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Helena Kolody - a misteriosa esfinge eslava

Helena Kolody - foto (...)
Perspectiva
Olha pela janela azul do meu olhar
Sereno e transparente, onde se esconde alma
A misteriosa esfinge eslava que é minh'alma.
Mergulha os olhos teus no mundo em perspectiva
Que se adivinha atrás de uma pupila esquiva.

Verás, por certo, desdobrar-se alma adentro.
Na paisagem agreste, a estepe soberana.

E para que não pise a estepe imaculada
O duro sapatão de algum mugique alvar,
Eu ando sempre alerta e trago bem guardada

A paisagem de neve oculta em meu olhar.
- Helena Kolody, do livro "Paisagem interior". em: 'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 145.


Helena Kolody professora e poeta (Cruz Machado PR, 12 de outubro de 1912 - Curitiba PR, 15 de fevereiro de 2004), filha de de ucranianos Miguel e Vitória Kolody, passou a infância na cidade catarinense de Três Barras. E teve na cidade catarinense de Mafra o seu início no ramo das artes. O local propiciou à poetisa a oportunidade de estudar pintura, piano, e de produzir aos 12 anos de idade os seus primeiros versos.
Considerada a dama da poesia paranaense, Kolody se instalou em Curitiba no ano de 1927. Na capital paranaense, veio o primeiro poema de alcance público, conhecido como ‘’A lágrima’’. Além do dom nas artes, a paranaense transformou em profissão a sua paixão por animais ao se tornar professora de biologia. Kolody também era conhecida pela afinidade com a atividade de bordar; o gosto pela música; e a paixão incessante por livros. Em 1932 – já obtendo sucesso local – a poeta passou a lecionar artes no grupo escolar Barão de Antonina, em Rio Negro – instituição em que estudou na infância -, e cinco anos depois se transferiu para a Escola Normal Secundária de Curitiba, aonde viria a permanecer por mais de duas décadas.
A religiosidade era um dos temas mais presentes nas poesias de Helena Kolody. Um dos exemplos mais recorrentes ficou por conta do ‘’Imprimatur’’ – licença dada pela autoridade eclesiástica para se imprimir uma obra – recebida em função do poema “Prece”. O afeto da dama da poesia paranaense à religião também era observada através da rotina em frequentar as missas na Igreja Bom Jesus, na Praça Rui Barbosa.
Ao longo de sua trajetória, Kolody publicou diversas obras, sendo a primeira intitulada “Paisagem interior”, de 1941. O trabalho foi uma dedicatória da artista ao pai, que faleceu meses antes do lançamento. Destaque também para prêmios como Diploma de Mérito Literário (1985), eleição para a Academia Paranaense de Letras (1991), além do título de Cidadã Honorária de Curitiba (1987). 
Foi admirada por poetas como Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meirelles e Paulo Leminski, sendo que, com esse último, teve uma grande relação de amizade pessoal e literária.
:: Fonte: Cândido Jornal BPP., 15° ed,. Curitiba, 2012.



