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João Gilberto – o papa da bossa nova: mito e criador

João Gilberto - foto: (...)

"Não se pode machucar o silêncio, que é sagrado."
- João Gilberto


João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, nasceu em 10 de junho de 1931 - Juazeiro, Bahia, Brasil. Cantor. Violonista. Compositor. Em 1942, viajou para Aracaju (Sergipe), onde estudou durante quatro anos. De volta a Juazeiro, recebeu de seu pai um violão e formou o conjunto vocal Enamorados do Ritmo. Em 1947, mudou-se para Salvador. Decidiu abandonar os estudos para dedicar-se exclusivamente à música.
Iniciou sua carreira profissional em 1949, integrando o cast de artistas da Rádio Sociedade da Bahia. 
No ano seguinte, viajou para o Rio de Janeiro, onde passou a atuar como crooner do conjunto vocal Garotos da Lua, com o qual gravou, em 1951, dois discos 78 rpm, lançados pela gravadora Todamérica. 
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Em 1952, iniciou sua carreira solo, gravando um disco 78 rpm para a gravadora Copacabana.
No ano seguinte, sua composição "Você esteve com meu bem" foi gravada por Marisa, que viria a adotar mais tarde o nome artístico de Marisa Gata Mansa. Ainda em 1953, passou a fazer parte do conjunto Quitandinha Serenaders, com o qual participou do show "Acontece que eu sou baiano", na boate Casablanca. Nessa mesma casa noturna, apresentou-se como artista solista, no show "Esta vida é um carnaval". 
No ano seguinte, integrou o conjunto Anjos do Inferno, com o qual se apresentou em São Paulo.. 
Em 1955, residiu em Porto Alegre, seguindo, no final do ano, para Minas Gerais, onde passou um tempo com a família, dedicando-se ao estudo do violão. 
Voltou para o Rio de Janeiro em 1957. Nessa época, costumava freqüentar a Boate Plaza, ponto de encontro de músicos que se preocupavam com uma nova concepção musical que viria a desembocar na bossa nova. 
Em 1958, acompanhou ao violão a cantora Elizeth Cardoso na gravação de "Chega de saudade" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e "Outra vez", faixas incluídas no LP "Canção do amor demais".Também nesse ano, gravou um 78 rpm contendo "Chega de saudade" e "Bim bom", de sua autoria. O histórico disco, citado mais tarde como referência por muitos artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso, apresentava uma interpretação vocal intimista e uma nova batida de violão, tornando-se um marco para a bossa nova. 
Em 1959, lançou outro 78 rpm em que gravou "Desafinado" (Tom Jobim e Newton Mendonça) e "Oba-la-lá", de sua autoria. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Chega de saudade", lançado pela Odeon, com produção musical de Aloysio de Oliveira e arranjos de Tom Jobim. No repertório, além das canções lançadas nos dois 78 rpm, a releitura de antigos sucessos como "Morena boca de ouro" (Ary Barroso e Luís Peixoto), "Rosa morena" (Dorival Caymmi) e "Aos pés da santa cruz" (Marino Pinto e Zé da Zilda), e "Lobo bobo", faixa que lançava uma nova dupla de compositores, Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli. 
Em 1960, gravou o LP "O amor, o sorriso e a flor", também pela Odeon, com destaque para "Samba de uma nota só" (Tom Jobim e Newton Mendonça), canção também emblemática da bossa nova. Participou, ainda nesse ano, do show "O amor, o sorriso e a flor", realizado no Teatro de Arena da Faculdade de Arquitetura (RJ). Apresentou-se, também, na casa noturna Arpège (RJ) e, com Vinicius de Moraes, na Associação Atlética Banco do Brasil (Salvador). Ainda em 1960, nasceu seu filho João Marcelo, de seu casamento com a cantora Astrud Gilberto. 
No ano seguinte, gravou seu terceiro LP, "João Gilberto", que contou com acompanhamento do conjunto de Walter Wanderley, destacando-se "O barquinho" (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), ao lado da releitura de sucessos como "Samba da minha terra" e "Saudade da Bahia", ambas de Dorival Caymmi. Apresentou-se, também em 1961, no Cassino San Raphael, em Punta del Este (Uruguai). Nesse mesmo ano, foi lançado no mercado norte-americano o disco "Brazil''s brilliant João Gilberto" (o LP brasileiro "O amor, o sorriso e a flor"). 
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Em 1962, dividiu o palco com Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Milton Banana e o grupo vocal Os Cariocas no show "O Encontro", realizado na boate Au Bon Gourmet. Nesse mesmo ano, viajou aos Estados Unidos para participar do histórico "Festival de Bossa Nova", realizado no Carnegie Hall de Nova York, vindo a fixar residência nessa cidade. Apresentou-se, também, no Village Gate (Nova York) e no Lisner Auditorium (Washington). Ainda em 1962, foi lançado nos Estados Unidos o álbum "The boss of the bossa nova" (o LP brasileiro "João Gilberto", que teve uma faixa regravada em Nova York). 
