© Pesquisa, seleção, edição e organização: Elfi Kürten Fenske
Stéphane Mallarmé (nome literário de Étienne Mallarmé). Poeta francês. Integrante do
movimento simbolista, a sua obra antecipou a sintaxe visual da moderna poesia
do século XX.
Na obra de Mallarmé, o lirismo adquiriu
crescente densidade, ao mesmo tempo que se tornava mais hermético. Enquanto,
como Paul Verlaine e Arthur Rimbaud, dava início assim à melhor vertente do
simbolismo, em seus últimos trabalhos o poeta antecipou a sintaxe visual da
poesia mais moderna do século XX.
Stéphane Mallarmé nasceu em Paris, em
18 de março de 1842. Publicou os seus primeiros poemas em 1862, após sentir
desperta a sua vocação literária pela leitura das obras de Charles Baudelaire e
Edgar Allan Poe. No mesmo ano viajou para Londres, a fim de aperfeiçoar os
conhecimentos da língua inglesa. De volta, um ano depois, leccionou inglês em
várias cidades (Tournon, Besançon, Avignon) e, a partir de 1871, em colégios
parisienses. Mallarmé chegou à celebridade de forma repentina, graças a Paul
Verlaine e a J. K. Huysmans. O primeiro dedicou-lhe um artigo na obra Les
Poètes maudits (1883; Os poetas malditos) e o segundo elogiou-o no romance À
rebours (1884; Ao revés). A partir de então, foi reconhecido como um dos poetas
mais eminentes da época.
Mallarmé criança, por Camille Delagrange (pastel, sd.,) - Acervo Musée Mallarmé |
Mallarmé é muitas vezes visto somente
como autor dos primeiros poemas simbolistas, publicados em 1866 no Parnasse
Contemporain: "Les Fenêtres" ("As janelas"),
"L'Azur" ("O azul"), "Brise marine" ("Brisa
marinha") e outros, protótipos de um simbolismo melódico, de jogo
metafórico quase transparente. Mas já então lançara os germes de uma inversão
sintática insólita e, por isso, nem mesmo o Mallarmé dos primeiros poemas foi
entendido por grande parte da crítica de orientação parnasiana.
O Parnasse Contemporain publicou
ainda, em 1871, a segunda parte do poema dramático "Herodiade", na
linha do poeta clássico Racine, apesar das modulações inesperadas. Em 1875,
porém, os editores consideraram incompreensível e recusaram o poema
"L'Après-midi d'un faune" ("A tarde de um fauno"), que leva
a um ponto julgado inadmissível a deliberada inversão da sintaxe. A inversão
aprofundou-se ainda mais em outros poemas e alcançou o ponto máximo nos sonetos
herméticos, inclusive na série das Homenagens
em que figura o célebre "Tombeau d'Edgar Poe" ("Túmulo de
Edgar Poe").
Todos os poemas de Mallarmé
representam um esforço para esgotar as formas poéticas tradicionais, até o
ponto em que o próximo passo a ser tentado seria a organização de uma nova
estrutura poética, independente do legado tradicional. Essa tentativa foi feita
no poema dramático em prosa (de publicação póstuma) "Igitur ou La Folie
d'Elbehnon". A tentativa foi retomada em "Un coup de dès jamais n'abolira
le hasard", que rompe com as estruturas tradicionais da poesia.
Stéphane Mallarmé, por Pablo Picasso (20 abril 1943) |
Poucos escritos de Mallarmé foram
publicados em livro durante sua vida. A maioria apareceu em revistas ou obras
coletivas, como o Parnasse Contemporain. Editaram-se em plaqueta o poema
"L'Après-midi d'un faune", ilustrado por Édouard Manet, que inspirou
a música homônima de Claude Debussy, e as Poésies (1887). Mallarmé deixou
muitos textos em prosa, alguns reunidos em Divagations (1897; Divagações),
textos complementares para a sua compreensão como poeta.
Amigo de Verlaine, Rimbaud, Manet e
Debussy, Mallarmé tornou-se mestre da nova geração literária (Paul Claudel,
André Gide, Paul Valéry). Nas últimas décadas do século XIX, ficou célebre o
seu modesto mas requintado salão literário. Durante a maior parte da vida,
Mallarmé dividiu o seu tempo entre o círculo literário em Paris e o retiro de
Valvins, perto de Fontainebleau, onde morreu, em 9 de setembro de 1898.
___
Fonte: Luanegra/e poeta anarquista
ŒUVRES (OBRAS)
::
Hérodiade. 1864-1867.
::
Brise
Marine. 1865.
:: Don
du Poème. 1865.
:: L'Après-midi
d'un faune. [ilustration Edouard Manet]. Paris: Alphonse
Derenne, 1876
:: Les
mots anglais. 1878.
:: Les
Dieux antiques. 1880.
:: Pages. 1891.
:: Vers et de prose. 1892.
:: La
musique et les letters. Paris: Perrin. 1895.
:: Divagations. 1897.
::
Un
coup de dés jamais n'abolira le hazard. 1897.
Oeuvres posthumes
:: Poésies [dont Sonnet en X]. 1899.
::
Madrigaux. 1920.
::
Vers
de circonstance. 1920; Vers de circonstance avec des
inédits. Paris: Gallimard,
1966.
:: Igitur ou La Folie d'Elbehnon. 1925.
:: Contes indiens. 1927.
::
Thèmes
anglais. 1937.
CORRESPONDANCE (CORRESPONDÊNCIA)
:: Correspondence, I (1862-1871). Stéphane Mallarmé. [recuillie, classé et
annotée par Henri Mondor avec la collab. de Jean-Pierre Richard]. Paris:
Gallimard, 1959.
:: Correspondance, II (1871-1885). Stéphane Mallarmé. [édition Henri Mondor et Lloyd
James Austin]. Paris: Gallimard, 1965.
