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Gregório de Matos |
também satirizaras, se souberas,
e se foras poeta, poetaras.
Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero dar culteranias
hoje o hábito enforcar:
de que serve arrebentar,
por quem de mim não tem mágoa?
Verdades direi como água,
porque todos entendais
os ladinos, e os boçais
a Musa praguejadora.
entendei-mes agora?
Permiti, minha formosa,
que esta prosa envolta em verso
de um porta tão perverso
se consagre à vossa fé
sou já Poeta converso
Mas amo por amar, que é liberdade.
BIOGRAFIA DE GREGÓRIO DE MATOS
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Gregório de Matos |
Nota
( 1 ) Por haver divergências a respeito da data de
nascimento de Gregório de Matos, foi adotado a utilizada pelo pesquisador
Fernando da Rocha Peres, no livro de sua autoria Gregório de Mattos e Guerra:
Uma Re-visão Biográfica e em nota biográfica publicada no site da Universidade
Federal da Bahia/UFBA.
Comentário crítico
Mas é na sátira que a poesia de Gregório de Matos é mais
conhecida e celebrada. Utilizando-se de pitorescos jogos de palavras e de
grande malabarismo verbal, realiza uma crítica irreverente aos costumes da
Bahia colonial, que recebe, em seus poemas, o carinhoso tratamento de Senhora
Dona Bahia. Não poupa governadores corruptos, freiras, e padres pervertidos,
pois, como ele mesmo afirma em um de seus versos, "De que pode servir calar, quem cala / nunca se há de falar, o que se
sente? / Sempre se há de sentir, o que se fala!". No poema em que se despede da cidade, ao
partir para o degredo em Angola, assim se refere aos brasileiros: "No
Brasil a fidalguia /no bom sangue nunca está / nem no bom procedimento, / pois
logo em que pode estar? / Consiste em muito dinheiro / e consiste em o
guardar".
Seu estilo alia a tradição dos grandes poetas barrocos
espanhóis, como Luís de Gôngora (1561 - 1627) e Francisco de Quevedo (1580 -
1645), a uma linguagem em que se misturam termos de línguas tupi e africanas,
de curioso efeito cômico, como nestes versos: "Um certo Paiá de Monai bonzo bramá / Primaz da Cafraria do Pegu /
Que sem ser do Pequim, por ser do Acu / Quer ser filho do sol, nascendo
cá".
A produção lírica de Gregório de Matos é marcada por
imagens de grande sensualidade, nas quais exalta as mulheres brancas, negras e
mulatas da Bahia: "Crioula da minha
vida / Supupema da minha alma / bonita como umas flores / e alegre como umas
páscoas [...]". Em outros momentos, a temática sensual e amorosa
transforma-se em delicada busca de emoções contrastadas: "Não sei, quando
caís precipitada /As flores que regais tão parecida, /Se sois neve por rosa
derretida, / Ou se a rosa por neve desfolhada".
Antonio Candido
(1918) e José Aderaldo Castello
consideram que a obra lírica do poeta atinge momentos da mais alta poesia - até
mesmo superior à satírica - quando explora, com grande refinamento verbal, as
tensões próprias do barroco: "Se és
fogo, como passas brandamente, / se és neve, como queimas com porfia? / Mas ai,
que andou Amor em ti prudente!". Já a poesia religiosa, revela um forte
sentido do pecado, aliado a uma busca de pureza e de perdão: "Pequei,
Senhor; mas não porque hei pecado, / Da vossa alta clemência me despido; /
Porque quanto mais tenho delinqüido, /Vos tenho a perdoar mais empenhado".
Uma avaliação criteriosa de toda essa rica produção
poética, no entanto, permanece sendo um desafio para críticos e estudiosos, e
não cessa de gerar polêmica. Tudo o que, correta ou incorretamente, está
reunido sob o seu nome é motivo de suspeita, já que, até prova em contrário,
jamais foi encontrado sequer um manuscrito produzido por seu próprio punho.
Mas é na tradição oral da Bahia que os versos de Gregório
de Matos ficam de fato guardados, até serem reunidos, pela primeira vez, pelo
historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto-Seguro, no livro
Florilégio da Poesia Brasileira, de 1850, editado em Lisboa. Alguns anos antes,
em 1841, o cônego Januário da Cunha Barbosa publica sua Biographia dos
Brasileiros Distinctos por Armas, Virtudes, etc., onde transcreve A Vida do
Excelente Poeta Lírico, o Doutor Gregório de Matos e Guerra, escrita, ao que
tudo indica, no início do século XVIII. Já nestes primeiros trabalhos de
divulgação iniciam-se as deformações de interpretação da vida e da obra do poeta.
