COMPARTILHE NAS SUAS REDES

Clarival do Prado Valladares - o acendedor de lampiões

Clarival do Prado Valladares - foto: (...)
“Entendo arte como contingência humana, que nem sempre tem o nome de arte pelos grupos que a exercem, executam. Arte entendida primordialmente como esthesia: o homem posto dentro de uma motivação por uma matéria de criatividade decisiva na sua vida. Arte entendida como contingência antropológica amplia sua extensão a tal ponto que hoje eu colocaria o problema da manifestação artística como não sendo mais possível de ser uma novidade. Porque é condição humana, tão propriamente humana que é a mesma coisa de dizer “alguém inventa respiração? alguém inventa o sonho? alguém pode reformular as condições do homem sonhar?  Alguém pode parar o homem de produzir arte? Na contingência humana da esthesia antes de ser estética, o homem, através de sua sensibilidade, necessita se excluir de todos os processos imediatos e utilitaristas de sua vida e se pôr dentro da sua condição biológica mesmo de ‘demorar’. O termo filosófico é esse mesmo, demorar. Esse termo – que é tomado de Joaquim Cardozo, em arquitetura, onde ele estabelece a diferença entre a arquitetura de morar e a de demorar - eu me apropriei dessa diferença, substitui para traduzir, é o devir de Bergson. É o tempo de assuntar. Você tem aí um período, que na própria linguagem do nordestino, do brasileiro nordestino calha também. É o tempo de assuntar: é o tempo que se demora para que o consumo de uma impressão seja maior; mais penetrante. É o tempo da música, é o tempo do místico, é o tempo da reza, é o tempo de tudo. Nós é que vamos batizar com “arte” uma série enorme desse tempo de assuntar que os grupos humanos praticam.”
- Clarival do Prado Valladares, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som (RJ), 1982.


Clarival do Prado Valladares (Salvador BA 1918 - Rio de Janeiro RJ 1983). Crítico de arte, historiador da arte, fotógrafo, poeta, médico. Durante a juventude, vive no Recife, onde é auxiliar de pesquisa de campo de Gilberto Freyre (1900-1987) e inicia o curso de medicina. Em 1941, transfere-se para o Rio de Janeiro e, mais tarde, para Salvador, onde conclui a faculdade. Defende tese de doutorado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1952. Entre 1953 e 1956, realiza pós-graduação em patologia, na Universidade de Harvard, e em biologia, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, Estados Unidos. Ao voltar ao Brasil em 1956, torna-se docente de anatomia patológica na UFBA. A partir de 1959, leciona também história da arte na Escola de Belas Artes e na Escola de Teatro da mesma universidade.

Clarival do Prado Valladares - foto: (...)
No início dos anos 1960, retorna ao Rio de Janeiro, intensificando sua atividade no campo das artes plásticas. Em 1962, publica Paisagem Rediviva, coletânea de textos sobre arte; em 1965, escreve O Comportamento Arcaico Brasileiro e, em 1967, Riscadores de Milagres: um Estudo sobre Arte Genuína. Colabora no Jornal do Brasil e na revista GAM: Galeria de Arte Moderna, entre outras publicações.

Participa do júri da Bienal Internacional de São Paulo em 1967, 1973 e 1977, da 1a Bienal Nacional de Artes Plásticas, em 1966, em Salvador, e de eventos semelhantes de nível internacional, como a 3a Bienal Interamericana de Arte, em Córdoba, Argentina, e o 1o Festival Mundial de Artes Negras, em Dacar, Senegal, ambos em 1966.

Integra ainda a Comissão Nacional de Belas Artes entre 1964 e 1967, além de tornar-se membro do Conselho Federal de Cultura, ainda em 1967. Entre 1971 e 1977, faz parte do júri de premiação do Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna São Paulo (MAM/SP).

Na década de 1960, publica os livros Emiliano Di Cavalcanti e Lasar Segall pela editora argentina Codex. Em 1978, saem Rio Barroco e Rio Neoclássico, e o autor recebe o Prêmio Gonzaga Duque, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e da Fundação Nacional de Artes (Funarte), pelo livro Lula Cardoso Ayres - Revisão Crítica e Atualidade. Em 1981, publica Aspectos da Arte Religiosa no Brasil - Bahia, Pernambuco, Paraíba e Albert Eckout: Pintor de Mauricio de Nassau no Brasil (1637-1644).