No ano seguinte, gravou, com Stan Getz, o LP "Getz/Gilberto". O disco, que contou com a participação da cantora Astrud Gilberto na faixa "The Girl from Ipanema", teve seu lançamento retardado pela Verve. Ainda em 1963, estreou no Brasil o filme "Seara vermelha", para o qual compôs a trilha sonora, com letra de Jorge Amado, "Lamento da morte de Dalva na beira do Rio São Francisco", mais tarde gravada como "Undiú". Nesse mesmo ano, foi lançado no mercado norte-americano o LP "The warm world of João Gilberto" (o disco brasileiro "Chega de saudade"). Viajou para a Itália, ainda em 1963, apresentando-se no Foro e na boate Bussola (Viareggio), onde conheceu a canção "Estate", que viria a gravar mais tarde. De volta a Nova York, foi acometido de espasmos musculares na mão direita, o que o forçou a submeter-se à fisioterapia. 
Em 1964, apresentou-se, com Stan Getz, no Canadá. Nesse ano, foi lançado o LP "Getz/Gilberto". O disco ocupou o 2º lugar da parada de sucesso da revista "Billboard" durante 96 semanas e tornou-se um dos 25 discos mais vendidos do ano. Ainda em 1964, apresentou-se na Califórnia (na boate El Matador, em São Francisco, e no Teatro Santa Monica), dividiu o palco do Carnegie Hall com Stan Getz, em show gravado ao vivo, e realizou concertos solo no Town Hall e no Village Vanguard, em Nova York. 
No ano seguinte, foi contemplado com o prêmio Grammy ("Best Album") pelo disco "Getz/Gilberto", recebendo quatro das nove indicações. Ainda em 1965, casou-se com a cantora Miúcha e veio ao Brasil, apresentando-se no programa "O fino da bossa" (TV Record). 
Em 1966, nasceu sua filha Bebel Gilberto. Nesse mesmo ano, foi lançado nos Estados Unidos o disco "Getz/Gilberto nº 2". 
Apresentou-se, em 1967, no Village Vanguard (Nova York) e no Hollywood Bowl (Los Angeles) e, no ano seguinte, no Central Park (Nova York) no Bird''s Nest (Washington) e no Rainbow Grill (Nova York). 
Em 1969, viajou para o México, onde residiu durante dois anos. Participou de festivais de jazz em Guadalajara, Guanahuapi, Cidade do México e Puebla, e apresentou-se na boate Forum e no Museu da Cidade do México, onde recebeu o Troféu Chimal. 
Lançou, em 1970, o LP "João Gilberto en Mexico", com destaque para o bolero "Farolito", de Agustin Lara, além de "O sapo" (João Donato) e "De conversa em conversa" (Lúcio Alves), entre outras canções que receberam arranjos de Oscar Castro Neves. 
Viveu no Brasil durante o ano de 1971, quando participou, ao lado de Caetano Veloso e Gal Costa, de um especial realizado pela TV Tupi. 
De volta a Nova York, no ano seguinte, realizou, com Stan Getz, uma temporada de shows no Rainbow Grill. 
Em 1973, gravou o LP "João Gilberto", que incluiu "Águas de março" (Tom Jobim), além da regravação de "Isaura" (Herivelto Martins e Roberto Roberti), "Na baixa do sapateiro" (Ary Barroso) e "Falsa baiana" (Geraldo Pereira), entre outras. 
Em 1976, lançou no mercado norte-americano o LP "Best of two worlds", que contou com a participação de Stan Getz e Miúcha. Apresentou-se, nesse mesmo ano, no Keystone Komer (São Francisco), com Stan Getz. 
Em 1977, lançou, no Brasil e nos Estados Unidos, o LP "Amoroso", indicado para o Grammy na categoria Best Jazz Vocal Performance. Ainda nesse ano, realizou shows no Great American Music Hall (São Francisco) e na boate Roxy (Los Angeles). 
Em 1978, veio ao Brasil para gravar um especial de televisão, apresentando-se no Teatro Castro Alves (Salvador) e no Teatro Municipal (São Paulo). Nesse mesmo ano, participou do Newport Festival de Nova York, realizado no Carnegie Hall, ao lado de Charlie Byrd e Stan Getz. 
Em 1980, voltou a residir no Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro. Ainda nesse ano, gravou o especial "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira" (TV Globo), que contou com a participação de Bebel Gilberto e Rita Lee. O especial gerou disco homônimo lançado pela WEA. 
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Em 1981 lançou, com Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil, o LP "Brasil" e realizou concertos no Teatro Municipal de São Paulo. 
No ano seguinte, gravou para a TV Bandeirantes o especial "João Gilberto: a arte e o ofício de cantar" e apresentou-se no Teatro Castro Alves (Salvador). Realizou show no Festival de Águas Claras (São Paulo), em 1983, e no Coliseu dos Recreios (Lisboa), no ano seguinte. 
Em 1985, apresentou-se no Palácio das Convenções do Anhembi e Latitude 2001, em São Paulo, no XIX Festival de Montreux, na Suíça, em Antibes (França), Madri e Roma. 
No ano seguinte, sua participação no Festival de Montreux (Suíça), gravada ao vivo, foi lançada no CD duplo "Live at the 19th Montreux Festival". 
Em 1987, recebeu do governo brasileiro a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, no grau de Comendador. 
No ano seguinte, apresentou-se na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (Salvador), no Town Hall (Nova York) e no Palace (São Paulo). 
Em 1989, foi indicado para o prêmio Grammy, na categoria Best Male Jazz Vocal Performance, pelo CD "Live in Montreux", lançado nos Estados Unidos. Ainda nesse ano, apresentou-se no Festival de Montreux, realizou concertos em Bruxelas, Paris e Madri e participou de festivais de jazz na Espanha e no sul da França. 