Helena Kolody - foto: Cesar Brustolin/SMCS
Helena Kolody é criadora de uma obra poética coerente. E soube imprimir-lhe a tonalidade da voz da autora: suave, serena, lírica, reflexiva, observadora interessada e 
solidária com o mundo.
Da serena observação dos fenômenos naturais, ela extrai reflexões e metáforas, para melhor apreender a vida humana e seus significados.
Na reflexão poética permanente, ela chega a elaborar uma poesia filosofal e didática, com a intenção de que sua palavra seja um consolo para quem dela precisa.
Sua observação, da natureza procura ir além do aparente, do imediato, para captar a verdadeira poesia no âmago da montanha, onde se revela o eterno, o absoluto, num contraste repetido entre o fugaz e o duradouro, na correnteza do tempo.
O tempo, ela percorre-o todo, com uma sutil percepção da ancestralidade, uma aguda observação do presente e um amargo desencanto em relação ao futuro, desumanizado pela máquina.
Sua observação da vida é solitária e solidária. A solidão é uma contingência dolorosa de quem não quer perder-se na multidão.
O sonho é o refúgio das horas cinzentas. Mas a própria dor jamais obscurece a solicitude para com a dor alheia.
Ao procurar a poesia na natureza que a circunda, Helena orienta sua investigação para além da fragilidade do instante, reconhecendo nele o que permanece e deve ser  
apontado.
Nesse jogo poético investigatório, a poeta descobre que a vida existe em movimento. 
Tudo para ela está em transformação, em mudança.
Para desenhar esse movimento, ela usa imagens bucólicas: o rio, a correnteza, o pássaro, o vôo, o vento, a música.
Telúrica, alegre e triste, otimista, essa professora aposentada de biologia constrói uma poética que também se transforma no tempo, buscando a síntese, que é o encontro do texto breve que diga tudo.
Mantendo sempre determinadas regularidades, que criam seu estilo próprio e harmônico e uma visão dialética do mundo.
O jogo de espelhos é uma imagem recorrente, para expressar os vários sentidos de uma mesma situação, sua dubiedade, sua plurivalência.
Os símbolos naturais aparecem com insistência, o brilho da chuva, o encanto das águas, o canto da cigarra, o canto geral da natureza viva.
Helena Kolody - foto (...)
Nessa poética transparente e coesa, franca e iluminada, plena de colorido, a autora só recorre à ironia quando abandona o elemento natural e passa a ocupar-se do elemento 
urbano, artificial, mecânico, decadente.
Aí, sua voz crítica e desencantada não pode deixar de manifestar-se, já que sua sensibilidade ocupa-se tanto com a condição humana ao seu redor.
Mesmo na ironia, sua voz poética permanece serena e reflexiva.
Sua busca da síntese conduziu-a à prática do hai-cai, gênero poético tão propício ao temperamento e às intenções da autora.
A coerência de uma vida inteira pode ser percebida na seqüência dos títulos de seus livros, onde ela também expressa seu sentido do fugaz e a sensação da vida passageira.
A música, como símbolo da vida em fluxo permanente, o carinho pela infância, seu senso da beleza visual das formas, sua religiosidade forte de filha de imigrantes, a ponto de transformar a poesia em oração, tantas tonalidades são possíveis, nessa obra de poemas breves e instantâneos, mas tão profundos e tão amplos.
- Reinoldo Atem, em "Sempre poesia - antologia poética" de Helena Kolody. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 8-9.


PRÊMIOS
1962 -  Título de Cidadã Honorária, Terra Boa PR.
1985Diploma de Mérito Literário da Prefeitura de Curitiba PR.
1987Título Cidadã Honorária de Curitiba.
1991 Eleita para a Academia Paranaense de Letras.
2003Título Doutora Honoris Causa, pela Universidade Federal do Paraná, UFPR.

Helena Kolody - foto (...)

OBRA DE HELENA KOLODY
Poesia
:: Paisagem interior. Edição da autora/oficinas gráficas do Liceu Industrial do Paraná, 1941; 2ª ed., Edição da autora/Impresso Secção de Artes Gráficas da Escola Técnica de Curitiba, 1955, 106p.
:: Música submersaEdição da autora/Impresso Secção de Artes Gráficas da Escola Técnica do Paraná, 1945, 96p.
:: A sombra no rioEscola Técnica do Paraná/Edição do Centro de Letras do Paraná1951, 80p.
:: Vida breve. Curitiba: Edição da autora/ SENAI1965, 76p.
:: Era espacial e Trilha sonora. [dois livros em um volume]. Curitiba: Edição da autora/ SENAI1966, 84p.
:: TempoCuritiba: Edição da autora/ Edições SENAI1970, 56p.
:: Infinito presenteCuritiba: Edição da autora/ Gráfica Repro-SET, 1980, 64p.
:: Sempre palavraCuritiba: Criar Edições, 1985, 48p.; 2ª ed., 1986.
:: Poesia mínimaCuritiba: Criar Edições, 1986, 48p.
:: Ontem agora - poemas inéditosCuritiba: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 1991, 86p.
:: Reika. Série Buquinista. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba: Ócios do ofício, 1993.
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:: Caixinha de música. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 1996, 60p.
:: Luz Infinitaedição bilíngue português e ucranianoCuritiba: Museu-Biblioteca Ucranianos em Curitiba da União Agrícola Instrutiva, Clube Ucraíno-Brasileiro, Organização Feminina, 1997. 

Prosa
:: Memórias de Nhá Mariquinha. 2007.

Ensaio
:: Um escritor na biblioteca. Curitiba: BPP/SECE, 1986.

