© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
NOTA: Página em atualização 30.12.2021.
Aracy Moebius de Carvalho (Rio Negro/PR, 5 de dezembro de 1908 — São Paulo/SP, 3 de março de 2011) foi uma poliglota brasileira que prestou serviços ao Itamaraty, tornando-se a segunda esposa do escritor João Guimarães Rosa.
Aracy também é conhecida por ter seu nome escrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto (Yad Vashem), em Israel, por ter ajudado muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas. A homenagem foi prestada em 8 de julho de 1982, ocasião em que também foi homenageado o embaixador Luiz Martins de Souza Dantas. Ela é uma das pessoas homenageadas também no Museu do Holocausto de Washington (EUA). É conhecida pela alcunha de O Anjo de Hamburgo.
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa
A paranaense, ainda criança foi morar com os pais em São Paulo. Em 1930, Aracy casou com o alemão Johan von Tess, com quem teve o filho Eduardo Carvalho Tess, mas cinco anos depois se separou, indo morar com uma irmã de sua mãe na Alemanha. Por falar quatro línguas (português, inglês, francês e alemão), conseguiu uma nomeação no consulado brasileiro em Hamburgo, onde passou a ser chefe da Secção de Passaportes.
No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. Aracy ignorou a circular e continuou preparando vistos para judeus, permitindo sua entrada no Brasil. Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas. Para obter a aprovação dos vistos, Aracy simplesmente deixava de pôr neles a letra J, que identificava quem era judeu. Nessa época, João Guimarães Rosa era cônsul adjunto. Ele soube do que ela fazia e apoiou sua atitude, com o que Aracy intensificou aquele trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte.
Aracy permaneceu na Alemanha até 1942, quando o governo brasileiro rompeu relações diplomáticas com aquele país e passou a apoiar os Aliados. Seu retorno ao Brasil, porém, não foi tranquilo. Ela e Guimarães Rosa ficaram quatro meses sob custódia do governo alemão, até serem trocados por diplomatas alemães. Aracy e Guimarães Rosa casaram, então, no México, por não haver ainda, no Brasil, o divórcio. O livro "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa (1956), foi dedicado a Aracy.Sua biografia inclui também ajuda a compositores e intelectuais durante o regime militar implantado no Brasil em 1964, entre eles Geraldo Vandré, de cuja tia Aracy era amiga.
Aracy ficou viúva no ano de 1967 e não se casou novamente. Sofria de Mal de Alzheimer, faleceu em 3 de março de 2011, na cidade de São Paulo/SP, aos 102 anos.
BIOGRAFIA:: Justa. Aracy de Carvalho e o resgate dos judeus: trocando a Alemanha nazista pelo Brasil. Mônica Raisa Schpun. Rio de Janeiro: editora Civilização Brasileira/ Record, 2ª ed., 2011.Sinopse: Com vivacidade narrativa e riqueza de detalhes, Monica Schpun apresenta a amizade entre duas mulheres, Aracy de Carvalho Moebius Tess e Maria Margarethe Bertel Levy, que driblaram com muita coragem a extrema hostilidade do mundo durante a Segunda Guerra Mundial.
Aracy chefiava o setor de passaportes no mesmo consulado em que o escritor Guimarães Rosa, seu marido, iniciava a carreira diplomática como cônsul adjunto em Hamburgo. Aracy salvou a vida de judeus vítimas do nazismo, ao permitir que emigrassem para o Brasil. Por esse ato de coragem, foi homenageada em 1982 com o título de Justa entre as Nações, concedido pelo Museu do Holocausto de Jerusalém.
Margarethe e seu cônjuge, o cirurgião-dentista Hugo Levy, eram judeus liberais que desfrutavam de um padrão de vida elevado. Viajando pelo mundo, ela aprendeu várias línguas, mas viu sua liberdade bombardeada pelas leis de Nuremberg, pela Noite de Cristal e por todos os outros eventos que culminaram com a deportação e o extermínio dos judeus da Europa.
Centrado na história do cruzamento dessas duas vidas na Alemanha e no Brasil – e da vida de judeus de Hamburgo que se salvaram da deportação e vieram para São Paulo graças à inestimável ajuda de Aracy –, Justa: a vida de Aracy de Carvalho, o Anjo de Hamburgo apresenta, num texto ágil e perspicaz, a fascinante história em que – a despeito das variações quase infinitas das narrativas individuais, dos caminhos traçados, das iniciativas tomadas e das saídas encontradas – amizade, solidariedade e acolhimento pontuam os espaços sociais que dão sentido a cada uma dessas vidas e iluminam esse contexto social e político ainda tão inextricável.
