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Catulo - o poeta lírico da Roma antiga

Gaius Valerius Catullus
Caio Valério Catulo/Gaius Valerius Catullus (Poeta lírico latino) nascido em Verona entre 87 e 84 e morto entre 57 e 54 a.C., Catulo presenciou os últimos anos do regime republicano, época de guerras civis e turbulência social: a revolta de escravos, lideraa por Espártaco (73-71 a.C.), a conspiração de Catilina (63 a.C.), o 1º triunvirato (60 a.C.), as campanhas de César na Gália e na Britânia (entre 58 e 55 a.C.) etc. Nesse fim de era, houve aquele discernimento próprio de toda crise e seu brilho crepuscular; foi tempo de grande efervescência cultural e - fato que tardaria a observar-se - de liberdade para homens e mulheres. De Catulo pouco se sabe. Filho de gente abastada, transferiu-se para Roma. Depois, integrando a comitiva do pretor Mêmio, foi enviado à itínia, onde pretendeu, sem sucesso, fazer rápida fortuna por meios nem sempre lícitos, como era comum na administração das províncias. Nessa ocasião, para cumprir os devidos rituais funéreos, teria visitado o túmulo do irmão, morto e sepultado na Tróade.
Catulo pertenceu a um grupo de poetas e intelectuais(1) que, nos meados do século I a.C., rompeu com o passado literário romano, representado pela tradução da Odisséia de Lívio Andronico (280-204 a.C.), pela Guerra Púnica de Névio (269-201 a.C) e sobretudo pelos Anais de Ênio (239-169 a.C.). Tomando a designação dos antigos anais pontificais (registro dos acontecimentos mais importantes de cada consulado), Ênio compôs um longo poema épico sobre a história de Roma. Os Anais foram para o período arcaico o que a Eneida foi para a época de Augusto: a epopeia nacional; entende-se a indignação que causaram os neóteroi num homem como Cícero. No entanto, a própria expressão de Cícero, perdido o traço pejorativo, tornou-se emblema, pelo que dizer "neotéricos", poetas novos, é referir-se com justeza àqueles poetas. A importância deles consistiu em introduzir em Roma certa poesia helenística, que já se praticava desde o século III a.C. no âmbito muito maior, hemisférico, do Mediterrâneo helenizado por Alexandre, ou, em sentido inverso, poderia dizer-se que os neotéricos incluíram a poesia latina na literatura mais sofisticada do período, que era escrita em grego.
Trilharam para alargar o caminho aberto por Lévio (?-129?), autor dos Erotopaegnia (jogos de Amor), que começam a utilizar em latim a poética do helenismo. Essa poética ganha força com a vinda a Roma em 73 a.C. do poeta Partênio de Nicéia, capturado na terceira guerra mitridática e prisioneiro da família de Hélvio Cina, um dos poetas novos. Partênio, com os Erotika Pathémata (sofrimentos de Amor), muito alentou a nascente elegia romana em suas Metamórphoseis parecem ter influenciado as Metamorfoses de Ovídio.

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(1) A maioria dos poetas novos da era da Gália Cisalpina, ao norte da Itália. São eles: Licínio Calvo, Hélvio Cina, Varrão Atacino, Quinto Cornificio, a sua irmã Cornifícia, Valério Catão, Cornélio Nepos, Fúrio Bibáculo, Tícidas.
:: Fonte: O livro de Catulo. "introdução". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996 - p. 16-18.


OBRA DE CATULO (CAIO VALÉRIO CATULO/GAIUS VALERIUS CATULLUS)
Catullus, by David Levine
Publicações de Catulo no Brasil
:: Poemas. Catulo (Catullus).. [tradução Luiz Antonio de Figueiredo e Enio Aloisio Fonda]. Coleção Bagatela, vol. 2. São Paulo: Timbre|Expressão, 1986.
:: O cancioneiro de Lésbia. Catulo (Catullus).. [introdução, tradução e notas de Paulo Sérgio de Vasconcellos]. Edição bilíngüe. Ed. Hucitec: São Paulo, 1991, 132p.
:: O livro de Catulo*. Catulo (Catullus).. [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996, 280p. Prêmio APCA de Melhor Tradução.
(*) Além das traduções de João Angelo Oliva Neto, "O livro de Catulo", reúne uma coletânea  de poemas de Catulo traduzidos pelos seguintes tradutores: Franscisco Achcar, Nelson Ascher, Haroldo de Campos, Antônio Feliciano de Castilho, Isabel de Lorenzo, José Dejalma Dezotti, Luiz Antonio de Figueiredo, Enio Aloisio Fonda, Almeida Garret, Aires de Gouveia, Francisco Otaviano, José Paulo Paes, Lucindo Pereira Passos Filho, Fernando Pessoa, Péricles Eugênio da Silva Ramos.

