
CD e DVD
![]() |
Capa do Livro A fala entre parêntesis, de Max Martins e Age de Carvalho |
Max Martins: 80
anos. (1 DVD,
son., color). Produção da Sol Informática. Belém: Sol Informática, 2006.
Antologias (participação)
Autores paraenses: as leituras do vestibular.
[organização e seleção João Carlos Pereira]. Belém: Cejup, 1996.
Poesia brasileira do século XX: dos modernistas à
atualidade. [Seleção, introdução e notas Jorge Henrique Bastos]. Lisboa: Edições Antígona, 2002, 400p.
Poetas paraenses (antologia).. [organização
João Carlos Pereira e Denis Cavalcante]. Belém: Editora do autor 2006, p. 93 e
94.
Exposições
Caudrons of Críatirity. [Poemas e
ilustrações de Max Martins de seus Diários do Poeta]. Exposição na Universidade
do Colorado, EUA, 1999.
Diários - Max Martins. Exposição em
homenagem aos 80 anos de Max Martins, com mostras de 19 páginas de seus
Diários. [curadoria do artista plástico Jorge Eiró], Galeria de Arte da Sol
Informática, na Doca de Souza Franco, julho/2006.
** Algumas imagens dos Diários de Max Martins disponíveis no link.
** Algumas imagens dos Diários de Max Martins disponíveis no link.
Vídeo sobre o poeta Max Martins
Sinopse: Uma pequena mostra da produção do poeta Max Martins, com resumo analítico de sua obra, declamações de poemas feitas pelo próprio autor e mostra de algumas páginas de seus tão decantados diários.
Produção e realização: Vasco Cavalcante
Disponível no link.
POEMAS ESCOLHIDOS DE MAX MARTINS
1926 / 1959
Já então é tudo
pedra
os dias, os
desenganos.
Rios secaram
neste rosto, casca
de barro, areia
causticante.
E onde outrora o
mar
- os olhos -
búzios esburacados.
o sexo
enlouquecido
0 osso agudo
coberto de pó e
de silêncios.
Havia uma ferida,
a primavera
que já não arde
nem desfibra - seca
a flor amarela
escura
anêmica impura
- rato no deserto
caveira de
pássaro
exposta na
planura
- Max Martins, em “Anti-Retrato”.
Belém: Gráfica Falângola editora, 1960.
A lágrima
Do morno coração
nasceu agora
temperada em
brasa, angústia, sal
e sono, lâmina
fina sobre o peito
e revolveu a
terra e a infância espedaçada.
Cristina flor
desamparada
és o silêncio
todo, invulnerável
ou o eco
do trombone longe
sufocando a tarde.
- Max Martins, em “Anti-Retrato”.
Belém: Gráfica Falângola editora, 1960.
Amargo
Há um mar, o dos
velames,
das praias
ardendo em ouro.
Há outro mar, o
mar noturno,
o das marés com a
lua
a boiar no fundo
o mênstruo da
madrugada.
E afinal o outro,
o do amor amargo,
meu mar
particular, o mais profundo,
com recifes
sangrando, um mar sedento
e apunhalado.
- Max Martins, em “Anti-Retrato”.
Belém: Gráfica Falângola editora, 1960.
Arco
da lua negra
sobre os ombros
E as antenas
trêmulas
Bocas
de violência
alegre errando entre
fibras
e febre ácida
O i do fio
da lâmina
o gosto
cítrico de um sim
enfim afim
do som
que o teu
silêncio chama.
- Max Martins, em “Marahu
Poemas". Belém: Ed. CEJUP, 1985.
A fala entre
parêntesis
- 6 -
Já não há mais
sonhos Lá e amamos rastros
gastos no asfalto
onde se arrasta a asa, resto
pútrido de um vôo
que exalto e cito, excita-me
contra a parede e
ex'ala a vício
fala entre
parêntesis
(Negro,
negro pêlo
caligráfico
que recobre
selvagem o sexo escrito,
sinuoso grafito
gravado no muro:
O SONHO ACABOU
O carro-olho
velocíssimo. Os girassóis
lançando-se
obscenos aos fachos de luz,
faro luminoso. Na
estrada. Seguimos).
