Lygia Fagundes Telles, foto: Eduardo Knapp/Folhapress |
"Paixão e vocação"
(...) "Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto."
- Lygia Fagundes Telles, in "Verde lagarto
amarelo".
"Salve o dia 19
Onde nascemos os dois
Eu, no século passado
A Lygia um século depois"
- Manuel Bandeira
“veio o vento e soprou o calendário”
- Lygia Fagundes Telles
Lygia, Curso Fundamental/Escola Caetano de Campos (Acervo IMS) |
Seu pai gostava de freqüentar casas de jogos, levando
Lygia consigo "para dar sorte". Diz a escritora: "Na
roleta, gostava de jogar no verde. Eu, que jogo na palavra, sempre preferi o
verde, ele está em toda a minha ficção. É a cor da esperança, que aprendi com
meu pai."
Em 1936 seus pais se separam, mas não se desquitam.
“Porão e sobrado”
é o primeiro livro de contos publicado pela autora, em 1938, com a edição paga
por seu pai. Assina apenas como Lygia Fagundes.
No ano seguinte termina o curso fundamental no Instituto
de Educação Caetano de Campos, na capital paulista. Ingressa, em 1940, na
Escola Superior de Educação Física, naquela cidade. Ao mesmo tempo, freqüenta o
curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo do São
Francisco.
Lygia Fagundes Telles (Acervo IMS) |
“Praia viva”, sua
segunda coletânea de contos, é editada em 1944 pela Martins, de São Paulo. O
ano de 1945 marca o ano de falecimento de seu pai. Atenta aos acontecimentos
políticos, Lygia participa, com colegas da Faculdade, de uma passeata contra o
Estado Novo.
Terminado o curso de Direito, em 1946, só três anos
depois a escritora publica, pela editora Mérito, seu terceiro livro de contos, “O cacto vermelho”. O volume recebe o
Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras.
Casa-se com o jurista Goffredo
da Silva Telles Jr., seu professor na Faculdade de Direito que, na ocasião,
1950, era deputado federal. Muda-se, em virtude desse fato, para o Rio de
Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.
Com seu retorno à capital paulista, em 1952, começa a
escrever seu primeiro romance, Ciranda de pedra. Na fazenda Santo Antônio, em
Araras - SP, de propriedade da avó de seu marido, para onde viaja
constantemente, escreve várias partes desse romance. Essa fazenda ficou famosa
na década de 20, pois lá reuniam-se os escritores e artistas que participaram
do movimento modernista, tais como Mário
e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Heitor
Villa-Lobos.
Maria do Rosário,
sua mãe, falece em 1953 e, no ano seguinte, nasce seu único filho, Goffredo da Silva Telles Neto. As
Edições O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, lançam “Ciranda de pedra”.
Lygia, em 1956, na Fazendo Santo Antonio (Acervo IMS) |
Em 1960 separa-se de seu marido Goffredo e, no ano seguinte, começa a trabalhar como procuradora do
Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.
Dois anos depois lança, pela editora Martins, de São
Paulo, seu segundo romance, “Verão no
aquário”. Passa a viver com Paulo
Emílio Salles Gomes e começa a escrever o romance “As meninas”, inspirado no momento político por que passa o país.
Em 1964 e 1965 são publicados seus livros de contos “Histórias escolhidas” e “O jardim selvagem”, respectivamente,
pela editora Martins.
A convite do cineasta Paulo
César Sarraceni e em parceria com Paulo
Emílio Salles Gomes, em 1967, faz a adaptação para o cinema do romance D. Casmurro, de Machado de Assis. Esse
trabalho foi publicado, em 1993, pela editora Siciliano, de São Paulo, sob o
título de “Capitu”.
Seu livro de contos “Antes
do baile”, publicado pela Bloch, do Rio de Janeiro, em 1970, recebe o
Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França.
O lançamento, em 1973, pela José Olympio, de seu terceiro
romance, “As meninas”, é um sucesso.
A escritora arrebata todos os prêmios literários de importância no país: o
Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o Jabuti, da Câmara Brasileira
do Livro e o de "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de Arte.
“Seminário de ratos”,
contos, é publicado em 1977 pela José Olympio e recebe o prêmio da categoria
Pen Club do Brasil. Nesse ano participa da coletânea Missa do Galo: variações sobre o mesmo tema, livro organizado por
Osman Lins a partir do conto clássico de Machado de Assis. Integra o corpo de
jurados do Concurso Unibanco de Literatura, ao lado dos escritores e críticos
literários Otto Lara Resende, Ignácio de Loyola Brandão, João Antônio, Antônio Houaiss e Geraldo
Galvão Ferraz.
Lygia, em 1954, São Paulo (Acervo IMS) |
Em 1978 a editora Cultura, de São Paulo, lança “Filhos pródigos”. Essa coletânea de
contos seria republicada a partir de 1991 sob o título “A estrutura da bolha de sabão”. A TV Globo leva ao ar um Caso
Especial baseado no conto "O jardim
selvagem".
Sua editora no
período de 1980 até 1997, a Nova Fronteira, do Rio de Janeiro publica “A disciplina do amor”. No ano seguinte
lança “Mistérios”, uma coletânea de
contos fantásticos. A TV Globo transmite a telenovela Ciranda de pedra, adaptada de seu romance.
Em 1982 é eleita
para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a
7. É eleita membro da Academia Brasileira de Letras, em 24 de outubro de 1985, na sucessão de Pedro Calmon e recebida em 12 de maio de 1987 pelo acadêmico Eduardo Portella, é a quarta ocupante da Cadeira nº 16, fundada por Gregório de Mattos. Ainda em 1985 é agraciada com a medalha da Ordem do Rio
Branco.
1989 é o ano de lançamento de seu romance As horas nuas.