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa |
No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. Aracy ignorou a circular e continuou preparando vistos para judeus, permitindo sua entrada no Brasil. Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas. Para obter a aprovação dos vistos, Aracy simplesmente deixava de pôr neles a letra J, que identificava quem era judeu. Nessa época, João Guimarães Rosa era cônsul adjunto. Ele soube do que ela fazia e apoiou sua atitude, com o que Aracy intensificou aquele trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte.
Aracy ficou viúva no ano de 1967 e não se casou novamente. Sofria de Mal de Alzheimer, faleceu em 3 de março de 2011, na cidade de São Paulo/SP, aos 102 anos.
BIOGRAFIA
:: Justa. Aracy de Carvalho e o resgate dos judeus: trocando a Alemanha nazista pelo Brasil. Mônica Raisa Schpun. Rio de Janeiro: editora Civilização Brasileira/ Record, 2ª ed., 2011.
Sinopse: Com vivacidade narrativa e riqueza de detalhes, Monica Schpun apresenta a amizade entre duas mulheres, Aracy de Carvalho Moebius Tess e Maria Margarethe Bertel Levy, que driblaram com muita coragem a extrema hostilidade do mundo durante a Segunda Guerra Mundial.
Aracy chefiava o setor de passaportes no mesmo consulado em que o escritor Guimarães Rosa, seu marido, iniciava a carreira diplomática como cônsul adjunto em Hamburgo. Aracy salvou a vida de judeus vítimas do nazismo, ao permitir que emigrassem para o Brasil. Por esse ato de coragem, foi homenageada em 1982 com o título de Justa entre as Nações, concedido pelo Museu do Holocausto de Jerusalém.
Margarethe e seu cônjuge, o cirurgião-dentista Hugo Levy, eram judeus liberais que desfrutavam de um padrão de vida elevado. Viajando pelo mundo, ela aprendeu várias línguas, mas viu sua liberdade bombardeada pelas leis de Nuremberg, pela Noite de Cristal e por todos os outros eventos que culminaram com a deportação e o extermínio dos judeus da Europa.
Centrado na história do cruzamento dessas duas vidas na Alemanha e no Brasil – e da vida de judeus de Hamburgo que se salvaram da deportação e vieram para São Paulo graças à inestimável ajuda de Aracy –, Justa: a vida de Aracy de Carvalho, o Anjo de Hamburgo apresenta, num texto ágil e perspicaz, a fascinante história em que – a despeito das variações quase infinitas das narrativas individuais, dos caminhos traçados, das iniciativas tomadas e das saídas encontradas – amizade, solidariedade e acolhimento pontuam os espaços sociais que dão sentido a cada uma dessas vidas e iluminam esse contexto social e político ainda tão inextricável.
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa em várias fases de sua vida: viveu 102 anos. [1908 - 2011] |
O ANJO DE HAMBURGO
Com Aracy, Guimarães Rosa, teve, além da companheira de quase três décadas, uma leitora atenta e participativa em suas criações, bem como um modelo de coragem e posicionamento diante das injustiças. Afinal, ao ser perguntada por que se arriscara ao conceder vistos a judeus ela respondeu: “Porque era justo”.
“Nunca tive medo, quem tinha medo era o Joãozinho. Ele dizia que eu exagerava, que estava pondo em risco a mim e a toda a família, mas não se metia muito e me deixava ir fazendo.”
- Aracy, ao Jornal do Brasil
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (dir). Aracy e João |
“O Guima tinha um papel fundamental. Era ele que assinava os passaportes.”
- Aracy
Pelo seu trabalho em Hamburgo, em 1982 Aracy de Carvalho Guimarães Rosa foi incluída entre os quase 22 mil nomes que estão no Jardim dos Justos, no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
Trata-se de uma homenagem e um reconhecimento que o Estado de Israel presta aos góim (não-judeus) que ajudaram judeus a escapar do genocídio. Entre os mais famosos estão o empresário alemão Oskar Schindler - que inspirou o filme A lista de Schindler, de Steven Spielberg - e o diplomata sueco Raoul Wallenberg.
