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Lila Ripoll - o fazer poético

Lila Ripoll - Acervo Delfos/PUCRS
Lila Ripoll, nascida em 12 de agosto de 1905, em Quaraí (RS), pianista, poeta e presença de grande destaque na literatura sul-rio-grandense. Em 1927, deixou a sua cidade Natal para estudar em Porto Alegre. Formou-se em piano no Conservatório de Música (Instituto de Artes da UFRGS). Colabora na Revista Universitária e nela publica poemas.
Em 1930, Lila ingressou no magistério estadual e lecionou Canto Orfeônico no Grupo Escolar Venezuela. Nessa época, aproximou-se do grupo de escritores gaúchos que ficou conhecido como a Geração de 30, o qual contava com a participação de Reynaldo Moura, Manoelito de Ornellas, Dyonélio Machado, Carlos Reverbel e Cyro Martins, entre outros. 
Em 1934 , com o assassinato, por motivos políticos, de seu primo e irmão de criação Waldemar Ripoll, militante do Partido Libertador Lila engajou-se na luta política. Em 1935, Lila Ripoll participou da Frente Intelectual do Partido Comunista, militou no Sindicato dos Metalúrgicos, onde fundou, inclusive, um Coral.
Em 1938, Lila publicou De Mãos Postas, livro bem acolhido pela crítica; em 1941, o seu segundo livro de poemas, Céu Vazio, obra que obteve o Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras. Em 1944, casou-se com Alfredo Luis Guedes. 
Após 1945, com a legalização do Partido Comunista, a escritora intensificou a sua participação no Partido Comunista, lutando pelas reivindicações do operariado. Ao mesmo tempo, publicava seus textos na revista A província de São Pedro. 
Em 1947, Lila lança o livro Por quê? no Rio de Janeiro. Em 1949, ficou viúva e, muito deprimida, voltou-se mais ainda para a militância política, atuação que fora muito apoiada pelo marido. Em 1951, Lila participava ativamente na Revista Horizonte, publicava renomados escritores da época, tais como Pablo Neruda e Gabriela Mistral. Da equipe gráfica da Revista, faziam parte grandes artistas plásticos do sul, como Carlos Scliar, Iberê Camargo, Vasco Prado e outros. Nesse mesmo ano, Lila lançou Novos Poemas, obra que lhe rendeu o prêmio Pablo Neruda da Paz. Junto com outros grandes escritores, Lila empenhava-se em campanhas pacifistas.
1954 é o ano de Primeiro de Maio, longo poema sobre o massacre do dia do trabalhador em Rio Grande. Em 1955, colaborou com A Tribuna, órgão do Partido Comunista. Em 1958, ocorreu a estréia de sua peça Um Colar de Vidro no Theatro São Pedro, sob direção de Luiz Carlos Saroldi. Em 1961, publicou O coração Descoberto, com apoio de intelectuais cariocas. 
Em 1964 foi presa, logo após o Golpe Militar, mas libertada em seguida devido ao seu estado de saúde, vítima de câncer em estágio avançado. Em 1965, escreveu Águas Móveis e, em 1967, faleceu em Porto Alegre, sendo enterrada no cemitério da Santa Casa de Misericórdia pelos companheiros do Partido.
:: Fonte: Delfos Espaço de Documentação e Memória Cultural - PUCRS. (15.8.2015).


PRÊMIOS
1941Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras pela obra Céu vazio.
1951Prêmio Pablo Neruda pela obra Novos Poemas.



Capa do livro "Obra completa Lila Ripoll"
OBRA DE LILA RIPOLL
Poesia
:: De mãos postas. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1938.
:: Céu vazio: poesia. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1941. 
:: Por quê?. Rio de Janeiro J. Olympio, 1947. Poesia.
:: Novos poemas. Porto Alegre: Horizonte, 1951.
:: Primeiro de maio. Porto Alegre: Horizonte, 1954. 
:: Poemas e canções. Porto Alegre: Horizonte, 1957.
:: O coração descoberto. Rio de Janeiro. Vitória, 1961.
:: Águas móveis. Poemas inéditos de 1965.

Teatro
:: Um colar de vidro (peça teatral inédita). Porto Alegre, 1958.

Antologia e obra completa
:: Antologia poética. [organização Walmyr Ayala]. Rio de Janeiro Leitura; Instituto Nacional do Livro / MEC, 1967.  
:: Poesias. [organização e compilação Sergio Faraco]. Cadernos do Extremo Sul. Alegrete, 1968. 
:: Ilha difícil: antologia poética. [organização e seleção Maria da Glória Bordini]. Porto Alegre Editora da Universidade / UFRGS, 1987.
:: Obra completa. [organização Alice T. Campos Moreira]. Porto Alegre: IEL/ Movimento, 1998.