Recebe a Comenda Portuguesa Dom Infante Santo. Em 1990 seu filho, Goffredo
Neto, realiza o documentário Narrarte, sobre a vida e a obra da mãe. Em 1991
aposenta-se como funcionária pública.
A Rede Globo de Televisão apresenta, em 1993, dentro da
série Retratos de mulher, a adaptação da própria escritora do seu conto "O moço do saxofone", que faz parte
do livro Antes do baile verde, num episódio denominado "Era uma vez
Valdete".
Lygia Fagundes Telles, autografando um livro em 1958 (Acervo IMS) |
Em 1996 estréia o filme
As meninas, de Emiliano Ribeiro, baseado em romance homônimo de Lygia. Em
1997 participa da série O escritor por ele mesmo, do Instituto Moreira Salles.
A editora Rocco adquire os direitos de publicação de toda a obra passada e
futura da escritora.
Em 1998, a convite do governo francês, participa do Salão
do Livro da França.
Seu livro Invenção e Memória foi agraciado com o Prêmio
Jabuti, na categoria ficção, em 2001. Recebe, também, o "Golfinho de
Ouro" e o Grande Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Agraciada, em março de 2001, com o título de Doutora
Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB).
Em 2005, recebe o Prêmio Camões, o mais importante da
literatura em língua portuguesa.
Fonte: Releituras
Fonte: Releituras
"Escrevi que toda minha vida convergia para ele e que era só dele que iria se irradiar de hoje em diante. Quero te dizer também que nós, as criaturas humanas, vivemos muito (ou deixamos de viver) em função das imaginações geradas pelo nosso medo. Imaginamos consequências, censuras, sofrimentos que talvez não venham nunca e assim fugimos ao que é mais vital, mais profundo, mais vivo. A verdade, meu querido, é que a vida, o mundo dobra-se sempre às nossas decisões. Não nos esqueçamos das cicatrizes feitas pela morte. Nossa plenitude, eis o que importa. Elaboremos em nós as forças que nos farão plenos e verdadeiros."
- Lygia Fagundes Telles, no livro “As meninas”. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
"Tão difícil a vida e seu ofício. E ninguém ao lado para receber a totalidade dos seres humanos, isso nos últimos anos da sua vida sem muita ilusão..."
- Lygia Fagundes Telles, in "A disciplina do amor".
Lygia Fagundes Telles, Goffredo Telles Junior e o filho (Acervo IMS) |
"Vocês me parecem tão sem mistério, tão descobertas, chego a pensar que sei tudo a respeito de cada uma e de repente me assusto quando descubro que me enganei, que sei pouquíssima coisa."
- Lygia Fagundes Telles, no livro “As meninas”. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
LEITURAS DE LYGIA FAGUNDES TELLES
Ela quase não lê coisa nova, prefere reler Drummond,
Manuel Bandeira, João Cabral e Melo Neto e Guimarães Rosa, que “me fazem companhia, gosto deles e não me esqueço”.
As lembranças. Com Paulo Emílio, por exemplo, descobriu Pasárgada.
- in "Lygia de todas as letras", Prosa/O Globo (12.4.2013).
Lygia Fagundes Telles |
“É difícil separar a ficção da invenção, a fantasia da memória. Não há uma linha separando o que você viu do que você sonhou. A imaginação ocupa o espaço da memória.”
- Lygia Fagundes Telles, em entrevista ao jornal O Povo, 2007.
OBRAS DA AUTORA
CONTOS
Porão e sobrado. [bancado pelo pai da
autora], 1938.
Praia viva. [coletânea de contos]. São
Paulo: Editora Martins, 1944.
O cacto vermelho. São Paulo: Editora
Mérito, 1949.
Histórias do desencontro. Rio de
Janeiro: Editora José Olympio, 1958.
Histórias escolhidas. São Paulo:
Editora Martins, 1964.
O jardim selvagem. São Paulo: Editora
Martins, 1965.
Antes do baile verde. Rio de Janeiro:
Editora Bloch, 1970. (reedição Editora Cia das Letras, 2009), 208p.
Seminário dos ratos. Rio de Janeiro:
Editora José Olympio, 1977. (reedição Editora Cia das Letras, 2009), 184p.
Filhos pródigos. São Paulo: Editora
Cultura, 1978. reeditado como “A estrutura da bolha de sabão”. 1991. (reedição Editora Cia das Letras, 2010), 184p.
Mistérios. Rio de Janeiro: Editora Nova
Fronteira, 1981. (reedição Editora Rocco)
A noite escura e mais eu. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1995. (reedição Editora Cia das Letras, 2009), 128p.
Meus contos preferidos. [antologia de
contos]. Editora Rocco, 2004.
Histórias de mistério. [Coletânea de
contos]. Editora Rocco, 2004. (reedição Editora Cia das Letras, 2011 - com Ilust. Eloar Guazzelli - e Org. Rosa Amanda Strausz), 64p.
Meus contos esquecidos. [antologia de
contos]. Editora Rocco, 2005.
O Segredo - E outras histórias de descoberta. [coletânea de contos], Rio de Janeiro: Companhia das Leras, 2012, 64p.
Um coração ardente. [coletânea 10 contos publicados entre 1958 e 1981], Rio de Janeiro: Editora Cia das Letras, 2012.
O Segredo - E outras histórias de descoberta. [coletânea de contos], Rio de Janeiro: Companhia das Leras, 2012, 64p.
Um coração ardente. [coletânea 10 contos publicados entre 1958 e 1981], Rio de Janeiro: Editora Cia das Letras, 2012.
A Disciplina do Amor. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 1980. (reedição Editora Cia das Letras, 2010), 224p.
Invenção e Memória. Editora Rocco,
2000. (reedição Editora Cia das Letras, 2009), 144p.
Durante aquele estranho chá: perdidos e achados.
[Org. Suênio Campos de Lucena]. Editora Rocco, 2002. (reedição Editora Cia das Letras, 2010), 160p.