Apenas outro brasileiro, o embaixador Luiz de Souza Dantas (1876-1954), recebeu a mesma honraria, em 2003. "Discreta, sem jamais ter caído na tentação de se promover por ter sido quem foi, Aracy pagou o preço do esquecimento", diz o historiador e escritor René Daniel Decol, empenhado no resgate dessa personagem. "Até sua influência sobre o escritor tem sido negligenciada pela crítica, pelos historiadores da literatura e pela mídia."
Uma justa homenagem a uma justa entre as nações
A HOMENAGEM
- Em 8 de julho 1982, recebe o título de "Justa entre as Nações", concedido pelo Museu do Holocausto de Jerusalém, por salvar a vida de vários judeus vítimas do nazismo.
- É considerada o Anjo de Hamburgo, prêmio da ONG B’nai B’rith (instituição judaica). “Ela me inspirou para construir a seguinte frase: para que os maus triunfem, basta que os bons não façam nada”, afirma Leahy.
- O nome dela foi dado a um bosque do Keren Kayemet nas cercanias da cidade sagrada.
- Museu do Holocausto, em Washington.
A única mulher mencionada no Museu do Holocausto, em Israel e nos Estados Unidos, é importante ressaltar sua existência e exaltá-la na história do Brasil na II Guerra Mundial.
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa homenageada em Israel, 1983. |
"se pudesse faria tudo novamente."
- Aracy
“Perdemos um símbolo: símbolo da dignidade, da crença em valores universais e da solidariedade.”
- Claúdio Lottenberg, Presidente da Confederação Israelita do Brasil, em 04 mar. 2011.
Em 3 de junho de 1982, o Museu do Holocausto (Yad Vashem), em Israel reconheceu Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, como "Justa entre as Nações." |
Homenagem a Aracy de Carvalho, em Israel | foto: editora Record
"Ela tinha uma bondade enorme. Ajudou muitos judeus. Além da sua bondade, era muito bonita."
- Maria Margarethe Levy [Amiga e judia]
O COMPOSITOR GERALDO VANDRÉ
Depois que Guimarães Rosa morreu, Aracy continuou vivendo no apartamento do casal no Rio. Em 1968, quando o regime baixou o AI-5, ela escondeu nele o compositor Geraldo Vandré, perseguido pela ditadura militar por causa da canção “Pra não dizer que não falei de flores" ou "caminhando" como ficou conhecida, que virou um hino de protesto contra a ditadura. No prédio, próximo ao Forte de Copacabana, moravam vários oficiais. Enquanto a repressão caçava Vandré, ele compunha no sofá de Aracy. Depois, seu neto, Eduardo Tess Filho, levou Vandré para São Paulo numa Kombi. E de lá para o exílio.
Aracy não conhecia pessoalmente o compositor. Sabia que ele tinha feito a trilha sonora do filme A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1965), de Roberto Santos, baseado num conto homônimo de Sagarana, primeiro livro de Guimarães Rosa.
JOÃO GUIMARÃES ROSA E ARACY DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA
João Guimarães Rosa e Aracy Carvalho, 1939 . Hamburgo
- Alemanha | foto: Jonne Roriz Agência Estado
Foi no consulado em Hamburgo, em 1938, que Aracy conheceu o grande amor de sua vida, o cônsul-adjunto João Guimarães Rosa, que mais tarde se tornaria um dos maiores escritores da literatura brasileira. "Ele sabia que ela ajudava os judeus a fugir da guerra e aprovava, mas sempre lhe advertia sobre os riscos, porque ela não tinha imunidade consular. Ele falava: "Aracy, tome cuidado, os nazistas são perigosos?", conta o único filho Eduardo Tess, do primeiro casamento, que mora em São Paulo.
Quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha em 1942, os funcionários da embaixada ficaram "internados" por quatro meses na cidade de Baden-Baden. Ainda no mesmo ano, Aracy e Guimarães Rosa vieram ao Brasil e, em 1947, se casaram por procuração na Embaixada do México, no Rio, pelo fato de já terem sido casados e a legislação brasileira não reconhecer a união entre desquitados.
O casamento "não oficial" dificultava a indicação dos dois para trabalharem na mesma embaixada. Ela recebeu um convite para trabalhar como secretária da Embaixada no Equador enquanto Guimarães Rosa foi chamado para a Colômbia. No entanto, ela preferiu abdicar da carreira a se separar de "Joãozinho", como o chamava carinhosamente.