Em 1991, lançou o CD "João", com destaque para "Ave-Maria no morro" (Herivelto Martins), "Sampa" (Caetano Veloso) e "You do something to me" (Cole Porter). Nesse mesmo ano, gravou um jingle para uma marca de cerveja e apresentou-se no Palace, em São Paulo. 
Em 1992, realizou concerto no Parque Ibirapuera (SP), tendo Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Rita Lee como convidados, e no Teatro Guararapes (Recife). Ainda nesse ano, gravou, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro um especial para a TV Globo, e participou, como convidado, de concerto de Tom Jobim, no Palace (SP). 
Em 1993, apresentou-se no Teatro Castro Alves (Salvador), ao lado de Gal Costa e Maria Bethânia, e no Jack Gleason Theatre (Miami). 
No ano seguinte, realizou concertos, tendo sua filha Bebel Gilberto como convidada, no Palace (SP), gravado ao vivo e lançado no CD "Eu sei que vou te amar", e no teatro do Hotel Nacional (RJ). Apresentou-se, ainda, no Palácio das Artes (Belo Horizonte). 
Em 1995, participou de homenagem a Tom Jobim, no Avery Fisher Hall, em Nova York, inaugurou a casa de espetáculos Tom Brasil (SP) e realizou concertos na Sala Villa-Lobos (Brasília) e no Teatro Rio Vermelho (Goiânia). 
No ano seguinte, apresentou-se no Teatro Castro Alves (Salvador), na casa Tom Brasil (São Paulo), no Centro de Convivência Cultural (Campinas), no Umbria Jazz Festival (Perugia, Itália), no Cassino (Veneza), no Auditório Araújo Vianna (Porto Alegre) e no Cine-Theatro Central (Juiz de Fora). 
Em 1997, realizou concertos no Tom Brasil (São Paulo), gravados para um especial da TV Bandeirantes. Nesse mesmo ano, apresentou-se em Santiago do Chile (Centro de Eventos San Carlos de Apoquindo) e em Buenos Aires (Teatro Opera), onde recebeu as chaves da cidade e o título de cidadão ilustre. 
Em 1998, realizou show no Teatro Castro Alves (Salvador) e participou, como convidado especial, do "Tributo a Tom Jobim", no Teatro Alfa Real (São Paulo). Apresentou-se, ainda, no JVC Festival, realizado no Carnegie Hall (Nova York), no Masonic Auditorium (São Francisco) e no Teatro Jackie Gleason (Miami). 
No ano seguinte, apresentou-se, ao lado de Caetano Veloso, no Teatro Gran Rex (Buenos Aires) e na inauguração do Credicard Hall (São Paulo). 
Em 2000, lançou o disco "João, voz e violão", pela Universal Music, com produção musical de Caetano Veloso. O disco incluiu regravações de "Chega de saudade" e "Desafinado", além de clássicos do samba que o cantor já apresentava há algum tempo em seus shows, como "Da cor do pecado" (Bororó), "Não vou pra casa" (Antônio Almeida e Roberto Roberti) e "Segredo" (Herivelto Martins e Marino Pinto). Destacam-se também no repertório, sambas de Caetano Veloso como "Desde que o samba é samba" e "Coração vagabundo", e de Gilberto Gil, como "Eu vim da Bahia", além do bolero "Eclipse", do cubano Ernesto Lecuona, faixa já incluída em seu LP "Farolito", e de "Você vai ver" (Tom Jobim). Na capa, parte do rosto da atriz Camila Pitanga, que traz o dedo indicador sobre os lábios num gesto que exige silêncio. Ainda em 2000, apresentou-se em Nova York (no JVC Festival, realizado no Carnegie Hall), em Barcelona, em Londres (Barbican Centre), em São Paulo (Tom Brasil), em Milão e em Recife (Teatro Santa Isabel). 
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Em 2001, foi contemplado como prêmio Grammy na categoria Best World Music Album, pelo disco "João voz e violão". Nesse mesmo ano, apresentou-se com muito sucesso em Paris, no Festival de Montreux (Suíça) e no Festival de Montreal (Canadá).
Em 2003, apresentou-se (voz e violão) no Tokyo International Forum Hall A, no Japão.
Wm 2004, foi lançado o CD “João Gilberto in Tokyo”, gravado ao vivo no Tokyo International Forum Hall A, no Japão, no dia 12 de setembro do ano anterior. No repertório, “Corcovado”, “Este seu olhar”, “Wave” e “Ligia”, todas de Tom Jobim, “Acontece que eu sou baiano” e “Rosa Morena”, ambas de Dorival Caymmi, “Meditação” (Tom Jobim e Newton Mendonça), “Doralice” (Dorival Caymmi e Antônio Almeida), “Isto aqui o que é” (Ary Barroso), “Pra que discutir com Madame” (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida), “Louco (Ela é seu mundo)” (Wilson Batista e Henrique de Almeida), “Bolinha de papel” (Geraldo Pereira), “Adeus América” (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa), “Preconceito” (Wilson Batista e Marino Pinto) e “Aos pés da Cruz” (Marino Pinto e Zé da Zilda).
Após 14 anos de ausência dos palcos cariocas, apresentou-se, em 2008, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, celebrando os 50 anos da bossa nova, sendo acompanhado pela platéia em coro, ao final do espetáculo, na canção "Chega de saudade" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes).
Em 2012, foi publicado o livro “João Gilberto” (Cosac Naify), organizado por Walter Garcia.
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Fonte: Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira


"Em João Gilberto, o violão é metade de um conjunto sonoro completado pela voz, formando um bloco, uma entidade unívoca de voz e violão, e não de voz com violão."
- Zuza Homem de Mello



“O gênio criador se revela a raros eleitos, a quem confia os mistérios da criação e concede a capacidade de mudar o rumo da história e dar à arte a regra. A genialidade é um dom, mas a grandeza capaz de sustentá-la é trabalho humano, esforço pessoal do artista devotado ao seu ofício e consciente da tarefa de elevar os outros à altura da sua arte.”
- Edinha Diniz


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OBRA DE JOÃO GILBERTO
[composições e parcerias] 
:: Acapulco.
:: Bim Bom.
::Coisas distantes. [Forgotten Places].. (João Gilberto e João Donato)
:: Hô-Bá-Lá-Lá [Oba-la-la].
:: Isabel [Bebel].
:: Japão [Je Vous Aime Beaucoup?].
:: João Marcello.
:: Mambinho. (João Gilberto e João Donato)
:: Minha saudade. (João Gilberto e João Donato)
:: No coreto. (João Gilberto e João Donato).
:: Glass Beads. (João Gilberto, João Donato e Lysias Ênio).
:: Um abraço no Bonfá. [An Embrace to Bonfá].
:: Undiú[Lamento da morte de Dalva na beira do Rio São Francisco].. (João Gilberto e Jorge Amado).
:: Valsa (Bebel) – como são lindos os Youguis.
:: Você esteve com meu bem. (João Gilberto e Antônio Carlos Martins).
Fontes: Dicionário Cravo Albin de Música Brasileira e site oficial de João Gilberto



“João sempre tratou a música com ternura, como a deusa de sua vida. É o que basta para conferir aos seus espetáculos uma superioridade fora do comum, situando-os entre os mais envolventes e memoráveis que se podem assistir.”
- Zuza Homem de Mello



PRÊMIOS
:: 1965 - Prêmio Grammy. [Best Album] pelo disco "Getz/Gilberto" (1964).
:: 2001 - Prêmio Grammy. [Best World Music Album], pelo disco "João voz e violão" (1999).


"Há tanta coisa bonita a ser consertada"
- João Gilberto, em 'revista Bravo (Mario Sergio Conti)', março 2010.



João Gilberto - foto: Eduardo Nicolau/AE

DISCOGRAFIA DE JOÃO GILBERTO
com Garotos da Lua
78 rpm - "quando você recordar" (Valter Souza/Milton)/ Amar é bom (Zequeti/Jorge Abdalla). Todamerica, TA 5.0075, 1951.
78 rpm - "Anjo cruel" (Wilson Batista/Alberto Rego)/ "Sem ela" (Raul Marques/Alberto Ribeiro. Todamerica, TA 3.120, 1951.

Solo
78 rpm - "Quando ela saí"(Alberto Jesus/Roberto Penteado)/ "Meia Luz" (Hianto de Almeida/João Luiz). Copacabana 096, 1952. 
78 rpm - "Chega de saudade" (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)/ "Bim bom" (João Gilberto). Odeon, 14.360, 1958.
78 rpm - "Desafinado"(Antonio Carlos Jobim/Newton Mendonça)/ "Hô-bá-lá-lá" (João Gilberto), Odeon, 13059, 1958. 
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45 rpm - João Gilberto cantando as músicas do filme Orfeu do carnaval. [Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes e Luiz Bonfá].. (compacto duplo). Odeon, BWB 1092, 1959. Disponível online. (acessado 12.5.2014).
LP Chega de Saudade. Odeon, MFOB 3073, 1959.
LP - O amor, o sorriso e a flor. Odeon, MOFB 3151, 1960.
LP - João Gilberto. Odeon, MOFB 3202, 1961.
LP - João Gilberto em México. Orfeon, 1970. 
Reedição em CD, Ela é carioca. Orfeon, 25CDA 11236, s.d].
LP - João Gilberto, Polydor, 1973.
LP - Amoroso. WEA, 36022, 1977.
LP - João Gilberto Prado Pereira de Oliveira. WEA, BR 36164, 1980. [Reedição WEA, CD 3984424122-2, 1998, incluindo mais quatro fonogramas].
LP - Brasil. WEA, BR 38.045, 1981.
LP - Live at the 19th Montreux Jazz Festival. WEA, 615.6001 - 36215/76, 1987.
LP - João. PolyGram, 848188-2, 1991.
CD - Eu sei que vou te amar. EPIC, 789042/2-476467,1994.
CD - João voz e violão. Universal Music, 73145467132,1999.
CD - João Gilberto live at Umbria Jazz. EGEA, EUJ 1004, 2002.
CD - João Gilberto in Tókio. Universal Music, 60249816847, 2004.