Antologia (participação)
:: Perfis de musas, poetas e proseadores brasileiros. [organização Alzira Freitas]. Porto Alegre: Thurmann, 1956.
:: Antologia da poesia quaraiense[organização João Batista Marçal]. Porto Alegre: Pirâmides, 1977.

Artigos em periódicos
Lila Ripoll, de Carlos Scliar (1953)
:: Enigmaem: Dom Casmurro. Rio de Janeiro. v.4, n.155, p.7, 29 jun. 1940.
:: Bilhete a Mario Quintanaem: Dom Casmurro. Rio dc Janeiro. v.4, n.165, p.7, 7 set. 1940.
:: Procissãoem: Revista do Globo. nº 290, p.45, 22 fev. 1941.
:: Cirandaem: Revista do Globo. nº.296, p.16, 31 maio 1941.
:: Sombrasem: Revista do Globo. nº 309, p.41, 6 dez. 1941.
:: Assovioem: Revista do Globo. nº.309, p.41, 6 dez. 1941.
:: Sem soluçãoem: Revista do Globo. n309, p.41,6 dez. 1941.
:: Abstraçãoem: Revista do Globo. n.371, p.41, 18 abr. 1942.
:: Procedênciaem: Revista do Globo. nº.371, p.41, 18 abr. 1942.
:: Nilson Bertoline, jovem de 20 anos. Uma nova expressão da poesiaem: Revista do Globo. nº.355, p.12, 22 jan. 1944.
:: Anunciaçãoem: Província de São Pedro. v.1, n.2, p.56-57, set. 1945.
:: Milagreem: Província de São Pedro. v.1, n.2, p.57, set. 1945.
:: Momentoem: Província de São Pedro. v.1, n.2, p.57-58, set. 1945.
:: Naufrágioem: Província de São Pedro. v.2, n.4, p.46, mar. 1946.
:: Rondóem: Província de São Pedro. v.2, n.4, p.46-47, mar. 1946.
:: Cançãozinha sem sentidoem: Província de São Pedro. v.3, n.10, p.49, dez. 1947.
:: Degredoem: Província de São Pedro. v.3, n.10, p.50, dez. 1947.
:: Que a aurora desponte no céu de amanhãem: Horizonte. Porto Alegre. n.4, p.3, 20 dez. 1950.
:: Cirandaem: Horizonte. Porto Alegre. n.5, p.124, maio 1951.
:: Apresentação do poeta Carlos Castro Saavedraem: Horizonte. Porto Alegre, n.6, p.109-111, 1951. 
:: A Gabriela Mistralem: Horizonte. Porto Alegre. n.9, p.254, set. 1951.
:: Não guasqueies, sem precisão nem grites sem ocasiãoem: Horizonte. Porto Alegre. n.10, p.288, out. 1951.
:: A um poetaem: Horizonte. Porto Alegre. n.11/12, p.317, nov./dez. 1951.
:: Raladaem: Horizonte. Porto Alegre. v.2, n.6, p.146-147.
:: Alvoradaem: Horizonte. Porto Alegre. v.2, n.10, p.268, dez. 1952.
:: Poesiaem: Horizonte. Porto Alegre. v.4, n.26, p.19, jan / fev.1954.
:: Primeiro de Maioem: Horizonte. Porto Alegre. v.4, n. 27, p.55-56, mar. /abr. 1954. 
:: Crianças e brinquedosem: Horizonte. Porto Alegre. v.4, n.29, p.124, nov./dez.1954.
:: Momentos líricosem: Correio do Povo. Porto Alegre, 1 out. 1961. p.5.
:: Gritoem: Correio do Povo. Porto Alegre. 8 jan. 1967. p.11. Crítica Literária.
:: Noiteem: Correio do Povo. Porto Alegre. 8 jan. 1967. p.12. Crítica Literária.
:: Lirismoem: Correio do Povo. Porto Alegre. 5 fev.
:: Pianoem: Correio do Povo - Letras e livros. Porto Alegre. 21 ego 1982, p.6.
:: Rosasem: Correio do Povo  - Letras e livros. Porto Alegre, p.6.
:: Noiteem: Correio do Povo - Letras e livros. Porto Alegre. 21 ago. 1982, p. 6. 
:: Campoem: Correio do Povo - Letras e livros. Porto Alegre. 21 ago. 1982, p. 6. 
:: Chorinho. em: Documento. Porto Alegre. v.1, jul./ago. 1990.