Comentário Crítico
Clarival do Prado Valladares contribui para os estudos de arte brasileira com o levantamento de uma larga iconografia dos temas abordados, entendendo-se o próprio crítico e historiador da arte como um "fotógrafo-pesquisador (1)". São muitos os títulos de documentação iconográfica produzidos por ele, como Rio Barroco, Rio Neoclássico, Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros, Aspectos da Arte Religiosa no Brasil, entre outros.

O crítico possui como interesses centrais aspectos arcaicos e populares da arte brasileira. Entre os trabalhos acerca desses assuntos estão: Agnaldo Manuel dos Santos - Origin, Revelation and Death of a Primitive Sculptor, 1963; Artesanato Brasileiro, 1978; e Comportamento Arcaico Brasileiro, 1965. O historiador da arte Walter Zanini (1925) observa ainda o interesse de Valladares pela arte afro-brasileira, exemplificado pela publicação The Impact of African Culture on Brazil, 1977. (2)

Segundo escreve o crítico em Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros, a cultura popular "genuína" cessa quando "as áreas de comportamento arcaico (insuladas no sertão ou marginalizadas na periferia urbana) são atingidas pelo progresso industrial em termos de sistemas viários, comunicação massificada, mercado de trabalho codificado, automação e sobrecarga publicitária". (3)


Capa dos livros Rio Barroco e  Rio Neoclássico, [2 Volumes].

de Clarival do Prado Valladares
Seu viés analítico deve tanto aos estudos iconológicos, no que concerne o vasto recolhimento e exame de imagens que formam o corpus de suas pesquisas, como à sociologia da arte, na busca pelo gosto dominante de determinada comunidade em determinada época. Em Aspectos da Arte Religiosa no Brasil - Bahia, Pernambuco, Paraíba, Valladares explicita essa visão: "Ao invés de considerar o quanto [os templos religiosos devem] ao protótipo, preferimos assinalar neles o quanto divergem, o quanto reformulam, o quanto renovam na conquista de uma nova linguagem plástica e estética, somente possível à contingência sociológica brasileira". (4)

Os interesses de Valladares se estendem ainda à arte brasileira moderna, escrevendo sobre a obra de Candido Portinari (1903 - 1962), Di Cavalcanti (1897 - 1976) e Lasar Segall (1891 - 1957). Pancetti (1902 - 1958), Guignard (1896 - 1962) e Djanira (1914 - 1979) figuram ainda em textos críticos de menor fôlego. Além desses, artistas nordestinos como Lula Cardoso Ayres (1910 - 1987), Genaro de Carvalho (1926 - 1971) e Alberto Valença (1890 - 1983), tiveram lugar privilegiado na produção crítica de Valladares.

A monografia sobre o pintor Lula Cardoso Ayres, premiada em 1978 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte, pode ser vista como um exemplo significativo do pensamento de Valladares. Nesse trabalho, o crítico faz uma análise da obra do artista pernambucano que, para ele, reúne tanto aspectos da arte moderna como traços da arte popular nordestina. Visando legitimar essa característica de Ayres, e apontando outros artistas de renome que também trabalharam nesse sentido de investigação das formas primitivas, o autor lembra, por exemplo, o interesse de Fernand Léger (1881-1955) pela "síntese geometrizada da arte genuína". (5)

A escolha de Léger, figura consagrada da arte moderna, como parâmetro de comparação não é arbitrária. Ao aproximar o artista francês e Ayres, o crítico coloca o artista pernambucano ao lado dos modernistas Tarsila do Amaral (1886 - 1973) e Di Cavalcanti, em cujas obras observa também a presença da influência de Léger. Para Valladares, o interesse desses artistas seria conquistar uma forma, a partir da cultura local, que pudesse ser entendida universalmente.

Capa da Obra seleta Clarival Valladares
Entretanto, segundo o crítico, o contato de Ayres com a abstração teria se dado no âmbito das Bienais Internacionais de São Paulo. Valladares considera a arte abstrata uma linguagem "hermética" e reputa a isso o retorno de Ayres, entre outros artistas brasileiros, à figuração após breve produção não-figurativa. (6)  O tom da observação indica a postura do crítico em relação aos contornos da arte brasileira. Para ele, não a abstração, mas o tratamento sintético da forma seria um ponto de contato fundamental entre a arte popular local e a erudita.