Os equívocos permanecem ainda. Estudiosos da obra
acalentam a idéia de que sua poesia possa, um dia, ser resgatada integralmente,
livre das impurezas dos poemas apócrifos que lhe foram agregados. Outros
pretendem esvaziá-la dos inúmeros plágios que lhe são atribuídos. Tarefas
impossíveis, todas elas, pois, na época as categorias de autoria, de plágio, ou
de originalidade, tal como as conhecemos hoje, ainda não estão constituídas.
Outro equívoco, apontado por João Adolfo Hansen, está no
caráter transgressivo e revolucionário atribuído à obra do escritor. No século
XVII, a sátira não está, de modo algum, em desacordo com a moral. A crítica
retórica e poética dos costumes é feita para corrigir excessos e desvios, e
obedece a regras estritas. Nelas, até mesmo a obscenidade e a maledicência
estão previstas. Um autor como Gregório de Matos só pode ser lido e
compreendido a partir de seu tempo, e das convenções estéticas que o
produziram, embora permaneça atual o desafio crítico que sua obra propõe.
Fonte: Enciclopédia Literatura Brasileira/Itaú Cultural
CRONOLOGIA DA VIDA E
OBRA DE GREGÓRIO DE MATOS
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Gregório de Matos |
1642 - Estuda no Colégio dos Jesuítas.
1650 - Viaja
para Portugal.
1652/1661 -
Estuda Leis (Cânones) na Universidade de Coimbra.
1661 –
Formatura em Direito. Nesse mesmo ano, casa-se com D. Michaela de Andrade,
proveniente de uma família de magistrados.
1663 -
Torna-se Juiz de Fora de Alcácer do Sal, nomeado por D. Afonso VI.
1665/1666 - É
nomeado Procurador da Santa Casa da Misericórdia de Alcácer do Sal.
1668 -
Indicado Representante da Bahia nas Cortes, Lisboa, em 27 de janeiro.
1671/1772 -
Torna-se Juiz de Órfãos e Juiz do Cível, em Lisboa.
1674 - Ocupa o
cargo de Representante da Bahia nas Cortes, Lisboa, em 20 de janeiro.
1674 - Propõe
a criação da Universidade da Bahia.
1674 –
Novamente representante da Bahia nas Cortes, em Lisboa. Nesse mesmo ano, é
destituído da Procuradoria da Bahia e batiza uma filha natural, chamada
Francisca, na Freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa.
1678 - Fica
viúvo de Michaela de Andrade, com quem sabe-se que teve um filho do qual não
há registros históricos.
1681 -
Torna-se religioso e recebe as ordens menores eclesiásticas.
1682 – É
nomeado Tesoureiro-Mor da Sé, por D. Pedro II. Como magistrado de renome, tem
sentenças de sua autoria publicadas pelo jurisconsulto Emanuel Alvarez Pegas.
Isto viria a acontecer novamente em 1685.
1683 – No
início do ano, depois de 32 anos em Portugal, está de volta a Bahia, Brasil.
Meses após seu retorno, é destituído de seus cargos eclesiásticos pelo
Arcebispo D. Fr. João da Madre de Deus, por se recusar a usar batina e também
por não acatar a imposição das Ordens maiores obrigatórias para o exercício de
suas funções. É nessa época que surge o poeta satírico, o cronista dos costumes
de toda a sociedade baiana. Ridiculariza impiedosamente autoridades civis e
religiosas.
1685 - Sofre
denúncia no Tribunal do Santo Ofício de Lisboa (Inquisição).
168(?) – Ainda
na década de 1680, casa-se com Maria de Póvoas (ou “dos Povos”). Desta união,
nasce um filho chamado Gonçalo.
1691 – É
admitido como Irmão da Santa Casa de Misericórdia da Bahia.
1692 – Paga
uma dívida em dinheiro à Santa Casa de Lisboa.
1694 - É
deportado para Luanda, Angola, onde se envolve em conflitos locais.