TRADUÇÕES REALIZADAS POR LILA RIPOLL
BARDÉSIO, Orfila. Canto da camponesa. [tradução Lila Ripoll]. Revista do Globo n.327: 41, 26 set. 1942. 
HIKMET, Nazim. Um poeta. [tradução Lila Ripoll]. Horizonte. Porto Alegre. n.11 e 12. nov./dez. 1951, p.323.
ARAGON, Louis. Balada para o que cantou no suicídio. [tradução Lila Ripoll]. Horizonte. Porto Alegre. n.11 e 12. nov./dez. 1951, p. 323.


Lila Ripoll - Acervo Delfos/PUCRS
POEMAS ESCOLHIDOS DE LILA RIPOLL

Anunciação
Voam-me pássaros em torno,
numa ciranda sem motivos.
A estrada é fria.
Estou de branco.
Brilha uma estrela em minha mão.

Revoam pássaros em torno.
Meu ombro esquerdo vai ferido.
Medrosos passos vão levando
a fina sombra do meu corpo.

Volteiam folhas,
dança o vento
e a gaze clara do vestido.
Minha cabeça vai pendida
e há uma estrela em minha mão.

Que estranho o caminho andado,
de branco, na estrada fria,
por entre pássaros voando,
por sobre flores caindo
e o ombro esquerdo sangrando.

O mar canta em meus ouvidos
e a Montanha inacessível
estende ramos de paz.
Passam âncoras e cruzes
e há uma estrela em minha mão.

Por que me levam de branco,
na fria estrada de pedra,
com este ombro sangrando,
entre perfumes e asas?

Que anunciam essas cruzes?
Essas âncoras partidas?
Esses pássaros revoando?
E essa estrela em minha mão?

Quem me leva e para onde
com essa estrela na mão?
- Lila Ripoll, em "Por quê?". 1947.


Canção da Chuva
Cai uma chuva tão fina
que quase nem molha a gente.
É uma música em surdina
que apenas a alma sente.

Junto meu rosto à vidraça
e olho a rua sem pensar.
Fico em estado de graça,
como quem vai comungar.

Senhora dos mundos vivos,
Nossa Senhora da Vida,
quantos dias negativos
na minha estrada perdida!

Senhora tu não devias
permitir tantos enganos.
Há excesso de alegrias,
e excesso de desenganos.

Por onde andaram meus passos
vi sinais de desalentos.
Vaguei por muitos espaços
e senti todos os ventos.

Ventos do sul, vento norte,
ventos do leste e do oeste,
tão diversos como a sorte
que tu, na vida, nos deste.

Senhora dos mundos vivos,
Nossa Senhora da Vida —
quantos dias negativos
na minha estrada perdida!
- Lila Ripoll, em "Céu vazio: poesia". 1941.


Canção de agora
Ontem meu peito chorava.
Hoje, não.
Também cansa a desventura.
Também o sol gasta o chão.

Estava ontem sozinha,
tendo a meu lado, sombria,
minha própria companhia.
Hoje, não.

Morreu de tanto morrer
a pena que em mim vivia.
Morreu de tanto esperar.
Eu não.

Relógios do tempo andaram
marcando o tempo em meu rosto.
A vida perdeu seu tempo.
Eu não.

Também cansa a desventura.
Também o sol gasta o chão.
- Lila Ripoll, em "O coração descoberto". 1961.


Cantiga de roda
"Bota terra no meu lenço,
pra plantá manjericão."
— Ai! versos da minha infância,
meus anos não volverão.

"Atirei um limão verde
por cima da sacristia."
— Ai! vozes que me prenderam
a um passado de alegria!

"Menina, minha menina,
cinturinha de retrós."
— Ai! balcão de nossa loja,
onde andarão meus avós?

"O cravo brigou com a rosa
defronte de uma sacada."
— Ai! cantigas esquecidas,
crianças de mãos trançadas.

"Roda, roda cirandinha,
vamos todos cirandar."
— Ai! prendas da minha infância,
deixem meus olhos chorar!

"Lá vem o sol, vem chegando
redondo como um botão."
— Ai! joguem terra em meu corpo
mas deixem meu coração.

Ai! joguem terra em meu corpo
mas poupem meu coração.

Botem terra no meu corpo
mas plantem manjericão!
- Lila Ripoll, em "O coração descoberto". 1961.