Os textos de Clarival Valladares demonstram um olhar aprofundado sobre as manifestações da arte popular, atento ao diálogo entre ela e a arte erudita. A vasta investigação iconográfica, por sua vez, contribui com inúmeros subsídios para pesquisas sobre arte no Brasil, facilitando o acesso do pesquisador ao complexo das obras de determinados períodos e locais.
_____
Notas
(1) VALLADARES, Clarival do Prado. Obra Seleta. Salvador: Museu de Arte da Bahia; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand; Museu Nacional de Belas Artes;  Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1983.
(2) ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983, p.1057.
(3) VALLADARES, Clarival do Prado. Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros: um estudo da arte cemiterial ocorrida no Brasil desde as sepulturas de igrejas e as catacumbas de ordens e confrarias até as necrópoles secularizadas. Rio de Janeiro; Brasília: Conselho Federal de Cultura. Departamento de Imprensa Nacional, 1972, p.35.
(4) Idem. Aspectos da Arte Religiosa no Brasil - Bahia, Pernambuco, Paraíba. Rio de Janeiro: Spala / Construtora Norberto Odebrecht, 1981, p.30.
(5) Idem. Lula Cardoso Ayres - revisão crítica e atualidade. Rio de Janeiro: Spala / Construtora Norberto Odebrecht, 1979, 2ª ed., p.28.
(6) Idem, p.131.


“Provocar atenção pelo que é menos conhecido, é sua filosofia. O evangelho científico é o da possessão. Você tem que fazer uma coisa por paixão mesmo. Tudo o mais não é verdade. É o que estou fazendo com o Nordeste (o projeto da obra NHM). Estou apaixonado e vou morrer fazendo este trabalho, nem quero saber de mais nenhum outro.”
- Clarival do Prado Valladares, 1976.


Clarival do Prado Valladares - foto: (...)
CRONOLOGIA
Crítico de arte, historiador da arte, fotógrafo, poeta, médico
 s.d. - Durante a juventude é auxiliar de pesquisa de campo de Gilberto Freyre (1900 - 1987);
 s.d. - Inicia o curso de medicina;
 1941 - Transfere-se para o Rio de Janeiro e, mais tarde, para Salvador, onde conclui a faculdade;
 1952 - Defende tese de doutorado na Universidade Federal da Bahia (UFBA);
 1953 - 1956 - Realiza pós-graduação em patologia, na Universidade de Harvard, e em biologia, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, Estados Unidos;
 1956 - Torna-se docente de anatomia patológica na Universidade Federal da Bahia (UFBA);
 1959 - Leciona também história da arte na Escola de Belas Artes e na Escola de Teatro da mesma universidade;
 1960 - Retorna ao Rio de Janeiro onde intensifica sua atividade no campo das artes plásticas;
 1962 - Publica Paisagem Rediviva, coletânea de textos sobre arte;
 1964 - Integra a Comissão Nacional de Belas Artes;
 1965 - Escreve O Comportamento Arcaico Brasileiro;
Capa do Livro Albert Eckhout - pintor de
Maurício de Nassau no Brasil 1637-1644,
 de Clarival do Prado Valladares
 1966 - Participa do júri da 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas, em Salvador, da 3ª Bienal Interamericana de Arte, em Córdoba e do 1o. Festival Mundial de Artes Negras, em Dacar;
 1967 - Escreve Riscadores de Milagres: um Estudo sobre Arte Genuína. Colabora no Jornal do Brasil e na revista GAM (Galeria de Arte Moderna), entre outras publicações. Participa do júri da Bienal Internacional de São Paulo. Torna-se membro do Conselho Federal de Cultura;
Década de 1970 - Publica os livros Emiliano Di Cavalcanti e Lasar Segall pela editora argentina Codex;
1978 - Publica Rio Barroco e Rio Neoclássico. Recebe o Prêmio Gonzaga Duque, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e da Fundação Nacional de Artes (Funarte), pelo livro Lula Cardoso Ayres - Revisão Crítica e Atualidade;
1981 - Publica Aspectos da Arte Religiosa no Brasil - Bahia, Pernambuco, Paraíba e Albert Eckout: Pintor de Mauricio de Nassau no Brasil (1637-1644).