Conspiração de Nuvens. Editora Rocco, 2007.
CRÔNICAS
Passaporte para a China. [Crônicas de viagem], Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2011, 112p.
ROMANCES
Ciranda de pedra. Rio de Janeiro:
Edições O Cruzeiro, 1954. (reedição Editora Cia das Letras, 2009), 224p.
Verão no aquário. São Paulo: Editora
Martins, 1963. (reedição Editora Cia das Letras, 2010), 232 p.
As meninas. Rio de Janeiro: Editora
José Olympio, 1973. (reedição Editora Cia das Letras, 2009), 304p.
As horas nuas. Rio de Janeiro: Editora
José Olympio, 1989. (reedição Editora Cia das Letras, 2010), 256p.
ANTOLOGIAS
Seleta. [organização, estudos e notas
de Nelly Novaes Coelho]. 1971.
Lygia Fagundes Telles. [organização de
Leonardo Monteiro], 1980.
Os Melhores Contos de Lygia Fagundes Telles.
[seleção de Eduardo Portella]. Editora Global. 1982.
Venha Ver o Pôr-do-sol e Outros Contos.
Editora Ática. 1997.
Oito Contos de Amor. [seleção de Pedro
Paulo Sena Madureira]. Editora Ática. 1997.
Pomba Enamorada e Outros Contos Escolhidos.
[seleção de Léa Masina]. Editora LePM Pocket. 1999.
A confissão de Leontina e fragmentos.
[seleção de Maura Sardinha]. 1996.
:: Fourteen female voices from Brazil: interviews and work. [edited by Elzbieta Szoka; introduction by Jean Franco]. Austin, Texas: Host Publications, INC., 2003. {included in this anthology: Nélida Piñon, Lygia Fagundes Telles, Helena Parente Cunha, Astrid Cabral, Marly de Oliveira, Jandira Martini, Leilah Assumpção, Maria Adelaide Amaral, Myriam Campello, Sonia Coutinho, Esmerelda Ribeiro, Miriam Alves, Conceição Evaristo e Renata Pallottini}.
PARTICIPAÇÕES
EM COLETÂNEAS
Gaby (novela). In: SILVEIRA, Ênio
(ed.). Os Sete Pecados Capitais. Rio de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira, 1964, pp. 241-68.
Trilogia da confissão. (“Verde lagarto amarelo”, “Apenas um saxofone”
e “Helga”). In: Os 18 Melhores Contos do Brasil (trabalhos premiados no I
Concurso Nacional de Contos, promovido pelo Governo do Paraná). Rio de Janeiro:
Bloch Editores, 1968, pp. 42-68.
Missa do galo. In: LINS, Osman (org.).
Missa do Galo: Variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Summus, 1977, pp.
99-109.
Lygia Fagundes Telles, por Gustavo Masías |
As formigas. In: STEEN, Edla van
(org.). O Conto da Mulher Brasileira. São Paulo: Vertente, 1978, pp. 125-36.
Pomba enamorada. In: STEEN, Edla van
(org.). O Papel do Amor. São Paulo: Cultura, 1979, pp. 129-36.
Negra jogada amarela. (literatura
infanto-juvenil, conto). In: RAMOS, Rogério (org.). Criança Brinca, Não
Brinca?. São Paulo: Cultura, 1979, pp. 21-30.
As cerejas. In: VIANA, Vivina de Assis
(coord.). As Cerejas. São Paulo: Atual,
1993 pp. 4-15.
A caçada. In: LADEIRA, Julieta de Godoy
(org.). Contos Brasileiros Contemporâneos. São Paulo: Moderna, 1994, pp. 35-8.
A estrutura da bolha de sabão e As cerejas.
In: BOSI, Alfredo (org.). O Conto Brasileiro Contemporâneo. São Paulo: Cultrix,
s.d., pp. 139-50.
CRÔNICAS
PUBLICADAS NA IMPRENSA
Não vou ceder. Até quando?. O Estado de
São Paulo, em 06 de janeiro de 1992.
Pindura com um anjo. Jornal da Tarde,
em 11 de agosto de 1996.
CONGRESSOS,
DEBATES E SEMINÁRIOS
Ciclo de conferências em homenagem a Machado de Assis,
realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, 1989.
Feira Internacional do Livro, Göteborg
(Suécia), 1990, a convite da Sociedade de Escritores Suecos.
Congresso de Escritores Ibéricos e Latino-Americanos,
Buenos Aires (Argentina), 1990.
Congresso Internacional de Escritores, Milão
(Itália), onde apresentou trabalho sobre “A
personagem feminina segundo Lygia Fagundes Telles”. 18è Salon du Livre,
Paris (França), 1998.
Feira Internacional do Livro, Barcelona
(Espanha), 1998, onde o Brasil foi o país homenageado.
DEPOIMENTOS
Por que escrevo. In: O Escritor por Ele
Mesmo. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 1997.
O Escritor nas Bibliotecas: Diálogos e Debates.
Secretaria Municipal de São Paulo, 1997.
Escritores. Entrevistas de 43
ficcionistas de várias nacionalidades. 2002.
A Paixão pela Poesia. 2002.
DISCURSOS E
CONFERÊNCIAS
Álvares de Azevedo – A Escola de Morrer Cedo.
[Conferência na Academia Brasileira de Letras, em 31/10/ 1991 e 15/10/2002].
Publicada na Revista Brasileira n.o 31, pp. 113-119.
Os contistas. [membros da Academia
Brasileira de Letras, no ciclo de conferências 100 Anos de Cultura Brasileira].
ABL, 1997.
As personagens femininas. [no ciclo de
palestras do Comitê Feminino] ABL, 1998.
Uma revisão de Machado de Assis. [nas
Jornadas Acadêmicas], ABL e Folha de S. Paulo, 1998.
Língua portuguesa – uma paixão. [no
seminário A Língua Portuguesa em questão], do CIEE de São Paulo, 1999.