Com Stan Getz
LP - GETZ/Gilberto. Verve, V-8546, 1964.
LP - GETZ/Gilberto. #2. Verve, V-8623, 1966. [Reedição em CD, Verve/Poligram, 314519800, 1993].
LP - The Best of Two Worlds. (Stan Getz, João Gilberto e Miúcha). CBS, 1976. [Reedição em CD, Columbia/ CBS, CD CK 33703, s.d].
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Fonte: MENEZES, Enrique Valarelli. A música tímida de João Gilberto. (Dissertação de Mestrado em Música). Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, 2012. Disponível no link. (acessado em 12.5.2014).
João Gilberto - foto: (...)

“Canto pra esse mundo todo, mas a Bahia é diferente. Eu fico até nervoso.”
- João Gilberto, no show em Salvador, set. 2008.


“É crime, portanto, achar que você pode fazer ruído quando João Gilberto está em ação, emitindo o caldo original de uma cultura, a expressão mais elevada desta meta-raça brasileira, como queria Gilberto Freyre, definida pela vivência, a geografia, a mistura, a diversidade. Não se põe João Gilberto ao entardecer para ver o tempo passar, mas para vislumbrar essa porta entre os mundos, como queria Juan Mattus, em que temos um pé na miséria e outro no mistério.”
- Nei Duclós


“Eu não sou poeta, não. Poeta é Drummond.”
- João Gilberto


“A criação original de João Gilberto para o samba, que se internacionalizou com o nome de bossa nova, e que é, até hoje, a contribuição brasileira mais importante à cultura mundial, corre na veia de boa parte da música popular que se faz no mundo. Esse trabalho de transformação do samba e sua consolidação, é obra de uma personalidade artística genial, dessas que surgem de tempos em tempos com uma missão civilizadora heróica. Não é à toa que é qualificado de Mito. Sua trajetória repete a do herói mítico, no combate à banalidade e procura da pureza.”
- Edinha Diniz



“João parece existir para se deleitar com a música, para tocar seu violão, em seu canto, sossegado.”
- Luciano Matos – BA

João Donato e João Gilberto - foto: Acervo João Donato

“O que ele faz não precisa de nada, nem do estalar de dedos, nem dos conceitos sobre jazz ou samba. Não tilinte copos ou bata caixa de fósforos, nem pertença a qualquer religião sonora conhecida. Por se vergar ao alicerce, por se dedicar à coluna mestra, por se circunscrever ao quintal, João Gilberto atingiu a essência. Desse pequeno asteróide armou a flor da sua conversa.”

- Nei Duclós


“Nenhuma figura da música popular brasileira esteve tão perto da perfeição.”
- Sergio Cabral (crítico)


“He could read a newspaper and sound good.”
- Miles Davis



O cantor João Gilberto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro,
 em agosto de 2008 - foto: Agencia Estado/AE