  
“Tudo o que aprendi na vida, aprendi com Clarival”
- Erica do Prado Valladares


OBRA
Artes
Capa do livro Riscadores de Milagres,
de Clarival do Prado Valladares
Paisagem Rediviva. [coletânea de textos sobre arte].. (Coleção Tule, nº 12). Salvador: Imprensa Oficial da Bahia, 1962, 245p.
Agnaldo Manoel dos Santos - Origin, Revelation and Death of a 'Prirnitive Sculptor (Monografia).. [Tradução para o inglês Russel Hamilton]. Publicação: Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade da Bahia, Série Estudos nº 2, Salvador, 1963, 41p, 12 il.
20 anos CNOSA. [Livro-álbum comemorativo do 20º aniversário da Construtora Norberto Odebrecht].. (Redação do Prefácio, revisão do texto e concepção artística Clarival do Prado Valladares; Capa de Roberto Burle Marx; e desenhos de DareI Valença). São Paulo: Edições Melhoramentos, 1964-1965.
Cândido Portinari.  {Autores: Cândido Portinari, Flávio de Aquino e Clarival do Prado Valladares}..  (Tradução Silvia Farré).. [Volume 83 de Pinacoteca de los genios]. Buenos Aires: Editora Codex, 1964, 8p.
Emiliano Di Cavalcanti. {Autores: Emiliano Di Cavalcanti  e Clarival do Prado Valladares}.. (Tradução Silvia Farré).. [Volume 96 de Pinacoteca de los Genios].  Buenos Aires: Editora Codex, 1964, 7p.
Lasar Segall. {Autores: Lasar Segall, Geraldo Ferraz e Clarival do Prado Valladares}.. (Tradução Silvia Farré).. [Volume 109 de Pinacoteca de los genios]. Buenos Aires: Editora Codex, 1965, 12p.
Alberto da Veiga Guignard. {Autores: Alberto da Veiga Guignard  e Clarival do Prado Valladares}.. (Tradução Silvia Farré).. [Volume 123 de Pinacoteca de los genios]. Buenos Aires: Editora Codex, 1965, 7p.
Guignard. Rio de Janeiro: Ediarte, 1967.
Djanira. [Livro-álbum contendo 5 gravuras, 5 serigrafias, 5 reproduções de desenhos, duas partituras musicais, três poemas ilustrados, de Djanira].. (Clarival do Prado Valladares e Mário Barata). Rio de Janeiro: Ediex Gráfica Editora, 1967.
Riscadores de Milagres: um estudo sobre a arte genuína. Rio de Janeiro: Sociedade Gráfica Vida Doméstica; Salvador: Superintendência de Difusão Cultural da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, 1967, 168p, 53 il.
Considerações sobre o Teatro Castro Alves e sua interpretação estética. in: Teatro Castro Alves.[Edição comemorativa da inauguração do Teatro Castro Alves, junho/1958], patrocinada pela Construtora Norberto Odebrecht. São Paulo: Edições Cia. Melhoramentos, 1967.
80 anos de abolição. [Edição especial comemorativa aos 80 anos de Abolição da Escravatura no Brasil]. Cadernos Brasileiros, nº 47, maio-junho/1968.
Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros: um estudo da arte cemiterial ocorrida no Brasil desde as sepulturas de igrejas e as catacumbas de ordens e confrarias até as necrópoles secularizadas. [2 volumes].  Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura – Departamento de Imprensa Nacional. 1972,  502p., il.
Capa dos livros Arte e sociedade nos cemitérios Brasileiros -
[2 volumes] de Clarival do Prado Valladares
Presciliano Silva, um Estudo Biográfico e Crítico. [vida e obra do pintor]. Rio de Janeiro: Editora Fundação Conquista, 1973.
Arte Brasileira - 2. [José Piquet - Coordenação e edição; e Clarival do Prado Valladares - introdução e análise crítica das obras reproduzidas de: Anita Malfatti, Antonio Bandeira, Burle Marx, Di Cavalcanti, Djanira, Glauco Rodrigues, Guignard, Pancetti, Volpi].Rio de Janeiro, 1973.
Restauração e Recuperação do Teatro Amazonas. Edição Governo do Estado do Amazonas; e Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1974, 128p, 70 il.
