Myriam Fraga - foto (...) |
Myriam de Castro Lima Fraga (poeta, contista e jornalista) nasceu em Salvador, Estado da Bahia, em 9 de novembro de 1937 - Salvador, 15 de fevereiro de 2016, filha de Orlando de Castro Lima e Beatriz Ponde de Castro Lima.
Tendo iniciado suas atividades literárias publicando assiduamente em revistas e suplementos literários, estréia em livro com Marinhas, poesia, no ano de 1964, pelas Edições Macunaíma – editora especializada em publicações de tiragem limitada e de alto padrão gráfico, sob a orientação artística do gravador Calasans Neto.
Com poemas traduzidos para o inglês, francês e alemão, tem participado de diversas antologias no Brasil e no exterior. É citada em várias publicações nacionais e estrangeiras, entre elas: Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira, de José Paulo Paes e Massaud Moisés (1968); Grande Enciclopédia Delta Larousse (1972); Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Coutinho, (1990), História da Literatura Brasileira, de Luciana Stegagno Picchio (1997), Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras: 1711-2001, por Nelly Novaes Coelho (2002).
Tem participado como escritora convidada de inúmeras conferências e seminários no Brasil e em outros países, como: I Encontro da Poesia Brasileira – Semana Joaquim Cardoso, em Recife (1981); II Bienal Nestlé de Literatura, em São Paulo (1984); Brasilian Writters Project, nos EUA (1985); 40º Congresso da União Brasileira de Escritores – UBE, em São Paulo (1986); III Bienal Nestlé de Literatura, em São Paulo (1986); 5º Encontro Nacional de Acervos Literários Brasileiros, PUC – Rio Grande do Sul, (2001); Simpósio sobre a Cultura e a Literatura Caboverdianas, em Mindelo, Cabo Verde (1986); Encontro Poesia em Lisboa, em Lisboa (1998); III Congresso Nacional de Escritores, em Pernambuco (2002); Colloque Jorge Amado, Sorbonne, em Paris (2002); Encontro sobre poesia, Journée d’Etudes sur le sujet “A quoi bon la poésie aujourd’hui , na Universidade de Rennes, França (2005), Festival Literário de Parati – FLIP, Rio de Janeiro (2006); Festival Literário de Porto de Galinhas, Recife (2007); Semana do Brasil, em La Rochelle, França (2007); Salão do Livro de Guarulhos (2011), Dia Internacional do Museu – Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, São Paulo (2012); 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, Brasília (2012);
Eleita por unanimidade membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, tomou posse no dia 30 de julho de 1985, passando a ocupar a Cadeira de nº. 13, que tem como Patrono o poeta Francisco Moniz Barreto, na vaga de Luiz Fernando Seixas de Macedo Costa. Foi membro do Conselho Federal de Cultura (1990 a 1993), do Conselho Federal de Política Cultural (1993 a 1996), e do Conselho Estadual de Cultura (1992 a 2006), do Conselho da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB (2004 a 2006), atualmente é membro do Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia, do Conselho da Fundação Pierre Verger e do Instituto Carybé.
Diretora Executiva da Fundação Casa de Jorge Amado desde sua instituição, em julho de 1986, vem se dedicando, igualmente, à área de Administração Cultural. Entre 1980 e 1986, esteve à frente de projetos pioneiros na Fundação Cultural do Estado da Bahia, quando coordenou a Coleção dos Novos e foi responsável pelo projeto de criação do Centro de Estudos de Literatura Luiz Gama, hoje Departamento de Literatura.
Como diretora da Fundação Casa de Jorge Amado tem promovido seguidamente cursos, colóquios e conferencias sobre literatura com ênfase na obra de Jorge Amado contando com a participação e o apoio de instituições de relevância como Academia de Letras da Bahia e Universidades como UFBA – Universidade Federal da Bahia e UEFS e Universidade Estadual de Feira de Santana.
É membro do Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia CONSUNI e do Conselho da Associação Baiana de Imprensa – ABI, além de manter colaboração em revistas e jornais, foi responsável pela coluna Linha D’Água, sobre assuntos culturais, publicada aos domingos no jornal A Tarde, de Salvador, de 1984 a 2004.Recebeu os seguintes títulos e prêmios: Prêmio Arthur de Salles (Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia, 1969); Prêmio Casimiro de Abreu (Secretaria da Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, 1972); Medalha Castro Alves (Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel. Salvador, 1984); Medalha do Mérito Castro Alves (Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia, 1984); Personalidade Cultural (União Brasileira de Escritores – UBE. Rio de Janeiro, 1987); Medalha Maria Quitéria (Câmara dos Vereadores da Cidade do Salvador, 1996); Prêmio COPENE de Cultura e Arte (COPENE. Salvador, 1996); Troféu Catarina Paraguaçu (MAM e TGM. Salvador, 1997); e Prêmio Alejandro José Cabassa (UBE. Rio de Janeiro, 1998).
:: Fonte: Academia de Letras da Bahia (acessado em 7.2.2016).
OBRA DE MYRIAM FRAGA
Poesia
:: Marinhas. [capa Floriano Teixeira]. Salvador: Editora Macunaíma, 1964.
:: Sesmaria. Salvador: Editora Imprensa Oficial da Bahia, 1969; reedição [Gravuras de Calazans Neto]. Salvador: Editora Macunaíma, 2000.
:: O livro dos Adynata. Salvador: Editora Macunaíma, 1975.
:: A ilha. [gravuras de Calasans Neto]. Salvador: Editora Macunaíma, 1975.
:: O risco na pele. [texto 'orelha' de Mário da Silva Brito; capa Eugenio Hirsch sobre pintura de Amedeo Modigliani]. Coleção Poesia Hoje, v. 27. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1979.
:: A cidade. Salvador: Editora Macunaíma, 1979.
:: As purificações ou o sinal de talião. [capa Eduardo Francisco Alves]. Coleção Poesia Hoje, v. 44. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1981.
:: A lenda do pássaro que roubou o fogo. Salvador: Editora Macunaíma, 1983.
:: Os deuses lares. [Monotipias de Calasans Neto]. Salvador: Editora Macunaíma, 1992.
:: Sete poemas. Salvador: Edições Macunaima, 1995.
:: Femina. ['os espelhos' capa Carybé/1986]. Coleção Casa de Palavras - Série Poesia, 5. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/ COPENE, 1996.