FORTUNA CRÍTICA DE JOÃO GILBERTO
[Bibliografia sobre a vida e obra de João Gilberto]
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB: a história de um século. Rio de Janeiro: Editora Funarte, 1997.
AMARAL, Barcímio; TORRES, Bolívar. O tesouro escondido de João Gilberto. Jornal do Brasil (JB Online), 17 de março de 2008. Disponível no link. (acessado em 14.12.2012).
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
BARBOSA, Camila Cornutti. A bossa nova, seus documentos e articulações: m movimento para além da música. (Dissertação Mestrado em Ciências da Comunicação). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2008. Disponível no link. (acessado em 12.5.2014).
BENDIA, Roberto. No tempo da Bossa Nova - o bom baiano. Jornal dos Amigos, Belo Horizonte, 15 de março de 2005. Disponível no link. (acessado em 13.5.2014).
BLOCK, Mônica Dourado Furtado. Caracterização discursiva da bossa nova no discurso literomusical brasileiro. (Dissertação Mestrado em Linguística) Universidade Federal Ceará, UFC, 2007. Disponível no link. (acessado em 12.5.2014).
BOLLOS, Liliana Harb. Canção do Amor Demais: marco da música popular brasileira contemporânea. Per Musi, Belo Horizonte, n.22, 2010, p.83-89. Disponível no link(acessado em 9.5.2011).
João Gilberto - foto: (...)
BOSSA NOVA 2. Songbook. [Almir Chediak]. Lumiar Editora, 1990. 
CAMPOS, Augusto. Balanço da bossa e outras bossas. São Paulo: Perspectiva, 2005.
CASTRO, Ruy. Chega de saudade: a história e as histórias da bossa nova. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CASTRO, Ruy. A onda que se ergueu no mar; novos mergulhos na Bossa Nova. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
CONTI, Mario Sergio. Ao completar 50 anos em 2008, a bossa nova nos convida a rever João Gilberto e seu projeto nacional. Disponível no link(acessado em 4.5.2011).
CONTI, Mario Sergio. João Gilberto - "Há Tanta Coisa Bonita a Ser Consertada". revista Bravo online. março de 2010. Disponível no link. (acessado em 11.5.2014).
DINIZ, Edinha. João Gilberto - o dono da bossa. Caderno especial JG 70 anos. Jornal do Brasil, 3/6/2001. Disponível, sob título “A grande síntese”. Disponível no link(acessado em 6.5.2011).
DUARTE, Pedro. Melhor do que o silêncio: o show e a música de João Gilberto.Viso · Cadernos de estética aplicada (Revista eletrônica de estética) Nº 5, jul-dez/2008 – disponível no link(acessado em 7.5.2011).
DUCLÓS, Nei. João Gilberto, o esplendor da fala.Disponível no link(acessado em 07.5.2011).
EVANGELISTA, Ronaldo. No aniversário de 80 anos de João Gilberto, crítico comenta disco a disco a carreira do artista baiano. Musica Uol, 10.06.2011. Disponível no link. (acessado em 12.5.2014).
EZABELLA, Fernanda. Para críticos, João Gilberto e bossa nova ainda são insuperáveis. Reuters Brasil, 16 de abril de 2008. Disponível no link. (acessado em 13.5.2014).
GARCIA, Walter. Bim bom: a contradição sem conflitos de João Gilberto. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1999.
GARCIA, Walter (org.). João Gilberto. Cosac Naify, 2012.
GAVA, José Estevam. A linguagem harmônica da Bossa Nova. (Dissertação Mestrado). UNESP. São Paulo, 1994.
MAMMI, Lorenzo. “João Gilberto e o projeto utópico da bossa nova”. In: Novos Estudos Cebrap, nº 34, nov., 1992, p. 63-70. Disponível no link. (acessado em 13.5.2014).
McCARTHY, Laura Pelner. Um abraço. Disponível no link(acessado em 9.5.2011).
McGOWAN, Chris; PESSANHA, Ricardo. The brazilian sound. Samba, Bossa Nova, and the popular music of Brazil. Philadelphia: Temple University Press, 1998.
MELLO, Zuza Homem de. João Gilberto. São Paulo: Editora Publifolha, 1ª ed., 2001, p. 128.
MENEZES, Enrique Valarelli. A música tímida de João Gilberto. (Dissertação de Mestrado em Música). Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, 2012. Disponível no link. (acessado em 12.5.2014).
MENEZES, Enrique Valarelli. Critica musical e mitologia em João Gilberto. In: Encontro Rgional da Associação Brasileira de Etnomusicologia, 2010, João Pessoa. Anais do II encontro regional da Abet, 2010.
MENEZES, Enrique Valarelli. Elaborações rítmicas em João Gilberto. XV Colóquio do Programa de Pós-Graduação em Música da UNIRIO Rio de Janeiro, 8 a 10 de novembro de 2010 - ECA-USP/SP. Disponível no link.(acessado em 9.5.2011).
MERHY, Silvio Augusto. Bossa nova: a permanência do samba entre a preservação e a ruptura. (Tese Doutorado em História Social). Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, 2001.
MILLARCH, Aramis. João Gilberto e a maravilhosa neurose em busca da perfeição. Publicado originalmente no Jornal Estado do Paraná, em 29 jun.1986. Disponível no link.(acessado em 9.5.2011).
MORAIS JUNIOR, Luis Carlos de. O Sol nasceu pra todos: a História Secreta do Samba. Rio de Janeiro: Litteris, 2011.
MORENO, Albrecht. Bossa nova: novo Brasil. The significance of bossa as a brazilian popular music. Latin American Research Review, North Carolina, 1982, v. 17, nº 2, p. 129-141.
MORENO, Ricardo. Paisagens sonoras – chega de saudade: disco manifesto faz 50 anos. Disponível no link. (acessado em 9.5.2011).
MÚSICA. Recortes de João Gilberto. revista Continente, 7 de julho de 2012. Disponível no link. (acessado em 10.5.2014).
NAPOLITANO, Marcos. Tradição e modernidade: João Gilberto e a revolução musical brasileira. História: Questões e Debates, Curitiba, Universidade Federal do Paraná, 1999, nº 31, p. 145-151.
Maria Bethânia e João Gilberto - foto: (...)
NESTROVSKI, Arthur. João Gilberto e Caetano Veloso: Castigo e Benção de Dois Orixás (Credicard Hall, 29 set.1999. Folha de São Paulo, 1 out. 1999. Disponível no link(acessado em 9.5.2011).
NESTROVSKI, Arthur. João Gilberto: O professor de todos nós. In. Notas Musicais do barroco ao Jazz. Folha de São Paulo. Disponível no link(acessado em 9.5.2011).
OLIVEIRA, Maria Cláudia. Bossa nova, história, som e imagem. Rio de Janeiro: Spala, 1995.
PEREIRA, Simone Lucci. Bossa nova é sal é sol é sul: música e experiências urbanas. (Rio de Janeiro - 1954-1964)..(Dissertação Mestrado em História Social). Pontificia de Universidade Católica de São Paulo, 1998.
PIANTA, Carlo Machado. A gênese da bossa nova: João Gilberto e Tom Jobim (dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras. 2010, Porto Alegre – RS. Disponível no link(acessado em 9.5.2011).
SANT’ANNA, S. O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro. In: Contos e novelas reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 303.
SOUSA, Flávia Beatriz Marques Caetano Machado. Rio de sol, de céu, de mar : A Bossa Nova e a imagem turística da Cidade  Maravilhosa . Niterói: UFF, 2012. 128p. Disponível no link. (acessado em 11.5.2014).
THOMPSON, Daniella. The Man Who invented Bossa Nova. Disponível no link. (acessado em 9.5.2011).
VIDAL, Erick de Oliveira. As capas da bossa nova: encontros e desencontros dessa história visual (LPs da elenco, 1963).. (Dissertação Mestrado em História). Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, 2008. Disponível no link. (acessado em 12.5.2014).