:: Correspondance, III (1886-1889). Stéphane Mallarmé. [édition Henri Mondor et Lloyd
James Austin]. Paris: Gallimard, 1969.
:: Correspondance, VI (1893 -1894). Stéphane Mallarmé. [édition Henri Mondor et Lloyd
James Austin]. Paris: Gallimard, 1981.
:: Lettres
à Méry Laurent. Paris: Gallimard, 1986.
:: Correspondance, Lettres
sur la poésie. [éd. Bertrand Marchal;
préface dřYves Bonnefoy]. Paris: Gallimard, col. Ŗ Folio-Classiqueŗ (n° 2678),
1995.
ŒUVRES COMPLÈTES (OBRAS REUNIDAS E COMPLETAS)
::
Œuvres complètes. Paris: Plêiade, 1945.
:: Œuvres complètes. 2
tomes. [éd. présentée, établie et annotée par Bertrand
Marchal].. . (Colecção Bibliothèque de la plêiade). Paris: Gallimard, 1998.
::
Œuvres complètes. 2 tomes. (Colecção Bibliothèque de la plêiade). Paris: Gallimard, 2003.
:: Correspondance:
1862-1898. Paris: Gallimard, 1959-1985.
:: Mallarmé: par lui-même. [org. Charles Mauron]. Paris: Seuil, 1964.
TRADUCTIONS (TRADUÇÕES
REALIZADAS POR MALLARMÉ)
:: Le
Corbeau d'Edgar Poe (The Raven). [traduction française
de Stéphane Mallarmé avec illustrations par Édouard Manet]. Paris: Éditions
Richard Lesclide, 1875.
:: L'Étoile
des fees, de Mme W.C. Elphinstone Hope. 1881.
:: Poèmes
d'Edgar Poe. 1888.
:: Le
Ten o'clock, de James McNeill Whistler. 1888.
"O propósito destas traduções
é fazer com que o leitor conviva mais íntima e intensamente com as
transformações que Mallarmé operou na linguagem poética. E a esperança é a de
que a reflexão sobre essas coisas, que aconteceram há cerca de um século com a
linguagem, possa contribuir para a melhoria da
produção e do consumo de poesia, no pressuposto de que o conhecimento efetivo
do-que-foi-feito é a melhor maneira de nos prepararmos para fazer e entender
o-que-não-foi-feito e o-que-se-pode-fazer-de-novo em poesia."
- Augusto de Campos, em "Mallarmé. 3ª
ed., São Paulo: Ed. Perspectiva, 1991, p. 29.
PUBLICAÇÕES NO
BRASIL
Stéphane Mallarmé, por Edvard Munch |
:: Crise
do verso. Stéphane Mallarmé. [tradução Ana Alencar]. Inimigo
Rumor 20, 2007.
:: Mallarmé.
Stéphane Mallarmé. [organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio
Pignatari e Haroldo de Campos; revisão: Mary Amazonas Leite de Barros; produção
Plínio Martins Filho; Capa Décio Pignatari e Maria Cecília Machado de Barros]. Coleção
Signos. Edição Bilíngue. São Paulo:
Perspectiva, 1ª ed., 1974; 2ª ed., 1978; 3ª ed., 1991; 4ª ed., 2002.
:: Brinde fúnebre e outros poemas (de Stéphane
Mallarmé). [organização e tradução Julio Cesar Castanon Guimarães].
Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. 108p.
:: Mallarmé - Contos indianos.
[tradução Dorothée de Bruchard]. São Paulo: Hedra, 2006.
:: Poemas. Stéphane Mallarmé. [organização, tradução, introdução e
notas José Lino
Grünewald]. Editora Nova Fronteira, 1990.
:: Poesias de Mallarmé. Stéphane Mallarmé.
[seleção e tradução André Dick]. Edição bilíngue. São Paulo: Lume Editor, 2011,
144p.
:: Stéphane Mallarmé: Igitur ou A loucura de
Elbehnon. [introdução e tradução José Lino Grünewald]. Edição bilíngue. Rio
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
Em antologias
:: Pequena antologia de poemas franceses.
[tradução Renata Cordeiro]. São Paulo: Landy, 2002.
:: Poesia francesa: pequena antologia bilíngue.
[tradução José Jeronymo Rivera]. Brasília: Thesaurus, 1998.
:: Antologia da Poesia Francesa.
[tradução Cláudio Veiga]. Rio de Janeiro: Record, 1999.
:: Poetas de França. [tradução
Guilherme de Almeida]. 4ª ed., São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1965.
PUBLICAÇÕES EM
PORTUGAL
Mallarmé, por Steve Moyer |
:: Contos indianos.
Stéphane Mallarmé. [tradução Telma Costa]. Lisboa: Teorema, 1997.
:: Contos indianos.
Stéphane Mallarmé.
[prefácio José Manuel de Vasconcelos; tradução José Espadeiro Martins]. 1ª ed., Lisboa: Nova vega, 2008.
:: Crise de versos. Stéphane Mallarmé.
[tradução e nota de leitura Pedro Eiras, Rosa Maria Martelo]. 1ª ed., Porto:
Deriva, 2011.
:: Poemas de Mallarmé lidos por Fernando Pessoa.
Stéphane Mallarmé. [tradução e prefácio José Augusto Seabra]. Lisboa:
Assirio & Alvim, 1998; 2000.
:: Poesias. Stéphane Mallarmé. [tradução,
prefácio e notas de José Augusto Seabra]. Lisboa: Assirio & Alvim, 2005,
192p.
:: Tarde dum Fauno e Um Lance de Dados.
Stéphane Mallarmé. [tradução Armando Silva Carvalho]. Lisboa: Relógio D`
Água, 2007, 85p.