- Max Martins, em "A Fala entre
Parêntesis". (livro em parceria com Age de Carvalho), Belém:
Grapho/Grafisa, 1982.
"Numa estrada de pó e esperança" (- em "Não para consolar: poesia completa, 1952-1992". Belém: Ed. CEJUP, 1992, p. 248). |
A Fera
Das cavernas do
sono das palavras, dentre
os lábios
confortáveis de um poema lido
e já sabido
voltas
para ela - para a
terra
maleável e
amante. Dela
de novo te
aproximas
e de novo a
enlaças firme sobre o lago
do diálogo,
moldas
novo destino
Firme penetra e
cresce a aproximação conjunta
E ocupa um
centro: A morte, a fera
da vida
te lambendo
- Max Martins (Serra dos Carajás, dez/1986), em
"Para ter onde ir". São Paulo: Massao Ohno: Augusto Massi, 1992.
Cidade Outrora
Os seios de
Angelita: eis a cidade
outrora curva sem
princípio e bruma
onde a aurora
nascia dos parapeitos lusos.
Nascimento,
casamento e morte. O nome
e os musgos sobem
pelo peito.
Salvo o jardim,
somente a verdura
perdura nestes
jarros como sombras
descendo dos
ombros de Angelita
levemente
inclinados no poente — agora.
- Max Martins, em “Anti-Retrato”.
Belém: Gráfica Falângola editora, 1960.
Coisa Nossa
Falavas do
estranho e da hipnose
dos riscos na toalha
duma enigmática
Elegia 2 de Lizst
magnética
E da gôndola
fúnebre incendiando-se
que adivinhavas
sob a toalha
sob a música da
música das palavras
- nosso hobby
nosso
poema
Falavas de mim,
eu
a te segurar em mim, minado
pelo inferno da
linguagem
Ou a paixão
então
quase indizível na sua
glória
tímida
- Max Martins (1998), em "Colmando a Lacuna —
Poemas Reunidos, 1952-2001". Belém: Ed. da UFPA, 2001.
Diante de ti
Floresta de
sangue - O aroma
ainda detém-se
entre os arbustos lavados.
De um ramo a
outro recompõe-se amarelo o segredo: ORAR
jogar pedras
palavras para o céu
para proteger-me.
E infundir
silêncio nesta mão de madeira escrevendo o caminho.
Caminho por ti.
Caminho no tomo
sombrio de uma bibliografia nervosa.
Tua frente é o
que sabe melhor o não dito
(de onde segue
este rio e a noite obediente)
Colocaram uma
estrela trágica no vinho do beijo,
no fôlego com o
beijo, na tua boca do cântico
dos cânticos
destes anos.
O tempo cavou o
milagre do tempo e do ritmo. A língua
foi a origem do
mundo. À Rainha-mãe da água e das ondas,
do
poema do aroma.
E à dissolução do
amor na debulha dos grãos.
Do zênite da boca
ao papel suado da terra
crescem os
mamilos da rosa. Arfam as pétalas sangüíneas.
Na messe do
outono do galo o aroma desmaia.
Dói-me feliz o
que ainda ignoro - diante de ti.
- Max Martins, em "Colmando a Lacuna — Poemas
Reunidos, 1952-2001". Belém: Ed. da UFPA, 2001.
Eu, poema
[A Ronaldo Moraes Rego]
Tateio
Ateio o abismo dessa pele. Toco
a flor do orgasmo, o ânus sinuoso da beleza
e é falso
o ouro, o lume destes dedos eu te escrevem:
Ouro
desmoronando:
agora de não ser
senão ruína, urina solitária
Gozo
como outrora o gozo
tenso na sua glória, casto
desmaiava
(o próprio gozo da palavra dita
da palavra lida: Vida
o câncer
no seu
gozo
consumia)
É negro o branco deste campo da batalha
nua contra o medo
contra os teus lábios, noite
sepultada inábil, inúbil, sob o gelo
Negra a bandeira lúbrica em que te exclamo
e busco
conquistando o nada
- o vôo
sem gume
atravessando inútil os termos, ermos do
poema
Tateio
Ateio o abismo desse olhar poroso-teia
que me enleia, lê
e silencia
- Max Martins, em "Caminho de Marahu". Belém: Edições Grápho/Grafisa, 1983.