"Falar de João Gilberto, ... virou um exercício litúrgico para os críticos, tanto quanto para o público em geral. João é o santo da pureza na música popular brasileira, uma divindade excêntrica e discreta.”
- Arthur Nestrovski



Gloria Paul, João Gilberto, Sylvia Koscina, Tom Jobim e  Mylène Demongeot. 
Cenas do filme "Copacabana Palace", de Steno (Stefano Vanzina) 
- Rio de Janeiro, 1962.

Stan Getz, Banana, Jobim, Creed, João Gilberto e Astrud Gilberto,
 em Nova York (1964). - foto/fonte: álbum Getz/Gilberto)


João Gilberto, Stan Getz  e Tião Neto - foto: Last.fm GetzGilberto


DOCUMENTÁRIO
Título: Mosaicos – A arte de João Gilberto
Gênero: documentário musical
Direção: Nico Prado
Narração: Rolando Boldrin
Sinopse: mostra a trajetória artística do cantor, recuperando no acervo da TV Cultura imagens de shows e algumas de suas (raras) entrevistas, a exemplo de três programas intitulados Especial João Gilberto, gravados nos anos de 1978, 1983 e 1994, nos quais ele apresenta clássicos de seu repertório, como “Brasil pandeiro” (Assis Valente), “Tim tim por tim tim” (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa) e “Desafinado” (Newton Mendonça e Tom Jobim). Outros destaques do material de arquivo são: um encontro de João Gilberto com Tom Jobim, em São Paulo, captado pelas câmeras do programa Metrópolis em 1992; um trecho da apresentação do violonista no Carnegie Hall de Nova York, em 1962, no concerto que lançou a bossa nova no exterior; uma conversa do músico com o programa Vitrine de 1994; e ainda imagens do curta-metragem Brasil, dirigido por Rogério Sganzerla em 1983, registrando o encontro de Caetano Veloso, Gilberto Gil e João Gilberto...


DEPOIMENTOS
João Gilberto é um baiano, "bossa-nova" ... Em pouquíssimo tempo, influenciou tôda uma geração de arranjadores, guitarristas, músicos e cantores ... Quando João Gilberto se acompanha, o violão é ele. Quando a orquestra o acompanha, a orquestra também é ele. João Gilberto não subestima a sensibilidade do povo. Ele acredita, que há sempre lugar para uma coisa nova, diferente e pura que - embora à primeira vista não pareça - pode se tornar, como dizem na linguagem especializada: altamente comercial. Porque o povo compreende o Amor, as notas, a simplicidade e a sinceridade. Eu acredito em João Gilberto, porque ele é simples, sincero e extraordinariamente musical.”
P. S. - Caymmi também acha.
- Antonio Carlos Jobim


"Ele inventou um novo gênero musical. Não existe bossa nova sem a batida de violão do João Gilberto. Ele criou todo um mundo de possibilidades musicais."
- Nelson Motta


Jorge Amado, João Gilberto e Astrud Gilberto
 - foto: Acervo Jorge Amado
“A partir de João, tudo mudou, a bossa nova internacionalizou o samba e o canto nacional radicalizou no abandono de todos os resquícios retóricos do lirismo: João Gilberto aboliu o vibrato, retirou o forte e o fortíssimo da dinâmica e modificou a pronúncia do canto popular.”
- Luiz Antonio Giron


“João é o que chamamos de Mago ou de Mito. Talvez o único que carrega o som em suas entranhas - não permite distorções, não suporta mixagens ou engenheiros de som. Percebe qualquer semitom fora de lugar - perfeccionista, genial. É a nobreza verdadeira e em todos os sentidos da MPB - a alegria de podermos saber que vivemos para ouvi-lo.”
- Carô Murgel