1694 – Seus
poemas satíricos contra o Governador Antonio Luiz Gonçalves da Câmara Coutinho
faz com os filhos deste o ameacem de morte. O Governador João de Alencastro,
amigo de Gregório, e outros companheiros do poeta armam uma forma de prendê-lo
e enviá-lo à força para Angola, sem direito a voltar para a Bahia. Isto causa
profundo desgosto a Gregório. Ainda nesse mesmo ano, envolve-se em uma
conspiração de militares portugueses. Interferindo neste conflito, Gregório
colabora com a prisão dos cabeças da revolta e tem como prêmio seu retorno ao
Brasil.
1695 – Retorna
para o Brasil e vai para o Recife, longe de seus desafetos na Bahia. Morre no
dia 26 de novembro, antes de completar 59 anos, de uma febre contraída em
Angola.
GREGÓRIO DE MATOS OBRAS PUBLICADAS -
PRIMEIRAS EDIÇÕES
Poesia
![]() |
Gregório de Matos, por F. Briguiet |
"Gregório de
Matos" , in Florilégio da
poesia brasileira. 3 tomos. Organização de Francisco Adolfo de Varnhagen, tomo
I - 1946
Obras Completas
(Crônica do viver baiano seiscentista) 7 volumes. Organização de James Amado e
Maria da Conceição Paranhos - 1968
Obra Poética. 2
volumes. Organização de James Amado. Preparação e notas de Emanuel Araújo -
1992
Gregório de Mattos.
Senhora Dona Bahia: poesia satírica. Seleção, introdução, estudo crítico,
notas, de Cleise Furtado Mendes - 1996.
** Na Biblioteca Municipal de São Paulo há uma cópia
datilografada dos versos pornográficos de Gregório de Matos, com o título
Sátiras Sotádicas de Gregório de Matos.
TRADUÇÕES E
EDIÇÕES ESTRANGEIRAS DA OBRA DE GREGÓRIO DE MATOS
Gregório de Matos. Ausgewähte Gedichte. Tradução de
Birgit Russi. Berlim: Ela -Edition Lateinamerika, 1992.
Português
"Gregório de Matos" in Florilégio da poesia
brasileira, por Francisco Adolfo Varnhagen. Lisboa: Imprensa Nacional, 1850.
Edição crítica da
obra poética de de Gregório de Matos. 2 volumes, 4 tomos. Por Francisco Topa.
Porto: Editora do Autor, 1999.
POEMAS ESCOLHIDOS DE GREGÓRIO DE MATOS
No fluxo e refluxo
das marés encontra o Poeta incentivo para recordar seus males
Seis horas enche e
outras tantas vaza
A maré pelas
margens do Oceano,
E não larga a
tarefa um ponto no ano,
Depois que o mar
rodeia, o sol abrasa.
Desde a esfera
primeira opaca, ou rasa
A Lua com impulso
soberano
Engole o mar por um
secreto cano,
E quando o mar
vomita, o mundo arrasa.
Muda-se o tempo, e
suas temperanças.
Até o céu se muda,
a terra, os mares,
E tudo está sujeito
a mil mudanças.
Só eu, que todo o
fim de meus pesares
Eram de algum
minguante as esperanças,
Nunca o minguante
vi de meus azares.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
A umas saudades
Parti, coração,
parti,
navegai sem vos
deter,
ide-vos, minhas
saudades
a meu amor
socorrer.
Em o mar do meu
tormento
em que padecer me
vejo
já que amante me
desejo
navegue o meu
pensamento:
meus suspiros,
formai vento,
com que me façais
ir ter
onde me apeteço
ver;
e diga minha alma
assim:
Parti, coração,
parti,
navegai sem vos
deter.
Ide donde meu amor
apesar desta
distância
não há perdido
constância
nem demitido o
rigor:
antes é tão
superior
que a si se quer
exceder,
e se não desfalecer
em tantas
adversidades,
Ide-vos minhas
saudades
a meu amor
socorrer.
- Gregório de Matos.
"Seleção de Obras Poéticas".
Pondera agora com mais
atenção a formosura de D. Ângela
Não vi em minha
vida a formosura,
Ouvia falar nela
cada dia,
E ouvida me
incitava, e me movia
A querer ver tão
bela arquitetura.
Ontem a vi por
minha desventura
Na cara, no bom ar,
na galhardia
De uma Mulher, que
em Anjo se mentia,
De um Sol, que se
trajava em criatura.