Antologia
:: Poesias completas. [Paisagem interior; Música submersa e A sombra no rio]. Escola de aprendizagem do SENAI, 1962, 208p.
:: 20 poemas. Curitiba: Edição da autora/ Gráfica Santa Cruz, 1965, 28p. 
:: Antologia poéticaCuritiba: Edição da autora/ Gráfica Vicentina, 1967, 68p.
:: Correnteza (seleção de poemas).. [Capa de Anna Muricy]. Curitiba: Edição da autora/Editora Lítero-Técnica, 1977, 250p.
:: Viagem no espelho ( reunião de vários livros)Curitiba: Criar Edições, 1988, 208p.; 2ª ed., Curitiba: Editora da UFPR, 1995; 5ª ed., Curitiba: Editora da UFPR, 1999.
:: Sempre poesia (antologia poética). Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994.
:: Sinfonia da vida (antologia poética com depoimentos da poeta).. [organização Tereza Hatue de Rezende]. Curitiba: Pólo Editorial do Paraná, 1997. 
:: Viagem no espelho e vinte e um poemas inéditos. Curitiba: Criar Edições, 2001.
:: Poemas do amor impossível. (antologia). 2002.
:: Infinita sinfonia. Literatura paranaense. Coleção Gazeta do Povo, 2014.

CD - Áudio-poesia
:: Helena Kolody por Helena KolodyColeção poesia falada, vol. 4. Curitiba: Editora Luz da cidade, 1997.

Obra traduzida
Ucraniano
Capa de livro Infinita sinfonia, de Helena Kolody
Coleção Gazeta do Povo
:: Poesias escolhidas (Вибрані поезії).. [Tradução de Wira Wowk para o ucraniano]Curitiba: Sociedade dos Amigos da Cultura Ucraniana/Tipografia Prudentópolis, 1983.

Antologia [participação]
:: Trilogia. [Reunião dos três livros: Paisagem interior; Música submersa e A sombra no rio]. In: Um século de poesia (separata). Curitiba: Centro paranaense feminino de cultura/Edição do Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959. p. 255-288, 632p.

Artigos, prefácios e entrevistas
KOLODY, Helena. A lágrima. In: HELENA Kolody, a normalista e a poeta. O Estado do Paraná, Curitiba, 5 abril 1987. p. 15.
______ . Prefácio. In: Tarás Chevtchenko: o poeta da Ucrânia. Curitiba: Dnipró, 1962.
______ . Helena Kolody: poetisa(Caderno do MIS, n. 13). Curitiba: Museu da Imagem e do Som do Paraná, 1989. 
______ . A praça. Gazeta do povo,Curitiba, 21 mar. 1993. Cultura G, p. 1.
______ . Helena kolody. Entrevista a Luiz Augusto Moraes, Raul Longo e Roberto Gomes. Jornal do Livro. N. 7. Porto Alegre, abril/maio 1985. p. 4-5.



“Tão simples, tão pura – e tão funda – a poesia de Infinito Presente. Você domina a arte de exprimir o máximo no mínimo, e com que meditativa sensibilidade!”
- Carlos Drummond de Andrade, em carta a poeta em 1980.


Helena Kolody - foto (...)
POEMAS ESCOLHIDOS DE HELENA KOLODY

A lágrima
Oh! lágrima cristalina,
Tão salgada e pequenina,
Quanta dor tu não redimes!
Mesmo feita de amargura,
És tão sublime, tão pura
 Que só virtudes 
       exprimes

Ao coração torturado,
pela saudade magoado
 Pelo destino cruel,
Tu és a pérola linda
do rosário que não finda,
Feita de tortura e fel.
- Helena Kolody, (primeiro poema publicado). in: Revista Garoto, na década de 1920.


Advertência

É meio-dia em minha vida.
Um mensageiro inesperado
Vem prevenir que apresse a lida,
Como se fosse anoitecer.

Vento da noite, ainda é cedo!

... e nem lavrei a terra agreste.
- Helena Kolody, em "A sombra no rio". 1951.


A espera
Minhas mãos esperam ser chamadas,
Confiam no milagre da revelação.

Em pleno tumultuar da existência,
Vivo, às vezes, a pausa vibrante da espera,
A palavra de iniciação
Humildemente aguardo.

No palpitar do silêncio noturno,
Inquietos, velam meus ouvidos.

Meus pés caminham tristes e sem rumo,
Porque tarda o milagre da revelação.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 117.
Helena Kolody


Âmago

Quem bebe da fonte
que jorra na encosta,
não sabe do rio
que a montanha guarda.
- Helena Kolody, em "Sempre palavra". 1985.


Anoitecer

Amiudam-se as partidas...
Também morremos um pouco
no amargor das despedidas.

Cais deserto, anoitecemos

enluarados de ausências.
- Helena Kolody, em "Infinito presente". 1980.


Antes
Antes que desça a noite,
imprimir na retina
os rostos amados,
o sol,
as cores,
o céu do outono
e os jardins da primavera.

Inundar de sons
de vozes
e de música eterna
os ouvidos,
antes que os atinja
a maré do silêncio.

Conquistar
os pontos culminantes
da vida,
antes que se esgote
o prazo de permanência
em seu território sagrado.
- Helena Kolody, do livro "Sempre palavra"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p.43.