Uma revisão de Machado de Assis. [no
Ciclo Machado de Assis], ABL, 1999.
A superioridade de Machado de Assis.
[no ciclo A Língua Portuguesa nos 500 Anos do Brasil], ABL, 1999.
Língua e literatura. [no seminário
Idioma e Soberania – Nossa Língua], Nossa Pátria, na Câmara dos Deputados,
Brasília, 2000.
Lygia Fagundes Telles (...) |
"Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentas e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim."
- Lygia Fagundes Telles, no livro “As meninas”. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
TRADUÇÕES
Alemão
Die Struktur der Seifenblase. (Filhos
Pródigos). Tradução de Alfred Opitz. Berlim, Suhrkamp, 1983.
Nachte Stunden. (As Horas Nuas). Tradução de Mechthild
Blumberg. Berlim: Rütten & Loening, 1994.
Emanuel. (conto). In RESCHKE, Rudolf Helmut
(org.). Phantastisch diese Katzen! (Fantástico este Gato!). Tradução de
Alfred Opitz. Rheda:
Bertelsmann Club, 1994, pp. 125-32.
Kurz vor Mitternacht. (Missa do Galo,
conto). In: LINS, Osman
(org.). Kurz vor Mitternacht. Tradução de Katharina Pfützner.
Frankfurt/Leipzig: Insel Verlag, 1994,
pp. 104-16.
Espanhol
Lygia Fagundes Telles (...) |
Las horas desnudas. (As Horas Nuas).
Tradução de Basilio Losada. Barcelona: Plaza & Janes, 1991.
Francês
La Structure de la bulle de savon.
(Filhos Pródigos). Tradução de Inès Oseki-Dépré. Paris: Alinea, 1986.
Un Thé bien
fort et trois tasses. (Antes do Baile Verde). Tradução de Maryvonne
Lapouge-Petorelli. Paris: Alinea, 1989. Paris: Le serpent à plumes, 1995.
L’Heure nue. (As Horas Nuas). Tradução
de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris: Alinea, 1991. Paris: Le serpent à plumes,
1996.
“W.M.”. In: BAREIRO-SAGIER, Rubén e
LEÓN, Olver Gilberto (orgs.). Antologie de la nouvelle latino-américaine.
Belfond/Unesco, 1991.
La Nuit obscure et moi. (A Noite Escura
e mais Eu). Trad. de Maryvonne
Lapouge. Paris: Éditions Rivages, 1998.
La Discipline de l’amour. (A Disciplina
do Amor). Tradução de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris: Editora Rivages, 2002.
Inglês
The Girl in the
Photograph. (As
Meninas). Tradução de Margareth A. Neves. Nova York: Avon Books, 1982.
Tigrela and Other Stories. (Seminário
dos Ratos). Tradução de Margareth A. Neves. Nova York: Avon Books, 1986.
The Marble Dance. (Ciranda de Pedra). Tradução
de Margareth A. Neves. Nova York: Avon Books, 1986.
Italiano
Le perle. (“As pérolas”). In: PORZIO,
Domenico (org.). Le più belle novelle di tutti paesi – 1961 (Os mais Belos
Contos de Todos os Países). Milão: Aldo Martello, 1961, pp. 291-300.
Le ore nude. (As Horas Nuas). Tradução
de Adelina Aletti. Milão: La tartaruga edizioni, 1993.
Klucz. (“A chave”). In: KLAVE, Janina
Z. (organização e tradução). Opowiadania brazylijskie. Cracóvia, Wydawnictwo
literackie, 1977, pp. 167-75.
W kamiennym kregu. (Ciranda de Pedra).
Tradução de Elzbieta Reis. Cracóvia: Wydawnictwo literackie, 1990. [Este livro foi traduzido também para o chinês e o
espanhol].
Portugal
Antes do Baile Verde. Lisboa: Edição
LBL, [1971].
A Disciplina do Amor. Lisboa: Edições O
Jornal, 1980.
A Noite Escura e Mais Eu. Lisboa:
Edição LHL, 1996.
As Meninas. Lisboa: Edição LBL, s.d.
As Horas Nuas. Lisboa: Editorial
Presença, 2005.
Sueco
Nakna timmar. (As Horas Nuas). Tradução
de Margareta Ahlberg. Estocolmo: Natur
och Kultur, 1991.
Tcheco
Pred zelenym balem. (Antes do Baile
Verde). Tradução de Pavla Lidmilová. Praga: Odeon, s.d.. [Este
livro foi traduzido também para o russo].
"Ser ou estar. Não, não é ser ou não ser, essa já existe, não confundir com a minha que acabei de inventar agora. Originalíssima. Se eu sou, não estou porque para que eu seja é preciso que eu não esteja. Mas não esteja onde? Muito boa a pergunta, não esteja onde. Fora de mim, é lógico. Para que eu seja assim inteira (essencial e essência) é preciso que não esteja em outro lugar senão em mim. Não me desintegro na natureza porque ela me toma e me devolve na íntegra: não há competição mas identificação dos elementos. Apenas isso. Na cidade me desintegro porque na cidade eu não sou, eu estou competindo e como dentro das regras do jogo (milhares de regras) preciso competir bem, tenho consequentemente de estar bem para competir o melhor possível."
- Lygia Fagundes Telles, no livro “As meninas”. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Lygia Fagundes Telles, foto: Adriana Vichi |
“Estancar a loucura por meio de um sonho”
- Lygia Fagundes Telles
FILMES E
DOCUMENTÁRIOS
Titulo: Le Ore nude
Sinopse: Em crise conjugal, uma mulher passa a ter um
caso com outro homem. Seu marido não a compreende e, para tentar resolver a
situação, ela o leva até o lugar onde costuma encontrar-se com o amante. No
entanto, quando chegam ao local, deparam-se com o cadáver de um jovem afogado.