****
Cansado do repouso amargo...
(fragmento final)
Uma linha de azul fina e pálida traça
Um lago, sob o céu de porcelana rara,
Um crescente caído atrás da nuvem clara
Molha no vidro da água um dos cornos aduncos,
Junto a três grandes cílios de esmeralda, juncos.
Um lago, sob o céu de porcelana rara,
Um crescente caído atrás da nuvem clara
Molha no vidro da água um dos cornos aduncos,
Junto a três grandes cílios de esmeralda, juncos.
**
Las de l'amer repos...
(fragment final)
Une ligne d'azur mince et pâle serait
Un lac, parmi le ciel de porcelaine nue,
Un clair croissant perdu par une blanche nue
Trempe sa corne calme en la glace des eaux,
Non loin de trois grands cils d'émeraude, roseaux.
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Mallarmé”. [organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos]. Coleção signos. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 1991, p. 37.
Stéphane Mallarmé, por Édouard Manet (1876) |
POEMAS ESCOLHIDOS
- BILÍNGUE PORTUGUÊS/FRANCÊS
Angústia
Não venho, não, vencer esta noite o teu corpo
Animal, pecador por todo um povo, nem
Em tuas tranças cavar, impuras, tristes ondas
Sob o tédio mortal derramado num beijo:
No teu leito o que busco é um sonho sem sonhos
Perpassando por sob cortinas de remorsos,
E que podes gozar em mentiras medonhas,
Tu que sabes do nada ainda mais que os mortos:
Porque o Vício, a roer minha nobreza inata,
Marcou-me como tu com a esterilidade,
Mas enquanto em pedra o teu seio é talhado
Cheio de um coração que nenhum crime mancha,
Eu fujo, angustiado, da mortalha que é minha,
Com medo de morrer quando durmo sozinho.
*
Angoisse
Je ne viens pas ce soir vaincre ton corps, ô bête
En qui vont les péchés d’un peuple, ni creuser
Dans tes cheveux impurs une triste tempête
Sous l’incurable ennui que verse mon baiser :
Je demande à ton lit le lourd sommeil sans songes
Planant sous les rideaux inconnus du remords,
Et que tu peux goûter après tes noirs mensonges,
Toi qui sur le néant en sais plus que les morts :
Car le Vice, rongeant ma native noblesse,
M’a comme toi marqué de sa stérilité,
Mais tandis que ton sein de pierre est habité
Par un cœur que la dent d’aucun crime ne blesse,
Je fuis, pâle, défait, hanté par mon linceul,
Ayant peur de mourir lorsque je couche seul.
- Stéphane Mallarmé, em "Poesias". [tradução, prefácio e notas de José Augusto Seabra]. Lisboa: Assirio & Alvim, 2005.
§§
Aparição
A lua estava
triste. Arcanjos sonhadores
Em pranto, o
arco nas mãos, no sossego das flores
Aéreas, vinham
tirar de evanescentes violas
Alvos ais
resvalando entre o azul das corolas.
- Era o dia
feliz do teu primeiro beijo.
Para me
torturar meu sonho, meu desejo
Embriagavam-se
bem do perfume de queixa
Que mesmo sem
remorso e sem motivo deixa,
No coração que
o colhe, a colheita de um sonho.
Eu ia à toa, o
olhar no chão velho e tristonho,
Quando,
trazendo nos cabelos um sol lindo,
Na alameda e na
tarde apareceste rindo.
E eu julguei
ver, com seu chapéu de luz, a fada
Que nos meus
sonhos bons de criança mimada
Sempre deixou
nevar dentre as mãos mal fechadas
Punhados
celestiais de estrelas perfumadas.
**
Apparition
La lune s'attristait. Des séraphins en pleurs
Rêvant, l'archet aux doigts, dans le calme des fleurs
Vaporeuses, tiraient de mourantes violes
De blancs sanglots glissant sur l'azur des corolles.
- C'était le jour béni de ton premier baiser.
Ma songerie
aimant à me martyriser
S'enivrait
savamment du parfum de tristesse
Que même sans
regret et sans déboire laisse
La cueillaison
d'un Rêve au coeur qui l'a cueilli.
J'errais donc,
l'oeil rivé sur le pavé vieilli
Quand avec du
soleil aux cheveux, dans la rue
Et dans le soir, tu m'es en riant apparue
Et j'ai cru
voir la fée au chapeau de clarté
Qui jadis sur mes beaux sommeils d'enfant gâté
Passait,
laissant toujours de ses mains mal fermées
Neiger de
blancs bouquets d'étoiles parfumées.
- Mallarmé [tradução Guilherme de Almeida]. In: ALMEIDA, Guilherme de. Poetas de França. 4ª ed., São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1965.
§§
A tumba de Edgar Poe
Tal que a Si-mesmo enfim a Eternidade o guia,
Poeta suscita com o gládio erguido
Seu século espantado por não ter sabido
Que nessa estranha voz a morte se insurgia!
Vil sobressalto de hidra ante o anjo que urgia
Um sentido mais puro às palavras da tribo,
Proclamaram bem alto o sortilégio atribuído
à onda sem honra de uma negra orgia.
Do solo e céu hostis, ó dor! Se o que descrevo -
A idéia sob - não esculpir baixo-relevo
Que ao túmulo de Poe luminescente indique,
Calmo bloco caído de um desastre obscuro,
Que este granito ao menos seja eterno dique
Aos vôos da Blasfêmia esparsos no futuro.
**
Le tombeau d'Edgar Poe
Tel qu'en Lui-même enfin l'éternité le change,
Le Poète suscite avec un glaive nu
Son siècle épouvanté de n'avoir pas connu
Que la mort triomphait dans cette voix étrange!