A poesia impossível

Inquietação de marinheiro
Que sente o mar e seu chamado...
Não poder embarcar!

Prisioneiro do nada,

Pássaro mutilado
Que a distância fascina...
- Helena Kolody, em "Vida breve". 1964.


Araucária

Araucária,
Nasci forte e altiva,
Solitária.
Ascendo em linha reta
- Uma coluna verde-escura
No verde cambiante da campina.

Estendo braços hirtos e serenos.


Não há na minha fronde

Nem veludos quentes de folhas,
Nem risos vermelhos de flores,
Nem vinhos estonteantes de perfumes.
Só há o odor agreste da resina
E o sabor primitivo dos frutos.

Espalmo a taça verde no infinito.

Embalo o sono dos ninhos
Ocultos em meus espinhos,
Na silente nudez do meu isolamento.
- Helena Kolody, em "Paisagem interior". 1941.


A sombra no rio
Noto a passagem do tempo,

Porque min'alma imutável
Projeta na correnteza
Fugaz dos dias da vida
A quieta sombra do eterno.

Passo e permaneço.

Passo nessas águas
Tão atormentadas
Pelas asperezas,
Tão escravizadas 
Dentro do limite,
Que não sabem nada
De sua trajetória.

Passo... e permaneço!

Fico nessa sombra
De contorno exato,
Quase perturbado
Pela correnteza.
Sombra do "eu" imóvel
Que conhece o rumo
Para além dos dias.
- Helena Kolody, do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 94.


A voz das raízes
Vozes de estranho som se alteiam em meu canto.
Vibram-me dentro d'alma que não são minhas.

Atrás de mim, vozeia e tumultua,
Anseia e chora, e ri, arqueja e estua
A imensa multidão dos ancestrais,
Que me bate e rebate, inexorável,
Como o oceano em ressaca açoita o cais.
- Helena Kolody, do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 105.



Berceuse
A chuva embala as árvores insones
Com baladas e lendas outonais...

Carícia d'água, cândida e piedosa,
Nos braços nus dos troncos espectrais.

Mantilha em que se abrigam tristes frondes,
Saudosas dos diademas estivais.

A chuva dependura pelos ramos
Braceletes de lúcidos cristais.

O vento embala as árvores silentes
Com baladas e lendas outonais.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 124.


Bucólica
Vida sem pressa nas casas enormes.
Ilhas de sombra nos grandes quintais.

Liberto das horas, o rio te convida.
Preparas a linha; no anzol, uma isca
que um peixe guloso, imprudente belisca...
Um claro sorriso de astúcia te aflora
à boca, manchada de sumo de amora.

Numa árvore, tens o teu forte invencível
e noutra, comandas navio de pirata...

No cavalo em pelo, passas cavalgando,
revolto o cabelo, nus os calcanhares.
Pássaros se assustam com o estrepitoso
ritmo das sonoras paras do cavalo...

Vida sem pressa,
liberta das horas.
- Helena Kolody, do livro "Trilha sonora"/em: 'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p.  68.


Canção de ninar

Helena Kolody, por Alexandre Lazzarini
(para uma criança da favela)

Criança, és fio d’água
Triste desde a fonte,
Humilde plantinha
Nascida em monturo:
Quanta ausência mora
Nesse olhar escuro!

Recosta a cabeça
Na minha cantiga.
Deixa que te envolva,
Que te beije e embale.
- Helena Kolody, em "Vida breve". 1964.



Canto místico
Aqui estou, Senhor, no meio desta nave
Para cantar em teu louvor.
Minha voz é prisioneira da garganta:
Conhece a gama dos sons e não pode cantar.

Há vibrações sonoras em meus nervos.
Mas a voz ausentou-se de meu ser.

Teu mundo é uma ciclópica poesia
Que brilha no céu e brota no chão
E ruge e ri, e canta e chora.
Não encontro, porém, as palavras exatas
Dessa canção.

Se eu pudesse, ao menos,
Cantar a plenitude singela
De um momento feliz.
Dizer a inocência de uns olhos de criança,
Olhando serenos nos olhos da mãe...

A música das esferas
Sinto fremir, ouço vibrar
E não posso cantar.

Aqui estou, prisioneira de minha mudez,
Aflita em pranto, no silêncio grave
Da iluminada imensidão de tua nave.
- Helena Kolody, do livro "Paisagem interior". em: 'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 148.


Chama

Chama do absoluto,
arde o verbo em nossa lâmpada humilde.
- Helena Kolody, em "Sempre palavra". 1985.


Circuito

Os olhos que mergulham no poema
completam o circuito da poesia.
- Helena Kolody, em "Infinito presente". 1980.