Me matem (disse
então vendo abrasar-me)
Se esta a cousa não
é, que encarecer-me.
Saiba o mundo, e
tanto exagerar-me.
Olhos meus (disse
então por defender-me)
Se a beleza hei de
ver para matar-me,
Antes, olhos,
cegueis, do que eu perder-me.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
Rompe o Poeta com
a primeira impaciência querendo declarar-se e temendo perder por ousado
Anjo no nome,
Angélica na cara,
Isso é ser flor, e
Anjo juntamente,
Se Angélica flor, e
Anjo florente,
Em quem, senão em
vós se uniformara?
Quem veria uma
flor, que a não cortara
De verde pé, de
rama florescente?
E quem um Anjo vira
tão luzente,
Que por seu Deus, o
não idolatrara?
Se como Anjo dos
meus altares,
Fôreis o meu
custódio, e minha guarda,
Livrara eu de
diabólicos azares.
Mas vejo, que tão
bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos
nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me
tenta, e não me guarda.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
Contemplando nas cousas
do mundo desde o seu retiro, lhe atira com o seu ápage, como quem a nado escapou
da tormenta
Neste mundo é mais
rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se
faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao
nobre o vil decepa:
O Velhaco maior
sempre tem capa.
Mostra o patife da
nobreza o mapa:
Quem tem mão de
agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar
pode, mais increpa:
Quem dinheiro
tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se
inculca por Tulipa;
Bengala hoje na
mão, ontem garlopa:
Mais isento se
mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do
trapo vazo a tripa,
E mais não digo,
porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa,
opa, upa.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
Queixa-se o Poeta
em que o mundo vai errado e, querendo emendá-lo, o tem por empresa dificultosa
Carregado de mim
ando no mundo,
E o grande peso
embarga-me as passadas,
Que como ando por
vias desusadas,
Faço o peso crescer
e vou-me ao fundo.
O remédio será
seguir o imundo
Caminho, onde dos
mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam
juntas mais ornadas,
Do que anda só o
engenho mais profundo.
Não é fácil viver
entre os insanos,
Erra, quem
presumir, que sabe tudo,
Se o atalho não
soube dos seus danos.
O prudente varão há
de ser mudo,
Que é melhor neste
mundo o mar de enganos
Ser louco cos
demais, que ser sisudo.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
Descreve a vida
escolástica
Mancebo sem
dinheiro, bom barrete,
Medíocre o vestido,
bom sapato,
Meias velhas,
calção de esfola-gato,
Cabelo penteado,
bom topete.
Presumir de dançar,
cantar falsete,
Jogo de fidalguia,
bom barato,
Tirar falsídia ao
Moço do seu trato,
Furtar a carne à ama,
que promete.
A putinha aldeã
achada em feira,
Eterno murmurar de
alheias famas,
Soneto infame,
sátira elegante.
Cartinhas de
trocado para a Freira,
Comer boi, ser
Quixote com as Damas,
Pouco estudo, isto
é ser estudante.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
Descreve um
horroroso dia de trovões
Na confusão do mais
horrendo dia,
Painel da noite em
tempestade brava.
O fogo com o ar se embaraçava,
Da terra, e ar o
ser se confundia.
Bramava o mar, o
vento embravecia,
A noite em dia
enfim se equivocava,
E com estrondo
horrível, que assombrava,
A terra se abalava,
e estremecia.
Desde o alto aos
côncavos rochedos,
Desde o centro aos
altos obeliscos
Houve temor nas
nuvens, e penedos.
Pois dava o Céu
ameaçando riscos
Com assombros, com
pasmos, e com medos
Relâmpagos,
trovões, raios, coriscos.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
Embarcado já o
Poeta para seu degredo, e postos os olhos na sua ingrata Pátria lhe canta desde
o mar as despedidas
Adeus praia, adeus
Cidade,
e agora me deverás,
Velhaca, dar eu
adeus,
a quem devo ao demo
dar.
Que agora, que me
devas
dar-te adeus, como
quem cai,
sendo que estás tão
caída,
que nem Deus te
quererá.
Adeus Povo, adeus
Bahia,
digo, Canalha
infernal,
e não falo na
nobreza
tábula, em que se
não dá,
(...)
E tu, Cidade, és
tão vil,
que o que em ti
quiser campar,
não tem mais do que
meter-se
e magano, e
campará.