Ainda que não mantenha um diálogo direto com As Horas nuas, romance de Lygia, o filme de Marco Vicario guarda
muitas semelhanças com o universo do livro – na trajetória da protagonista e no
amor platônico que sente por outro homem.
Direção: Marco Vicario
Ano: 1965, Itália
Formato: 35mm, pb, 92’ {BetacCam].
Elenco: Keir Dullea, Rossana Podestà, Bruno Scipioni,
Gabriele Basili
Depositária: Cineteca Nazionale (Itália).
Sinopse: Nos anos 1970, a relação entre um homem e uma
mulher é levada a extremos. Baseada no conto “Apenas um saxofone”, de Lygia Fagundes Telles.
Direção: Mariza Leão
Ano: 1977, Rio de Janeiro/Brasil.
Formato: 35mm, cor, 13’
Elenco: Denise Bandeira, Eduardo Machado
Titulo: As Três mortes de Solano
Sinopse: Sobre um cenário feito de um tapete com imagens
de uma caçada, três histórias fantásticas, envolvendo a personagem de Solano, se
desenvolvem. Baseada no conto “A Caçada”, de Lygia Fagundes Telles.
Direção: Roberto Santos
Ano: 1976, São Paulo/Brasil.
Formato: 35mm,
cor, 100’
Elenco: Stênio Garcia, Líbero Rípoli, Bárbara Fázio,
Clarise Piovesan
Participação especial: Gianfrancesco Guarnieri.
Titulo: O Menino
Sinopse: A relação entre um casal é vista sob a
perspectiva de seu filho, um menino sagaz que, durante uma sessão de cinema,
descobre uma ligação amorosa da mãe. Baseado no conto homônimo de Lygia
Fagundes Telles.
Direção: Luiz Fernando Sampaio
Ano: 1977-1978, Rio de Janeiro/Brasil.
Formato: 35mm, cor
,16’
Elenco: João S. Barcellos, Cristina Figueiredo, Bernardo
Proença, Renato Sodine.
Titulo: A Consulta
Sinopse: Sátira ao atendimento médico de uma clínica
psiquiátrica. Baseado no conto homônimo de Lygia Fagundes Telles.
Direção: Silvio Matos
Ano: 1979, São Paulo/Brasil.
Formato: 35mm,
cor, 15’
Elenco: Luis Carlos S. Pinto, Sílvio Matos, Ezio Ramos,
Aliomar de Matos.
Sinopse: Vida e obra de Lygia Fagundes Telles vistas sob
as lentes de seu filho, Gofredo Telles Neto.
Direção: Goffredo Telles Neto
Ano: 1990, São Paulo/Brasil.
Formato: vídeo, cor, 23’ | DVCam
Titulo: Jogo da memória
Sinopse: Um jogo de memória no qual passado e presente se
misturam – quando tocadas por seu tio, fotos se transformam em realidade para
uma menina. Inspirado no romance “Verão no Aquário”, de Lygia Fagundes Telles.
Direção: Denise Vieira Pinto
Ano: 1992, São Paulo/Brasil
Formato: 35mm, cor, 15’
Elenco: Sandra Annenberg, Abraão Farc, Elias Andreatto,
Patrícia Gaspar.
Título: As meninas
Sinopse: Em São Paulo, no início dos anos 1970, três
estudantes universitárias moram num pensionato e dividem suas angústias
pessoais, num cenário de repressão política. Adaptação do romance homônimo de
Lygia Fagundes Telles.
Direção: Emiliano Ribeiro
Ano: 1996, Rio de Janeiro/Brasil.
Formato: 35mm, cor, 90’
Elenco: Claudia Liz, Drica Moraes, Sônia de Paula, Walney
Costa
Direção: Paulo César Sarraceni
Ano: 1999
Roteiro: Lygia Fagundes Telles, escrito em parceria com
Paulo Emilio Salles Gomes
Inspirado: no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis,
incluído no catálogo da Editora Cosak & Naify.
Título: Formigas
Sinopse: Duas universitárias ganham um presente da dona
da pensão onde moram – uma caixa contendo os ossos de um anão. Baseado no conto
“As Formigas”, de Lygia Fagundes Telles.
Direção: Verônica Guedes
Ano: 2004, Ceará/Brasil.
Formato: 35mm, pb, 18’
Elenco: Michelle Mozena, Daniela Casteline, Wellington
Crispim, Jane Azeredo.
Título: Lygia por Lygia
Direção: Paulo Markun e Ricardo Elias
Ano: 2009, São Paulo/Brasil
Formato: vídeo digital, cor, 52’
Documentário e ficção combinam-se para narrar a
trajetória de Lygia Fagundes Telles – momentos de sua vida são encenados por
atores, imagens de arquivo e uma entrevista com a autora são também
apresentados. Produzido numa parceria entre a TV Cultura e a TV Sesc, o
especial é parte da série Autor por autor e conta com texto da escritora e
dramaturga Maria Adelaide Amaral e participação das atrizes Eva Wilma e Regina
Braga.
Título: Lygia Fagundes Telles - a inventora de memórias
Série: Mestres da Literatura
Lygia Fagundes Telles, foto: Tomás Rangel |
Ficha Técnica
Equipe TAL
Roteiro e Direção: Bruno Carneiro
Produção Executiva: Malu Viana Batista
Coordenação de Produção: Clara Ramos
Direção de Fotografia: Mariano Kweller
Atriz e Narradora: Apoena Gurggel
Edição: Felipe Macedo
Design Gráfico: Deborah Guerra
Música Original: Marcos Azambuja / Estúdio Zut
Produtora: Pacto AudioVisual
Produtora: Pacto AudioVisual
Equipe TV Escola
Ministério da Educação
Departamento de Produção e Capacitação em Programas de Educação a Distância
Coordenação-Geral de Produção de Programas em Radiodifusão
Produção TV Escola
Alexandre Fischgold
Érico Monnerat
“Gosto de me preparar para escrever. Eu não escrevo de qualquer jeito - de camisola, de pijama. Eu gosto de me arrumar! Escrever é o meu ofício e quero estar arrumada para ele. Dentes escovados, banho tomado, uma roupa, pronto: agora vou trabalhar.”