H'era
[A
Sylvia e Benedito]
E verde eras -
fomos
hera num muro
cantochorado pelo
vento
que envolvia tudo
- o verde -
embora o verde às
vezes de haver se ressentisse
no olhar de quem
além
a gente
amava ave.
Éramos
e perdurávamos
avos do ser
estando em dia a carne
para o
pacto-pasto das raízes,
um rio-sim manando
milhas
de sonhos-ervas,
grãos
de sêmen solto
amanhecente - o sol
a
sombra
a
relva.
E se era inverno,
o verde sido,
um não-sim, um
eco
ainda assim se
condizia
no próprio
coração dos que no leito amando
agora se desamam
ou se desdizem -
h'era
amor tecido
contra um muro.
- Max Martins, em “H’era”.
Rio de janeiro: Editora Saga, 1971.
Não entenderás o
meu dialeto
nem compreenderás
os meus costumes.
Mas ouvirei
sempre as tuas canções
e todas as noites
procurarás meu corpo.
Terei as carícias
dos teus seios brancos.
Iremos amiúde ver
o mar.
Muito te beijarei
e não me amarás
como estrangeiro.
- Max Martins, em “O Estranho”. Belém: Revista de
Veterinária, 1952.
Exílio 2
[para F.
Paulo Mendes]
Amemo-nos neste
instante, minha alma: Há
coisas entre nós
que não sabemos, ou
ainda não são
são álibis
Como esta asa oca
este poema louco
feito de miasmas
e ânsias
indecoláveis
indecorosos pássaros da
linguagem
desovando ecos, seus
resíduos,
no indizer da praia
E pela praia
entre nós e os
sóis que há lá fora, há
o mar lacrado a
jaula e meus pentelhos
afogados neste
espelho
neste rosto
gasto
neste olho
cego de mim meu eu
meu céu ágrafo-vazio
(Ou céu já há, e é,
e não conheço
no interpelar da
lua
tutelar, a teia
onde estremeço,
extremo-me
- fulgor de Circe
entre os joelhos?)
Amemo-nos, nome
sobre nome num só nome
aliciando as
nossas águas, hélice e ânimo
Amemo-nos neste
instante, minha alma almeja-me
que te chamo e
ardo
Agora!
Oh verbo!
Estiolado esperma, a pátria é tarde
E a noite
anoitecendo cria
um verme
esconso e
esconde-o
amoita-o
no chão dos
nomes, minha alma - exílio e lama.
- Max Martins, em "Caminho de Marahu".
Belém: Edições Grápho/Grafisa, 1983.
Isto por Aquilo
Impossível não te
ofertar:
O rancor da idade
na carga do poema
O ronco do motor
numa garrafa
Ou isto
(por aquilo
que vibrava
dentro do
peito) o coração na boca
atrás do vidro a cavidade
o cavo amor roendo
o seu motor-rancor
- ruídos
- Max Martins (Belém, maio/1984), em “60/35”. Belém:
Edições Grápho/Grafisa, 1985.
Madrugada: As
cinzas
[a
Haroldo Maranhão]
Madrugada, as cinzas te
saúdam
De novo moldas
contra a penumbra, maldas
o galo do poema,
a tua armadilha, o fogo
ardendo cego nos
desvãos do sangue
De novo ergues
sobre a areia, madrugada, o corpo
amaldiçoado duma
palavra, a teia rediviva
e a sombra crespa
do desejo negro
eriçando o pêlo,
o cão da página
Riscos se
entrelaçam, fisgam a mosca do deleite
e já a ruína
tenaz, fibrosa,
agônica sob a folhagem, mostra
o olho menstrual
e sádico do destino
Um sonho cresce e
se entumece
no rumor sexual
dos ecos se compondo
E batem à porta
- os gonzos, os gozos
da ferrugem
o rangido
longínquo vagindo de outro mundo
De tudo,
madrugada, a dúvida traça um rosto
exposto neste
espelho contra o sol: O soletrado
calcinado.