Em 1948, Aracy e Guimarães Rosa seguiram para Paris, onde ele atuava como conselheiro da embaixada brasileira. Dois anos depois, o casal veio para o Rio, onde se estabeleceu no bairro de Copacabana. Foi durante o tempo em que moraram no Brasil e estiveram casados que Guimarães escreveu suas obras literárias mais importantes e desenvolveu sua prosa "roseana", como Sagarana e Primeiras Estórias. À amada, ele dedicou o livro Grande Sertão: Veredas. "A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro". Com a morte de Guimarães Rosa em 1967, ela nunca mais se casou.
Aracy de Carvalho e João Guimarães Rosa, em Paris, 1949.
Aracy e Rosa, em Baden-Baden, 1942.
JOÃO GUIMARÃES ROSA E ARACY DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA
João Guimarães Rosa e Aracy Carvalho, 1939 . Hamburgo - Alemanha | foto: Jonne Roriz Agência Estado |
Quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha em 1942, os funcionários da embaixada ficaram "internados" por quatro meses na cidade de Baden-Baden. Ainda no mesmo ano, Aracy e Guimarães Rosa vieram ao Brasil e, em 1947, se casaram por procuração na Embaixada do México, no Rio, pelo fato de já terem sido casados e a legislação brasileira não reconhecer a união entre desquitados.
O casamento "não oficial" dificultava a indicação dos dois para trabalharem na mesma embaixada. Ela recebeu um convite para trabalhar como secretária da Embaixada no Equador enquanto Guimarães Rosa foi chamado para a Colômbia. No entanto, ela preferiu abdicar da carreira a se separar de "Joãozinho", como o chamava carinhosamente.
Em 1948, Aracy e Guimarães Rosa seguiram para Paris, onde ele atuava como conselheiro da embaixada brasileira. Dois anos depois, o casal veio para o Rio, onde se estabeleceu no bairro de Copacabana. Foi durante o tempo em que moraram no Brasil e estiveram casados que Guimarães escreveu suas obras literárias mais importantes e desenvolveu sua prosa "roseana", como Sagarana e Primeiras Estórias. À amada, ele dedicou o livro Grande Sertão: Veredas. "A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro". Com a morte de Guimarães Rosa em 1967, ela nunca mais se casou.
Aracy de Carvalho e João Guimarães Rosa, em Paris, 1949. |
Aracy e Rosa, em Baden-Baden, 1942. |
Escreve Guimarães Rosa:
“Serás tudo para mim: mulher, amante, amiga e companheira. Sim, querida, hás de ajudar-me, a escrever os nossos livros. Não só passarás à máquina que eu escrever, como poderás auxiliar-me muito. Tu mesma não sabes o que vales. Eu sei, e sempre disse, que tens extraordinário gosto, para julgar coisas escritas. Muito bom gosto e bom senso crítico. Serás, além de inspiradora, uma colaboradora valiosa, apesar ou talvez mesmo por não teres pretensões de ‘literata pedante'. E estaremos sempre juntos, leremos juntos, passearemos juntos, nos divertiremos juntos, envelheceremos juntos, morreremos juntos."
- Guimarães Rosa [6/11/1942].
- Guimarães Rosa [6/11/1942].
Cartas e cartões postais de João Guimarães Rosa a Aracy de Carvalho Guimarães Rosa. |
Guimarães Rosa e Aracy em uma viagem de férias ao sul da Itália, em 1950. |
- Guimarães Rosa [Bogotá, 24/3/1943].
Aracy Carvalho Guimarães Rosa, recebeu do marido uma das homenagens que merecia. É dedicado a ela um dos livros fundamentais da moderna literatura brasileira: "Grande Sertão: Veredas".
"A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro."
"Seriam duas alegrias enormes: a chegada de ARA e a chegada de SAGARANA. Mas, em caso de perigo - TÓI! Tói! Tói! - joga fora o Sagarana e venha só a ARA, que é trezentos bilhões de vezes mais importante para mim."
- Guimarães Rosa [24.3.1946].