Antologia
:: Poesia alheia, 124 poemas traduzidos. [tradução e organização Nelson Ascher]. Rio de Janeiro: Imago Editora 1998.
:: Poemas da Antologia Grega ou Palatina: séculos VII a.C. a V d.C. [Seleção, tradução, notas e posfácio de José Paulo Paes]. Edição bilíngue. São Paulo: Companhia das Letras, 1995; 2003.
:: Literautura Latina. [organização Paulo Martins; tradutores vários]. 1ª ed., Curitiba: IESDE-Brasil S.A., 2009.
:: Antologia de Poetas Gregos e Latinos. (Monódica e Coral, Jâmbica, Polímetra e Elegíaca).. [organização Paulo Martins]. São Paulo: Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 3ª ed., 2010. Disponível no link. (acessado em 26.2.2016).

Publicações de Catulo em Portugal
:: Poesias. Catulo. [tradução Agostinho da Silva]. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1933.
:: Poesias. Catulo. [tradução Ema Barcelos]. Porto: Porto Editora, 1975, 47p.


Publicações de Catulo em espanhol/castellano
:: Las poesías. Cayo Valerio Catulo. [traducidas en verso castellano por Joaquín D. Casasus]. México: Imprensa de Ignacio Escalante, 1905. Disponível na íntegra/original no link. (acessado em 28.2.2016). 
:: Poesías. Catulo. [traducción, introducción y notas de Antonio Ramírez de Verger]. Madrid: Alianza Editorial S.A., 1988. 
:: El Carmen 64 de Catulo: Texto bilingüe, estudio preliminar, notas. Cayo Valerio Catulo. [tradução y notas Lía Galán; colaboração Juan Pablo Calleja; Santiago Disalvo; Pablo Martínez Astorino; Emilio Rollié]. Igitur - Colección de textos latins. Memória Académica/FAHCE, Universidad Nacional de la Plata, 2013. Disponível no link. (acessado em 28.2.2016).
:: Catulo. Poesía completa. [traducción, notas e introducción Lía Galán]. Edición bilingüe. Buenos Aires: Colihue Clásica, 2008.

Publicações de Catulle na França
:: Poésies de C. V. Catulle. [Ed. C. H. de Guerle]. Paris: Panckoucke, 1837. 
:: Poésies. Catulle. [texte étabil et traduit par Georges Lafaye]. Paris: Les Belle Lettres,  1932; 1984. 

Publicações de Gaio Valerio Catullo na Itália
:: Il libro di Catullo. Gaio Valerio Cattulo. [introduzione, testo e commento di M. Lechantin di Gubernatis]. Torino: Chiantore, 1945.
:: Le poesie.
Gaio Valerio Cattulo. [introduzione e traduzione di Guido Paduano; commento di Alessandro Grilli]. Torino: Einaudi, 1997.


Catullus at Lesbia's, de Lawrence Alma-Tadema (1865)

POEMAS (BILÍNGUE) ESCOLHIDOS DE CATULO (CAIO VALÉRIO CATULO/GAIUS VALERIUS CATULLUS)

TRADUÇÃO JOÃO ANGELO OLIVA NETO

1
A quem dedico esta graça de livro
novinho em folhas recém-buriladas?
A ti, Cornélio, pois tu costumavas
ver uma coisa qualquer nestas nugas,
já desde o tempo em que ousaste, primeiro
na Itália inteira, explicar toda a História
em três volumes mui sábios - por Júpiter! –
muito difíceis. Contigo então, leve,
leva este quê, o que for, de livrinho:
que viva, ó deusa virgem, mais de um século!


1
Quoi dono lepidum nouum libellum
arida modo pumice expolitum?
Corneli, tibi; namque tu solebas
meas esse aliquid putare nugas,
iam tum cum ausus es unus Italorum
omne aeuum tribus explicare cartis
doctis, Jupiter, et labanosis.
Quare habe tibi quicquid hac libelli,
qualecumque; quod o patrona uirgo,
plus uno maneat peremne saeclo.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

2
Pássaro, delícias de minha amiga --
com quem brincar e ter no colo, a quem
no ataque dar a ponta dos dedinhos
e acres dentadas incitar costuma
quando lhe apraz ao meu desejo ardente
um capricho, um gracejo preparar,
não sei qual, só um consolo à sua dor,
creio, para acalmar o ardor assim --
pudesse eu como ela brincar contigo
e a mente esquecer pensamentos tristes!
Para mim é tão bom quanto à menina
veloz se diz que foi a maçã de ouro
que o cinto atado há muito enfim soltou.


2
Passer, deliciae meae puellae,
quicum ludere, quem in sinu tenere,
cui primum digitum dare appetenti
et acris solet incitare morsus,
cum desiderio meo nitenti
carum nescio quid lubet iocari
et solaciolum sui doloris,
credo ut tum gravis acquiescat ardor:
tecum ludere sicut ipsa possem
et tristis animi levare curas! 

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

5
Vamos viver, minha Lésbia, e amar,
e aos rumores dos velhos mais severos,
a todos, voz nem vez vamos dar. Sóis
podem morrer ou renascer, mas nós
quando breve morrer a nossa luz,
perpétua noite dormiremos, só.

Dá mil beijos, depois outros cem, dá
muitos mil, depois outros sem fim, dá
mais mil ainda e enfim mais cem – então
quando beijos beijarmos (aos milhares!)
vamos perder a conta, confundir,
p’ra que infeliz nenhum possa invejar,
se de tantos souber, tão longos beijos.