7 Brasileiros e Seu Universo. Artes, Ofícios, Origens, Permanências -  Benedito, Dezinho de Valença, G. T. O., Louco, Maria de Beni, Nhozim, Nô Caboclo. [Lélia Coelho Frota e Clarival do Prado Valladares]. Rio de Janeiro: Editora MEC, 1974, 215p. ilustrado.
Roberto Burle Marx. [Catálogo]. Museu de Arte de São Paulo. Agosto/Setembro 1974.
Analise Iconográfica Monumental de Portinari nos Estados Unidos. [Catalogo]. Rio de Janeiro Edições Museu Nacional Belas Artes, 1975.
Sergio Telles Mangue Ruas Retratos (Catalogo).. [Texto Clarival do Prado Valladares e Raymond Cogniat]. Rio de Janeiro. Bolsa de Arte, 1975.
Djanira da Motta e Silva. [textos: Clarival Valadares e Flávio de Aquino; e apresentação Maria Elisa Carrazzoni].. (Catalogo da Mostra realizada MNBA). Rio de Janeiro: FUNART/MEC, 1976.
Fernando Coelho - desenhos. [Os desenhos fazem parte de uma série de duzentos originais, executados no ano 1977, para a empresa Zanini S/A]. . (Texto ensaístico de apreciação crítica da série de Fernando Coelho, por Clarival do Prado Valladares ). São Paulo: Editora Colorama, 1977.
The Impact of African Culture on Brazil.  [Catálogo da exposição do II FESTAC, Lagos - Nigéria]. Rio de Janeiro: Editora MEC, 1977.
Tempo e Lembrança de Dom Pedro II - um estudo iconográfico. Rio de Janeiro: Funarte, 1977.
Rio Barroco e Rio Neoclássico - analise iconográfica. [2 volumes]. Rio de Janeiro: Bloch Edições, 1978.
O mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro. [Clarival do Prado Valladares e Bruno Pedrosa]. Rio de Janeiro: Edições Lumem Christi, 1979, 76p.
Lula Cardoso Ayres revisão crítica e atualidade. Rio de Janeiro: Spala / Construtora Norberto Odebrecht, 1979, 200p. 83 il.
Roberto Burle Marx - litografias. Rio de Janeiro: Lithos Edições de Arte Ltda, 1979.
Artesanato brasileiro. [Introdução pág. 9 a 32 - Clarival do Prado Valladares]. Rio de Janeiro: Funarte, 1978, 165p.il..
Djanira. [texto para o catálogo do IV Festival Brasil]. Inauguração da Agência do Banco do Brasil, em Viena - Áustria, novembro/1978.
Igrejas do Brasil - Via-sacra de Mercier. [Autores: Clarival do Prado Valladares - Jorge de Lima - Lúcio Cardoso - Coelho Netto]. Brasília: Editora Cultura – nº 34, 1980.
Alberto Valença: um estudo biográfico e crítico. [vida e obra do pintor]. Salvador: Edições Construtora Norberto Odebrecht, 1980, 400p, 132 il.
Guarany: 80 Anos de Carrancas. [Clarival do Prado Valladares e Paulo Pardal].  Rio de Janeiro: Editora Berlendis & Vertecchia, 1981.
Anna Vasco 1881 - 1938. Aquarelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Banerj, 1981.
Aspectos da Arte Religiosa no Brasil- Bahia, Pernambuco, Paraíba. Rio de Janeiro: Spala / Construtora Norberto Odebrecht, 1981, 386p, 221 il.
400 Anos do Mosteiro de São Bento da Bahia. [Textos: Dom Paulo Rocha, Dom Timóteo Amoroso, Clarival Valladares, Waldeloir Rego].. (Edição português, inglês e alemão). Salvador: Mosteiro de São Bento da Bahia; Construtora Norberto Odebrecht 1982, 165p., 107 il.
Capa do livro Nordeste Histórico e Monumental [vol I e II]
de Clarival do Prado Valladares
Clarival Valladares, obra seleta: exposição Museu de Arte da Bahia, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Museu Nacional de Belas Artes. (Organização Pietro Maria Bardi). Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1983, 50p.
Nordeste Histórico e Monumental. [ 4 volumes].. (edição bilíngue - português / inglês). Salvador: Edições Odebrecht, 1982-1990.
Albert Eckhout: pintor de Maurício de Nassau no Brasil -1637 a 1644. [Revisão crítica e atualidade].. (44 ilustrações). Rio de Janeiro, Livroarte, 1981, 102p.  
Albert Eckhout - a presença da Holanda no Brasil século XVll.  [Clarival do Prado Valladares e Luiz Emygdio de Mello Filho]. Rio de Janeiro: Edições Alumbramento, 1998.