Correntes
Tantos e tantos caminhos
e os meus pés aqui parados
na negativa de andar.
Cansei a boca e o desejo,
Desenrolei pensamentos,
Pedi, pedi que seguissem
E eles ficaram imóveis,
Como rocha junto ao mar.

Há correntes invisíveis
Enroladas no meu corpo.
– Ninguém as pode partir! –
Fico parada às estradas,
Encho a cabeça de sonhos,
Atiro as mãos para frente
Mas nunca posso seguir.

Minha roupa às vezes toma
A forma exata de um barco
Que morre por navegar.
Mas – ai! De mim! – faltam remos,
A água vem, vai e volta,
Molha meus pés invisíveis
E as correntes não me deixam.
– Meu destino é renunciar. –

Os caminhos estão claros
E há um convite sem medidas...
– Ah! Partir minhas correntes! –
Prisioneira do meu corpo,
Sobem ondas de desejos,
Descem ondas de esperança –
Vai e vem soturno e triste
Como a água das vertentes!

Pode a vida fechar todos
os caminhos que me abriu.
Meus pés não querem andar.
Falei sempre inutilmente...
Minha boca é um traço triste
Que perdeu seu movimento
De pedir... sem alcançar... 
- Lila Ripoll, em "Céu vazio: poesia". 1941.


Poema VI
Hoje pensar me dói como ferida.
O próprio poema não é poema.
Tem qualquer coisa de trágico.
De sangue junto ao muro.
De pétalas descidas.
De véu cobrindo o retrato
de um morto.

Hoje pensar me dói como ferida.
Mas é uma imposição-pensar.

Não quero estado de graça,
nem aceito determinismo.
Só a morte é irreversível.

A opressão do azul
aumenta meu conflito,
e é cruel escutar as razões
da razão.

Quisera repartir-me
no cristal da manhã.

Ser um pouco daquela rosa
tocada de irrealidade;
de tênue luz ferindo
o espelho do rio;
daquela estátua pudica
que parece ter ressuscitado
a inocência

Mas em vez disso,
aqui estou:
queimada em pensamentos,
quebrados os instrumentos
do sonho.
- Lila Ripoll, em Poemas inéditos/in: Antologia poética. Rio de Janeiro: Leitura; Brasília: INL, 1968.


Primavera
Setembro entrou pela janela adentro,
com um puro frescor de primavera.
Inunda-se de luz toda a paisagem
e o meu canto transborda à tua espera.

A doçura da tarde é uma carícia.
Entreabrem-se flores docemente.
As nuvens estão nítidas e imóveis
no céu azul aberto à minha frente.

Há murmúrios e vozes pela rua.
Frescos risos distraem meus ouvidos
e ficam borbulhando como fonte
ou como choque de cristais partidos.

A ternura contida de meu peito
ameaça transbordar dentro da tarde.
como um rio fugindo de seu leito.

Minha pobre ternura ignorada,
minha heróica ternura impressentida,
teima em mostrar-se como a primavera,
pensa em tocar de leve a tua vida.

É difícil ser poeta e ser mulher.
É difícil cantar sem revelar.
Pode o poeta contar o seu segredo,
mas a mulher o seu deve guardar.

A ternura contida de meu peito
ameaça transbordar dentro da tarde,
como um rio fugindo de seu leito.

Fecharei a janela à primavera
e calarei o poeta nesta tarde,
para que o sonho em nada me perturbe,
nem meu canto transborde à tua espera.
- Lila Ripoll, em "Poemas e Canções". Cadernos da Horizonte. Porto Alegre: Horizonte, 1957.


Retrato
Chego junto do espelho. Olho meu rosto.
Retrato de uma moça sem beleza.
Dois grandes olhos tristes como agosto,
olhando para tudo com tristeza!

Pequeno rosto oval. Lábios fechados
para não revelar o meu segredo...
Os cabelos mostrando, sem cuidados,
Uns fios brancos que chegaram cedo.

A longa testa aberta, pensativa.
No meio um traço, leve, vertical,
indicando uma idéia muito viva
e os sérios pensamentos: — o meu mal!...

O corpo bem magrinho e pequenino.
— Sete palmos de altura, com certeza. —
Tamanho de qualquer guri menino
que a idade, a gente fica na incerteza!

E nada mais. A alma? Ninguém vê.
O coração? Coitado! está bem doente.
Não ama. Não odeia. Já não crê...
E a tudo vive alheio, indiferente!...