5

Viuuamus, mea Lesbia, atque amemus,
rumoresque senum serueuiorum
omnes unius aestimemus assis.
soles occidere et redire possunt;
nobis curn semel occidit breuis lux,
nox est perpetua una dormienda.

da mi basia mille, deinde centum,
dein mille altera, dein secunda centum,
deinde usque altera mille, deinde centum.
Dein, cum millia multa fecerinus,
conturbabimus illa, ne sciamus,
aut ne quis malus inuidere possit,
cum tantum sciat esse basiorum.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

8
Infeliz Catulo, deixa de loucura,
e o que pereceu considera perdido.
Outrora brilharam-te dourados sóis
quando ias aonde levava a menina
amada por nós corno ninguém será;
lá muitos deleites havia que bem
querias tu e ela não queria mal.
É certo, brilharam-te dourados sóis...
Agora ela não quer: tu, louco, não queiras
nem busques quem foge nem vivas aflito,
porém, duramente suporta, resiste.
Vai, menina, adeus, Catulo já resiste,
não vai te implorar nem à força exigir-te
mas quando ninguém te quiser vais sofrer.
Ai de ti, maldita, que vida te resta?
Pois quem vai te ver? P’ra quem te enfeitarás?
E quem vais amar? De quem dirá que és?
Quem hás de beijar? Que lábios vais morder?
Mas tu, Catulo, resoluto, resiste.


8
Miser Catulle, desinas ineptire,
et quod uides perisse perditum ducas.
Fulsere quondam candidi tibi soles,
cum uentitabas quo puella ducebat
amata nobis quantum amabitur nulla.
Ibi illa multa tum iocosa fiebant,
quae tu uolebas nec puella nolebat.
Fulsere uere candidi tihi soles.
Nunc jam illla non uolt: tu quoque. inpotens, noli,
nec quae fugit sectare, nec miser uiue,
sed obstinata mente perfer obdura.
Vale, puella. Iam Catullus obdurat,
nec te requiret nec rogabit inuitam;
at tu dolebis, cum rogaberis nulla.
Scelesta, uae te; quae tibi manet uita!
Quis nunc te adibit? cui uideberis bella?
Quem nunc amabis? cuius esse diceris?
Quem basiabis? cui labella mordebis?
At tu, Catulle, destinatus obdura.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§


13
Jantarás bem, Fabulo, em minha casa,
muito em breve se os deuses te ajudarem,
se contigo levares farto e bom
jantar, e não sem fina artista, vinho,
graça e as risadas todas. Isso tudo,
se levares, encanto meu, garanto,
jantarás bem, pois teu Catulo tem
o bolso cheio de teias de aranha.
Em troca aceitarás meros amores
e o que há de mais suave ou elegante,
pois um perfume te darei que à minha garota
Vênus e os Cupidos deram,
que ao sentires aos deuses vais pedir
te façam, Fabulo, todo nariz.


13
Cenabis bene, mi Fabulle, apud me
Paucis, si tibi dei fauent. diebus,
si tecum attuleris bonam atque magnam
cenam, non sine candida puella
et uino et sale et omnibus cachinnis.
Haec sei, inquam, attueris, uenuste noster
cenabis bene; nam tui Catulli
plenus sacculus est aranearum.
Sed contra accipies meros amores
seu quid saauius elegantiusue est;
nam unguentum dabo, quad meae puellae
danarunt Veneres Cupidinesque,
quod tu cum olfacies, deos rogabis,
totum ut te faciant, Fabulle, nasum.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§


Λατινική Λυρική Ποίηση - Κάτουλλος
15
A ti eu me confio meus amores,
Aurélio, e de pudor eu peço vênia
pois se já desejaste algo em teu ânimo
que mantivesses casto e inteirinho,
preserves em pudor este menino,
não digo das pessoas – delas nada
temo a passar na praça aqui e ali
com suas próprias coisas ocupadas.
Minha paúra és tu, e é teu pau
fatal aos bons, fatal aos maus meninos;
por onde queiras, como queiras, leva-o,
quanto saíres, pronto pra tudo.
Só se excluo, sim, pudicamente,
pois se uma idéia má ou louca fúria
te impelir, pérfido, a tamanho crime
de contra ele investir, outro eu,
então ah!, infeliz e malfadado,
pelos pés arrastado, por teu rabo
aberta vão passar mugens e rábiãos.


15
Commendo tibi me ac meos amores,
Aureli. Veniam peto pudentem,
ut, si quicquam animo tuo cupisti,
quod castum expeteres et integellum,
conserves puerum mihi pudice,
non dico a populo -- nihil veremur
istos, qui in platea modo huc modo illuc
in re praetereunt sua occupati --
verum a te metuo tuoque pene
infesto pueris bonis malisque.
Quem tu qua lubet, ut lubet moveto
quantum vis, ubi erit foris paratum:
hunc unum excipio, ut puto, pudenter.
Quod si te mala mens furorque vecors.
In tantam impulerit, sceleste, culpam,
ut nostrum insidiis caput lacessas.
A tum te miserum malique fati!
Quem attractis pedibus patente porta
percurrent raphanique mugilesque.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

16
Meu pau no cu, na boca, eu vou meter-vos,
Aurélio bicha e Fúrio chupador,
que por meus versos breves, delicados,
me julgastes não ter nenhum pudor.
A um poeta pio convém ser casto
ele mesmo, aos seus versos não há lei.
Estes só tem sabor e graça quando
são delicados, sem nenhum pudor,
e quando incitam o que excite não
digo os meninos, mas esses peludos
que jogo de cintura já não tem
E vós, que muitos beijos (aos milhares!)
já lestes, me julgais não ser viril?
Meu pau no cu, na boca, eu vou meter-vos.