Aracy e Rosa, em Florença na Itália, no ano de 1950 - foto: Jonne Roriz Agência Estado |
“Antes e depois, beijar, longamente, a tua boquinha. Essa tua boca sensual e perversamente bonita, expressiva, quente, sabida, sabidíssima, suavíssima, ousada, ávida, requintada, ‘rafinierte’, gulosa, pecadora, especialista, perfumada, gostosa, tão gostosa como você toda inteira, meu anjo de Aracy bonita, muito minha, dona do meu coração.”
- Guimarães Rosa
Aracy e Rosa, na Praça San Marco - Veneza. |
"Para mim tuas cartas são como marmelada, doce de laranja, aipim, manjar branco, artigo elogiando 'Sagarana' no suplemento do jornal ... Oh, Ara, que feitiço é esse?"
- Guimarães Rosa, [24/9/1946].
Aracy e Rosa, em Dresden, 1940. |
“Os outros eu conheci por ocioso acaso. A ti vim encontrar porque era preciso.”
- Guimarães Rosa
Em 1949, Rosa e Aracy estiveram em Chamonix, uma estação de esportes de inverno nos Alpes Frances. |
Rosa e Aracy, no Zoológico, Rio de Janeiro. |
FORTUNA CRÍTICA DE ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA
AKCHOURIN, Elvira. Aracy de Carvalho Guimarães rosa, aos 80 anos: 'se pudesse faria tudo novamente'. Resenha Judaica, São Paulo, Primeira quinzena, junho de 1988, p. 24.
ALMEIDA, Ivana Ferrante Rebello e.. O que tepertence - a influência de Aracy Moëbius de Carvalho na escrita de Guimarães Rosa. In: OLIVA, Osmar Pereira.. (Org.). Vozes do Gênero. Autoria e representações.. 1ªed., Montes Claros: Editora UNIMONTES, 2011, v. 1, p. 91-108.ALMEIDA, Ivana Ferrante Rebello e.. O que te pertence - a influência de Aracy Moëbius de Carvalho na escrita de Guimarães Rosa. In: Vozes do Gênero: autoria e representações, 2011, Montes Claros. Vozes do Gênero: autoria e representações. Montes Claros: Editora UNIMONTES, 2011. v. 1. p. 91-108.
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa |
ARACY. Morre aos 102 anos viúva de Guimarães Rosa. São Paulo: Folha de São Paulo, Ilustrada, 3 mar. 2011. Disponível no link. (acessado 21.12.2011).
ARACY Moebius de Carvalho Guimarães Rosa (1908 - ). Vol. II. Acervo e pesquisa - biografia de mulheres. Disponível no link. (acessado em 10.5.2014).ARAUJO, Luiz Antônio. Anjo de Hamburgo: a brasileira que salvou judeus do nazismo ao conceder vistos para o Brasil e inspira série de TV. In: BBC, 11 de agosto de 2020. Disponível no link. (acessado em 30.12.2021).
BONOMO, Daniel Reizinger. A Correspondência do Fundo Aracy de Carvalho Guimarães Rosa. Revista Instituto Estudos Brasileiros, nº48 São Paulo, Mar. 2009. Disponível no link. (acessado 12.12.2011).
BRUM, Eliane. O último desejo de Guimarães Rosa. Revista Época, 18 set. 2008. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
BRUM, Eliane (texto); JEAN, Frederic (fotos). "A lista de Aracy", Revista Época, Rio de Janeiro, Editora Globo, nº 517, 14/Abr/2008, pp. 118-124.
BRUM, Eliane. Duas mulheres indomáveis. Revista Época, 7/3/2011. Disponível no link. (acessado 21.12.2011).
CALÓ, Adriana. Resgate de memória: quem foi Aracy Moebius de Carvalho?. in: Obvious. Disponível no link. (acessado em 22.3.2016).
CARDOSO, Mônica. Os 100 anos da brasileira que casou com Guimarães Rosa e salvou judeus. São Paulo: O Estadão de São Paulo, 21 de dez. 2008. Disponível no link. (acessado 12.12.2011).
CAMARGO, Cláudio; STUDART, Hugo. Um país que esquece seus heróis... - uma heroína esquecida. 20 jan. 2008. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
CAMARGO, Cláudio; STUDART, Hugo. Conheça a história de uma heroína quase esquecida no Brasil. Istoé. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
CASO, Fabiana. A mulher que driblou o nazismo. São Paulo: O Estado de S.Paulo, 1 mar. 2008. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
CATALOGO Eletrônico do Fundo Aracy de Carvalho Guimarães Rosa. IEB/USP. Disponível no link. (acessado 18.5.2013).