- Lygia Fagundes Telles (fonte: Opovo 19.4.2013)
Lygia Fagundes Telles - A inventora de Memórias
[Série Mestres da Literatura].
- Lygia Fagundes Telles (fonte: Opovo 19.4.2013)
TELEVISÃO
Título: O jardim selvagem.
Episódio: Caso especial
TV Globo
1978.
Título: Ciranda de pedra
Adaptação do romance do mesmo título, de Lygia Fagundes Telles.
TeleNovela
TV Globo
Ano: 1981.
Título: Era uma vez Valdete
Adaptação do conto "O moço do saxofone", que faz parte do livro Antes do baile verde, num episódio denominado "Era uma vez Valdete".
Série: Retratos de Mulher
TV Globo
TEATRO
As meninas. 1988 e 1998.
PRÊMIOS LITERÁRIOS
Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, pelo seu livro de contos “O cacto vermelho”, (1949);
Prêmio do Instituto Nacional do Livro, pelo seu livro de contos “Histórias do desencontro”, (1958);
Prêmio Boa Leitura. (1964);
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, por “Verão no Aquário”, (1965);
Prêmio do I Concurso Nacional de Contos, do Governo do Paraná (1968);
Grande Prêmio Internacional Feminino para Contos Estrangeiros - França, pelo seu livro de contos “Antes do baile” (1969);
Prêmio Candango,concedido ao melhor roteiro cinematográfico por “Capitu” em parceria com Paulo Emílio Sales Gomes(1969);
Prêmio Guimarães Rosa,da FUNDEPAR, , pelo seu livro de contos “Antes do baile verde”, (1972);
Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras , pelo seu romance "As Meninas", (1974);
Prêmio Jabuti, pelo seu romance "As Meninas", (1974);
Prêmio APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, pelo seu romance "As Meninas", (1974);
Prêmio do PEN Clube do Brasil, para o livro de contos “Seminário dos Ratos” (1977);
Prêmio Jabuti, para o livro “A Disciplina do Amor” (1980);
Prêmio APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, para o livro “A Disciplina do Amor” (1980);
Prêmio II Bienal Nestlé de Literatura Brasileira. (1984);
Prêmio Pedro Nava, Melhor Livro do Ano, para o livro “As Horas Nuas” (1989);
Prêmio Jabuti, para o livro “A Noite Escura e mais Eu” (1996);
Prêmio Biblioteca Nacional, para o livro “A Noite Escura e mais Eu” (1996);
Prêmio APLUB de Literatura, para o livro “A Noite Escura e mais Eu” (1996);
Prêmio Golfinho de Ouro, categoria Literatura, do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro (2000);
Grande Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte. (2000);
Prêmio Jabuti, na categoria ficção, para o livro “Invenção e Memória” (2001);
Prêmio APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, para o livro “Invenção e Memória” (2001);
Prêmio Camões, pelo conjunto da obra, Portugal – Brasil (2005);
Prêmio da Fundação Bunge (antigo Moinho Santista), na categoria Romance, Vida e Obra, (2005);
Prêmio APCA, pelo seu romance “Conspiração nas nuvens” (2007);
Prêmio Mulheres Mais Influentes - Gazeta Mercantil (2007);
Prêmio Dra. Maria Imaculada Xavier da Silveira, OAB (2008);
Troféu Juca Pato - Prêmio Intelectual do Ano, concedido pela União Brasileira de Escritores / UBE, (2009).
Lygia Fagundes Telles, Antonio di Benedetti e Clarice Lispector, 1974.- Congresso da Nova Narrativaa Hispano-Americana, Universidade de Cali, Colômbia |
“Com Lygia há o hábito de se escrever que ela é uma das melhores contistas do Brasil. Mas, do jeitinho como escrevem, parece que é só entre as mulheres escritoras que ela é boa. Erro: Lygia é também entre os homens escritores um dos escritores maiores.”
- escreveu Clarice Lispector certa vez.
CONDECORAÇÕES
Medalha Mário de Andrade – Governo do Estado de São Paulo;
Medalha Mérito Cívico e Cultural – da Sociedade Brasileira de Heráldica de São Paulo;
Medalha do Grande Prêmio Literário de Cannes, categoria contos (1969);
Medalha do Prêmio Imperatriz Leopoldina, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1969);
Ordem do Rio Branco, Comendador (1985);
Título Personalidade Literária do Ano de 1987, conferido pela Câmara Brasileira do Livro;
Recebe a Comenda Portuguesa Dom Infante Santo, (1989);
Medalha Ordre des Arts et des Lettres, Chevalier (1998);
Ordem al Mérito Docente y Cultural Gabriela Mistral, Gran Oficial (Chile);
Agraciada, com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília - UnB, março (2001);
"Quem conhece a Lygia de perto, isto é, quem convive com ela, não imagina que esse monstrinho escreva essas coisas… góticas – como se diz por aqui. Porque você é dos melhores papos que conheço, das presenças mais agradáveis e fáceis. Estar com você é muito bom e a gente não se sente com necessidade de usar nenhuma máscara, de escolher palavras ou ficar na defensiva. E como é que uma menina esportiva, extrovertida, produz esse tipo de literatura dramática e densa? Não a estou censurando, ao contrário, estou me admirando. Há contos seus que ficam perseguindo a gente por muito tempo [...]"
- Erico Verissimo, em carta a Lygia Fagundes Telles (Virginia/EUA, 1966), fonte: IMS.