- Max Martins, em "Caminho de Marahu".
Belém: Edições Grápho/Grafisa, 1983.
pois que há uma
canção em ti
submarina
uma promessa
de água e soma
um som premissa
Eu
Eros
quero
te dizer,
disseminar, minar-te
- Max Martins, em “Marahu Poemas". Belém: Ed. CEJUP, 1985.
Na praia o
crepúsculo
Os seios não são
como as ondas,
colo de pedra
lisa, espuma e sal;
mas o corpo todo
um pasto branco para o canto
e os cabelos e os
olhos , sombras
desligadas do
verde das montanhas.
No beijo morno
bóiam as dobras do sono
e entre as coxas
abandonadas, o eco dum suspiro.
- Max Martins, em “Anti-Retrato”. Belém: Gráfica Falângola editora, 1960.
Navegar por mim
[A Lais]
O que (tão nu) a
mão impura apaga de meus olhos
O que só as
folhas do meu livro em branco vêem
vindo dos teus seios
desde o começo tristes
O que só os meus
ouvidos ouvem quando os amantes cansam saciados
ou o que eles calam
e perdem no nevoeiro
O que a festa do
teu vestido branco caindo
equilibra na
intensão do escuro
O que me vê e não
(o) vejo e dialogamos
- meus olhos ferozmente encarcerados
O que afinal não
tem importância mas assusta os pássaros
e tua enternecida eternecente
navegação por mim
Ou isto
- o que não veio
com o
ciciante silêncio desta noite
com o abrir-se
a porta
com o favor
do outono
- Max Martins, em “Marahu
Poemas". Belém: Ed. CEJUP, 1985.
Negro e
taciturno, o touro
Negro e taciturno,
o touro
outubro arqueja,
e o seu sistema
se dissolve e não
resolve
a questão de amar
e não amar
- que em suas
virilhas ardem
dúvidas
crepitantes - as doenças do mar - e feno duro.
E no entanto o
noturno touro
desta tarde que
invadiu meu sono,
persiste e não
desiste
de pisar um peito
outrora palco e
campo
de fúrias,
melodramas, juventudes
(chão de ser tão
ruim
e mágoas mal
tratadas, rastros
que de seus olhos
tristes se apagaram).
É um touro louco,
babilônico, bêbado,
a ruminar os
ímpetos
últimos
de sua
carne-gosma
à Hora
indiferente.
- Max Martins, em “H’era”. Rio de janeiro: Editora Saga, 1971.
No fedor deste poema a dor
No fedor deste
poema a dor
há muito foi-se
embora. A dor
já não vigora.
Resta o silêncio
Tudo partiu: o
que era amor
em feto se pariu,
da Ferida
separou-se
e fez-se seta
desferida,
alucinada
virgem passada a
sabre no poema.
Tudo tentei:
mensagens e recados
à amada Marieta
dos meus anos mais.
E as pontes que
lancei, bandeiras
às gaivotas,
telegramas
do meu sexo a
todos os planetas.
Resta agora o
cancro e suas raízes, pasto
dos ratos
que devoraram
toda a madrugada, o osso,
e até o poente,
este
toma um trem e
vai-se embora.
À merda o
paraíso, ó pátria amada
toma
o meu testículo-testamento
este poema
de urina e ácido
apaga tudo,
o sol e os outros
astros
- Max Martins, em “H’era”. Rio de janeiro: Editora Saga, 1971.