CAVALCANTE, Maria Neuma Barreto; MINÉ, Elza. Cartas inéditas de João Guimarães Rosa e Aracy de Carvalho Guimarães Rosa. In: Seminário Internacional Guimarães Rosa 50º Grande sertão: veredas, 2006, Belo Horizonte. Anais do Seminário Internacional Guimarães Rosa 50º Grande sertão: veredas, 2006.
DECOL, René Decol. O nome imortal de Aracy Guimarães Rosa. Revista nº 19, ano IV, fevereiro/Março de 2007.
Aracy e Rosa, Hamburgo - 1938. |
DECOL, René Daniel.Grande Sertão: Hamburgo - o roteiro de Guimarães Rosa na cidade alemã. Lingua Franca, 30 set. 2008. Disponível no link. (acessado 13.12.2011).
DECOL, Rene Daniel. Uma certa Aracy, um chamado João. TPM, São Paulo, 1 maio 2007.
DECOL, René Daniel. D. Aracy, o anjo de Hamburgo. Revista 18, São Paulo, 1 fev. 2007.
DECOL, René Daniel. Escritor 'doou' obra a mulher Aracy. Folha de S. Paulo, São Paulo, 23 jul. 2006.
ENTREVISTA. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa. O Estado de S. Paulo, 13 fev. 1968. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
FARIAS, Danielle. Mulheres da história: a rionegrense que salvou judeus do holocausto. In: Portal Ponte, 9 de abril de 2020. Disponível no link. (acessado em 30.12.2021).
FRESSIA, Alfredo. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa - El adiós de una mujer justa. El País, Suplemento de Cultura, 8 abr. 2011. Disponível no link. (acessado 26.12.2011).
GAJARDONI, Almyr. Uma brasileira contra o nazismo. Blog do Noblat. 16 abr. 2007. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
FRESSIA, Alfredo. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa - El adiós de una mujer justa. El País, Suplemento de Cultura, 8 abr. 2011. Disponível no link. (acessado 26.12.2011).
GAJARDONI, Almyr. Uma brasileira contra o nazismo. Blog do Noblat. 16 abr. 2007. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
HAAG, Carlos. A guerra dos Rosas - A experiência de salvar judeus na Alemanha nazista marcou a vida e a obra de Guimarães Rosa e sua mulher Aracy. Revista Pesquisa - Fapesp, nº 189, nov. 2011. Disponível no link. (acessado 28.12.2011).
LEAHY, Anthony. Instituto da Memória. In: Gazeta do Povo, 9/10/2010.
MARASCIULO, Marilia. Quem foi Aracy Guimarães Rosa, brasileira conhecida como 'Anjo de Hamburgo'. In: Revista Galileu, 5 de janeiro de 2020. Disponível no link. (acessado em 30.12.2021).
MIELLI, Renata. A coragem de uma mulher que salvou vidas. Blog Theresa Catarina de Góes Campos, 4 nov. 2008. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
MILAN, Pollianna. A heroína que o Paraná não conhece. Gazeta do Povo, 09/10/2010, Vida e Cidadania, p. 8.
NUNES, Dimalice. Aracy Guimarães Rosa: a mulher contra que foi contra Vargas e ajudou judeus a fugirem da guerra. In: Aventuras na História, 28.2.2020. Disponível no link. (acessado em 30.12.2021).
SCHPUN, Mônica Raisa. Justa: Aracy de Carvalho e o resgate de judeus: trocando a Alemanha nazista pelo Brasil. Editora Civilização Brasileira, 2011.
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa |
SCHPUN, Mônica Raisa. Aracy de Carvalho et Margarethe Levy : une amitié née dans l urgence (Hambourg, 1938). Nuevo Mundo-Mundos Nuevos, v. 6, 2006.
SCHPUN, Mônica Raisa. Aracy de Carvalho e Margareth Levy, ou a história de um happy end transatlântico sob domínio nazista. In: SCARZANELLA, Eugenia; SCHPUN, Mônica Raisa. (Org.). Sin fronteras: dialogos de mujeres y hombres entre America latina y Europa (Siglos XIX y XX). 1ª ed., Madrid/Frankfurt am Main: Iberoamericana/Vervuert, 2008, v. 111, p. 223-241.