:: Poesia reunida. Salvador: Editora Academia de Letras da Bahia; Assembléia Legislativa, 2008.
:: Rainha Vashti. [ilustrações Olga Gómez]. Salvador: A Roda Teatro de Bonecos Edições, 2015.
Obra poética traduzida
:: Six poems|seis poemas de Myriam Fraga. [ilustrações de Calasans Neto; tradução Richard O’Connell]. Salvador: Editora Macunaíma, 1985.
:: Die Stadt. [tradução Curt Meyer-Clason]. Salvador: Editora Macunaíma, 1994.
Prosa
:: Uma casa de palavras. Salvador: Fundação Casa de Palavras/Casa de Palavras, 1997.
:: Uma casa de palavras – vinte e cinco anos depois. Salvador: Fundação Casa de Palavras/Casa de Palavras, 2013.
:: Memórias de alegria. Salvador: Fundação Casa de Palavras/Casa de Palavras, 2013.
Biografias
:: Flor do sertão. Salvador: Editora Macunaíma, 1986.
:: Leonídia, a musa infeliz do poeta Castro Alves. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Casa de Palavras/Copene, 2002.
Infanto-juvenil
:: Castro Alves. Coleção Crianças Famosas. São Paulo: Editora Callis, 2001.
:: Jorge Amado. Coleção Crianças Famosas. São Paulo: Editora Callis, 2002.
:: Jorge Amado. Coleção Mestres da Literatura. São Paulo: Editora Moderna, 2003.
:: Castro Alves. Coleção Mestres da Literatura. São Paulo: Editora Moderna, 2004.
:: Luiz Gama. Coleção A luta de cada um. São Paulo: Editora Callis, 2005.
:: Carybé. Coleção Mestres da Pintura. Editora Moderna, 2005.
:: Graciliano Ramos. Coleção Mestres da Literatura. São Paulo: Editora Moderna, 2007.
:: O pássaro do sol. São Paulo: Escrituras, 2012.
Ensaio (organização)
:: Calasans Neto. [organização Myriam Fraga].. Salvador: Editora Oiti | Odebrecht, 2007.
:: Hora da guerra: a segunda guerra mundial vista da Bahia. [organização Myriam Fraga e Ilana Seltzer Goldstein; prefácio Bóris Fausto]. Coleção Jorge Amado. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Antologias (participação)
CINCO poetas. Salvador: Editora Macunaíma, 1966.
ANTOLOGIA da moderna poesia baiana. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 1967.
25 POETAS - Bahia: de 1633 a 1968. Salvador: Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia; Atelier Planejamento Gráfico, 1968.
VV.AA. Antologia de poesia da Bahia em alfabeto Braille. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1976.
BRASIL, Assis (org.). A poesia baiana no século XX - antologia. Coleção Poesia Brasileira. Rio de Janeiro: Imago; Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1999.
SAVARY, Olga (org.). Carne viva. Antologia brasileira de poemas eróticos. Rio de Janeiro: Editora Ânima, 1984.
ALVES, Henrique (org.). Poetas contemporâneos. São Paulo: Editora Roswitha Kempf, 1985.
O'CONNELL, Richard (org.). Simulations. Flórida/USA: Atlantis Editions, 1993.
LYRA, Pedro (org.). Sincretismo – a poesia da geração 60. Rio de Janeiro: Editora Topbooks, Rio de Janeiro, 1995.
MEYER-CLASON, Curt (org.). Modernismo brasileiro. Berlim|Alemanha: Druckhaus Galrev, 1997.
SARMENTO, Lourdes (org.). Poésie du Brasil. Paris|França: Editora Vericuetos, 1997.
POESIA em Lisboa. Lisboa|Portugal: Editora Casa Fernando Pessoa; P.E.N. Club Português, 1998.
BRASIL, Assis (org.). A poesia baiana no século XX. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1999.
ALCÂNTRA, Beatriz; SARMENTO, Lourdes (org.). Águas dos trópicos. Fortaleza: Edições Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, 2000.
CONGÍLIO, Mariazinha (sel. e org.). Antologia de poetas brasileiros. Lisboa|Portugal: Universitária Editora Ltda, 2000.
TAVARES, Simone Lopes Pontes (org.). A paixão premeditada. Salvador: Edições Fundação Cultural do Estado da Bahia, 2000.
TAVARES, Ildásio (org.). Poetas da Bahia século XVII ao século XX. Rio de Janeiro: Editora Imago/Biblioteca Nacional, 2001.
GARCIA, Xosé Lois García (org.). Antologia da poesia brasileira. Santiago de Compostela|Galiza: Edicións Laiovento, 2001.
NEVES, José Alberto Pinho (org.). Companhia de poetas. Juiz de Fora|MG: Editora Funalfa, 2003.
FARIA, Álvaro Alves de (org.). Palavra de mulher. São Paulo: Editora Senac, 2003.
LEONARDOS, Stella (org.). Perfil Grécia – em poetas do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 2004.
COSTA, Luiz Angélico da. (org.). Geopoemas [Geopoems]. Salvador: Edições da Universidade Federal da Bahia; Edufba, 2007.
NEWTON JUNIOR, Carlos (prefácio e seleção). O cangaço na poesia brasileira. São Paulo: Editora Escritura, 2009.
POESIA Viva em revista. Rio de Janeiro: Editora UAPÊ, 2011.
MIRANDA, Antonio; SOUZA, Salomão; VARGAS, José Guillhermo (orgs). Transbrasiliana – 36 mujeres poetas de Brazil. Maribelina: Casa del Poeta Peruano, Lima|Peru, 2013.
FUNCEB (org.). Autores baianos: um panorama. [Antonio Risério, Daniela Galdino, Florisvaldo Mattos, Karina Rabinovitz, Kátia Borges, Luis Antonio Cajazeira Ramos, Myriam Fraga, Roberval Pereyr e Ruy Espinheira Filho]. vol. 1. multilíngue português/alemão/inglês e espanhol. Salvador BA: Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB); P55 Edições, 2013.
CD - disco
:: A lenda do pássaro - Que roubou o fogo. [poemas Myriam Fraga e música Carlos Pata; ilustrações Calasans Neto]. Salvador: Edições Macunaíma, 1983.