“Possivelmente a grandeza da música de João Gilberto – a meu ver, nosso maior artista vivo – venha da capacidade de lidar com o passado de maneira a nos tornar mais livres, possíveis. O admirável em sua relação com a tradição musical brasileira não se limita somente à excelência das suas escolhas, um bom gosto espantoso, que retira um Zé da Zilda ou um Bororó da massa quase anônima de compositores populares e revela a grandeza do que parecia apenas mediana. Fabuloso de verdade é o dom de encontrar a forma de abrir o passado, de torná-lo poroso, significativo no presente. Há nas interpretações de João Gilberto justeza (a afinação, o tom certo) e deslocamento (as divisões inusuais, as durações alteradas, uma continuidade feita de ajustes sutis – um Brasil em que o ‘jeito’ deixa de ser o escamoteamento das dificuldades para tornar-se talvez a maneira mais sábia de compreendê-las. No seu modo de cantar o passado, João Gilberto, por frinchas e dribles, faz a história emergir no presente.”
- Rodrigo Naves, crítico

João Gilberto ao vivo no Tom Brasil 1997


“João Gilberto, ...lapidou exaustivamente o diamante de sua monumental descoberta.”
- Eduardo Giannetti, economista
“João Gilberto canta como João Gilberto e só como João Gilberto. é uma referência pura para si mesmo, um ideal que ele persegue obsessivamente, atravessando os desconfortos.”
- Arthur Nestrovski


“Ele vem mergulhando, cada vez mais fundo, nessa magia cuja intimidade revela uma dimensão cósmica: o mistério do canto.”
- Luiz Carlos Maciel


“Com seu jeito tranqüilo aliado à um trabalho que faz questão de ser impecável, por onde ele passou criou histórias pitorescas, ninguém entendia como algum artista poderia ser tão difícil quanto ele. É conhecida por todos a história do show em que ele dispensou a orquestra e exigiu que se desligasse o ar condicionado. Quem não entendeu chamou-o de maluco ou de chato. Só quem sabe o som que vem da música compreendeu.”
- Carô Murgel

“Acho que nunca vi coisa tão certa ... e tão estranha.”
- Caetano Veloso



Stan Getz e João Gilberto - álbum 1963 


"João Gilberto transformou o extrovertido e efervescente samba em uma meditação. A bossa nova botou uma escola de samba inteira em seis cordas."
- Jon Pareles, crítico do New York Times


“Um tipo de interpretação discreta e direta, quase falada, que se opunha de todo em todo aos estertores sentimentais do bolero e aos campeonatos de agudos vocais – ao belcanto em suma, que desde muito impregnou a música popular ocidental.”
- Augusto de Campos, poeta. 1966


“O cantor não mais se opõe como solista à orquestra. Ambos se integram, se conciliam, sem apresentarem elementos de contraste.”
- Rocha Brito, musicólogo. 1960


João Gilberto - foto: (...)
“João Gilberto é a voz mais brilhante da música popular brasileira – e isso fica claro, límpido, ao se ouvir este Brasil. Mais que todas as outras, a voz de João executa aquela tarefa proposta pela bossa nova, o mais marcante movimento que nossa música já conheceu: a de fazer da voz do cantor um instrumento da orquestra. Não um instrumento que se sobressai do conjunto, que usa o conjunto para se destacar. Mas um instrumento que é parte integrante de um todo harmônico; que não briga, que não contrasta com o conjunto, mas que se funde a ele, se completa com ele, completando-o.”
- Sérgio Vaz


"Quaisquer que sejam as novas direções de nossa música nova, não nos esqueçamos da lição de João."
- Augusto de Campos, poeta. 1966


“...o João é uma pessoa que tem uma precisão auditiva extraordinária. Na história mundial poucas pessoas têm essa agucidade e precisão. Tanto é que ele procurou o som que ele pretendia alcançar um dia durante anos até chegar num resultado.”
- Zuza Homem de Mello



“A naturalidade é um elemento indispensável na música.”
- Zuza Homem de Mello


"João Gilberto é o homem 'mais cool do mundo'."
- Jon Pareles, Crítico do New York Times


João Gilberto - foto: (...)

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João Gilberto - foto: (...)

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FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). João Gilberto - o papa da bossa nova: mito e criador. Templo Cultural Delfos, maio/2011. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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Página atualizada em 17.5.2014.




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9 comentários:

  1. Lindo Post, Elfi! Lindo trabalho!! Parabéns!!

    Lindo João!!

    Salve, João!!

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    1. Obrigada Rubinho,
      que bom que você gostou, volte sempre!
      Abraços

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  2. Brilhante. Muito obrigado!

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    1. Obrigada Nilson, fico feliz que tenha gostado.
      Abraços, volte sempre!

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  3. parabéns

    ja coloquei nos meus favoritos

    salve mestre!

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    1. Obrigada, fico feliz que tenha gostado.
      Abraços, volte sempre!

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  4. O conhecimento é muito importante, faz bem a alma e suavisa o cansaço rotineiro dos dias.

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    1. O conhecimento é indispensável, principalmente quando usufruímos dele com sabedoria.
      Agradeço a visita, volte sempre!
      Abraços

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  5. Valor,ímpar!
    Agradecida pela partilha.
    Parabéns com louvor!
    Gd abç!
    Tata Junq

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