Meu retrato. Eis aí: Bem igualzinho.
O espelho é meu amigo. Nunca mente.
No meu quarto, ele é o móvel mais velhinho.

E sabe desde quando estou descrente!...
- Lila Ripoll, em "De mãos postas". 1938.


Rosas
Rodearam-me de rosas
e o quarto branco do hospital
transfigurou-se.

Rosas vermelhas,
vermelhas rosas,
bandeiras amotinadas
a machucar o silêncio.

Rodearam-me de rosas
e um frêmito vermelho
sacudiu a quietude.

As rosas, as bandeiras
amotinadas, invadiram
o quarto.

Minha cabeça não consegue
pousar no travesseiro.

Porque elas, as rosas,
as bandeiras amotinadas,
são um toque de levantar
- Lila Ripoll, em "Águas Móveis". 1965.



Ternura
Eu te amo com a ternura das mães
que embalam os filhos pequeninos.
E te amo sem desejos.

Perto de ti meus sentidos desaparecem.
Meu corpo tem castidades de santa e de menina.

Quando falas nenhuma sobra se interpõe entre nós dois
Fico presa à palavra de tua boca
e à palavra de teus olhos.
Nada existe fora de nós. Longe de nós...
Tu és o Princípio e o Fim. O Tempo e o Espaço
Cada palavra tua mais espiritualiza
o meu sentimento e a minha ternura.

Tenho vontade de que meus braços se transformem
num grande berço,
para embalar teu sono de homem triste.

Nenhuma estrela brilha mais clara que os teus olhos
na minha alma,
e que a tua palavra no meu coração.

Nenhum homem foi amado com tanta pureza sem pecado,
nem tanta adoração!

Nenhuma mulher vestiu de tanta castidade
seu corpo e sua alma,
para a tristeza de um amor que quer viver,
e quer morrer.
- Lila Ripoll, em "Céu vazio: poesia". 1941.