16
Pedicabo ego irrumabo,
Aureli pathice et cinaede Furi,
qui me ex uerciculis meis putastis,
quod sunt molliculi, parum pudicum.
Nam castum esse decet pium poetam
ipsum, uersciculos nihil necesse est,
qui tum denique habent salem ac leporem,
si sunt molliculi ac paruum pudici
et quod pruriat incitare possunt,
non dico pueris, sed his pilosis
qui duros nequeunt mouere lumbos.
Vos, quei millia multa basiorum
legistis, male me marem putastis?
Pedicabo ego uos et irrumabo.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

21
Aurélio, pai das fomes todas, não
só destas mas de quantas foram, são
e hão de ser ainda no futuro:
desejas pôr no cú dos meus amores
e não o ocultas, pois ao lado ficas,
colado brincas, tudo experimentas..
Em vão. Pois vou meter na tua boca
que armadilhas já armas contra mim.
Se agisses satisfeito, eu calaria,
que só com isto sofro: que o menino
aprenda, aí!, sentir fome, sentir sede.
Então desiste enquanto tens pudor
p´ra não lhe pores fim de pau na boca.



21
Aureli pater esuritionum,
non harum modo sed quot aut fuerunt
aut sunt aut aliis erunt in annis,
pedicare cupis meos amores.
Nec clam nam simul es iocaris una,
haerens ad latus omnia experiris.
Frustra nam insidias mihi instruentem
tangam te prior irrumatione.
Atque id si faceres satur tacerem;
nunc ipsum id doleo quod esurire,
a! meme, puer et sitire discet.
Quare desine dum licet pudico,
ne finem facias sed irrumatus.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§  

27
Menino que vertes velhos Falernos,
me serve, ministro, taças amargas,
que a lei de Postúmia, a mestra, requer,
mais bêbada que uva em mosto embebida.
Fora daqui, águas, ide bem longe –
ruína do vinho –junto aos severos
migrai, que este é puro néctar de Baco.


27
Minister vetuli puer Falerni,
inger mi calices amariores,
ut lex Postumiae iubet magistrae
ebrioso acino ebriosioris.
At vos quo lubet hinc abite, lymphae,
vini pernicies, et ad severos
migrate. hic merus est Thyonianus.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§  

30
Alfeno, que esqueces e enganas parceiros unânimes,
já não sentes dó, ó cruel, de teu bom doce amigo?
Trair-me, enganar-me já não imaginas, ó pérfido?
As ímpias ações dos mortais não deleitam celícolas
e tu os ignoras e em males me largas tão mísero.
Mas diz, o que façam os homens, em quem tenham fé?
Perverso, decerto ordenavas-me a alma vender,
levando-me a esse amor como se fosse seguro
e agora sais fora e teus ditos e todos os teus feitos
permites que os ventos e as névoas os levem em vão.
Se tu já esqueceste, os deuses se lembram, se lembra
a Fé, que fará que teu feito te cause remorsos.

30

Alfene immemor atque unanimis false sodalibus,
iam te nil miseret, dure, tui dulcis amiculi?
Iam me prodere, iam non dubitas fallere, perfide?
Nec facta impia fallacum hominum caelicolis placent.
quae tu neglegis ac me miserum deseris in malis.
Eheu quid faciant, dic, homines cuiue habeant fidem?
Certe tute iubebas animam tradere, inique, me
inducens in amorem, quasi tuta omnia mi forent.
Idem nunc retrahis te ac tua dicta omnia factaque
uentos irrita ferre ac nebulas aereas sinis.
Si tu oblitus es, at di meminerunt, meminit Fides,
quae te ut paeniteat postmodo facti faciet tui.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§
 
32
Peço, minha boa Hipsistila,
minhas delícias, meus encantos, pede
que eu vá dormir a sesta junto de ti.
E se pedires cuida disto: que outro
não introduza entraves na portinha
nem queiras tu sair por aí fora.
Mas fica em casa, preparando
para umas nove contínuas trepadas.
E se é que vai chamar-me, chama logo,
que almoçado, deitado, e satisfeito,
tanto a túnica eu furo quanto o manto.


32

Amabo, mea dulcis Ipsitilla,
meae deliciae, mei lepores,
iube ad te veniam meridiatum.
Et si iusseris, illud adivuato,
ne quis liminis obseret tabellam,
neu tibi lubeat foras abire,
sed domi maneas paresque nobis
novem continuas fututiones.
Verum si quid ages, statim iubeto:
nam pransus iaceo et satur supinus
pertundo tunicamque palliumque.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§  

33
Ó tu, melhor ladrão dos balneários,
Vibênio, pai, e o filho bem veado,
(o pai tem a direita corrompida,
o filho tem o cu devorador)
por que não ides ao exílio em torpes
terras, se das rapinas do pai todo
o povo sabe e tão peludas nádegas,
filho, não poderás vender por nada?