Entrevistas
SBPC Cultural. Bahia, bahia, que lugar é este? (Myriam Fraga). Entrevista concedida à SBPC Cultural. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2001. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
LEIRO, Lúcia. Entrevista com Myriam Fraga. in: Mulher e Literatura, 28 de janeiro de 2010. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
Tendo iniciado suas atividades literárias publicando assiduamente em revistas e suplementos literários, estréia em livro com Marinhas, poesia, no ano de 1964, pelas Edições Macunaíma – editora especializada em publicações de tiragem limitada e de alto padrão gráfico, sob a orientação artística do gravador Calasans Neto.
Com poemas traduzidos para o inglês, francês e alemão, tem participado de diversas antologias no Brasil e no exterior. É citada em várias publicações nacionais e estrangeiras, entre elas: Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira, de José Paulo Paes e Massaud Moisés (1968); Grande Enciclopédia Delta Larousse (1972); Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Coutinho, (1990), História da Literatura Brasileira, de Luciana Stegagno Picchio (1997), Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras: 1711-2001, por Nelly Novaes Coelho (2002).
Tem participado como escritora convidada de inúmeras conferências e seminários no Brasil e em outros países, como: I Encontro da Poesia Brasileira – Semana Joaquim Cardoso, em Recife (1981); II Bienal Nestlé de Literatura, em São Paulo (1984); Brasilian Writters Project, nos EUA (1985); 40º Congresso da União Brasileira de Escritores – UBE, em São Paulo (1986); III Bienal Nestlé de Literatura, em São Paulo (1986); 5º Encontro Nacional de Acervos Literários Brasileiros, PUC – Rio Grande do Sul, (2001); Simpósio sobre a Cultura e a Literatura Caboverdianas, em Mindelo, Cabo Verde (1986); Encontro Poesia em Lisboa, em Lisboa (1998); III Congresso Nacional de Escritores, em Pernambuco (2002); Colloque Jorge Amado, Sorbonne, em Paris (2002); Encontro sobre poesia, Journée d’Etudes sur le sujet “A quoi bon la poésie aujourd’hui , na Universidade de Rennes, França (2005), Festival Literário de Parati – FLIP, Rio de Janeiro (2006); Festival Literário de Porto de Galinhas, Recife (2007); Semana do Brasil, em La Rochelle, França (2007); Salão do Livro de Guarulhos (2011), Dia Internacional do Museu – Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, São Paulo (2012); 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, Brasília (2012);
Eleita por unanimidade membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, tomou posse no dia 30 de julho de 1985, passando a ocupar a Cadeira de nº. 13, que tem como Patrono o poeta Francisco Moniz Barreto, na vaga de Luiz Fernando Seixas de Macedo Costa. Foi membro do Conselho Federal de Cultura (1990 a 1993), do Conselho Federal de Política Cultural (1993 a 1996), e do Conselho Estadual de Cultura (1992 a 2006), do Conselho da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB (2004 a 2006), atualmente é membro do Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia, do Conselho da Fundação Pierre Verger e do Instituto Carybé.
Diretora Executiva da Fundação Casa de Jorge Amado desde sua instituição, em julho de 1986, vem se dedicando, igualmente, à área de Administração Cultural. Entre 1980 e 1986, esteve à frente de projetos pioneiros na Fundação Cultural do Estado da Bahia, quando coordenou a Coleção dos Novos e foi responsável pelo projeto de criação do Centro de Estudos de Literatura Luiz Gama, hoje Departamento de Literatura.
Como diretora da Fundação Casa de Jorge Amado tem promovido seguidamente cursos, colóquios e conferencias sobre literatura com ênfase na obra de Jorge Amado contando com a participação e o apoio de instituições de relevância como Academia de Letras da Bahia e Universidades como UFBA – Universidade Federal da Bahia e UEFS e Universidade Estadual de Feira de Santana.
É membro do Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia CONSUNI e do Conselho da Associação Baiana de Imprensa – ABI, além de manter colaboração em revistas e jornais, foi responsável pela coluna Linha D’Água, sobre assuntos culturais, publicada aos domingos no jornal A Tarde, de Salvador, de 1984 a 2004.Recebeu os seguintes títulos e prêmios: Prêmio Arthur de Salles (Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia, 1969); Prêmio Casimiro de Abreu (Secretaria da Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, 1972); Medalha Castro Alves (Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel. Salvador, 1984); Medalha do Mérito Castro Alves (Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia, 1984); Personalidade Cultural (União Brasileira de Escritores – UBE. Rio de Janeiro, 1987); Medalha Maria Quitéria (Câmara dos Vereadores da Cidade do Salvador, 1996); Prêmio COPENE de Cultura e Arte (COPENE. Salvador, 1996); Troféu Catarina Paraguaçu (MAM e TGM. Salvador, 1997); e Prêmio Alejandro José Cabassa (UBE. Rio de Janeiro, 1998).
:: Fonte: Academia de Letras da Bahia (acessado em 7.2.2016).
Myriam Fraga - foto: Rejane Carneiro/ Agência A Tarde (13.8.2008) |
Poesia
:: Marinhas. [capa Floriano Teixeira]. Salvador: Editora Macunaíma, 1964.
:: Sesmaria. Salvador: Editora Imprensa Oficial da Bahia, 1969; reedição [Gravuras de Calazans Neto]. Salvador: Editora Macunaíma, 2000.
:: O livro dos Adynata. Salvador: Editora Macunaíma, 1975.
:: A ilha. [gravuras de Calasans Neto]. Salvador: Editora Macunaíma, 1975.
:: O risco na pele. [texto 'orelha' de Mário da Silva Brito; capa Eugenio Hirsch sobre pintura de Amedeo Modigliani]. Coleção Poesia Hoje, v. 27. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1979.
:: A cidade. Salvador: Editora Macunaíma, 1979.
:: As purificações ou o sinal de talião. [capa Eduardo Francisco Alves]. Coleção Poesia Hoje, v. 44. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1981.
:: A lenda do pássaro que roubou o fogo. Salvador: Editora Macunaíma, 1983.
:: Os deuses lares. [Monotipias de Calasans Neto]. Salvador: Editora Macunaíma, 1992.
:: Sete poemas. Salvador: Edições Macunaima, 1995.
:: Femina. ['os espelhos' capa Carybé/1986]. Coleção Casa de Palavras - Série Poesia, 5. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/ COPENE, 1996.