Lygia Fagundes Telles com Cecília Meireles em sua chegada a São Paulo, Estação da Luz, manha, trem Vera Cruz, 1945 - São Paulo/SP. |
“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas.”
- Lygia Fagundes Telles, in "A disciplina do amor".
Lygia Fagundes Telles, foto: Eduardo Knapp/Folhapress |
"Quem conhece a Lygia de perto, isto é, quem convive com ela, não imagina que esse monstrinho escreva essas coisas… góticas – como se diz por aqui. Porque você é dos melhores papos que conheço, das presenças mais agradáveis e fáceis. Estar com você é muito bom e a gente não se sente com necessidade de usar nenhuma máscara, de escolher palavras ou ficar na defensiva. E como é que uma menina esportiva, extrovertida, produz esse tipo de literatura dramática e densa? Não a estou censurando, ao contrário, estou me admirando. Há contos seus que ficam perseguindo a gente por muito tempo [...]"
- Erico Verissimo, em carta a Lygia Fagundes Telles (Virginia/EUA, 1966), fonte: IMS.
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Lygia Fagundes Telles e Antonio Houaiss, [c. década 1900-2000]. ABL, Rio de Janeiro, foto: Paulo Jabur |
Lygia Fagundes Telles, João Ubaldo Ribeiro, Arnaldo Niskier. ABL, Rio de Janeiro, [c. década 1900-2000], foto: Paulo Jabur |
José Saramago e Lygia Fagundes Telles, em São Paulo, 2003. (Acervo de Lygia Fagundes Telles) |
Lygia Fagundes Telles e Décio Pignatari, foto: Jair Bertolucci |
“Não acho
maravilhoso envelhecer. A gente envelhece na marra, porque não há mesmo outro
jeito, já fui a tantas estações de águas, já bebi de tantas fontes – onde a
Fonte da Juventude, onde?”
- Lygia Fagundes Telles, in "A disciplina do
amor".
José Olympio, João Guimarães Rosa, Lygia Fagundes Telles e seu marido Goffredo Telles Jr., e José Geraldo Vieira, em 1958.
[Foto: Acervo Família Tess]
|
Lygia Fagundes Telles e Manuel Bandeira |
Lygia Fagundes Telles e Darcy Ribeiro |
- Lygia Fagundes Telles, in "A disciplina do
amor".
ATIVIDADES E EVENTOS COMEMORATIVOS - 90 ANOS DE LÝGIA FAGUNDES TELLES
90 anos de Lygia Fagundes Telles: chamada de trabalhos e Jornadas Internacionais na Universidade de Salamanca. Mais informações disponíveis no link.
Exposição Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles nos corredores da Biblioteca Nacional.
Os corredores da Fundação Biblioteca Nacional ganham mais vida com a exposição sobre Lygia Fagundes Telles que começa hoje, 15 de abril. A mostra é uma homenagem aos 90 anos de vida de uma das mais importantes escritoras brasileiras. Está sediada no segundo andar da Biblioteca Nacional e tem entrada franca.
Local: 2º andar da Biblioteca Nacional
Data: de 15 de abril a 10 de junho
Horário: seg a sex das 9h às 20h; sáb das 9h às 17h; dom e feriados das 12h às 17h
Entrada franca
Outras informações no blog da BN.
ACERVO LYGIA FAGUNDES TELLES
O Acervo Lygia Fagundes Telles chegou ao Instituto Moreira Salles em 2004. É formado de biblioteca de cerca de 900 itens, entre livros e periódicos, catalogada no site do IMS; e de arquivo contendo mil documentos, entre os quais, datiloscritos de contos e adaptações (incluindo a do romance D. Casmurro, de Machado de Assis, trabalho de Lygia em parceria com Paulo Emilio Salles Gomes que ficaria perdido em seus papéis e que seria publicado em 1993 com o título de Capitu, reeditado em 2007), além de correspondência com 270 itens, 240 documentos pessoais, 5.500 recortes de jornais e de revistas, 208 fotografias, cinco desenhos de autoria de Carlos Drummond de Andrade e 40 documentos audiovisuais.
O acervo conta ainda com a máquina de escrever da escritora.
É nesse inventário biográfico que ela relata sua predileção infantil pelas histórias de terror e o apego ao pai, jogador de cartas e roletas. Ainda pequena, ele a levava a um cassino em Santos. Foi também seu primeiro leitor. “Quando eu estava no ginásio, lia minhas histórias para o meu pai. Ele gostava de dizer ‘está bom, está muito bom; o nome da personagem é que talvez você devesse mudar’. Eu ficava radiante com essa atenção dele.”
O acervo conta ainda com a máquina de escrever da escritora.
É nesse inventário biográfico que ela relata sua predileção infantil pelas histórias de terror e o apego ao pai, jogador de cartas e roletas. Ainda pequena, ele a levava a um cassino em Santos. Foi também seu primeiro leitor. “Quando eu estava no ginásio, lia minhas histórias para o meu pai. Ele gostava de dizer ‘está bom, está muito bom; o nome da personagem é que talvez você devesse mudar’. Eu ficava radiante com essa atenção dele.”
Localizado: IMS - Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
CEP 22451-040 – Rio de Janeiro-RJ
Tel.: 21 3284-7400 – 21 3206-2500
Fax: 21 2239-5559
Horário de visitação: De terça a sexta, das 11h às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Site oficial da autora
Lygia Fagundes Telles, foto: Eduardo Knapp/Folhapress |
REFERÊNCIAS E FONTES DE PESQUISA
© Direitos reservados ao autor/e ou ao seus herdeiros
© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
=== === ===
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Lygia Fagundes Telles - a inventora de memórias. Templo Cultural Delfos, abril/2023. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Lygia Fagundes Telles - a inventora de memórias. Templo Cultural Delfos, abril/2023. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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Página atualizada em 10.4.2023.
Uma homenagem linda para a grande dama da literatura. Fiquei emocionada com tanta beleza. Excelente trabalho.