Eux, comme un vil sursaut d'hydre oyant jadis l'ange
Donner un sens plus pur aux mots de la tribu,
Proclamèrent très haut le sortilège bu
Dans le flot sans honneur de quelque noir mélange.
Du sol et de la nue hostiles, ô grief!
Si notre idée avec ne sculpte un bas-relief
Dont la tombe de Poe éblouissante s'orne
Calme bloc ici-bas chu d'un désastre obscur
Que ce granit du moins montre à jamais sa borne
Aux noirs vols du Blasphème épars dans le futur.
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Mallarmé”. (organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos). Coleção signos. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 3ª ed., 1991, p. 67.
§§
Stephane Mallarme, por James McNeill Whistler (Brooklyn Museum) |
Brinde
Nada, esta espuma, virgem verso
Apenas denotando a taça;
Como longe afogam-se em massa
Sereias em tropa ao inverso
Navegamos, ó meus diversos
Amigos, eu já sobre a popa,
Vós a proa que rompe em pompa
As vagas de trovões adversos.
Empenho-me em pura voragem
sem mesmo temer a arfagem
A, de pé, este brinde erguer:
Solitude, recife, estrela,
Não importa o que valer
O alvo desvelo em nossa vela
**
Salut
Rien, cette écume, vierge vers
À ne désigner que la coupe;
Telle loin se noie une troupe
De sirènes mainte à l'envers.
Nous naviguons, ô mes divers
Amis, moi déjà sur la poupe
Vous l'avant fastueux qui coupe
Le flot de foudres et d'hivers;
Une ivresse belle m'engage
Sans craindre même son tangage
De porter debout ce salut
Solitude, récif, étoile
À n'importe ce qui valut
Le blanc souci de notre toile.
À ne désigner que la coupe;
Telle loin se noie une troupe
De sirènes mainte à l'envers.
Nous naviguons, ô mes divers
Amis, moi déjà sur la poupe
Vous l'avant fastueux qui coupe
Le flot de foudres et d'hivers;
Une ivresse belle m'engage
Sans craindre même son tangage
De porter debout ce salut
Solitude, récif, étoile
À n'importe ce qui valut
Le blanc souci de notre toile.
- Stéphane Mallarmé, em “Poemas”. [organização e tradução José Lino Grünewald]. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1990.
§§
Brisa marinha
A carne é triste, sim, e eu li todos os
livros.
Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são
livres,
Ébrios de se entregar à espuma e aos céus
imensos.
Nada, nem os jardins dentro do olhar
suspensos,
Impede o coração de submergir no mar
Ó noites! nem a luz deserta a iluminar
Este papel vazio com seu branco anseio,
Nem a jovem mulher que preme o filho ao
seio.
Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,
Ergue a âncora em prol das mais estranhas
plagas!
Um Tédio, desolado por cruéis silêncios,
Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços!
E é possível que os mastros, entre ondas
más,
Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem
mas-
Tros, sem mastros, nem ilhas férteis a
vogar...
Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do
mar!
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos].
In: “Mallarmé”. (organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio
Pignatari e Haroldo de Campos). Coleção signos. Edição Bilíngue. São
Paulo: Perspectiva, 3ª ed., 1991, p. 44.
Ou
Brisa marinha
Triste carne, ai de mim! Já li os livros todos.
Fugir! Longe fugir! As aves sinto a modos
De ser ébrias de espuma entre o mistério e os céus!
Nada, nem os jardins espelhados nos meus
Olhos, o coração retém quase afogado,
Ó noites! nem da lâmpada a ausente claridade
No branco do papel que o vazio rejeita
E nem a jovem mãe que ao peito o filho aleita.
Hei-de partir! Veleiro a mastrear, tu, larga
As amarras, demanda outra exótica plaga!
Um Tédio, desolado por esperanças cruéis,
Crê ainda nos lenços molhados dos adeus!
E talvez que esses mastros atraindo os presságios
Sejam dos que o tufão verga sobre os naufrágios
Perdidos, já sem mastros, em estéreis ilhéus...
Mas os marujos cantam, ouve, coração meu!
- Stéphane Mallarmé. in: Poemas de Mallarmé lidos por Fernando Pessoa. [tradução e prefácio José Augusto Seabra]. Lisboa: Assirio & Alvim, 1998.
Brisa marinha
Triste carne, ai de mim! Já li os livros todos.
Fugir! Longe fugir! As aves sinto a modos
De ser ébrias de espuma entre o mistério e os céus!
Nada, nem os jardins espelhados nos meus
Olhos, o coração retém quase afogado,
Ó noites! nem da lâmpada a ausente claridade
No branco do papel que o vazio rejeita
E nem a jovem mãe que ao peito o filho aleita.
Hei-de partir! Veleiro a mastrear, tu, larga
As amarras, demanda outra exótica plaga!
Um Tédio, desolado por esperanças cruéis,
Crê ainda nos lenços molhados dos adeus!
E talvez que esses mastros atraindo os presságios
Sejam dos que o tufão verga sobre os naufrágios
Perdidos, já sem mastros, em estéreis ilhéus...
Mas os marujos cantam, ouve, coração meu!
- Stéphane Mallarmé. in: Poemas de Mallarmé lidos por Fernando Pessoa. [tradução e prefácio José Augusto Seabra]. Lisboa: Assirio & Alvim, 1998.
**
Brise marine
La chair est triste, hélas! et j´ai lu
tous les livres.
Fuir! là-bas fuir ! Je sens que des
oiseaux sont ivres
D´être parmi l´écume inconnue et les
cieux!
Rien, ni les vieux jardins reflétés par
les yeux
Ne retriendra ce coeur qui dans la mer se
trempe
O nuits ! ni la clarté déserte de ma lampe
Sur le vide papier que la blancheur défend
Et ni la jeune
femme allaitant son enfant.
Je partirai !