33
O furum optime balneariorum
Vibenni pater et cinaede fili
(nam dextra pater inquinatiore,
culo filius est voraciore),
cur non exilium malasque in oras
itis? Quandoquidem patris rapinae
notae sunt populo, et natis pilosas,
fili, non potes asse venditare.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§  

41
Ameana, menina tão fodida,
dez mil cobrou-me muito bem contados,
essa tal de nariz todo disforme,
amante do falido Formiano.
Ó parentes, que tendes seu cuidado,
amigos, médicos, mandai vir todos!
Não é sã a menina nem costuma
no espelho se enxergar como ela é.



41
Ameana puella defututa
tota milia me decem poposcit,
ista turpiculo puella naso,
decoctoris amica Formiani.
Propinqui, quibus est puella curae,
amicos medicosque convocate:
non est sana puella, nec rogare
qualis sit solet aes imaginosum.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§  

46
Vem primavera e devolve calor,
Vai-se o furor no equinócio do céu,
se acalma as brisas de cálidos ventos.
Catulo, os campos da Frígia deixemos,
férteis campinas da quente Nicéia;
vamos voando às cidades da Ásia.
Trépido, o espírito anseia vagar,
sem peso os pés recuperam vigor.
Adeus, suaves encontros de amigos:
Levados juntos bem longe de casa,
vias diversas nos levam de volta.



46
Iam uer egelidos refert tepores,
iam caeli furor aequinoctialis
iocundis Zephyri silescit aureis.
Linquantur Phrygii, Catulle, campi
Nicacaeque ager uber aestuosae;
ad claras Asiae uolemus urbes.
Iam mens praetrepidans auet uagari,
iam laeti studio pedes uigescunt.
0 dulces comitum ualete coetus,
longe quos simul a domo profecos
diuersae uarjae uiae reportant.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

51
Ele parece-me ser par de um deus,
ele, se é fás dizer, supera os deuses,
esse que todo atento o tempo todo
contempla e ouve-te

doce rir, o que pobre de mim todo
sentido rouba-me, pois uma vez
que te vi, Lésbia, nada em mim sobrou
de voz na boca

mas torpece-me a língua e leve os membros
uma chama percorre e de seu som
os ouvidos tintinam, gêmea noite
cega-me os olhos.

O ócio, Catulo, te faz tanto mal.
No ócio tu exultas, tu vibras demais.
ócio já reis e já ricas cidades
antes perdeu.


51
Ille mi par esse deo uidetur,
ille, si fas est, superare diuos,
qui sedens aduersus identidem te
spectat et audit

dulce ridentem, misero quod omnis
eripit sensus mihi; nam simul te,
Lesbia, aspexi, nihil est super mi
vocis in ore,

lingua sed torpet, tenuis sub artus
flamma demanat, sonitu suopte
tintimant aures, gemina teguntur
lumina nocte.

Otium, Catulle, tibi molestum est;
otio exultas nimiumque gestis.
Otium et reges prius et beatas
perdidit urbes.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§


56
Coisa de rir, Catão, cheia de gozo!
Decente a teu ouvido e gargalhadas.
Ri, Catão, quanto mais amas Catulo.
A coisa é de rir, tão cheia de gozo.
Há pouco surpreendi um rapazinho
montando uma garota. Sobre ele
eu, – loa a Vênus – duro, despenquei.


56
O rem ridiculam, Cato, et iocosam,
dignamque auribus et tuo cachinno.
Ride quidquid amas, Cato, Catullum:
res est ridicula et nimis iocosa.
Deprendi modo pupulum puellae
trusantem; hunc ego, si placet Dionae,
protelo rigida mea cecidi.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§
 

58
Célio: nossa Lésbia, aquela tal Lésbia,
Lésbia, aquela, única que Catulo
amou mais que a si e todos os seus,
agora nos becos e encruzilhadas
descasca os filhos de Remo magnânimo.


58
Caeli Lesbia nostra Lesbia illa
illa Lesbia quam Catullus unam
plus quam se atque suos amauit omnes
nunc in quadriuiis et angiportis
glubit magnanimi Remi nepotes

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§


65
Embora, ilhado em magoas, uma dor sem fim
me afaste, ó Hórtalo, das virgens doutas
nem bons frutos das Musas possa pensamento
gerar (que já flutua em tantos males
pois uma onda, há pouco manando do abismo
do Oblívio, os alvos pés banhou de meu
irmão, em quem, roubado a meus olhos, na praia
Retéia areias pesam de Tróia, ah!
Nunca mais conversar nem ouvir-te contar-me
teus feitos, nunca mais te ver, irmão
mais amável que a vida, e sempre vou te amar,
meu canto tornar triste por tua morte,
qual canta sob as sombras dos ramos tão densas –
ave - a Daulíade a gemer a ausência
de Ítilo); em tanta dor porém te envio, ó Hórtalo,
estes versos vertidos de Calímaco
por teus ditos, dispersos aos ventos volúveis,
em vão não creres voaram de meu peito,
como a maça – furtivo presente do amante –
que cai do casto colo da menina
esquecida, coitada, do fruto escondido
entre as dobras do manto: vem a mãe,
ela salta e no chão foge o fruto, em sua face
infeliz um rubor lhe sobe cúmplice.