:: Poesia reunida. Salvador: Editora Academia de Letras da Bahia; Assembléia Legislativa, 2008.
:: Rainha Vashti. [ilustrações Olga Gómez]. Salvador: A Roda Teatro de Bonecos Edições, 2015.
Obra poética traduzida
:: Six poems|seis poemas de Myriam Fraga. [ilustrações de Calasans Neto; tradução Richard O’Connell]. Salvador: Editora Macunaíma, 1985.
:: Die Stadt. [tradução Curt Meyer-Clason]. Salvador: Editora Macunaíma, 1994.
Prosa
:: Uma casa de palavras. Salvador: Fundação Casa de Palavras/Casa de Palavras, 1997.
:: Uma casa de palavras – vinte e cinco anos depois. Salvador: Fundação Casa de Palavras/Casa de Palavras, 2013.
:: Memórias de alegria. Salvador: Fundação Casa de Palavras/Casa de Palavras, 2013.
Biografias
:: Flor do sertão. Salvador: Editora Macunaíma, 1986.
:: Leonídia, a musa infeliz do poeta Castro Alves. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Casa de Palavras/Copene, 2002.
Infanto-juvenil
:: Castro Alves. Coleção Crianças Famosas. São Paulo: Editora Callis, 2001.
:: Jorge Amado. Coleção Crianças Famosas. São Paulo: Editora Callis, 2002.
:: Jorge Amado. Coleção Mestres da Literatura. São Paulo: Editora Moderna, 2003.
:: Castro Alves. Coleção Mestres da Literatura. São Paulo: Editora Moderna, 2004.
:: Luiz Gama. Coleção A luta de cada um. São Paulo: Editora Callis, 2005.
:: Carybé. Coleção Mestres da Pintura. Editora Moderna, 2005.
:: Graciliano Ramos. Coleção Mestres da Literatura. São Paulo: Editora Moderna, 2007.
:: O pássaro do sol. São Paulo: Escrituras, 2012.
Ensaio (organização)
:: Calasans Neto. [organização Myriam Fraga].. Salvador: Editora Oiti | Odebrecht, 2007.
:: Hora da guerra: a segunda guerra mundial vista da Bahia. [organização Myriam Fraga e Ilana Seltzer Goldstein; prefácio Bóris Fausto]. Coleção Jorge Amado. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Myriam Fraga - foto (...) |
CINCO poetas. Salvador: Editora Macunaíma, 1966.
ANTOLOGIA da moderna poesia baiana. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 1967.
25 POETAS - Bahia: de 1633 a 1968. Salvador: Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia; Atelier Planejamento Gráfico, 1968.
VV.AA. Antologia de poesia da Bahia em alfabeto Braille. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1976.
BRASIL, Assis (org.). A poesia baiana no século XX - antologia. Coleção Poesia Brasileira. Rio de Janeiro: Imago; Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1999.
SAVARY, Olga (org.). Carne viva. Antologia brasileira de poemas eróticos. Rio de Janeiro: Editora Ânima, 1984.
ALVES, Henrique (org.). Poetas contemporâneos. São Paulo: Editora Roswitha Kempf, 1985.
O'CONNELL, Richard (org.). Simulations. Flórida/USA: Atlantis Editions, 1993.
LYRA, Pedro (org.). Sincretismo – a poesia da geração 60. Rio de Janeiro: Editora Topbooks, Rio de Janeiro, 1995.
MEYER-CLASON, Curt (org.). Modernismo brasileiro. Berlim|Alemanha: Druckhaus Galrev, 1997.
SARMENTO, Lourdes (org.). Poésie du Brasil. Paris|França: Editora Vericuetos, 1997.
POESIA em Lisboa. Lisboa|Portugal: Editora Casa Fernando Pessoa; P.E.N. Club Português, 1998.
BRASIL, Assis (org.). A poesia baiana no século XX. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1999.
ALCÂNTRA, Beatriz; SARMENTO, Lourdes (org.). Águas dos trópicos. Fortaleza: Edições Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, 2000.
CONGÍLIO, Mariazinha (sel. e org.). Antologia de poetas brasileiros. Lisboa|Portugal: Universitária Editora Ltda, 2000.
TAVARES, Simone Lopes Pontes (org.). A paixão premeditada. Salvador: Edições Fundação Cultural do Estado da Bahia, 2000.
TAVARES, Ildásio (org.). Poetas da Bahia século XVII ao século XX. Rio de Janeiro: Editora Imago/Biblioteca Nacional, 2001.
GARCIA, Xosé Lois García (org.). Antologia da poesia brasileira. Santiago de Compostela|Galiza: Edicións Laiovento, 2001.
NEVES, José Alberto Pinho (org.). Companhia de poetas. Juiz de Fora|MG: Editora Funalfa, 2003.
FARIA, Álvaro Alves de (org.). Palavra de mulher. São Paulo: Editora Senac, 2003.
LEONARDOS, Stella (org.). Perfil Grécia – em poetas do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 2004.
COSTA, Luiz Angélico da. (org.). Geopoemas [Geopoems]. Salvador: Edições da Universidade Federal da Bahia; Edufba, 2007.
NEWTON JUNIOR, Carlos (prefácio e seleção). O cangaço na poesia brasileira. São Paulo: Editora Escritura, 2009.
POESIA Viva em revista. Rio de Janeiro: Editora UAPÊ, 2011.
MIRANDA, Antonio; SOUZA, Salomão; VARGAS, José Guillhermo (orgs). Transbrasiliana – 36 mujeres poetas de Brazil. Maribelina: Casa del Poeta Peruano, Lima|Peru, 2013.
FUNCEB (org.). Autores baianos: um panorama. [Antonio Risério, Daniela Galdino, Florisvaldo Mattos, Karina Rabinovitz, Kátia Borges, Luis Antonio Cajazeira Ramos, Myriam Fraga, Roberval Pereyr e Ruy Espinheira Filho]. vol. 1. multilíngue português/alemão/inglês e espanhol. Salvador BA: Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB); P55 Edições, 2013.
CD - disco
:: A lenda do pássaro - Que roubou o fogo. [poemas Myriam Fraga e música Carlos Pata; ilustrações Calasans Neto]. Salvador: Edições Macunaíma, 1983.