No lugar do medo
Todos os dias
aqui tu te observas
E ainda está
oculta (aqui) a tua semente
Comum será a tua
raiz
comum
ao olor da fêmea
que atua no teu leito
Sê criativo o dia
todo
Te empenha o dia
todo cauteloso
voa
mesmo hesitante
sobre o teu malogro
Quer sigas o
fogo, quer sigas a água
sê só do fogo ou
só da água
(pois que não há
caminho
e a lei
é o inesperado)
Ainda oculta
(aqui) a tua semente
está
- Max Martins, em "Para ter onde ir". São
Paulo: Massao Ohno: Augusto Massi, 1992.
O caldeirão
Aos sessenta anos-sonhos de tua vida (portas
que se abrem e fecham
fecham e abrem
carcomidas)
Ferve
a gordura e as unhas das palavras
seu licor umbroso, teus remorsos-pêlos
Ferve
e entorna o caldo, quebra o caldeirão
e enterra
teu faisão de jade do futuro
teu mavioso osso do passado
Agora que a madeira e o fogo de novo se combinam
e o inimigo n. 1 já não te enxerga
ou vai embora
varre tua esperança tíbia
o tigre da Coréia da parede
É lícito tomar agora a concubina
E despentear na cama a lua escura, o ideograma
que se abrem e fecham
fecham e abrem
carcomidas)
Ferve
a gordura e as unhas das palavras
seu licor umbroso, teus remorsos-pêlos
Ferve
e entorna o caldo, quebra o caldeirão
e enterra
teu faisão de jade do futuro
teu mavioso osso do passado
Agora que a madeira e o fogo de novo se combinam
e o inimigo n. 1 já não te enxerga
ou vai embora
varre tua esperança tíbia
o tigre da Coréia da parede
É lícito tomar agora a concubina
E despentear na cama a lua escura, o ideograma
- Max Martins, em "Para ter onde ir". São
Paulo: Massao Ohno: Augusto Massi, 1992.
(Ou os Xumucuís
do Sarubi)
Vai Sarubi
sarubindo
magiôcos xumucuís
de tala
— Sarub'indo ala?
— Fala
de garça voando e
fins de tarde
Curumins de
cócoras
Beira de rios
Bilros
tecendo fios
de chuva
— Se calhar não
chove?
— Chove nas
palhas
Chove nas calhas
Chove nas cuias
uns cuís de chuva
Xuís Xuás
E xororós caindo
vai Saru bulindo
bolinando a
chuva.
- Max Martins, em “O Risco Subscrito”. Belém:
Mitografe, 1980.
O Iogue do Vale
Lado a lado as
duas
montanhas
repousam
Repousa o riacho
Imóvel a grande
mandíbula
Tua enorme
palavra parada no ar
(No vale em
silêncio
somente esta
ponte
secreta conduz
induz e condiz
ao desejo sutil)
Detido o teu
sangue
quieto o quadril
o sagrado teu
osso teúdo não sentes
Não sentes teu
corpo
Viajas de ti
- Max Martins (Belém, set/1986), em "Para ter
onde ir". São Paulo: Massao Ohno: Augusto Massi, 1992.
O tempo o homem
[A Roberto La
Rocque Soares]
O tempo faz o
homem que faz o tempo
Faz tempo
O homem que
constrói o tempo
Que destrói o homem
Só a Era faz-se
Heras destruindo
o tempo o homem
a casa
velhas paredes
azulejos
limo
A Ampulheta: o
testemunho, a arte
Os
ciclos, os séculos
A hera decora o
muro
O tempo decora o
homem
que colora o
tempo
descolora
Só o artista faz
a Hora
- Max Martins, em "Colmando a Lacuna — Poemas
Reunidos, 1952-2001". Belém: Ed. da UFPA, 2001.
Os amantes
ele
&
ela anelam
num halo
violáceos
m
ela a
&
l
ele num elo de hélice a
violam
o espaço / o
templo
do tempo / sua
cúpula
de gelo se abraçam/se
abrasam
Deserdam-se da morte
E aquecidos
entre-se-esquecem
calados
no ar
um no outro
no topo
dos topos
vertigem
e//es
espelhos
se anulam
ardem e se apagam
na luz
- Max Martins, em "Colmando a Lacuna — Poemas
Reunidos, 1952-2001". Belém: Ed. da UFPA, 2001.