65
Etsi me assiduo confectum cura dolore
seuocat a doctis, Ortale uirginibus,
nec potis est dulcis Musarum exproniere fetus
mens animi (tantis fluctuat ipsa malis;
namque mei nuper Lethaeo in gurgite fratris
pallidulum manans alluit unda pedem.
Troia Rhoeteo quem subter litore tellus
ereptum nostris obterit ex oculis;
alloquar audiero numquam tua facta loquentem,
numquam ego te uita frater amabilior,
aspiciam posthac; at certe semper amabo
semper maesta tua carmina morte tegam,
qualia sub densis ramorum concinit umbris
Daulias absumpti fata gemens Itylei)
sed tamen in tantis maeroribus Ortale mitto
haec expressa tibi carmina Battiadae,
ne tua dicta uagis nequiquam credita uentis
effluxisse meo forte putes animo,
ut miserum sponsi furtiuo munere malum
procurrit casto uirginis e gremio,
quod miserae oblitae molli sub ueste locaturn,
dum aduentu rnutris prosilit, excutitur;
atque illud prono praeceps agitur decursu,
huic manat tristi conscius ore rubor.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

70
Minha mulher me diz que com ninguém se casa
menos eu, nem se Júpiter pedir.
Diz. Mas o que a mulher diz ao amante ardente
convém escrever no vento e na água rápida.


70
Nulli se dicit mulier mea nubere malle
quam mihi, non si se Iuppiter ipse petat.
Dicit: sed mulier cupido quod dicit amanti,
in vento et rapida scribere oportet aqua.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§


72
Outrora, Lésbia, tu dizias só existir
Catulo e a mim nem preferir ter Júpiter.
Então te quis, não como o povo quer amantes
mas como um pai os filhos quer e os genros.
Agora te conheço e bem que muitos eu queime,
não vales tanto nem te leves em conta.
para mim és tão mais vulgar e inconstante.
“Como?” , dizes. Injúria tal leva quem ama
a amar bem mais, porém bem querer, menos.


72
Dicebas quondam solum te nosse Catullum
Lesbia nec prae me uelle tenere Iouem
Dilexi tum te non tantum ut uulgus amicam,
sed pater ut gnatos diligit et gêneros.
Nunc te cognoui quare etsi impensius uror,
multo mi tamen es uilior et leuior.
Qui potis est inquis quod amantem iniuria talis
cogit amare magis sed bene uelle minus.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§ 

73
Desiste de esperar de alguém alguma coisa
ou crer que alguém será reconhecido.
É tudo ingratidão, em nada é bom ter feito o
bem, não!, dá tédio, mais: faz mal qual fez
comigo, a quem ninguém mais grave e fundo fere
que quem só eu de amigo teve e único.


73
Desine de quoquam quicquam bene velle mereri
aut aliquem fieri posse putare pium.
Omnia sunt ingrata, nihil fecisse benigne
prodest, immo etiam taedet obestque magis;
ut mihi, quem nemo gravius nec acerbius urget,
quam modo qui me unum atque unicum amicum habuit.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

75
Tanto errou pensamento por tua culpa, minha
Lésbia, por seu fervor tanto perdeu-se,
que te querer não pode, se fores seu bem,
nem deixar de te amar, se todo seu mal.


75
Huc est mens deducta tua mea Lesbia culpa
atque ita se officio perdidit ipsa suo
ut iam nec bene uelle queat tibi si optima fias
nec desistere amare omnia si facias

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

76
Se ao homem que recorda os feitos bons de outrora
existe algum prazer ao ver que é pio,
que não faltou à fé jurada nem do nome
usou dos deuses por perder os homens
num pacto, a ti, Catulo, é grande, vida afora,
em paga, a dita deste ingrato amor.
Pois quanto os homens podem bendizer ou bem
fazer está por ti já dito e feito.
E tudo terminou confiado a um peito ingrato.
Por que então te torturas tanto assim?
Por que não firmas o ânimo e, senhor de si,
e deuses contra, deixas de ser triste?
Difícil é deixar súbito um longo amor.
É difícil, mas tenta corno podes.
Só isto é sa1vação, isto tens de fazer.
Que o faças, se impossível ou possível.
Ó deuses, se é de vós ter pena ou se já a alguém
último auxílio destes na sua morte,
olhai-me triste e se urna vida levei pura,
arrancai-me esta peste e perdição,
que sub-reptícia qual torpor nos membros dentro
alegria expulsou do peito inteiro.
Eu já não quero de sua parte que me queira,
e – impossível – que venha a ter pudor.
Quero estar bem, deixar esta dor ruim. Deuses!
Isto me dai por minha piedade.