Poesia [Coletânea]
Bahia invenção.  anti-antologia de poesia. [coletânea com poemas de: A. Gilberto Lima; Alberto Baraúna; Aloysio Reis; Armindo Bião; Augusto de Campos; Caetano Veloso; Clarival Valladares; Erthos Albino de Souza; Fernando da Rocha Peres; Gregório de Matos; José Falcon; Luciano Diniz; Pancho; Pedro Kilkerry; Rogério Duarte; e Waly Sailormoon].. (Projeto Antonio Riserio).  Salvador, Bahia: Execução Apro/gfm propeg, 1974.


Artigos, ensaios, conferências, depoimentos e relatórios
VALLADARES, Clarival do Prado. Tapeçaria de Genaro de CarvalhoSalvador: Jornal da Bahia, Caderno 2, 6-7 jan. 1963, p.8.
______ . Pinturas de um esteta: Lúcio Cardoso. in: Cadernos Brasileiros, Rio de Janeiro, nº 29, maio/junho 1965.
______ . Pinturas de Lúcio Cardoso. in: Galeria Goeldi. Rio de Janeiro, 19 maio 1965.
______ . Pancetti. [Texto crítico para o livro-álbum do artista com 11 pranchas e capa colorida].Rio de Janeiro: Ediarte, 1965.
______ . Congresso e I Festival de Arte Negra - UNESCO/DAKAR, mar/abr/1966.
______ . O atributo iconológico da culinária afro-brasileira. Suplemento literário de O Estado de S. Paulo, nº 513, 1967. (Publicado posteriormente, na Shell Revista, 1974).
______ . Lúcio Cardoso, 1968. in: Minas Gerais Suplemento Literário. Belo Horizonte, 30 nov. 1968.
______ . A iconologia africana no Brasil. Revista Brasileira de Cultura, Rio de Janeiro, a. 1, n. 1, p. 37-48[+ pranchas], 1969.
______ . Newton Navarro: um senhor desenho [Artes Plásticas]. Jornal do Commércio, Rio de Janeiro, 25 out., 1970.
______ . Yaponi: pintor de estórias do nordeste [Artes Plásticas]. Jornal do Commércio, Rio de Janeiro, 10 jan.,1971.
______ . Biografia da Lagoa Rodrigo de Freitas [Clarival em 20 páginas ilustradas narra a história antiga e as crônicas contemporâneas da Lagoa Rodrigo de Freitas]. Revista Brasileira de Cultura, abril/junho, 1971.
______ . Depoimento. (Entrevista concedida ao Museu de Imagem e do Som/RJ).. [Gravada em fita cassete]. Rio de Janeiro: 1973.
______ . Relatório do Conselheiro Clarival Valladares sobre o Museu de Arte. Rev. Cultura do Conselho Federal de Cultura. Brasília, MEC, 1973.
______ . Arquetipia do indígena brasileiro na teogonia africana. Colóquio "Négritude et Amérique Latine". Dacar, de 7 a 12 de janeiro de 1974.
______ . Sobre o comportamento arcaico brasileiro. In: Sete brasileiros e seu universo: artes, ofícios, origens, permanências. Brasília, Departamento de Documentação e Divulgação /DAC/ MEC, 1974.
______ . Integração dos Museus na educação do povo. [conferência]. 5ª Sessão Plenária do Encontro Nacional de Cultura, realizado em Salvador, de 5 a 9 de julho de 1976. Publicada no Boletim do Conselho Federal de Cultura nº 23 - julho/1976.
______ .  Memória do Brasil - um estudo da epigrafia erudita e popular. Lição de Sapiência, na solenidade de abertura dos cursos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 1976.
______ .  Apresentação. Obra Seleta de Genaro de Carvalho. [organização Nair de Carvalho e Emanoel Araújo; e apresentação Clarival do Prado Valladares]. 1976.
______ . Aspectos da iconografia afro-brasileira. Revista Brasileira de Cultura, Rio de Janeiro, v. 6, n. 23, p. 64-77, 1976.
______ . Apresentação. Aspectos da Tapeçaria Brasileira, de Geraldo Edson de Andrade. Rio de Janeiro: Funarte, 1978. 134 p., il. color.
______ . José Pancetti - O pintor Marinheiro. [Prefácio]. Rio de Janeiro: Fundação Conquista, 1979, 326p.
______ . Introdução. Emanoel Araújo - Afrominimalista Brasileiro & O Construtivismo Afetivo de Emanoel Araújo. [texto, do professor e crítico de arte norte-americano George Nelson Preston; prefácio de Pietro Maria Bardi e introdução do historiador Clarival do Prado Valladares].. (edição bilíngue - português / inglês). 1981.
______ . Agnaldo Manoel dos Santos: origin, revelation and death of a primitive sculptor. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais, Universidade Federal da Bahia, nº 14, 1983.
Disponível no link. (acessado em 04.04.2014).
______ . Primitivos, genuínos e arcaicos. In: MOSTRA do Redescobrimento: arte popular = popular arts. São Paulo: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais: Fundação Bienal de São Paulo, 2000. p. 92-101. [1ª. ed. 1966].
______ . O negro nas artes plásticas. In: MOSTRA do Redescobrimento: negro de corpo e alma = black in body and soul. São Paulo: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais: Fundação Bienal de São Paulo, 2000. p. 426-429. [1ª. ed. 1968].