ResponderExcluirObrigada Nice, que bom que gostaste!
ExcluirVolte mais vezes, há sempre novidades.
Abraços.
ótimo, gabriela
ResponderExcluir=] .
Obrigada Nilton!
ExcluirEssa pesquisa foi feita por minha mãe, Elfi, o mérito é todo dela. :)
Volte sempre,
Abraços
Oi, Gabriela.
ExcluirAno passado, foi publicada em livro a minha tese de doutorado. Poderia incluir na bibliografia a respeito da Lygia?
A Construção de Lygia Fagundes Telles: edição crítica de Antes do Baile Verde. Maceió: Edufal, 2016, 492 páginas.
Abraço.
Obrigado =] .
Nilton.
monstra da literatura.
ResponderExcluirCom verdade com batata-caapeba melódico está mesmo arroz no a título de exemplo com batata-caapeba doce arroz inclusive então majestaticamente que não irá trepar prejudicar qualquer indivíduo vigoroso agora se você nunca é uma indivíduo só dá você é uma pessoa que deseja perder calorias reducaps for men você deve julgar em que nem o estrutura física tem êxito.
ResponderExcluirEu comprei, mas se quiseste posto isto abacate muito versátil porque não possuir jamais sei nem sequer salgado nem melódico você pode utilizar ele sobremesa mousse a chocolate com estirpe com abacate pode consumir com sal que nem o guacamole por outra forma julgar-se um solzinho por alto e também comer reducaps for men de colher que nem consciência gosto com executar.
E também se maravilhar um pouco você irá gastar a fim de consumir perfeitamente de maneira mostrar-se na gengiva com vida reducaps for men forte barata neste momento legado consciência escancarar reducaps for men anvisa poucos exemplos com algumas secundinas refeições que que o ainda que comigo bem como foram baratas e também você pode similarmente é afinal se aguçar a primeira delas neste ponto é mãe o que é o que é carne moída.
Neste momento que eu escuto por aí é que acesso jamais consigo alimentar-se em razão de é querido jamais o que é querido é doença é residir problema utente é manter-se acima do halter isso é majestaticamente duro então você necessita certa maneira com outra escolher resistência no teu estilo de vida para qualquer refeição reducaps for men vigoroso.
Pode coibir a absorvência a até mesmo dessas proteínas quer dizer qualquer só oito com soja agora daí nós vê dificuldade pode ressurgir que você eis o televisão que narcisismo falei o inconveniência da soja a fim de você decidir toda gente os problemas com a acidente o consanguíneo aqui em são feições a feijão com alguma tipo desgraçadamente base da refeição reducaps for men brasileira.
Disso existe muita grêmio do decidido disse do decidido disse que pessoas que comem carnes aí carnes nunca tal maneira falando com salsicha com carnes processadas porco galinha e afinidade com máxima as seres humanos tendem a ser mais saudáveis por quê porque os alimentos melhor nutritivos que tem na aparência da região hoje salutar carnes e também a procedência aqui de novo importa então desculpe se você é herbívoro reducaps for men ou vegano.
O sô dia a dia e que que é o oposto de intermitente você alimentar-se reducaps for men de dentro de horas possuem qualquer gigantesca se você faz isto isto dando tiro no aba eu fiz determinado televisor o quimera das triplo a alimentar-se em horas você pode esforçar-se no você julgar consciência quebrei esse quimera com base científica que é realmente que consciência faço aqui sabe trivialidade a mim consciência acho isso acha aquilo é de fato conhecimento.
E dessa maneira facilmente corresponder se certo alimento falece livramento auxiliar ou irá livramento prejudicar no teu jeitinho a magreza reducaps for men inteligente de resistência ou qual for ele e também o problema se você for realizar resolver por aí você ainda que irá apoderar-se em grau superior frito que cebola no mosaico a pomo isso ocorre visto que toda momento na conjunto de meios de comunicação uma ocasião nós vê certa realidade faz claramente destinado a a gente convicção certa enigma faz problema.
Lindo trabalho! Impossível não se apaixonar por essa grande escritora! Obrigado e parabéns!
ResponderExcluirBelíssimo roteiro da vida e obra de uma das mais importantes escritoras em lingua portuguesa. Lamento, apenas, não poder conservar este texto em meu arquivo
ResponderExcluir.
Lygia foi a primeira escritora que marcou minha adolescência - aos 15 anos, com "As meninas". Lembro-me que, alguns anos mais tarde, encontrei Lygia no elevador de um edifício comercial.
ResponderExcluirNo elevador,somente nós duas, e eu, dentro do meu nervosismo não consegui expressar uma só palavra. Tantas coisas pra falar, mas nada foi dito. Ficou a lembrança dos olhos de jabuticaba e a linda mecha nos cabelos negros. Obrigada Lygia!
De arrepiar. Lágrimas impedem comentar.
ResponderExcluirtambém morou em Ituverava SP, onde o pai foi promotor púbico.
ResponderExcluirADOREI!!!SOU UM SONHO DE ESCRITORA.TODOS OS DIAS SONHO EM SER UMA.Jô.
ResponderExcluirLígia uma simpatia, fez uma palestra aqui na UFSC deixou uma platéia encantada
ResponderExcluirQue historia linda viu, Amei cada letra! :)
ResponderExcluirEspetacular, Ótima historia.
ResponderExcluirÚnica,é como se tivesse perdido uma amiga íntima.
ResponderExcluirLinda homenagem a uma gde escritora brasileira. Minhas preferidas . Ligia Fagundes Telles e Raquel de Queiroz. .
ResponderExcluirAcho inexplicável a paixão que sinto por essa mulher. Ela já faleceu há dois anos e não consigo esquece-la. Amo tudo que ela produziu e tenho uma certeza incontestável de que ela prossegue viva dentro de mim mesmo eu nem tendo a conhecido
ResponderExcluir