Steamer balançant ta mâture,
Lève l´ancre pour
une exotique nature!
Un Ennui, désolé
par les cruels espoirs,
Croit encore à l´adieu suprême des
mouchoirs!
Et, peut-être, les
mâts, invitant les orages
Sont-ils de ceux
qu´un vent penche sur les naufrages
Perdus, sans mâts,
sans mâts, ni fertiles îlots...
Mais, ô mon coeur,
entends le chant des matelots!
- Stéphane Mallarmé. in: Poésies (1864-1895).
§§
Folha de álbum
Mademoiselle que declaras
Querer despertar um pouco
O som de minhas flautas raras
Este ensaio que já começa
A uma paisagem anteposto
Só se resolve quando cessa
para te olhar em pleno rosto
Sim o vão sopro que sofreio
Até o último limite
Em meus dedos dormidos sei-o
Escasso para que ele imite
Tão claro e natural a soar
Teu riso em flor que abraça o ar.
**
Feuillet d'album
Tout à coup et comme par jeu
Mademoiselle qui voulûtes
Ouïr se révéler un peu
Le bois de mes diverses flûtes
Il me semble que cet essai
Tenté devant un paysage
A du bon quand je le cessai
Pour vous regarder au visage
Oui ce vain souffle que j'exclus
Jusqu'à la dernière limite
Selon mes quelques doigts perclus
Manque de moyens s'il imite
Votre très naturel et clair
Rire d'enfant qui charme l'air
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Mallarmé”. (organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos). Coleção signos. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 3ª ed., 1991, p. 53.
§§
Langor
Eu sou o Império no fim da decadência,
Que olha passar os grandes Bárbaros brancos
Compondo acrósticos indolentes
Num estilo de ouro onde o langor do sol dança.
A alma solitária sofre no coração de um denso tédio.
Além se diz que é por causa de grandes combates sangrentos
Oh não ser capaz disso, sendo tão frágil, de votos tão lentos,
Oh não querer florir um pouco esta existência!
Oh não querer, oh não poder morrer um pouco! Ah! tudo foi bebido!
Bathylle, terminaste de rir? Ah! tudo foi bebido,
tudo foi comido! Nada mais a dizer!
Somente um poema um pouco simplório que se lança ao fogo,
Somente um escravo um pouco libertino que vos negligencia,
Somente um tédio por não se saber o que vos aflige!
**
Langueur
Je suis l’empire à la fin de la décadence,
Qui regarde passer les grands Barbares blancs
En composant des acrostiches indolents
D’un style d’or où la langueur du soleil danse.
L’âme suellete a mal au coeur d’un ennui dense.
Là-bas on dit qu’il est des longs combats sanglants.
O n’y pouvoir, étant si faible aux voeux si lents,
O n’y vouloir fleurir un peu cette existence!
O n’y vouloir, ô n’y pouvoir mourrir un peu!
Ah! tout est bu! Bathylle, as-tu fini de rire?
Ah! tout est bu, tout est mangé! Plus rien à dire.
Seul, un poème um peu niais, qu’on jette au feu,
Seul, un esclave um peu coureur qui vous néglige,
Seul, un ennui d’on ne sait quoi qui vous afflige!
- Mallarmé, em "O Simbolismo". [tradução Álvaro Cardoso Gomes]. Série Princípios 240, São Paulo: Ática, 1994, p.11-12.
§§
O azul
De um infinito azul a serena ironia
Bela indolentemente abala como as flores
O poeta incapaz que maldiz a poesia
No estéril areal de um deserto de Dores.
Em fuga, olhos fechados, sinto-o que
espreita,
Com toda a intensidade de um remorso
aceso,
A minha alma vazia. Onde fugir? Que
estreita
Noite, andrajos, opor a seu feroz
desprezo?
Vinde, névoas! Lançai a cerração de sono
Sobre o límpido céu, num farrapo noturno,
Que afogarão os lodos lívidos do outono,
E edificai um grande teto taciturno.
E tu, ó Tédio, sai dos pântanos profundos
Da desmemória, unindo o limo aos juncos
suaves,
Para tapar com dedos ágeis esses fundos
Furos de azul que vão fazendo no ar as
aves.
Que sem descaso, enfim, as tristes
chaminés
Façam subir de fumo uma turva corrente
E apaguem no pavor de seus torvos anéis
O sol que vai morrendo amareladamente!
- O Céu é morto. - Vem e concede, ó
matéria,
O olvido do Ideal cruel e do Pecado
A um mártir que adotou o leito da miséria
Ao rebanho feliz dos homens reservado,
Pois quero, desde que meu cérebro vazio,
Como um pote de creme inerme ao pé de um
muro,
Já não sabe adornar a idéia-desafio,
Lúgubre bocejar até o final obscuro...
Em vão. O azul triunfa e canta em glória
Dentro dos sinos. Sim, faz-se voz para
sus-
Pender-nos no terror de sua vil vitória,
Rompendo o metal vivo em angelus de luz!
Ele rola na bruma, antigo, lentamente
Galga tua agonia e como um gládio a sul-
Cá. Onde fugir? Revolta pérfida e
impotente.
O Azul! O Azul! O Azul! O Azul! O Azul! O
Azul!
**
L’Azur
De l’éternel Azur la sereine ironie
Accable, belle
indolemment comme les fleurs
Le poëte impuissant qui maudit son génie
À travers un désert stérile de douleurs.
Fuyant, les yeux fermés, je le sens qui
regarde
Avec l’intensité
d’un remords atterrant,
Mon âme vide : où
fuir ? et quelle nuit hagarde
Jeter, lambeaux,
jeter sur ce mépris navrant.
Brouillards,
montez ! versez vos cendres monotones
Avec de longs haillons de brumes dans les
cieux
Que noiera le marais livide des automnes,
Et bâtissez un
grand plafond silencieux!