76
Siqua recordanti benefacta priora uoluptas
est homini, cum se cogitat esse pium,
nec sanctam uiolasse fidem, nec foedere nullo
diuum ad fallendos numine abusum homines,
multa parata manent tum in longa aetate, Catulle,
ex hoc ingrato gaudia amore tibi.
Nam quaecumque homines bene cuiquam aut dicere possunt
Aut facere, haec a te dictaque factaque sunt;
omniaque ingratae perierunt credita menti.
Quare cur te iam amplius excrucies?
Quin tu animum offirmas atque istinc teque reducis
et deis inuitis desinis esse miser?
Difficile est longum subito deponere amorem.
Difficile est, uerum hoc qua lubet efficias.
Vna salus haec est, hoc est tibi peruincendum;
Hoc facias, siue id non pote siue pote.
O dei, si uestrum est misereri, aut si quibus unquam
Extremam iam ipsa in morte tulistis opem,
Me miserum aspicite et, si uitam puriter egi,
eripite hanc pestem perniciemque mihi,
quae mihi subrepens imos ut torpor in artus
expulit ex omni pectori laetitias.
Non iam illud quaero contra ut me diligat illa,
Aut, quod non potis est, esse pudica uelit;
ipse ualere opto et taetrum hunc deponere morbum.
0 dei reddite mi hoc pro pietate mea.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

85
Odeio e amo. Talvez queiras saber "como?"
Não sei. Só sei que sinto e crucifico-me.


85
Odi et amo. Quare id faciam fortasse requiris
Nescio, sed fieri sentio et excrucior.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§

92
Lésbia só fala mal de mim, sempre, e não cala
nunca; que eu morra se ela não me ama.
Como sei? Também tenho tal sintoma; ataco-a
muito: que eu morra, sim, se não a amo.


92
Lesbia mi dicit semper male nec tacet umquam
de me: Lesbia me dispeream nisi amat.
Quo signo? quia sunt totidem mea: deprecor illam
assidue, verum dispeream nisi amo.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§  

93
Pouco me importa, César, querer te agradar,
nem quero saber se és Grego ou Troiano.


93
Nil nimium studeo, Caesar, tibi velle placere,
nec scire utrum sis albus an ater homo.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§  

101
Por muitos povos e por muitos mares vindo,
chego, irmão, a teu túmulo infeliz
para última dar-te dádiva de morte
e só falar a muda cinza em vão
pois Fortuna tolheu-me de tudo que foste,
ah! triste irmão tão cedo a mim roubado!


101
Multas per gentes et multa per aequora uectus
aduenio has miseras, frater ad inferias,
ut te postremo donarern munere martis
et mutam nequiquam allaquerer cinerem,
quandoquidem fortuna mihi tete abstulit ipsum,
heu miser indigne frater adempte mihi.

- Catulo (Catullus) "O livro de Catulo". [tradução comentada, organização, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto]. Edição bilíngue. São Paulo: Edusp, 1996.

§


***


Acme and Septimius, by Frederic Leighton (c. 1868)
TRADUÇÃO HAROLDO DE CAMPOS

Vivamos minha Lésbia, e amemos
Vivamos minha Lésbia, e amemos,
e as graves vozes velhas
- todas -
valham para nós menos que um vintém.
Os sóis podem morrer e renascer:
quando se apaga nosso fogo breve
dormimos uma noite infinita.
Dá-me pois mil beijos, e mais cem,
e mil, e cem, e mil, e mil e cem.
Quando somarmos muitas vezes mil
misturaremos tudo até perder a conta:
que a inveja não ponha o olho de agouro
no assombro de uma tal soma de beijos.


vivamus, mea lesbia, atque amemus
vivamus, mea lesbia, atque amemus,
rumoresque senum severiorum
omnes unius aestimemus assis.
soles occidere et redire possunt:
nobis, cum semel occidit brevis lux,
nox est perpetua una dormienda.
da mi basia mille, deinde centum,
dein mille altera, dein secunda centum,
deinde usque altera mille, deinde centum.
dein, cum milia multa fecerimus,
conturbabimus illa, ne sciamus,
aut nequis malus invidere possit,
cum tantum sciat esse basiorum.
- Catulo
(Catullus). "catuliana" (tradução Haroldo de Campos). in: Crisantempo: no espaço curvo nasce um. São Paulo: Perspectiva, 2004.
- Gaius Valerius Catullus. Select poems of Catullus. Edited by Francis P. Simpson. London: Macmillan, 1948.


§

41
Ameana, piranha desfrutável,
me pediu dez mil sestércios
ao todo!
Aquela mesma,
a menina de nariz torto,
comida do banquirroto Formiano.

Parentes e vizinhos dessa moça
chamem o médico,
reúnam (ela não anda boa)
o conselho da família.
Que tem?
Excesso...
de fantasia.


41
Ameana puella defututa
tota milia me decem poposcit,
ista turpiculo puella naso,
decoctoris amica Formiani.
Propinqui, quibus est puella curae,
amicos medicosque convocate:
non est sana puella, nec rogare
qualis sit solet aes imaginosum.

- Catulo (Catullus). "catuliana" (tradução Haroldo de Campos). in: Crisantempo: no espaço curvo nasce um. São Paulo: Perspectiva, 2004.