Criança
Trazes ainda uma luz transcendente no olhar 
E o vestígio das mãos divinas em teu ser.

Não falas porque Deus está tão próximo
Que Sua presença te impede falar.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 116.


Dom

Deus dá a todos uma estrela.
Uns fazem da estrela um sol.
Outros nem conseguem vê-la.
- Helena Kolody, em "Poesia mínima". 1986.



Espelho
Por que te inclinas sobre a paisagem
Como sobre o cristal de um espelho?

Tudo sorri em cores vivas,
Quando teus olhos comovidos resplandecem
Desse íntimo calor da ventura e do sonho.

Quando sofres,
A sombra de tua mágoa empana o próprio sol.

A paisagem és tu,
Pois teu olhar somente alcança a perceber
O que reflete a luz que emana de teu ser.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 123.


Exílio
Que saudade, meu Deus, que implacável saudade
De integrar-me, outra vez, em Tua eternidade!

Inquieta, a alma cintila,
Qual pássaro de Fogo
Em cárcere de argila.

Quer ser, de novo, um ponto imponderável
Em teu perfeito círculo de luz.
- Helena Kolody, do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 95.


Felicidade
Acumulei tesouros de esperança
No tímido segredo de minh'alma.
Tudo, porém, fugiu,
Irreparavelmente,
Por alguma recôndida ferida
Que o desencanto abriu,
Como a serragem se escoa
Duma boneca de pano...

Tentei prender a ventura
Nestas tristes mãos vazias,
Como o sedento que enche
As mãos crestadas e ardentes
Da linfa clara da fonte.
Mas, os dedos não puderam
Reter essa água corrente.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa". em: 'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 121.


Fraternal
Meu canto de amor, como bálsamo,
Para as cansadas mãos embrutecidas
E para as tristes vidas deformadas.

Meu canto de amor, envolvente,
A esconder a pobreza disfarçada
De quem finge tudo e não tem nada.

Canto em surdina, luar nevando música,
Para a bondade sábia da velhice,
Seu riso de renúncia e de perdão.

Claro canto, impetuoso como o vento,
Para os jovens, que abalam o universo
À força de entusiasmo e de talento.

Meu canto de amor, como os sinos da Páscoa,
Para as crianças, humanidade a ressurgir,
Numa eterna promessa de redenção.
- Helena Kolody, do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 110.


Hoje
Violentos vendavais de todos os quadrantes
Quebraram o equilíbrio estável da existência.
O tufão apagou os antigos roteiros.

A humanidade, indecisa e assombrada,
Após a caminhada milenária,
Encontrou-se, outra vez, no ponto de partida.

O homem sofreu no coração da tempestade.

Aprendeu, na angústia que o tempera,
A superar o imperativo transitório.

Transfigurou a vida e alegrou-se no eterno.
- Helena Kolody, do livro "Vida breve"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 85.


Hora plena
Hora plena, a do meio dia.
As figuras não projetam sombras.
A luz incide, vertical, nas criaturas.

Hora total em que o ser atinge
a plenitude.
- Helena Kolody, do livro "Poesia mínima"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 23.



Hora vazia
Se esta hora é vazia,
O deserto é só meu.

É imortal a presença da poesia
Na face multiforme da beleza.

Não sei onde, muito longe,
As corticeiras florescem,
Recendem os laranjais.

Em qualquer parte, num lar,
Vive um tenro menino impreciso
E seu riso com cheiro de leite.

A vida acena, aflita,
No emparedado anseio de falar.

E os destinos humanos
São transatlânticos no mar:
Sempre em perigo.
- Helena Kolody, do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 101.


Identificação
Eu me diluí na alma imprecisa das coisas.
Rolei com a Terra pela órbita do infinito,
Jorrei das nuvens com a torrente das chuvas
E percorri o espaço no sopro do vento;
Marulhei na corrente inquietadora dos rios,
Penetrei a mudez milenária das montanhas;
Desci ao vácuo silencioso dos abismos;
Circulei na seiva das plantas,
Ardi no olhar das feras,
Palpitei nas asas das pombas;
Fui sublime n’alma do homem bom
E desprezível no coração do mesquinho;
Inebriei-me da alegria do venturoso;
E deslizei dolorosamente na lágrima do infeliz.

Nada encontrei mais doloroso,

Mais eloquente,
Mais glorioso
Do que a tragédia cotidiana
Escrita em cada vida humana.
- Helena Kolody, em "Paisagem interior". 1941.
Helena Kolody - foto: (...)



Ilhas
Somos ilhas no mar desconhecido.
O grande mar nos une e nos separa.