Et toi, sors des
étangs léthéens et ramasse
En t’en venant la
vase et les pâles roseaux,
Cher Ennui, pour
boucher d’une main jamais lasse
Les grands trous bleus que font méchamment
les oiseaux.
Encor ! que sans répit les tristes
cheminées
Fument, et que de suie une errante prison
Éteigne dans l’horreur de ses noires
traînées
Le soleil se mourant jaunâtre, à
l’horizon!
— Le ciel est
mort. — Vers toi, j’accours! donne, ô matière,
L’oubli de l’Idéal cruel et du Péché
À ce martyr qui
vient partager la litière
Où le bétail
heureux des hommes est couché,
Car j’y veux,
puisqu’enfin ma cervelle, vidée
Comme le pot de
fard gisant au pied d’un mur,
N’a plus l’art
d’attiffer la sanglotante idée
Lugubrement
baîller vers un trépas obscur…
En vain ! l’Azur
triomphe et je l’entends qui chante
Dans les cloches.
Mon âme, il se fait voix pour plus
Nous faire peur
avec sa victoire méchante,
Et du métal vivant
sort en bleus angelus!
Il roule par la
brume ancien et traverse
Ta native agonie
ainsi qu’un glaive sûr :
Où fuir dans la
révolte inutile et perverse ?
Je suis hanté.
L’Azur! l’Azur! l’Azur! l’Azur!
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Mallarmé”. (organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos). Coleção signos. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 3ª ed., 1991, p. 41-43.
§§
O sineiro
Clara no ar puro e limpo e fundo da manhã
E desperta, infantil, uma outra voz que entoa
Um angelus por entre a alfazema e a hortelã,
O sineiro evocado à clave da ave, irmão
Sinistro cavalgando, a gemer sua loa,
A pedra que distende a corda em sua mão,
Só ouve retinir um som vago que ecoa.
Esse homem sou eu. Dentro da noite louca
Agrada-me puxar a corda do Ideal,
De pecados se alegra a plumagem leal
E a minha voz vem aos pedaços e oca!
Mas um dia cansado deste afã obscuro,
Ó Satã, eu roubo esta pedra e me penduro
**
Le sonneur
Cependant que la cloche éveille sa voix claire
A l’air pur et limpide et profond du matin
Et passe sur l’enfant qui jette pour lui plaire
Un angélus parmi la lavande et le thym,
Le sonneur effleuré par l’oiseau qu’il éclaire,
Chevauchant tristement en geignant du latin
Sur la pierre qui tend la corde séculaire,
N’entend descendre à lui qu’un tintement lointain.
Je suis cet homme. Hélas! de la nuit désireuse,
J’ai beau tirer le câble à sonner l’idéal,
De froids péchés s’ébat un plumage feal,
Et la voix ne me vient que par bribes et creuse!
Mais, un jour, fatigué d’avoir en vain tiré,
O Satan, j’ôterai la pierre et me pendrai
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Mallarmé”. (organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos). Coleção signos. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 3ª ed., 1991, p 39.
§§
Pequena ária
I
Alguém uma solitude
Sem o cisne e sem o cais
Mira sua dessuetude
No olhar que já não é mais
Illustration Henri Matisse, in the book Poésies by Stéphane Mallarmé (Lausanne- Albert Skira et Cie, 1932) |
Alta que ninguém a tange
Da qual muito céu se tinge
Nos ouros que o sono abrange
Mas languidamente linda
Como livre de alva anágua
Exultadora deslinda
Na onda em que te Insinua
Tua jubilação nua.
II
Indomavelmente vai
Se a minha esperança a aspira
Soar lá no alto onde cai
Perdida em silêncio e ira,
Voz rara ao jardim que a via
Sem nenhum eco talvez,
A ave que uma vez havia
E não se ouve outra vez.
O músico sem receio
Na dúvida perde a vida
Se, não do seu, do meu seio
Sai o ai da despedida
Dilacerado e sem eco
Vai recolher-se a algum beco!
**
Petit air
I
Quelconque une solitude
Sans le cygne ni le quai
Mire sa désuétude
Au regard que j'abdiquai
Ici de la gloriole
Haute à ne la pas toucher
Dont maint ciel se
bariole
Avec les ors de
coucher
Mais langoureusement longe
Comme de blanc linge ôté
Tel fugace oiseau si plonge
Exultatrice à côté
Dans l'onde toi devenue
Ta jubilation nue
II
Indomptablement a
dû
Comme mon espoir
s'y lance
Eclater là-haut
perdu
Avec furie et
silence,
Voix étrangère au
bosquet
Ou par nul écho suivie,
L'oiseau qu'on
n'ouït jamais
Une autre fois en
la vie.
Le hagard
musicien,
Cela dans le doute expire
Si de mon sein pas du sien
A jailli le sanglot pire
Déchiré va-t-il entier
Rester sur quelque sentier!
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Mallarmé”. (organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos). Coleção signos. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 3ª ed., 1991, p. 59-60.
§§
Primavera
A primavera enferma expulsou sem clemência
O inverno lúcido, estação de arte serena,
E no meu ser, que ao sangue obscuro se condena,
Num longo bocejar se espreguiça a impotência.
Crepúsculos sem cor amornam-me a cabeça,
Velha tumba que cinge um círculo de ferro,
E, amargo, atrás de um sonho vago e belo eu erro
Pelos trigais, onde se exibe a seiva espessa.
Exausto, eu tombo enfim entre árvores e olores,
E, cavando uma fossa para o sonho, a boca
Mordendo a terra quente onde germinam flores,
Espero que o meu tédio, aos poucos, vá-se embora…
— Porém, do alto, o Azul ri sobre a revoada louca
Dos pássaros em flor que gorjeiam à aurora.