Poema sem norte
É sempre quando
se fecha a porta que desejo voltar
E a saudade já é
esta hoje que desprezo
Frio, mas vivo.
Caminho sem
horizontes
Ao passado
infalível.
Nunca prosseguir.
Venho apenas,
Ferindo troncos,
plantando marcos.
Ser como o mar,
voltando sempre
Sempre na praia.
- Max Martins, em "Colmando a Lacuna — Poemas
Reunidos, 1952-2001". Belém: Ed. da UFPA, 2001.
Rasgas a fria
noite como um dardo
Rasgas a fria
noite como um dardo
em fogo
e logo
a flâmula como um
pêndulo
desce sobre o
peito
donde nasce um
sol obscuro e virgem.
Através dos ramos
levo-me – levas-me –
puro e simples
para os ventos
mesmo que triste,
inconsútil e leve.
Mas, como se de
pedra fosse o ilimitado
de coral ou ilha
o gesto falha
inútil
e impetuosamente
caímos sobre o limo
deflorados e
neutros para o dia.
- Max Martins, em “Anti-Retrato”. Belém: Gráfica Falângola editora, 1960.
Rasuras
“Um buraco sem fundo cheio de
palavras” - Hakuin
Meu nome é um rio
Meu nome é um rio
que perdeu seu nome
Um
rio
nem sim
nem não
Nenhum
Somenos
correnteza
Água masturbada
em vaus
peraus
em po
luído
orgasmo entre varizes
Sêmen sem mim
Mesmice
Onde está meu
nome Lá neste rio de lama sem memória e
rumo?
Neste amarfanhado
leito de inchada falha?
Meu nome é um rio
cotoco - um Ícone
De barro
barroco
Um rio que só
se-diz
Seduz-se
Se afaga e afoga
em ego e água:
Aquário
Meu nome é um rio
tapado
(poço)
E aqui se
quebrantou meu nome
sua
viagem e osso
É esta a sua
fissura? E o seu rosto é este
escuro
atrás da porta
espelho
exposto à febre
à fera de si mesmo?
Ensimesmado
meu nome é um rio
que não tem cura
- Max Martins, em “O Risco Subscrito”, 2001, p. 247.
Saltimbanco
O não mais
espumoso vinho dos abismos
O cauterizado
testemunho de um instante de beleza:
O ritmo do oceano
O palco
e a metade da
cama para o falso poema
O saltimbanco
Ou o sangramento
da perda de um
deus a cada assalto
O cadafalso
O semidestroçado
frêmito de um destino cego de antemão
O não mais aceito
rito do ofício O ofício:
esta rasura do
corpo sendo esquecido
O esquecimento
O desabitado
segredo das palavras
- Max Martins, em “Marahu
Poemas". Belém: Ed. CEJUP, 1985.
Poema
Contudo há a
religião,
A pátria, o
calor.
Procuro ver na
noite profunda
Quero esquecer no
momento
Que sou o homem
de vários documentos.
Forço.
Dói-me o calo
desta vida "meu Deus!"...
Lavo as mãos.
Mas tenho de pôr
a gravata,
E salvo a moral.
Abano-me.
Rola o poema e o
mundo.
E eu mudo.
- Max Martins, em “O Estranho”. Belém: Revista de Veterinária, 1952.
Sou um homem sem
títulos
Sou um homem sem
títulos,
Sou todo legenda.
O que me consola
é a valsa
A linha azul sem
rumo
Que me envolve e
me supera,
O sol que me
entontece,
A carta que me
busca,
A lágrima sem
dor.
Percebe-se que de
meus bolsos brotam ervas
Com raízes no
deserto
E o paletó me
embrulha das mentiras
Que julgo
convencionais.