Fala de longe o aceno leve das palmeiras.
Mensagens se alongam nas líquidas veredas.

Cada penhasco é tão sozinho e diferente!
Ninguém consegue partilhar a solidão.

Ilhas no grande mar, aprisionadas,
Apenas o perfil das outras ilhas vemos.

Só Deus conhece nossa exata dimensão.
- Helena Kolody, do livro "Vida breve"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 82.


Intercorrência
Entre o gesto e a sombra,
há luz e distância
e uma geometria
de ângulos e planos.
- Helena Kolody, em "Tempo". 1970.


Linguagem
Linguagem cifrada,
guarda o código genético
os signos da vida.

A vida conjuga os seres
e transmite sua mensagem.
- Helena Kolody, do livro "Poesia mínima"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 24.


Magia da canção
Fugia a alma na voz, pelos etéreos
Caminhos da canção.

No enlevo de cantar, se desatava
A mágoa que em segredo me oprimia.
Uma alegria trêmula nascia
Da ingênua tessitura musical.

Sorria a alma na voz, pelos felizes
Roteiros da canção.

Mudava-se a manhã
Para dentro de mim,
Cristalina, a fremir de pássaros inquietos.

Brincava a alma na voz, pelas estradas
Festivas da canção.
- Helena Kolody, do livro "Vida breve"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 88.



Matinal
Na bruma do cenário matutino,
O coração virente da floresta
Lembra um antigo templo bizantino,
Uma sonora catedral em festa.

Agora, o bando de sabiás se apresta
Para cantar, solenemente, um hino.
E, do turíbulo das flores, lesta,
A brisa faz subir o incenso fino.

A cerimônia excelsa tem início.
Reconcentrada em prece emocionante,
A mata imensa fica silenciosa.

O próprio Deus celebra o sacrifício
E ergue no céu, num símbolo brilhante,
A hóstia do sol, serena e esplendorosa.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 125.


Mergulho
Almejo mergulhar
na solidão e no silêncio,
para encontrar-me
e despojar-me de mim,
até que a Eterna Presença
seja a minha plenitude.
- Helena Kolody, em "Sempre palavra". 1985.


Mosaico
És mosaico de seixos rolados de longe
Na torrente da vida.
Até o gesto, até a fala, até o semblante
Lembra alguém, é de alguém que se repete.
Tudo em ti, antes de ti, Já foi vivido.
- Helena Kolody, do livro "Vida breve"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 86.


Motivo cibernético

Polimultiplurimáquinas
estiram os nossos nervos
nos giros da exatidão.

No campo vibrante

de circuitos e painéis,
tecniscravos apascentam
rebanhos sagrados
de monstros eletrônicos.
- Helena Kolody, em "Tempo". 1970.



Mundos
Assim como o universo indefinido e imenso,
Onde rebrilha e cresce um turbilhão suspenso
De inumeráveis sóis, de mundos estelares,
É o infinito interior de nossa inteligência,
Iluminado pelos grandes pensamentos
Que refulgem na mente e giram ignorados
Na órbita multiforme em que foram gerados.
- Helena Kolody, do livro "Paisagem interior". em: 'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 139.


Música eterna
Rumor obscuro da chuva,
Idêntico e antigo,
Acalentando a noite.

Dança de folhas, despercebida:
Mata em sussurro.

Claro ritmo das chamas
Alegrando lareiras.
- Helena Kolody, do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 102.



Música romântica
A orquestra modula um pranto
de aveludadas colcheias.

Sonha em bemóis a melodia.
O rio sonoro invade as veias.

Minada por seu quebranto,
rompe a secreta represa,
o sentimento se alteia
numa névoa de tristeza. 
- Helena Kolody, do livro "o infinito presente"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p.55.



Mutação
Onde a fonte habitual do sonho?
Onde a esperança?
Onde aquela segura confiança
No dia de amanhã?

E o suave rosto amanhecente,
Com seu olhar e seu sorriso?

E as tempestades emotivas,
A desabar em pranto e sorriso?

Como chegou, tão de repente,
Este sabor de tédio e morte?

Despreocupada, a gente adormece
Em mocidade.
Eis que desperta, subitamente,
Na outra margem.

Quando se faz a travessia?
- Helena Kolody, em "Viagem no espelho". 5ª ed., Curitiba: Editora da UFPR, 1999, p. 166-167.


Não era isso
Não.
Não era isso.

O que eu queria dizer
era tão alto
e tão longe
que nem consegui soletrar
suas palavras-estrelas.
- Helena Kolody, do livro "Poesia mínima"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 29.