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Poesia da Recusa”. [organização tradução e notas de Augusto de Campos]. Coleção signos 42. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 2006, p. 42-43.
ou
Primavera
A primavera enferma expulsou sem clemência
O inverno lúcido, estação de arte serena,
E no meu ser, que ao sangue obscuro se condena,
Num longo bocejar se espreguiça a impotência.
Crepúsculos sem cor amornam-me a cabeça,
Velha tumba que cinge um círculo de ferro,
E, amargo, atrás de um sonho vago e belo eu erro
Pelos trigais, onde se exibe a seiva espessa.
Exausto, eu tombo enfim entre árvores e olores,
E, cavando uma fossa para o sonho, a boca
Mordendo a terra quente onde germinam flores,
Espero que o meu tédio, aos poucos, vá-se embora…
— Porém, do alto, o Azul ri sobre a revoada louca
Dos pássaros em flor que gorjeiam à aurora.
- Stéphane Mallarmé, [tradução Augusto de Campos]. In: “Poesia da Recusa”. [organização tradução e notas de Augusto de Campos]. Coleção signos 42. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 2006, p. 42-43.
ou
Renovo
Doentia, a primavera expulsou tristemente
O inverno, a estação da arte calma, o lúcido
Inverno, e este meu ser que um sangue morno inunda
De impotência se estira em um bocejo lento.
O meu crânio amolece em crepúsculos brancos
Sob o ferro em tenaz, como um túmulo antigo,
E eu, triste, eis-me a errar pelos campos seguindo
Um sonho belo e vago, entre a seiva estuante,
Depois cedo ao odor das árvores, cansado,
Com a face a cavar uma fossa ao meu sonho,
E mordendo os torrões onde nascem lilases,
Aguardo, a abismar-me, o meu tédio a evolar-se...
- Entretanto o Azul, sobre a cebe e o alvor,
Ri das aves em flor ao sol a chilrear.
- Stéphane Mallarmé, em "Poesias". [tradução, prefácio e notas de José Augusto Seabra]. Lisboa: Assirio & Alvim, 2005.
**
Renouveau
Le printemps maladif a chassé tristement
L’hiver, saison de l’art serein, l’hiver lucide,
Et dans mon être à qui le sang morne préside
L’impuissance s’étire en un long baîllement.
Des crépuscules blancs tiédissent sous mon crâne
Qu’un cercle de fer serre ainsi qu’un vieux tombeau,
Et, triste, j’erre après un rêve vague et beau,
Par les champs où la sève immense se pavane.
Puis je tombe énervé de parfums d’arbres, las,
Et creusant de ma face une fosse à mon rêve,
Mordant la terre chaude où poussent les lilas,
J’attends, en m’abîmant que mon ennui s’élève…
— Cependant l’Azur rit sur la haie et l’éveil
De tant d’oiseaux en fleur gazouillant au soleil.
- Stéphane Mallarmé (1866). in: Poésies (1864-1895).
§§
Santa
Numa janela vigilante
O sândalo que se desdoura
De sua viola cintilante
Outrora com flauta ou mandora,
A Santa pálida perante
O velho livro que se escoa
Do Magnificat evolante
Outrora em vésperas e noa:
Na vidraria de ostensório
Que a harpa noturna do Anjo plange
Das suas asas de velório
Para a delicada falange
Com que sem sândalo afinal
E sem velho livro ela vence o,
à plumagem instrumental,
Som, a música do silêncio
**
Sainte
À la fenêtre recelant
Le santal vieux qui se dédore
De sa viole étincelant
Jadis avec flûte ou mandore,
Est la Sainte pâle, étalant
Le livre vieux qui se déplie
Du Magnificat ruisselant
Jadis selon vêpre et complie :
À ce vitrage d’ostensoir
Que frôle une harpe par l’Ange
Formée avec son vol du soir
Pour la délicate phalange
Du doigt que, sans le vieux santal
Ni le vieux livre, elle balance
Sur le plumage instrumental,
Musicienne du silence.
- Stéphane Mallarmé (1884), [tradução Augusto de Campos]. In: “Mallarmé”. (organização tradução e notas de Augusto de Campos, Décio Pignatari, Décio e Haroldo de Campos). Coleção signos. Edição Bilíngue. São Paulo: Perspectiva, 3ª ed., 1991, p.47.
§§
Soneto
II
Surgido da garupa e do salto
De um vidro efêmero,
Sem adornar a vigília amarga,
O colo ignorado se interrompe.
Creio que duas bocas não beberam,
Nem seu amante nem minha mãe,
Jamais à mesma Quimera, eu,
Silfo deste gélido teto!
O puro recipiente de bebida alguma
Senão da viuvez incansável,
Agoniza mas não consente,
Ingênuo beijo dos mais fúnebres!
A nada expirar anunciando
Uma rosa nas trevas.
**
Sonnet
II
Surgi de la croupe et du bond
D’une verrerie éphémère
Sans fleurir la veillée amère
Le col ignoré s’interrompt.
Je crois bien que deux bouches n’ont
Bu, ni son amant ni ma mère,
Jamais à la même Chimère,
Moi, sylphe de ce froid plafond!
Le pur vase d’aucun breuvage
Que l’inexhaustible veuvage
Agonise mais ne consent,
Naïf baiser des plus funèbres!
A rien expirer annonçant
Une rose dans les ténèbres.
- Stéphane Mallarmé. [tradução Augusto de Campos].
§§
Soneto
II
Surgido da garupa e do salto
De um vidro efêmero,
Sem adornar a vigília amarga,
O colo ignorado se interrompe.
Creio que duas bocas não beberam,
Nem seu amante nem minha mãe,
Jamais à mesma Quimera, eu,
Silfo deste gélido teto!