Entrevistas
SBPC Cultural. Bahia, bahia, que lugar é este? (Myriam Fraga). Entrevista concedida à SBPC Cultural. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2001. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
LEIRO, Lúcia. Entrevista com Myriam Fraga. in: Mulher e Literatura, 28 de janeiro de 2010. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
POEMAS ESCOLHIDOS DE MYRIAM FRAGA
A casa
Pedra sobre pedra
Construí esta casa:
Tijolo, sonho e argila.
Custaram-me os alicerces
A metade da asa
Direita,
A outra metade,
Serviu de escora
Às traves que a sustentaram.
A asa esquerda perdeu-se
Na argamassa.
Esta casa, para fazer,
Levou-me anos
De solidão e fomes
Aplacadas.
Uma casa tão clara,
Aberta aos ventos,
E a cada dia sempre
Renovada.
Aqui plantei minha vida,
Nos esquadros
E soleira das portas.
Ancoradouro e barco,
Minha casa.
Daqui se ouvia o mar
E o canto das sereias,
Se nostálgico das janelas
O olhar se alongava.
Mas o perfume do incenso
Rolava nos altares, deuses lares,
E eu ficava e fui sempre
A guardiã da casa.
Pássaro do abismo,
Mensageiro da desgraça,
Meus olhos marinheiros
Pressentiram o desastre.
Ventos do sul sopraram
Sobre a casa. Marés de março
Enormes, com suas vagas,
Submergiram e arrasaram
Da soleira aos telhados.
Olho de furacão,
Espiral de sargaços,
Conheci o sumidouro,
A fúria da voragem.
Sobrevivente do escarcéu
Hoje, náufraga, na casa,
Sei que as paredes permanecem
Intactas, com suas marcas, e novamente, aos poucos,
Com meus dedos quebrados,
Vou recompondo lentamente
A cumeeira arrasada.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
A esfinge
Revesti-me de mistério
Por ser frágil,
Pois bem sei que decifrar-me
É destruir-me.
No fundo, não me importa
O enigma que proponho.
Por ser mulher e pássaro
E leoa,
Tendo forjado em aço
As minhas garras,
É que se espantam
E se apavoram.
Não me exalto.
Sei que virá o dia das respostas
E profetizo-me clara e desarmada.
E por saber que a morte
E a última chave,
Adivinho-me nas vítimas que estraçalho.
- Myriam Fraga (Salvador, 1964), em "O risco na pele". Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1979.
§
A reconquista
Passou o passo
mortalha paço
a paço o cristal
telha
destelha
metralha
Aqui o sangue
na praça e
pedra a pedra
a rua se des
calça
Nem voam pombos
que
de chumbo é a asa
o roçar de penabrasa
risco de fogo
na cara
Nem couraça nem
metal
armadura ou
armadilha
de cristal
Nem trincheira nem
cilada
parapeito ou
amurada
colhe a morte
na colheita
tudo igual- Myriam Fraga, em "Sesmaria". Salvador: Edições Macunaíma, 2000, p.91.
§
Chuva
Reminiscências
A inquietar
Como a chuva nos vidros.
Sol que avança,
Inexorável,
O tempo, com suas marcas,
Sua umidade em rios,
Dissolvendo a paisagem,
Seu mofo, sua
Insidiosa presença
Escorrendo da tarde.
Um gotejar sinistro,
O salitre
Infiltra-se nas frestas
Reacendendo feridas.
Ó coração,
Não te atormentes,
Não te levantes contra mim,
Esquece.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
Fonte
A vida que passou
— Água tombada
Dos bordos
De tua taça.
O eterno fluir,
O doce encanto
Com que se miram
Ninfas
Pela tarde.
Ó suave marulho,
Ó farfalhar de asas...
— Pássaros nascendo,
Invisíveis, das águas.
Tua concha como
Um cálice
Borbulhante, intocado,
Música de sombras verdes
Teu murmúrio em cascata.
E o tempo, o tempo,
O tempo...
Gotejando sua mágoa.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
Medusa
Há tambores na carne.
No entanto
Defronta-se em mim
A vontade e o silêncio.
Há signos de evasão
E ruínas egípcias
E no fundo da memória
Um cão chamado Cíclope.
Fontes ávidas de sangue,
Indistinta cabala,
Ifa devora os búzios.
Na espessura da treva
Meus achados
São dentes de leopardo
No pescoço.
Circulamos na arena
Olho no olho
Pés no riscado Salto.
São teus olhos espelhos
Estilhaços de
Não Ver?
Pedaços?
Dente por dente
Recuso teus arautos
Górgona de ruivos pelos,
No entanto viajo
No silvo de teus répteis
No entanto procuro
E te guardo os espelhos.
Quero-te viva e não pedra,
Inquieta e mortífera
Na moldura das portas.
Teus venenos? tua coma?
Teus capelos?
Não me perguntes jamais
Porque te espreito
Se não há entre nós
Nenhuma espada.
Só o tempo dirá
(os fados, o acaso)
Se te afronto e te mato
Ou me abismo em teus olhos
Me resgato
Em silêncio e solidão jaspe
Estátua de pedra
Inútil,
Nos teus braços.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
Os marranos
“Com razón dijo un poeta
Que eran caballos troyanos”
- Lope de Veja
São cavalos de metal
Duras ilhargas de níquel
Os cascos sutis, veludos
Que deslizam, que deslizam.
São cavalos, são
Centauros
Mascando fios de sombra.
Arcabouço (quatro patas)
Aqui jogam seu destino.
Quatro patas de metal.
São cavalos, são centauros,
Troia nas bestas de astúcia
Trazem a derrota no ventre.
E em seus úmidos cabelos
Coladas cinzas do medo,
Fogueiras do Santo Ofício,
Reverbero ou precipício
Em seus úmidos cabelos.
Que venham os lucros de Holanda
Nas cirandas do dinheiro,
Pois se nem é mais se gredo
Que aqui vivem perseguidos
Pelo medo.
Serão cavalos de Tróia
Duros cascos de madeira
Pisando as fontes do tempo
E os muros do desespero.
- Myriam Fraga, em "Sesmaria". Salvador: Edições Macunaíma, 2000, p. 55.
§
Semeadura
O limite da luz
é o espaço do salto.
É a casa do sonho,
o caminho de volta,
extravio ou derrota.
O pássaro é este silêncio
cortando como faca.