Seja ladrão
descoberto
qual águia
imperial,
tenha na unha o
rapante,
e na vista o
perspicaz.
(...)
Vá visitar os
amigos
no engenho de cada
qual,
e comendo-os por um
pé,
nunca tire o pé de
lá.
Que os Brasileiros
são bestas,
e estarão a
trabalhar
toda a vida por
manter
maganos de
Portugal.
Como se vir homem
rico,
tenha cuidado em
guardar,
que aqui honram os
mofinos,
e mofam dos
liberais.
No Brasil a
fidalguia
no bom sangue nunca
está,
nem no bom
procedimento,
pois logo em que
pode estar?
Consiste em muito
dinheiro,
e consiste em o
guardar,
cada um o guarde
bem,
para ter que gastar
mal.
Consiste em dá-lo a
maganos,
que o saibam
lisonjear,
dizendo, que é
descendente
da casa do Vila
Real.
Se guardar o seu
dinheiro,
onde quiser,
casará:
os sogros não
querem homens,
querem caixas de
guardar.
Não coma o Genro,
nem vista
que esse é genro
universal;
todos o querem por
genro,
genro de todos
será.
Oh assolada veja eu
Cidade tão suja, e
tal,
avesso de todo o
mundo,
só direita sem
entortar.
Terra, que não
parece
neste mapa
universal
com outra, ou são
ruins todas,
ou ela somente é
má.
- Gregório de Matos, in
'Obra poética'. (Org.) James Amado. (Prep. e notas) Emanuel Araújo. (Apres. ) Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
Satírica
Aos vícios
Eu sou aquele que
os passados anos
Cantei na minha
lira maldizente
Torpezas do Brasil,
vícios e enganos.
E bem que os
descantei bastantemente,
Canto segunda vez
na mesma lira
O mesmo assunto em
pletro diferente.
Já sinto que me
inflama e que me inspira
Talía, que anjo é
da minha guarda
Des que Apolo
mandou que me assistira.
Arda Baiona, e todo
o mundo arda,
Que a quem de
profissão falta à verdade
Nunca a dominga das
verdades tarda.
Nenhum tempo excetua
a cristandade
Ao pobre pegureiro
do Parnaso
Para falar em sua
liberdade
A narração há de
igualar ao caso,
E se talvez ao caso
não iguala,
Não tenho por poeta
o que é Pégaso.
De que pode servir
calar quem cala?
Nunca se há de
falar o que se sente?!
Sempre se há de
sentir o que se fala.
Qual homem pode
haver tão paciente,
Que, vendo o triste
estado da Bahia,
Não chore, não
suspire e não lamente?
Isto faz a discreta
fantasia:
Discorre em um e
outro desconcerto,
Condena o roubo,
increpa a hipocrisia.
O néscio, o
ignorante, o inexperto,
Que não eleje o
bom, nem mau reprova,
Por tudo passa
deslumbrado e incerto.
E quando vê talvez
na doce treva
Louvado o bem, e o
mal vituperado,
A tudo faz focinho,
e nada aprova.
Diz logo prudentaço
e repousado:
- Fulano é um
satírico, é um louco,
De língua má, de
coração danado.
Néscio, se disso
entendes nada ou pouco,
Como mofas com riso
e algazarras
Musas, que estimo
ter, quando as invoco?
Se souberas falar,
também falaras,
Também satirizaras,
se souberas,
E se foras poeta,
poetizaras.
A ignorância dos
homens destas eras
Sisudos faz ser
uns, outros prudentes,
Que a mudez
canoniza bestas feras.
Há bons, por não
poder ser insolentes,
Outros há comedidos
de medrosos,
Não mordem outros
não - por não ter dentes.
Quantos há que os
telhados têm vidrosos,
e deixam de atirar
sua pedrada,
De sua mesma telha
receosos?
Uma só natureza nos
foi dada;
Não criou Deus os
naturais diversos;
Um só Adão criou, e
esse de nada.
Todos somos ruins,
todos perversos,
Só os distingue o
vício e a virtude,
De que uns são
comensais, outros adversos.
Quem maior a tiver,
do que eu ter pude,
Esse só me censure,
esse me note,
Calem-se os mais,
chitom, e haja saúde.
À cidade da Bahia
Triste Bahia! oh,
quão dessemelhante
Estás e estou do
nosso antigo estado,
Pobre te vejo a ti,
tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já,
tu a mim abundante.