Noturno urbano
O cansaço anoitece
nas solidões aglomeradas.

Noite alta,
velam janelas,
semáforos insones..

Nem um trilar de grilo
estremece a teia do tédio.
- Helena Kolody, do livro "Poesia mínima"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 29.


Olhos de antes
Em vão, percorro a cidade
com meus claros olhos de antes.
As ruas não são as mesmas...
E são outros os passantes.
- Helena Kolody, do livro "Poesia mínima"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 25.



O inefável
Tu, que dizes em sons o que andas a sonhar:
Nunca sentiste a esfera imensa a reboar
De formidáveis cataratas musicais?
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 119.


Outonal
A videira adormece.
Inda flameja o sol da vindima.
Os sonhaços azuis bicam maçãs maduras,
Sutilizam a tarde com seu gorjeio frágil.

A videira adormece.
Flui lento o rio oculto da seiva.
Empalidecem as parras de contorno exato,
Suspiram de leve e embarcam no vento.

Nodosa e nua,
A videira dorme.
- Helena Kolody, do livro "Vida breve"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 90.


Páscoa
Acordaram os pássaros sonoros
Que dormiam no bronze dos sinos.
Um vôo jubiloso de aleluias
Gira no ar.

Em labaredas de hosanas,
Ardem os órgãos profundos
No coro das catedrais.

Há círios acesos nos olhos que rezam,
Aroma de incenso na voz dos meninos.
- Helena Kolody, do livro "Vida breve"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 87.


Pelos bairros esquecidos
Pelos bairros esquecidos,
tantos passos,
tantos risos,
tantos sonhos perdidos!
- Helena Kolody, em "Ontem agora". 1991.



Poema
Do umbral solene da Escola,
Vos contemplo comovida...
Graça plena, lindas rosas do meu horto,
Andorinhas do beiral de minha vida!

Banha-se em luz de auroras futuras,
A transparência de vosso olhar.
Um vento miraculoso
Perpassa em vossos cabelos.
O cristal de vosso riso
Quebra-se em finas estilhas.

Para quem traz a alma em flor
E um ingênuo coração,
A existência é uma jornada,
Onde se pode encontrar,
Nalguma curva da estrada,
A figura de Lohengrin ou de Jasão.

Do alto píncaro do sonho,
Vos contemplo pensativa...

É meu pão de cada dia, 
Vossa presença festiva.

Sou lavradeira da seara.
Vossas cabeças inquietas
São agitadas espigas.

No estio, a seara enlourece
E amadurece o trigal.
Seja, embora, novo o trigo
E seja diversa a messe.
A alegria é sempre igual.

Graça plena, linda rosas do meu horto,
Ondulante e louro trigo em minha messe,
Andorinhas do beiral de minha vida!
- Helena Kolody, do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 104.


Poesia mínima

Helena Kolody - foto (,,,)
Pintou estrelas no muro
e teve o céu

ao alcance das mãos.
- Helena Kolody, em "Poesia mínima". 1986.




Poeta
O poeta nasce no poema,
inventa-se em palavras.
- Helena Kolody, em "Infinito presente". 1980.




Prece
Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,
De ser o coração singelo que perdoa,
A solícita mão que espalha, sem medidas,
Estrelas pela noite escura de outras vidas
E tira d’alma alheia o espinho que magoa.
- Helena Kolody, em "Paisagem interior". 1941.



Rimas inquietas
Profundamente inquietas, certas almas
São densas matas virgens tropicais.
Onde a dança das sombras imprecisas
Toma um estranho realce assustador
E o vago rumorejo da floresta
Semelha o burburinho de mil vozes
Que rolam, a chorar, n'alma dos rios,
Perturbando a quietude primitiva
Com a insídia de sua eterna agitação.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 119.


Rosas de inverno
Ao primeiro prenúncio das geadas,
Quando a luz esmorece, ao fim do outono,
As roseiras sem flor, num abandono,
São monjas medievais ensimesmadas.

Mas se um verão tardio doura as ramadas.
Acordam os rosais do estranho sono.
As rosas senhoris, com régio entono,
Abrem as pálpebras aveludadas.

O coração parece uma roseira
Que floresceu a primavera inteira
Em rosas de ternura e de ilusão.

Pois, mesmo quando o inverno vem tristonho,
Basta um raio de sol, e a flor do sonho
Desabrocha triunfal no coração.
- Helena Kolody, do livro "Música submersa"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 127.


Sempre madrugada
Para quem viaja ao encontro do sol,
é sempre madrugada.
- Helena Kolody, em "Sempre palavra". 1985.