Não atino com o
público
Se não o seu
jeito de me odiar.
Se no vento busco
a forma de meus cabelos
Nos quais me
deito e me enrijeço,
De outro modo, o
corpo, sem relevo, escuda-me.
- Max Martins, em “H’era”. Rio de janeiro: Editora Saga, 1971, p.57.
Tema A
ocaso duro coito
dos cactus
nuvens
menstruadas
testículos
entre espinhos
e a espada
serrando coxas
abóbadas
arrepiadas
trouxeram faunos
assobiando tíbias
e desdobraram
sombras
pedras
onde adormeço
ardo
ardoro
acordo ao peso
do signo imenso
pêndulo
p
e
n
s
o
que a lua de
sangue espreme
espraia
maré de pêlos
gosma
- Max Martins, em “Anti-Retrato”. Belém: Gráfica Falângola editora, 1960, p. 21.
Uma estrela
trêmula
Tuas antenas
trêmulas
0 som
(subterrâneo)
que o teu silêncio
chama
A palavra nenhuma
que trazes para o almoço. Pães e peixes
Para
quem?
E o poema
redemoinha no sono que rasgas.
Como rasgas esta
noite enrolada em si mesma.
É entre centelhas
que plantas o teu jorro.
É entre espinhos
e pedras virgens que celebras essa estrela. Todos os astros.
- Max Martins, em "Colmando a Lacuna — Poemas
Reunidos, 1952-2001". Belém: Ed. da UFPA, 2001.
Um corpo
Por ele canto
escrevo-falo
pelo eu dum osso
Cresce nele um
sopro
Um corpo escorre o seu discurso
Tu és o leito
Eu o leitor
e nisto leito
deito
o aquilo dito
lido líquido
que o sangue supre
a pele sua
e me interpela:
escrevo-amo?
Dizer não é
Tudo é interdito
ou não se vê
tão perto
E disto nisto
escrevo-escravo
- Max Martins, em “O Risco Subscrito”, 2001, p. 247.
FORTUNA CRÍTICA DE MARX MARTINS
(Estudos acadêmicos: dissertações, livros, ensaios e artigos)
ALENCAR,
Melissa da Costa. 1952: a poesia de O estranho de Max Martins.
(Dissertação Mestrado em Letras: Lingüística e Teoria Literária). Universidade
Federal do Pará, UFPA, 2011. Disponível no link. (acessado em 4.9.2013)
ALENCAR,
Melissa da Costa. A visualidade na obra
de Max Martins. (Trabalho de conclusão do curso de graduação). Universidade
Federal do Pará, UFPA, 2008.
ALENCAR,
Melissa da Costa. O universo poético e
visual de Max Martins. 1º CIELLI e 4º CELLI, Maringá-PR, 9, 10 e 11 de
junho de 2010. Disponível no link. (acessado em 4.9.2013).
ARAÚJO,
Janaína Gusmão Teixeira. Max Martins.
modesto andarilho. (Trabalho de conclusão do curso de graduação). Universidade
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CALDAS, Yurgel
Pantoja. Max Martins, tradutor do I Ching.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, v. 21, p. 159-164, 2003.
Disponível no link. (acessado em 4.9.2013).
CALDAS, Yurgel
Pantoja. Ocidente/oriente: a poética de Max
Martins e o I Ching. EmTese, Belo Horizonte, v. 6, p. 173-179, ago. 2003.
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Max Martins - foto: (...) |
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Max Martins, por Biratan |
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Benedito Nunes, Max Martins e Sylvia Nunes - Foto: (...) |
![]() |
Édison Ferreira e Max Martins - Foto: (...) |
![]() |
Grupo de amigos na escadaria do Theatro da Paz, no
lançamento do livro "A Fala entre Parêntesis", de Max Martins e Age
de Carvalho, em Belém, 1982. - foto: (...)