A ti trocou-te a
máquina mercante,
Que em tua larga
barra tem entrado,
A mim foi-me
trocando e tem trocado
Tanto negócio e
tanto negociante.
Deste em dar tanto
açúcar excelente
Pelas drogas
inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do
sagaz Brichote.
Oh, se quisera Deus
que, de repente,
Um dia amanheceras
tão sizuda
Que fora de algodão
o teu capote!
Por consoantes que
se deram forçados.
Neste mundo é mais
rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se
faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao
nobre o vil decepa:
O velhaco maior
sempre tem capa.
Mostra o patife da
nobreza o mapa:
Quem tem mão de
agarrar, ligeiro trepa:
Quem menos falar
pode, mais increpa:
Quem dinheiro
tiver, pode ser papa.
A flor baixa, se
inculca por tulipa:
Bengala hoje na
mão, ontem garlopa:
Mais isento se
mostra o que mais chupa:
Para a tropa do
trapo vazo a tripa:
E mais não digo;
porque a Musa topa
Em apa, em epa, em
ipa, em opa, em upa.
Conselho para quem
quiser viver na Bahia,
estimado e
procurado por todos.
Quem cá quiser
viver, seja Gatão;
Infeste a Terra
toda, e invada os mares;
Seja um Chegay, ou
um Gaspar Soares;
E por si terá toda
a Relação.
Sobejar-lhe-á na
mesa vinho e pão,
Que a vida passará
sem ter pesares;
E tenha os que lhe
dou por exemplares,
Assim como os não
tem Pedro de Unhão.
Quem cá se quer
meter a ser sisudo,
Um Gil nunca lhe
falta que o persiga;
E é mais aperreado
que um cornudo.
Coma, beba, e mais
furte, e tenha amiga;
Porque o nome de El
Rei dá para tudo
A todos que El Rei
trazem na barriga.
- Gregório de Matos
“Obras”, vol. V – “Satírica”. Edição de Afrânio Peixoto - 1923-1933.
Lírica
A uma dama
Dama cruel, quem
quer que vós sejais,
Que não quero por
hora descobrir-vos,
Dai-me licença
agora para argüir-vos,
Pois para amar-vos
sempre ma negais:
Por que razão de
ingrata vos prezais,
Não me pagando o
zelo de servir-vos?
Sem dúvida deveis
de persuadir-vos,
Que a ingratidão
aformoseia mais.
Não há cousa mais
feia na verdade:
Se a ingratidão aos
nobres envilece,
Que beleza fará, o
que é fealdade?
Depois, que sois
ingrata me parece,
Que hoje é torpeza
o que era então beldade,
Que é flor a
ingratidão que em flor fenece.
Namorado, o poeta
fala com um arroio
Como corres, arroio
fugitivo?
Adverte, pára, pois
precipitado
Corres soberbo,
como o meu cuidado,
Que sempre a
despenhar se corre altivo.
Torna atrás,
considera discursivo,
Que esse curso, que
levas apressado,
No caminho que
empreendes despenhado
Te deixa morto, e
me retrata vivo.
Percorre, não pares,
pois o intento,
Que teu desejo
conseguir procura,
Logra o ditoso fim
do pensamento.
Triste de um
pensamento sem ventura,
Que tendo venturoso
o nascimento,
Não acha assim
ditosa a sepultura.
Efeitos contrários
do amor
Ó que cansado trago
o sofrimento
Ó que injusta
pensão da humana vida,
Que dando-me o
tormento sem medida,
Me encurta o
desafogo de um contento!
Nasceu para oficina
do tormento
Minha alma, a seus
desgostos tão unida,
Que por manter-se
em posse de afligida
Me concede os
pesares de alimento.
Em mim não são as
lágrimas bastantes
Contra incêndios,
que ardentes me maltratam,
Nem estes contra
aqueles são possantes:
Contrários contra
mim em paz se tratam,
E estão em ódio meu
tão conspirantes,
Que só por me
matarem não se matam.
- Gregório de Matos
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GREGÓRIO DE MATOS
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REFERÊNCIAS E
FONTES DE PESQUISA
© A obra de Gregório de Matos é de domínio público
© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Gregório de Matos - o poeta boca de inferno. Templo Cultural Delfos, dezembro/2012. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Gregório de Matos - o poeta boca de inferno. Templo Cultural Delfos, dezembro/2012. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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