Sempre em viagem
Rodopiando com a Terra,
Girando em torno do sol,
viajamos velozmente
pela Via Láctea,

(... tão minúsculos
que nem percebemos
esse estar sempre em viagem.)
- Helena Kolody, do livro "Poesia mínima"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 29.



Sombras
Perturbam-me, às vezes,
Meus próprios fantasmas:
Vãs sombras de sonhos
No espelho dos ecos.
- Helena Kolody, do livro "Vida breve"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 88.


Sonhar
Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço,
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.

Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,
Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.

É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,
Na luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;
É alçar, constantemente, o olhar ao céu profundo.

Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:
Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas deste mundo.
- Helena Kolody, em "Viagem no espelho e vinte e um poemas inéditos". Curitiba: Criar Edições, 2001.


Vigília

A noite é profunda,
Silente e de trevas.

Ao lado de teu corpo, imóvel e sereno,

Estou a contemplar-te, Pai.

Por estranhos caminhos,

Cheios de neblina,
Anda minh’alma soluçante,
A clamar por ti.

Teus olhos fitam muito longe

Um olhar imensamente triste.

A chama dos círios dança sem cessar

Em tuas pupilas mortas,
Tentando desviar tua mirada
De um ponto fixo na eternidade.

Círio recôndito,

Arde meu coração e se consome.

Há longos espinhos aguçados

Esgarçando meus nervos sensíveis.

Beijo tuas mãos pálidas e tristes,

Humildes mãos cansadas,
Agora consteladas
Por líquidos brilhantes.

Por estranhos caminhos,

Cheios de neblina,
Anda minh’alma soluçante,
A clamar por ti.
- Helena Kolody, em "Paisagem interior". 1941.

Helena Kolody, por (...)
FORTUNA CRÍTICA DE HELENA KOLODY
[Estudos acadêmicos - teses, dissertações, ensaios, artigos e livros]
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AMIZADES


Poty Lazzarotto e  a poeta Helena Kolody

Helena Kolody, Valfrido Pilotto e Adélia Maria Woellner,
encontro de amigos na década de 1990
Alice Ruiz e Helena Kolody



Capa do DVD A babel da luz, de Sylvio Back
DOCUMENTÁRIO
                                                     "quando sonho 
                                                          sou outra
                                            inauguro-me"

Poemografilme: a babel da luz
Sinopse: Auto-retrato protagonizado pela poeta Helena Kolody, 80 anos, enquanto espelho de suas próprias angústias, enquanto aventura linguística única, enquanto repositório de uma biografia interminável - 'que o poema, afinal, continua a vida'.
Ficha técnica
Ano: 1992
Duração: 10 min.
Gênero: experimental/biografia
Formato: 35mm, color
Roteiro e direção: Sylvio Back
Direção de fotografia: Walter Carvalho
Produção executiva: Sylvio Back e Margit Richter
Produtora: Usina de Kyno
Prêmios
:: prêmio de melhor curta-metragem e melhor montagem no 25º aniversário - Festival de Brasília, 1992.
:: Margarida de Prata da­ CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
:: Fonte e ficha técnica completa: Filmografia/Cinemateca Brasileira (acessado em 20.6.2015).


Babel de Luz, direção Sylvio Back


Filme: Helena Kolody - Ontem Agora
Sinopse: Dona de uma enorme coleção de adjetivos-virtudes, palavras-emblemas, atribuídos a ela pelo povo paranaense, Helena Kolody deixou uma obra cheia de sensibilidade que percebe o belo no que aos nossos olhos não passaria de singelo.
A poetisa paranaense, que conseguia unir subjetividade o objetividade numa viagem de versos repletos de significados, não deixou somente suas belas palavras, mas lições de vida, pois elas eram muito mais que palavras, eram luz e encantamento.
Direção: Terry Medina e Daniele Soares


Helena Kolody - Ontem Agora, direção Terry Medina e Daniele Soares


Convergência
Tudo converge
para o ser.

É em mim que o mundo existe
para mim.
- Helena Kolody, do livro "Poesia mínima"/em:'Sempre poesia - antologia poética'. Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994, p. 25.



Helena Kolody - foto (...)
REFERÊNCIAS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA
:: Cândido - Jornal da Biblioteca Pública do Paraná
:: Clube de Leitura Helena Kolody
:: Helena Kolody (blog)
:: Kakinet - Vida e obra no tempo de Helena Kolody
:: Literatura Helena Kolody


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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Helena Kolody - a misteriosa esfinge eslava. Templo Cultural Delfos, junho/2015. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 23.6.2015.




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Um comentário:

  1. Veja minhas lembranças sobre a entrevista que fiz com ela no link abaixo:
    http://www.folhacuritibana.com.br/

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