O puro recipiente de bebida alguma
Senão da viuvez incansável,
Agoniza mas não consente,
Ingênuo beijo dos mais fúnebres!
A nada expirar anunciando
Uma rosa nas trevas.
**
Sonnet
II
Surgi de la croupe et du bond
D’une verrerie éphémère
Sans fleurir la veillée amère
Le col ignoré s’interrompt.
Je crois bien que deux bouches n’ont
Bu, ni son amant ni ma mère,
Jamais à la même Chimère,
Moi, sylphe de ce froid plafond!
Le pur vase d’aucun breuvage
Que l’inexhaustible veuvage
Agonise mais ne consent,
Naïf baiser des plus funèbres!
A rien expirer annonçant
Une rose dans les ténèbres.
- Stéphane Mallarmé. [tradução Augusto de Campos].
§§
O FAUNO DE MALLARMÉ
FORTUNA CRÍTICA DE STÉPHANE MALLARMÉ
[bibliografia e estudos acadêmicos sobre Mallarmé: livros, teses, dissertações, monografias, artigos e ensaios]
[bibliografia e estudos acadêmicos sobre Mallarmé: livros, teses, dissertações, monografias, artigos e ensaios]
ABES, Gilles Jean. Uma tradução de Crise de verso de Mallarmé: a ótica do enigma como símbolo do texto literário.. Tradterm, v. 16, p. 149-174, 2010.
AGOSTINHO, Larissa Drigo. A poesia de S. Mallarmé. Acta Scientiarum. Language and Culture (Impresso), v. 33, p. 31-38, 2011.
AGOSTINHO, Larissa Drigo. De la page blanche à la musique: Mallarmé et l'écriture du silence. Logosphère - Reuve d'études linguistiques et littéraires (Universidad de Granada), v. 5, p. 1-12, 2009.
Stephane Mallarmé - foto: Dornac (BnF-Gallica) |
AGOSTINHO, Larissa Drigo. Mallarmé e o fazer poético. Revista todas as letras (MACKENZIE. Online), v. 11, p. 49-56, 2009.
AGOSTINHO, Larissa Drigo. O espaço na poesia de S. Mallarmé. Revista Letras (Curitiba), v. 78, p. 71-84, 2009.
AGOSTINHO, Larissa Drigo. O jovem Mallarmé. Alea: Estudos Neolatinos (Impresso), v. v.10, p. 369-373, 2008. Disponível no link. (acessado em 26.7.2014).
AGOSTINHO, Larissa Drigo. O livro e o jornal: da relação entre literatura e sociedade segundo S. Mallarmé. Lettres Francaises (UNESP Araraquara), v. 11, p. 93-107, 2010.
AGOSTINHO, Larissa Drigo; PINO,. Mallarmé e Manet, simbolismo e impressionismo. Publicatio UEPG. Ciências Humanas, Ciências Socias Aplicadas, Linguística, Letras e Artes (Online), v. 15, p. 12, 2007.
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BELLET, Roger. Mallarmé - L´encre et le ciel. Seyssel: Champ Vallon, 1987.
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BENOIT, Eric. Les Poésies de Mallarmé. Paris: Ellipses, 1998.
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Stephane Mallarmé - foto: Jacob Benayoune |
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Stéphane Mallarmé - foto: Nadar |
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Auguste Renoir e Stéphane Mallarmé, por Edgar Degas (1895) |
Stéphane Mallarmé e Méry Laurent, por Paul Nadar (1896) |
Geneviève Mallarmé (1897), por James McNeill Whistler (The Charles Deering Collection, 1927) - filha de Mallarmé - |
Fotografia de Mallarmé
é uma foto
premeditada
como um crime
basta
reparar no arranjo
das roupas os cabelos
a barba tudo
adrede preparado
- um gesto e a manta
equilibrada sobre
cairá - e
especialmente a mão
com a caneta
detida
acima da
folha em branco: tudo
à espera
da eternidade
sabe-se:
após o clique
a cena se desfez
na rue de Rome a vida voltou
a fluir imperfeita
mas
isso a foto não
captou que a foto
é a pose a suspensão
do tempo
agora
meras manchas
no papel rastro
mas eis que
teu olhar
encontra o dele
(Mallarmé) que
ali
do fundo
da morte
olha.
- Ferreira Gullar, em "Muitas vozes", 1999.
Stephane Mallarmé - à Paris rue de Rome en 1884 |
OBRA NA BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA
:: BnF - Bibliothèque nationale de France = Gallica / Stephane Mallarme e obras completas no link. Disponível no link. (acessado em 26.7.2014).
- "Au-dessus du bétail écœurant des humains,
Bondissaient par instants les sauvages crinières
Des mendieurs d’azur le pied dans nos chemins."
- Mallarmé, Le Guignon (extrait)
- "Las de l’amer repos où ma paresse offense
Une gloire pour qui jadis j’ai fui l’enfance
Adorable des bois de roses sous l’azur
Naturel, et plus las sept fois du pacte dur
De creuser par veillée une fosse nouvelle
Dans le terrain avare et froid de ma cervelle,"
- Mallarmé, "Las de l’amer repos" (extrait)
EDITORA FRANCESA
- "Des avalanches d’or du vieil azur, au jour
Premier et de la neige éternelle des astres
Jadis tu détachas les grands calices pour
La terre jeune encore et vierge de désastres,"
- Mallarmé, Les Fleurs (extrait)
FANPAGE DEDICADO A LITERATURA FRANCESA (BILÍNGUE)
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REFERÊNCIAS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA
:: Larousse = Dictionnaires de français (Étienne, dit Stéphane Mallarmé)
:: Wikisource - Œuvres Stéphane Mallarmé ( em francês)
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Trabalhos sobre o autor:
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Stéphane Mallarmé - o poeta e seu tempo. Templo Cultural Delfos, julho 2021. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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