É a bicada no ventre:
semeadura de mel
nos meus campos molhados.
Oh! eterno seja o passo
minha pele no teu aço,
ó pássaro, pássaro.
Senhor do sol me arrebata,
ó pássaro,
tuas garras como arado
revolvendo meus pedaços.
Meu corpo de sementeira
na raiz do teu abraço.
Um arco-íris de espigas
no meu seio, meu regaço
como um odre
na esperança de teu vinho,
meu canto no teu cansaço
ó pássaro, pássaro.
- Myriam Fraga, em "A lenda do pássaro que roubou o fogo". Salvador: Editora Macunaíma, 1983.
A casa
Pedra sobre pedra
Construí esta casa:
Tijolo, sonho e argila.
Custaram-me os alicerces
A metade da asa
Direita,
A outra metade,
Serviu de escora
Às traves que a sustentaram.
A asa esquerda perdeu-se
Na argamassa.
Esta casa, para fazer,
Levou-me anos
De solidão e fomes
Aplacadas.
Uma casa tão clara,
Aberta aos ventos,
E a cada dia sempre
Renovada.
Aqui plantei minha vida,
Nos esquadros
E soleira das portas.
Ancoradouro e barco,
Minha casa.
Daqui se ouvia o mar
E o canto das sereias,
Se nostálgico das janelas
O olhar se alongava.
Mas o perfume do incenso
Rolava nos altares, deuses lares,
E eu ficava e fui sempre
A guardiã da casa.
Pássaro do abismo,
Mensageiro da desgraça,
Meus olhos marinheiros
Pressentiram o desastre.
Ventos do sul sopraram
Sobre a casa. Marés de março
Enormes, com suas vagas,
Submergiram e arrasaram
Da soleira aos telhados.
Olho de furacão,
Espiral de sargaços,
Conheci o sumidouro,
A fúria da voragem.
Sobrevivente do escarcéu
Hoje, náufraga, na casa,
Sei que as paredes permanecem
Intactas, com suas marcas, e novamente, aos poucos,
Com meus dedos quebrados,
Vou recompondo lentamente
A cumeeira arrasada.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
Myriam Fraga - foto (...) |
Revesti-me de mistério
Por ser frágil,
Pois bem sei que decifrar-me
É destruir-me.
No fundo, não me importa
O enigma que proponho.
Por ser mulher e pássaro
E leoa,
Tendo forjado em aço
As minhas garras,
É que se espantam
E se apavoram.
Não me exalto.
Sei que virá o dia das respostas
E profetizo-me clara e desarmada.
E por saber que a morte
E a última chave,
Adivinho-me nas vítimas que estraçalho.
- Myriam Fraga (Salvador, 1964), em "O risco na pele". Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1979.
§
A reconquista
Passou o passo
mortalha paço
a paço o cristal
telha
destelha
metralha
Aqui o sangue
na praça e
pedra a pedra
a rua se des
calça
Nem voam pombos
que
de chumbo é a asa
o roçar de penabrasa
risco de fogo
na cara
Nem couraça nem
metal
armadura ou
armadilha
de cristal
Nem trincheira nem
cilada
parapeito ou
amurada
colhe a morte
na colheita
tudo igual- Myriam Fraga, em "Sesmaria". Salvador: Edições Macunaíma, 2000, p.91.
§
Chuva
Reminiscências
A inquietar
Como a chuva nos vidros.
Sol que avança,
Inexorável,
O tempo, com suas marcas,
Sua umidade em rios,
Dissolvendo a paisagem,
Seu mofo, sua
Insidiosa presença
Escorrendo da tarde.
Um gotejar sinistro,
O salitre
Infiltra-se nas frestas
Reacendendo feridas.
Ó coração,
Não te atormentes,
Não te levantes contra mim,
Esquece.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
Fonte
A vida que passou
— Água tombada
Dos bordos
De tua taça.
O eterno fluir,
O doce encanto
Com que se miram
Ninfas
Pela tarde.
Ó suave marulho,
Ó farfalhar de asas...
— Pássaros nascendo,
Invisíveis, das águas.
Tua concha como
Um cálice
Borbulhante, intocado,
Música de sombras verdes
Teu murmúrio em cascata.
E o tempo, o tempo,
O tempo...
Gotejando sua mágoa.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
Medusa
Há tambores na carne.
No entanto
Defronta-se em mim
A vontade e o silêncio.
Há signos de evasão
E ruínas egípcias
E no fundo da memória
Um cão chamado Cíclope.
Fontes ávidas de sangue,
Indistinta cabala,
Ifa devora os búzios.
Na espessura da treva
Meus achados
São dentes de leopardo
No pescoço.
Circulamos na arena
Olho no olho
Pés no riscado Salto.
São teus olhos espelhos
Estilhaços de
Não Ver?
Pedaços?
Dente por dente
Recuso teus arautos
Górgona de ruivos pelos,
No entanto viajo
No silvo de teus répteis
No entanto procuro
E te guardo os espelhos.
Quero-te viva e não pedra,
Inquieta e mortífera
Na moldura das portas.
Teus venenos? tua coma?
Teus capelos?
Não me perguntes jamais
Porque te espreito
Se não há entre nós
Nenhuma espada.
Só o tempo dirá
(os fados, o acaso)
Se te afronto e te mato
Ou me abismo em teus olhos
Me resgato
Em silêncio e solidão jaspe
Estátua de pedra
Inútil,
Nos teus braços.
- Myriam Fraga, em "Femina". Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.
§
Os marranos
“Com razón dijo un poeta
Que eran caballos troyanos”
- Lope de Veja
São cavalos de metal
Duras ilhargas de níquel
Os cascos sutis, veludos
Que deslizam, que deslizam.
São cavalos, são
Centauros
Mascando fios de sombra.
Arcabouço (quatro patas)
Aqui jogam seu destino.
Quatro patas de metal.
São cavalos, são centauros,
Troia nas bestas de astúcia
Trazem a derrota no ventre.
E em seus úmidos cabelos
Coladas cinzas do medo,
Fogueiras do Santo Ofício,
Reverbero ou precipício
Em seus úmidos cabelos.
Que venham os lucros de Holanda
Nas cirandas do dinheiro,
Pois se nem é mais se gredo
Que aqui vivem perseguidos
Pelo medo.