***

TRADUÇÃO NELSON ASCHER

Ode, 3
Chorai, Vênus, Cupidos, e homens, quantos
veneram a beleza, oh vós, chorai
a morte do pardal da minha amada,
pardal que era o prazer da minha amada
e que ela amava mais que aos próprios olhos,
porque era doce, conhecia a dona como conhece a mãe, uma menina
e não saía nunca do seu colo,
onde, pulando sem para de um lado ao outro, só piava para ela.
E agora ele se foi na tenebrosa
jornada da qual – dizem – ninguém volta.
Maldito sejas, por tragares tudo
que é belo, tu, maldito treva do Orco
que me privaste de um pardal tão belo!
Oh, maldição! Coitado do pardal!
Por tua causa, a amada está com olhos
inchados e vermelhos de chorar.


Carmen, 3
lugete o Veneres Cupidinesque
et quantum est hominum uenustiorum
passer mortuus est meae puellae
passer deliciae meae puellae
quem plus illa oculis suis amabat
nam mellitus erat suamque norat
ipsam tam bene quam puella matrem
nec sese a gremio illius mouebat
sed circumsiliens modo huc modo illuc
ad solam dominam usque pipiabat
qui nunc it per iter tenebricosum
illuc unde negant redire quemquam
at uobis male sit malae tenebrae
Orci quae omnia bella deuoratis
tam bellum mihi passerem abstulistis
o factum male o miselle passer
tua nunc opera meae puellae

- Catulo (Catullus). em "Poesia alheia, 124 poemas traduzidos. [tradução e organização Nelson Ascher]. Rio de Janeiro: Imago Editora 1998.

§  

Ode, 5
Vivamos, minha Lésbia, e amemos
sem dar, pelo rumor dos velhos
severos, nem mesmo um centavo.
Sóis que se põem podem reergue-se
mas, finda a nossa luz fugaz,
cabem-nos noite e sono eternos.
Dá-me cem beijos, pois, mais mil
e mil de novo, novos cem,
cem outros, outros mil e, dados
milhares, misturemos tudo
para que – sem termos idéia
da soma – gente vil não possa
nos invejar tantos mil beijos.



Carmen, 5
Viuuamus, mea Lesbia, atque amemus,
rumoresque senum serueuiorum
omnes unius aestimemus assis.
soles occidere et redire possunt;
nobis curn semel occidit breuis lux,
nox est perpetua una dormienda.
da mi basia mille, deinde centum,
dein mille altera, dein secunda centum,
deinde usque altera mille, deinde centum.
Dein, cum millia multa fecerinus,
conturbabimus illa, ne sciamus,
aut ne quis malus inuidere possit,
cum tantum sciat esse basiorum.

- Catulo (Catullus). em "Poesia alheia, 124 poemas traduzidos. [tradução e organização Nelson Ascher]. Rio de Janeiro: Imago Editora 1998.

§

Ode, 70
Minha mulher me diz que, mesmo se a quiser
o próprio Zeus, há de entregar-se a mim somente.
Diz e não feito: escreva-se, quando a mulher
diga ao amante ansioso, em vento e água corrente.


Carmen, 70
Nulli se dicit mulier mea nubere malle
quam mihi non si Iuppiter ipse petat.
Dicit sed mulier cupido quod dicit amanti
In uento et rapida scribere oportet aqua.

- Catulo (Catullus). em "Poesia alheia, 124 poemas traduzidos. [tradução e organização Nelson Ascher]. Rio de Janeiro: Imago Editora 1998.


Catullus, by Stefan Aleksander Bakałowicz
FORTUNA CRÍTICA DE CATULO/CATULLUS ANCONA, R.; HALLET, J. P.. Catullus in the Secondary School Curriculum. in: SKINNER, M. B. A companion to Catullus. Blackwell: Oxford [et.al.], 2007, p. 481-502. 
ANDRE, Carlos Ascenso. “Tanto de meu estado me acho incerto”: contradições do amor, de Catulo a Ovídio. Revista Ágora - estudos clássicos em debate, nº 7, p. 37-63, 2005. Disponível no link. (acessado em 28.2.2016).
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Caius Valerius Catullus
OUTRAS FONTES E REFERÊNCIAS DE PESQUISA
:: Primeiros escritos - Catulo
:: Poetry Foundation - Gaius Valerius Catullus
:: VRoma - Gaius Valerius Catullus  
:: Catullus - Roman poet | Britannica


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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Catulo - o poeta lírico da Roma antiga. Templo Cultural Delfos, fevereiro/2016. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 29.2.2016.



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2 comentários:

  1. esse artigo ficou bem completo sobre história antiga e bem completo - compartilhei no meu face
    Amarração Amorosa no Espaço Recomeçar

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  2. Conheço de Catulo três edições em português. A saber: '25 Carmes', selecção, tradução e notas de Albano Martins (edição bilingue), Editora Licorne; e na 'Antologia de Poesia Latina Erótica e Satírica', em edição ilust. de fernando ribeiro de melo/edições afrodite, constam vários poemas de Catulo, com introdução e tradução de J. Lourenço de Carvalho, ao que julgo docente da Fac. de Letras da Univ. de Lisboa. Também em 'Romana, Antologia da Cultura Latina', em edição da Instituto de Estudos Clássicos da Univ. de Coimbra, igualmente constam alguns poemas de Catulo, em tradução da autora da Antologia, Mª. Helena da Rocha Pereira.

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