|
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Márcia Costa Huber e Max Martins no Café Sebastian Bar, em Belém - Foto: (...) |
![]() |
Max Martins e Ruy Barata, no Bar do Parque, em Belém - Foto: Miguel Chikaoka |
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Max Martins e James Bogan, na redação da revista River Styx - Foto: (...) |
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Max Martins
(blusa listada) e Age de Carvalho ao fundo, de camiseta preta, (...)
na cabana Porto
Max - praia do Marahu, 1986. Foto: Octavio Cardoso
|
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Max Martins, Dina Oliveira e Maria Lúcia Medeiros Foto: Marton Maués |
A cabana
É preciso dizer-lhe que tua casa é segura
Que há força interior nas vigas do telhado
E que atravessarás o pântano penetrante e etéreo
E que tens uma esteira
E que tua casa não é lugar de ficar
mas de ter de onde se ir.
- Max Martins, em "Para ter onde ir". São Paulo: Massao Ohno: Augusto Massi, 1992.
ACERVO DE MAX
MARTINS
[...]
Localização: Museu da Universidade Federal do Pará, UFPA.
SITE OFICIAL
Dedicado a vida e a obra do poeta Max da Rocha Martins.
O objetivo é divulgar o extraordinário trabalho do poeta paraense. Serão compartilhados textos, poemas, vídeos, fotos, seus
livros, relatos de amigos e qualquer assunto relacionado ao mestre das
palavras.
Em desenvolvimento - link.
Redes sociais
EDITORA
Apelo
Alma dos que amei trazei
neste minuto de sombra e lodo
o que vos dei no sangue de meus sonhos mortos.
Conjugai – almas que teci – as flores brutas
dos cantos e dos gestos que vos dei.
Almas dos que ergui do chão partido
tais como pedras fecundadas
alimentai o incontido espasmo duma chama
translúcida, azul-vermelha.
Sombras que já pousaram em minha boca,
![]() |
Max Martins, por Luiz Pê |
- Max Martins, em "Colmando a Lacuna — Poemas Reunidos, 1952-2001". Belém: Ed. da UFPA, 2001.
REFERÊNCIAS E OUTRAS
FONTES DE PESQUISA
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© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Max Martins - o mestre aprendiz. Templo Cultural Delfos, abril/2023. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Max Martins - o mestre aprendiz. Templo Cultural Delfos, abril/2023. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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Página atualizada em 9.4.2023.
A fotografia que está logo acima do tópico Fortuna Crítica é de autoria do Octávio Cardoso, e a montagem com a assinatura é de minha autoria.
ResponderExcluirAs fotos ao lado dos poemas: "No fedor deste poema a dor" e "H'era", são de autoria de Béla Borsodi.
Depois com mais calma verificarei a autoria das demais.
Parabéns pela página/postagem.
Muito bom trabalho e demais importante ter mais essa referencia da poesia do Max Martins, para um maior conhecimento de sua, obra.
Grata, Vasco! já acrescentamos as informações ao post. Lhe enviei um email, aguardo seu retorno. abs, Elfi
ExcluirObrigado Elfi pela maravilhosa postagem sobre o Max Martins. Parabéns!
ResponderExcluirOlá Max Delson! que bom que gostou, caso tenha alguma sugestão de inclusão ou mesmo correções nos envie.
Excluirabs, Elfi
Lindo Elfi. Adorei. O Max Martins sempre vivo, nos comovendo.
ResponderExcluirMais um detalhe a acrescentar. A fotografia usada na fotomontagem que fiz com o rosto dele e assinatura (rubrica), é de autoria do Octávio Cardoso.
ResponderExcluirE aonde tem "Livros e desenhos de Max Martins, colagem de Vasco Cavalcante", podes colocar "montagem e foto de Vasco Cavalcante", em vez de "colagem de Vasco Cavalcante".
Obrigado.
lindo...obrigado pela emoção das coisas de Max Martins...
ResponderExcluirExcelente.
ResponderExcluir20 de junho: nesta data celebro o nosso amado poeta Max Martins, hoje seria o seu aniversário. Deixou um legado de poesia, e não qualquer poesia.
ResponderExcluirMax...saudade...