SCHPUN, Mônica Raisa. Aracy Moebius de Carvalho Tess e Maria Margarethe Bretel Levy : História de um happy-end transatlântico. In: WOLFF, Cristina Scheibe; FÁVERI, Marlene de; RAMOS, Tânia Regina Oliveira. (Org.). Leituras em rede: gênero e preconceito. Ilha de Santa Catarina: Editora Mulheres, 2007, v. , p. 351-370.
SETTI, Ricardo. Aracy Moebius de Carvalho. revista Veja, online 8 de setembro de 2013. Disponível no link. (acessado em 10.5.2014).
SETTI, Ricardo. Aracy Moebius de Carvalho. revista Veja, online 8 de setembro de 2013. Disponível no link. (acessado em 10.5.2014).
SPITZCOVSKY, Jaime. A historia do "Anjo de Hamburgo". Revista Morashá, Edição 60, abril 2008. Disponível no link. (acessado 17.12.2011).
VESSONI, Eduardo. Conheça ‘Justa’, a brasileira que salvou judeus do nazismo. In: Viagem em Pauta, 7.3.2021. Disponível no link. (acessado em 30.12.2021).
DOCUMENTÁRIO SOBRE ARACY
Documentário: Esse viver ninguém me tiraDocumentário conta a história de Aracy Moebius de Carvalho, mulher do escritor Guimarães Rosa. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela chefiou o setor de passaportes do consulado brasileiro em Hamburgo, na Alemanha, e foi responsável por auxiliar os judeus, fugidos do nazismo, a emigrarem para o Brasil.
:: Acesse AQUI!
ACERVO FUNDO ARACY DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA
Doado pela família, pertencente ao Instituto de Estudos Brasileiros da USP.
o Acervo: A Série Correspondência - totalizam 3070 documentos.
Cartão postal enviado por Aracy de Carvalho Guimarães Rosa à Eduardo Carvalho Tess e Sida Moebius de
Carvalho. S.i., s.i., 1950 | Coleção de cartões-postais de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (IEB-USP)
Aracy e Rosa em Veneza. |
TEM MAIS JOÃO GUIMARÃES ROSA POR AQUI
- João Guimarães Rosa - aforismos em Grande Sertão: veredas
- João Guimarães Rosa - carta a João Condé
- João Guimarães Rosa - carta ao cônsul Cabral
- João Guimarães Rosa - carta de Manuel Bandeira 'O romance de Riobaldo'
- João Guimarães Rosa - discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (ABL)
- João Guimarães Rosa - entrevistado por Arnaldo Saraiva
- João Guimarães Rosa - entrevistado por Fernando Camacho
- João Guimarães Rosa - entrevistado por Günter Lorenz 'Diálogo com Guimarães Rosa'
- João Guimarães Rosa - entrevistado por Pedro Bloch
- João Guimarães Rosa - o demiurgo do sertão
- João Guimarães Rosa - pensares e saberes
- João Guimarães Rosa - Um chamado João de Carlos Drummond de Andrade
- João Guimarães Rosa e Aracy Carvalho Guimarães Rosa
- João Guimarães Rosa e o Magma - o poeta não cita: canta
- João Guimarães Rosa: Fortuna Crítica I - Obra Rosiana
- João Guimarães Rosa: Fortuna crítica II - Sagarana
- João Guimarães Rosa: Fortuna Crítica III – Grande Sertão: veredas
- João Guimarães Rosa: Fortuna Crítica IV – Corpo de Baile (Manuelzão e Miguilim – No Urubuquaquá no Pinhém – e Noites do Sertão)
- João Guimarães Rosa: Fortuna Crítica V – Primeiras Estórias
- João Guimarães Rosa: Fortuna Crítica VI – Tutaméia (Terceiras estórias)
- João Guimarães Rosa: Fortuna Crítica VII - Estas Estórias e Ave - Palavra
Aracy e Rosa, no Itamaraty. |
:: BONOMO, Daniel Reizinger. A Correspondência do Fundo Aracy de Carvalho Guimarães Rosa. Revista Instituto Estudos Brasileiros, nº48 São Paulo, Mar. 2009.
:: Artigos e ensaios.
:: Diário "Alemão", de João Guimarães Rosa.
Fotos e imagens
:: Acervo Família Tess e internet.