Serão cavalos de Tróia
Duros cascos de madeira
Pisando as fontes do tempo
E os muros do desespero.
- Myriam Fraga, em "Sesmaria". Salvador: Edições Macunaíma, 2000, p. 55.
§
Semeadura
O limite da luz
é o espaço do salto.
É a casa do sonho,
o caminho de volta,
extravio ou derrota.
O pássaro é este silêncio
cortando como faca.
É a bicada no ventre:
semeadura de mel
nos meus campos molhados.
Oh! eterno seja o passo
minha pele no teu aço,
ó pássaro, pássaro.
Senhor do sol me arrebata,
ó pássaro,
tuas garras como arado
revolvendo meus pedaços.
Meu corpo de sementeira
na raiz do teu abraço.
Um arco-íris de espigas
no meu seio, meu regaço
como um odre
na esperança de teu vinho,
meu canto no teu cansaço
ó pássaro, pássaro.
- Myriam Fraga, em "A lenda do pássaro que roubou o fogo". Salvador: Editora Macunaíma, 1983.
Myriam Fraga - foto (...) |
FORTUNA CRÍTICA DE MYRIAM FRAGA
COELHO, Nelly Novaes (org.). Dicionário crítico de escritoras brasileiras: 1711-2001. São Paulo: Escrituras Editora, 2002.
COUTINHO, Afrânio; SOUZA, José Galante de (direção). Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: MEC/FAE, 1990.
COSTA, Raquel Maria Soares da.. Bestiário de Myriam Fraga: metáforas para a condição feminina. (Dissertação Mestrado em Literatura e Interculturalidade). Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Educação, 2011. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
FARIA, Álvaro Alves de.. Myriam. Revista Caros Amigos, Junho/99, número 27.
FELICÍSSIMO, Gustavo. Myriam Fraga: tons e entretons da sua poesia. in: Sopa de Poesia, 6 de dezembro de 2009. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
GALANTE, Francielle Santos. Prisma da Cidade - O Olhar Lírico de Myriam Fraga. (Dissertação Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural). Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS, 2006. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
GALANTE, Francielle Santos. Myriam Fraga e a (des)construção da cidade. In: V Seminário de Pesquisa dos alunos de Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural, 2005, Feira de Santana. V Seminário de Pesquisa dos alunos de Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural, 2005.
GALANTE, Francielle Santos. Sesmaria: uma leitura da poesia histórica de Myriam Fraga. In: VII Congresso de Estudos Linguísticos e Literários & II Encontro de Literatura Baiana, 2004, Feira de Santana. VII Congresso de Estudos Linguísticos e Literários & II Encontro de Literatura Baiana, 2004.
GALANTE, Francielle Santos. Imagens Líricas da História na Poesia de Myriam Fraga. In: Anais V Congresso de Estudos Linguísticos e Literários, 2000.
HOISEL, Evelina; LOPES, Cássia (org.). Poesia e memória: a poética de Myriam Fraga. Salvador: EDUFBA, 2011.
LEMOS, Regina. Quarenta, a idade da loba. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1998, 14ª edição, pp. 151-155.
MELO, José Inácio Vieira de.. Myriam Fraga. Cavaleiro de fogo, 7 de outubro, 2010. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
MENDES, Cleise. Sensibilidade histriônica e imagem poética em Myriam Fraga. in: Dramatis, 2 de outubro de 2010. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
PAES, José Paulo; MOISÉS, Massaud (org.). Pequeno dicionário de literatura brasileira. São Paulo: Editora Cultrix, 1967.
PAZ, Vilma Santos da.. Labirintos de uma memória citadina: leituras e caminhos em Sesmaria, de Myriam Fraga. (Dissertação Mestrado em Letras e Lingüística). Universidade Federal da Bahia, UFBA, 2011. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
PAZ, Vilma Santos da.. Entre cidade e poesia: imagens da cidade em sesmaria, de Myriam Fraga. In: VI Enecult, 2010, Salvador. VI ENECULT - Encontro d estudos multidisciplinares em cultua. Salvador: EDUFBA, 2010. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
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RIBEIRO, Maria Goretti. A memória mítica ressignificada na poesia de Myriam Fraga. in: Terceira Margem - Rio de Janeiro, Número 20, p. 141-156. janeiro/julho 2009.
SANTOS, Andréa Silva. Travessias Urbanas Memórias do mar na poesia de Myriam Fraga. (Dissertação Mestrado em Estudos Literários). Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS, 2015.
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SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. Nas tramas do existir:o mítico e o feminino na poesia de Myriam Fraga. (Dissertação Mestrado em Letras e Lingüística). Universidade Federal da Bahia, UFBA, 2009.
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SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. Entre Cartas e versos: relações entre Myriam Fraga e Jorge Amado. in: Myriam Fraga; Aleilton Fonseca; Evelina Hoisel. (Org.). Jorge Amado: 100 anos escrevendo o Brasil. 1ª ed., Salvador: Casa de Palavras, 2013, v. 1, p. 261-267.
SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. Nas tramas do existir: Imagens de Penélope na poesia de Myriam Fraga. in: Evelina Hoise; Cássia Lopes. (Org.). Poesia de memória: a poética de Myriam Fraga. Salvador: EDUFBA, 2011, v. , p. 237-259.
SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. Como uma Línha D'água (1984-2004): um estudo memória na obra de Myriam Fraga. in: Anais do IV ENAPEL - Encontro Nacional de Pesquisadores de Periódicos Literários: percursos e propostas, 2013, Feira de Santana, p. 286-296.
SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. Flor do sertão: a musa serrana do poeta Castro Alves, biografada e cantada por Myriam Fraga. in: Anais do IV Seminário Nacional Literatura e Cultura, São Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 2012. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. O mito como projeto poético em Purificações ou o Sinal de Talião, de Myriam Fraga. in: III Seminário Nacional Literatura e Cultura, 2011, São Cristróvão. Anais do III Seminário Nacional Literatura e Cultura, 2011.
SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. Fios do existir: imagens de Penélope e Ariadne na poesia de Myriam Fraga. in: XI Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada, 2008, São Paulo. Congresso Internacional da Abralic, 2008.
SILVA, Ricardo Nonato Almeida de Abreu. 'Um rio-oceano circular e infinito': A cosmogonia poética de Myriam Fraga. Gusa Errante - Suplemento Cultural & Literária JP, São Luis, p. 4 - 4, 27 set. 2014.