Biografia
ROCHA, Carlos Eduardo da; VALLADARES, Katia Prado. Clarival Valladares [Biografia]. Salvador: Fundação Emilio Odebrecht, 1985, 51p.
____
O conjunto da obra entre 1958-1983, conta com 2 livros de poesia; 234 escritos diversos (artigos, entrevistas, depoimentos, publicados em jornais e revistas nacionais e estrangeiras); 68 textos para catálogos de exposições (Brasil e exterior); 38 ensaios críticos publicados; 33 livros e álbuns sobre crítica e história da arte (incluídos autoria e projeto editorial); 16 exposições iconográficas com fotos e textos do autor.


EXPOSIÇÕES [1960 -1980]
[realizou 16 exposições iconográficas]
Retrato de Clarival Valladares,
 por Alberto Valença, 1952
1968 – Rio de Janeiro - A Arte Cemiterial Brasileira, Galeria Goeldi ;
1970 – Rio de Janeiro - Do Barroco Nordestino ao Sertanista, Museu Nacional de Belas Artes (MNBA);
1972 – Bratislava/Eslováquia - Arte Genuína Brasileira, na III Trienal de Arte Ínsita;
1972 – África (diversos países) - O Negro na Formação e na Cultura Brasileira,  Ministério das Relações Exteriores;
1973 – Rio de Janeiro - Revelação Ótica do Barroco Mineiro, Museu Nacional de Belas Artes (MNBA);
1975 – Rio de Janeiro - Análise Iconográfica da Pintura Monumental de Portinari nos Estados Unidos, Museu Nacional de Belas Artes (MNBA);
1977 – Lagos/Nigéria - The Impact of African Culture on Brazil, no II FESTAC;
1977 – Rio de Janeiro - Tempo e Lembrança de D. Pedro II [Comemoração do sesquicentenário de nascimento do imperador brasileiro]. Museu Nacional de Belas Artes (MNBA).


"[...] Clarival sabia de poesia, de arte, de literatura, de ciência. Era aquele aglomerado de conhecimentos que fizeram dele uma figura fora do comum. [...]"
- Roberto Burle Marx, 1991.