© Direitos reservados ao autor/e ou ao seus herdeiros
© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
=== === ===
Trabalhos sobre o autor:Caso, você tenha algum trabalho não citado e queira que ele seja incluído - exemplo: livro, tese, dissertação, ensaio, artigo - envie os dados para o nosso "e-mail de contato", para que possamos incluir as referências do seu trabalho nesta pagina.
COMO CITAR:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa - a coragem de uma mulher que salvou vidas. Templo Cultural Delfos, dezembro/2021. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
____
* Página atualizada em 30.12.2021.
** Publicação original JANEIRO/2011.
Querida Elfi,
ResponderExcluirDelícia de blog. É muito bom estar com vc por aqui. Obrigado pelas músicas e agora informações escritas com tanto carinho e glamour. Nesse país isso é privilégio. Beijo carinhoso.
Edelvais
Olá Edelvais,
Excluirperdão pela demora em responder-te,
agradeço a visita, fico feliz que tenha gostado.
Volte sempre!
Abraços
Que lindo, fiquei emocionada com o que ela fez, em ajudar o povo de Deus, Jesus disse: Se alguém me serve, o Pai o honrará! (João 12.26)
ResponderExcluirOlá Lourdes,
Excluirobrigada pela visita, fico feliz que tenha gostado.
Volte sempre!
Abraços
Belíssimo artigo! Se já era grande meu amor e admiração por nosso inigualável Guimarães Rosa, fico ainda mais encantada em saber que ao seu lado conviveu esta mulher de similar grandeza.
ResponderExcluirOlá Leia,
Excluirobrigada pela visita e comentário. :)
Volte sempre, abraços
Lindo!
ResponderExcluirLindo demais!
ResponderExcluirAdmirável mulher e amante, soube como ninguém ajudar pessoas desconhecidas e amar a um conhecido com todo o cardação. Adorei toda a história.
ResponderExcluirPARABENSS!!! UM ORGULHO PARA A NAÇÃO!
ResponderExcluirEsses Brasileiros nos Fazem Refletir qual o Sentido na nossa Identidade Cultural!
Devemos seguir os Mesmos Exemplos! Mesmos que Sejam os Mais Simples,Mas que Elevem o Nome de nossa Nação e Não Inferiorize!
Tudo muito inspirador aqui. Adorei.
ResponderExcluirParabéns, Gabriela. Primeira vez que leio o seu blog. Já tinha lido alguma coisa sobre D. Aracy. Um imenso ser humano. Corajosa e inspiradora. Fico emocionado.
ResponderExcluirTão apaixonada que sou por Guima, agora encantei-me com o relato de Ara. Eu desconfiava de alguma coisa, quando da leitura da dedicatória: "A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro." Mas, não sou vidente; agora, confirma-se tudo! Maravilhosos os dois! Tudo por tudo!
ResponderExcluirAchei fabulosa e maravilhosa a história de vida dessa linda mulher,inteligente que usou sua capacidade para o bem de muitas vidas....quanto orgulho conhecer esta história de vida que só dignificou o lugar que ocupava.....
ResponderExcluirCasal maravilhoso que marcou o século passado . Ambos passarão vinculados à História Mundial do século vinte . Viverão para sempre !
ResponderExcluirALTO NÍVEL DE ESPÍRITO COMPAIXONADO
ResponderExcluirAmando a coragem e o coração dessa mulher.
ExcluirAdorei! Parabéns por tantos detalhes que pesquisou para expor a vida da fabulosa Aracy.
ResponderExcluirEstou apaixonada pela história destes dois Ara e Rosa!
ResponderExcluirAdorei saber mais sobre Aracy e Rosa estou assistindo a série e queria saber o que aconteceu com eles.obrigada.
ResponderExcluirGostei muito de assistir a série. Mulher de bom coração.
ResponderExcluirEstou muito emocionada! Que mulher de coragem com um coração bondoso...só Deus faz isso, Deus levantou ela para salvar os seus! Deus seja louvado.
ResponderExcluirBelíssimo e sensível seu trabalho sobre tão grandiosa mulher: Aracy. Viva!!!!
ResponderExcluirEmocionada demais com a história desse casal...
ResponderExcluiruma vontade incontrolável de chorar diante da extrema sensibilidade e coragem de Aracy!!!!
Parabéns pela matéria!