SILVA, Wanessa Guimarães da.. Myriam Fraga: poesia é coisa de mulher. In: XII Seminário Nacional e III Seminário Internacional Mulher e Literatura do GT Mulher e LIteratura da ANPOLL - Associação Nacional de Pós-Graduação em Letras e Lingüística, 2008, Feira de Santana. Anais do Seminário Mulher e Literatura - Gênero Identidade e Hibridismo Cultural. Ilhéus - BA: Editus-Editora da UESC, 2008.
SOARES, Angélica.“Sem pontes para o abismo”: um trágico percurso de busca de autoconhecimento pela mulher em “O risco na pele” de Myriam Fraga. in: Revista Diadorim/UFRJ, Rio de Janeiro, - vol. 9, julho 2011. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
SOARES, Angélica. A interconexão ecológica na poesia de Myriam Fraga e de Olga Savary. in: revista Barbante, ano II, nª 8 - 5 de junho de 2013. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
TRINDADE, Veronica Almeida; PATRÍCIO, Rosana Maria Ribeiro; FONSECA, Aleilton. Imagens da paisagem urbana, natural e ecológica na poesia de Myryam Fraga. in: Cadernos do CNLF, Vol. XVII, nº 5. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2013. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
Minopauta
Não te mires no espelho
Côncavo das virtudes.
Esquece o labirinto.
Não cogites,
Devora
#
Minogram
Don't look
In the concave mirror
Of virtue.
Forget the labyrinth.
Don't think,
Devour.
- Myriam Fraga, em "Seis poemas"|Six Poems.. [tradução Richard O´Connell]. Salvador: Edições Macunaima, 1985.
OUTRAS FONTES E REFERÊNCIAS DE PESQUISA
:: Academia de Letras da Bahia
:: Alguma Poesia - Carlos Machado
:: Antonio Miranda
:: Catalogo de Escritoras - UFSC
:: Enciclopedia delle donne IT
:: Escritas
:: Jornal de Poeisa - Soares Feitosa
:: "A esfinge", poema do livro "Femina". Dá título a esta página dedicada a poeta Myriam Fraga.
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COUTINHO, Afrânio; SOUZA, José Galante de (direção). Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: MEC/FAE, 1990.
COSTA, Raquel Maria Soares da.. Bestiário de Myriam Fraga: metáforas para a condição feminina. (Dissertação Mestrado em Literatura e Interculturalidade). Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Educação, 2011. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
FARIA, Álvaro Alves de.. Myriam. Revista Caros Amigos, Junho/99, número 27.
FELICÍSSIMO, Gustavo. Myriam Fraga: tons e entretons da sua poesia. in: Sopa de Poesia, 6 de dezembro de 2009. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
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LEMOS, Regina. Quarenta, a idade da loba. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1998, 14ª edição, pp. 151-155.
MELO, José Inácio Vieira de.. Myriam Fraga. Cavaleiro de fogo, 7 de outubro, 2010. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
MENDES, Cleise. Sensibilidade histriônica e imagem poética em Myriam Fraga. in: Dramatis, 2 de outubro de 2010. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
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PAZ, Vilma Santos da.. Labirintos de uma memória citadina: leituras e caminhos em Sesmaria, de Myriam Fraga. (Dissertação Mestrado em Letras e Lingüística). Universidade Federal da Bahia, UFBA, 2011. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
Myriam Fraga - foto (...) |
PINHEIRO, Jeanne. Decifra-me ou Devoro-te: a poesia de Myriam Fraga. Anais do II Encontro de Histórias Oral do Nordeste – 500 anos de História do Brasil do Oral ao Escrito, Salvador: Editora da Universidade do Estado da Bahia, 2000.
RIBEIRO, Maria Goretti. A memória mítica ressignificada na poesia de Myriam Fraga. in: Terceira Margem - Rio de Janeiro, Número 20, p. 141-156. janeiro/julho 2009.
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SILVA, Edimaura Santana da.. Maria Bonita: uma representação de mulher na obra de Myriam Fraga. in: Rede Mebox, 16 de Novembro de 2011. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
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SILVA, Wanessa Guimarães da.. Myriam Fraga: poesia é coisa de mulher. In: XII Seminário Nacional e III Seminário Internacional Mulher e Literatura do GT Mulher e LIteratura da ANPOLL - Associação Nacional de Pós-Graduação em Letras e Lingüística, 2008, Feira de Santana. Anais do Seminário Mulher e Literatura - Gênero Identidade e Hibridismo Cultural. Ilhéus - BA: Editus-Editora da UESC, 2008.
SOARES, Angélica.“Sem pontes para o abismo”: um trágico percurso de busca de autoconhecimento pela mulher em “O risco na pele” de Myriam Fraga. in: Revista Diadorim/UFRJ, Rio de Janeiro, - vol. 9, julho 2011. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
SOARES, Angélica. A interconexão ecológica na poesia de Myriam Fraga e de Olga Savary. in: revista Barbante, ano II, nª 8 - 5 de junho de 2013. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
TRINDADE, Veronica Almeida; PATRÍCIO, Rosana Maria Ribeiro; FONSECA, Aleilton. Imagens da paisagem urbana, natural e ecológica na poesia de Myryam Fraga. in: Cadernos do CNLF, Vol. XVII, nº 5. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2013. Disponível no link. (acessado em 7.2.2016).
Minopauta
Não te mires no espelho
Côncavo das virtudes.
Esquece o labirinto.
Não cogites,
Devora
#
Minogram
Don't look
In the concave mirror
Of virtue.
Forget the labyrinth.
Don't think,
Devour.
- Myriam Fraga, em "Seis poemas"|Six Poems.. [tradução Richard O´Connell]. Salvador: Edições Macunaima, 1985.
Myriam Fraga - foto (...) |
:: Academia de Letras da Bahia
:: Alguma Poesia - Carlos Machado
:: Antonio Miranda
:: Catalogo de Escritoras - UFSC
:: Enciclopedia delle donne IT
:: Escritas
:: Jornal de Poeisa - Soares Feitosa
:: "A esfinge", poema do livro "Femina". Dá título a esta página dedicada a poeta Myriam Fraga.
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Myriam Fraga - a esfinge. Templo Cultural Delfos, fevereiro/2016. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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