FORTUNA CRÍTICA
ALVES, Marieta. Intelectuais e escritores baianos. Salvador: Museu da Cidade, 1977.
BORGES, Maria Elizia. Arte Funerária no Brasil: Contribuições para a Historiografia da Arte Brasileira. XXII Colóquio Brasileiro de História e Arte, CBHA - 2002. Disponível no link. (acessado em 4.4.2014).
CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Brasília: MEC; Instituto Nacional do Livro, 1980.
FREYRE, Gilberto. Meus caros colegas do CFC. Diário de Pernambuco, Recife, 29 de maio de 1983.
GASPAR, Lúcia. Clarival do Prado Valladares. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível no link. (acessado em 3.4.2014).
LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1989.
MARX, Roberto Burle. Prefácio. In: VALLADARES, Clarival do Prado. Nordeste histórico e monumental.  Salvador: Odebrecht, 1991. v. 4, p.11-14.
NUNES, Eliane. Raimundo Nina Rodrigues, Clarival do Prado Valladares e Marianno Carneiro da Cunha: três historiadores da arte afro-brasileira. Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, 2007.
Capa do livro Albert Eckhout - Presença da Holanda
 no
 Brasil do Século XVII
PEREIRA, Wani F. Por uma pedagogia da complexidade: cartografia das idéias de Clarival Prado Valladares. Revista Educação em Questão, EDUFRN, vol. 12, nº 3,  p. 64 - 79.
PEREIRA, Wani Fernandes.  Cultura, Imaginário e Imaginação Material em Clarival Prado Valladares. Revista de Pós-Graduação em Ciências Sociais, São Paulo, p. 57 - 64, 11 ago. 2000.
PEREIRA, Wani Fernandes.  Por uma pedagogia da complexidade: cartografia das idéias de Clarival do Prado Valladares. (Tese Doutorado em Educação). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, 1999.
PEREIRA, Wani Fernandes. Educação patrimonial no Brasil: o museu de imagens de Clarival do Prado Valladares. X Congresso Nacional de Educação - EDUCERE, e e I Seminário Internacional de Representações Sociais Educação SIRSSE. Curitiba: Champagnet, PUC/PR, v. 1. Curitiba 7 a 11. nov. 2011, p. 1033-1045.. Disponível no link. (acessado em 4.4.2014).
PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. [Apresentação de Antônio Houaiss e textos de Mário Barata et AL]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
SANTOS, Paulo. Prefácio. In: VALLADARES, Clarival do Prado. Nordeste histórico e monumental. Salvador: Odebrecht, 1983. v. 3, p. IX-XIII.
VALLADARES, Katia do Prado. O acendedor de lampiões: roteiro para uma leitura da vida e obra de Clarival do Prado Valladares - um educador. (Dissertação Mestrado em Educação). Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas (FGV), 1985. Disponível no link. (acessado em 4.4.2014).
ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983.


Prêmio Clarival do Prado Valladares
PRÊMIO CLARIVAL DO PRADO VALLADARES
O Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares é conferido anualmente a um projeto de pesquisa que contribua significativamente para um maior entendimento da formação econômica, sociopolítica ou artística brasileira.
Desde 2003, quando foi instituído, o Prêmio já viabilizou a geração e o registro de conhecimentos originais sobre o período pré-colombiano do território brasileiro, o comércio do açúcar nos primeiros anos de efetiva colonização, a participação de ordens religiosas na formação nacional, a engenharia e a urbanização de nossas cidades nos séculos XIX e XX, entre outros. Os livros de arte, editados com apuro e ricamente ilustrados, em que resultam os projetos são distribuídos gratuitamente a universidades e instituições culturais e postos à venda nas livrarias.
Outras Informações: Site oficial do Prêmio 

  
REFERÊNCIAS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA
Clarival do Prado Valladares
Site Odebrecht Online 

** Título do post, extraído da Dissertação Mestrado em Educação, de Kátia do Prado Valladares.


© Direitos reservados ao autor/e ou seus herdeiros

© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske


=== === ===
Trabalhos sobre o autor:
Caso, você tenha algum trabalho não citado e queira que ele seja incluído - exemplo: livro, tese, dissertação, ensaio, artigo - envie os dados para o nosso "e-mail de contato", para que possamos incluir as referências do seu trabalho nesta pagina. 

Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Clarival do Prado Valladares - o acendedor de lampiões. Templo Cultural Delfos, abril 2014. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
____
Página atualizada em 6.4.2014.



Licença de uso: O conteúdo deste site, vedado ao seu uso comercial, poderá ser reproduzido desde que citada a fonte, excetuando os casos especificados em contrário. 
Direitos Reservados © 2016 Templo Cultural Delfos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos a visita. Deixe seu comentário!

COMPARTILHE NAS SUAS REDES