FORTUNA CRÍTICA DE LILA RIPOLL
[Estudos acadêmicos - teses, dissertações, ensaios e artigos]
Lila Ripoll
ALMEIDA, Lélia Couto. Verbete sobre vida e obra de Lila Ripoll. para o site do Centro de estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins. 2005.
BAIRROS, Maria Helena Campos de.. Lírica e Representação Social: Uma Leitura da Trajetória Poética de Lila Ripoll. (Dissertação Mestrado em Lingüística e Letras). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, 1992.
BALBUENO, Luciana Haesbaert. A produção de Lila Ripoll na Revista Horizonte. (Dissertação de Mestrado em Lingüística e Letras). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2001. 
BALBUENO, Luciana Haesbaert. A trajetória intelectual de Lila Ripoll. (Tese Doutorado em Lingüística e Letras). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2005.
BALBUENO, Luciana Haesbaert. Lila Ripoll e a revista Horizonte. In: IV Seminário Internacional de História da Literatura, 2001, Porto Alegre. Anais do IV Seminário Internacional de História da Literatura. Porto Alegre: PUCRS, 2001.
BITTENCOURT, Gilda Neves da Silva. Vozes femininas na literatura sul-rio-grandense. Ciências e Letras, Porto Alegre, n. 15, 1995. 
BORDINI, Maria da Glória. Lila Ripoll. Porto Alegre: IEL, 1987. 
BORDINI, Maria da Glória. Erico Verissimo. Lara de Lemos. Lila Ripoll. Lya Luft. (Verbete de dicionário). In: ZILBERMAN, R.; MOREIRA,M.E.; ASSIS BRASIL, L.A. (Orgs.) Pequeno dicionário da literatura do Rio Grande do Sul.. Porto Alegre: Novo Século, 1999.
CANDELORO, Rosana Jardim. Elementos para uma possível articulação entre Lila Ripoll e Patrícia Galvão. Contexto & Educação, Ijuí, n.9, p. 93-99, 1989.
CLEMENTE, Elvo. Lila Ripoll: angústia e beleza. Revista da Academia Rio-Grandense de Letras. Porto Alegre, p 6 7-7 2, 1986.
CRUZ, Antonio Donizeti da.. A viagem na poesia de Cecília Meireles, Lila Ripoll e Helena Kolody: uma poética da travessia. In: Ana Maria Lisboa de Mello. (Org.). Cecília Meireles e Murilo Mendes (1901-2001). 1ª ed., Porto Alegre - RS: Uniprom, 2002, v. 1, p. 194-200.
CRUZ, Antonio Donizeti da.. Confluências de vozes na lírica de Helena Kolody e Lila Ripoll. In: Proceedings Of The Eleven Internacional Bakhtin Conference XI Conferência Internacional Sobre Bakhtin, 2004, Curitiba - PR. http://www.ufpr.br/bakhtin. Curitiba - PR: Editora da UFPR, 2003. v. 1. p. 229-237.
CRUZ, Antonio Donizeti da.. Mito e duplicidade na lírica de Lila Ripoll. In: XVI Seminário do CELLIP, 2003, Londrina - PR. Anais do XVI Seminário do CELLIP (Centro de Estudos Lingüísticos e Literários do Paraná). Londrina - PR: Editora da UEL - CELLIP, 2003. v. 1. p. 1-5.
CRUZ, Antonio Donizeti da.. O desdobramento do eu na lírica de Lila Ripoll. In: 5ª JELL - Jornada de Estudos Lingüísticos e Literários, 2002, Marechal Cândido Rondon - PR. 5ª JELL - Jornada de Estudos Lingüísticos e Literários - Tema: Linguagem e produção de sentido. Marechal Cândido Rondon - PR: Escala, 2002. v. 1. p. 29-40.
CRUZ, Antonio Donizeti da.. A viagem na poesia de Cecília Meireles, Lila Ripoll e Helena Kolody. In: Colóquio Brasileiro Cecília Meireles & Murilo Mendes, 2001, Porto Alegre - RS, 2001.
CRUZ, Antonio Donizeti da.. O universo imaginário de Lila Ripoll: Mito, Poesia e Memória. In: III Jornada Científica da Unioeste, 2005, Marechal Cândido Rondon. III Jornada Científica da Unio. Cascavel - PR: Unioeste - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, 2005. v. 1. p. 1-5.
FIGUEIRA, Gaston. Poesía brasileña contemporânea (1920-1946)  Crítica y antologia. Montevideo: Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, 1947, 142p.
FLORES, Hilda Agnes Hübner. Lila Ripoll. In: Hilda Agnes Hübner Flores. (Org.). Palavras 2005. 1ª ed., Porto Alegre: Ediplat, 2005, v. 1, p. 37-42.
FRANCO, Helenita Rosa. Lila Ripoll, poeta e militante. Presença Literária, Porto Alegre, p. 83-88, 2006.
GONÇALVES, Ivani Calvano. A estrutura do texto artístico em Lila Ripoll. DLCV (UFPB), v. 5, p. 39-48, 2007.
MARANGONI, Marli Cristina Tasca; ARENDT, João Claudio. Lila Ripoll: intimismo e engajamento. Nau Literária (UFRGS), v. 5, p. 129-138, 2007.
PAVANI, Cinara Ferreira. A representação da mulher na poesia de Lila Ripoll. Revista eletrônica de crítica e teoria de literaturas - Comunicações dos fóruns. PPG-LET-UFRGS – Porto Alegre – Vol. 03 N. 02 – jul/dez 2007. Disponível no link. (acessado em 15.6.2015. 
POZZER, Ranice Höehr Pedrazzi. Lila Ripoll, toda a poesia de uma revolucionária. Jornal A Razão, Santa Maria, 19 jun. 2007.
SILVA, Maria Cristina Müller da.. Representações do sagrado na poesia de Lila Ripoll. (Dissertação Mestrado em Letras, Cultura e Regionalidade). Universidade de Caxias do Sul, 2009. Disponível no link. (acessado em 15.6.2015). 
SILVA, Maria Cristina Müller da.. Representações do Sagrado na poesia de Lila Ripoll. In:  I Seminário Internacional de Língua, Literatura e Processos Culturais, Caxias do Sul. 2011.
STEIN, Jaqueline; CRUZ, Antonio Donizeti da.. As imagens poéticas em Lila Ripoll: o memorialismo fixado na infância. Especialização em Língua, Literatura e Ensino, v. 1, p. 1-13, 2006.
ZILBERMAN, Regina. Literatura gaúcha. Temas e figuras da ficção e da poesia no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: L&PM, 1985.



REFERÊNCIA E OUTRAS FONTES DE PESQUISA
:: Delfos Espaço de Documentação e Memória Cultural - PUCRS


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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Lila Ripoll - o fazer poético. Templo Cultural Delfos, agosto/2015. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 15.8.2015.




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Guilherme de Almeida - tradição e invenção

Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
Guilherme de Andrade e Almeida nasceu em Campinas, SP, a 24 de julho de 1890. Filho do jurista e professor de direito Estevão de Araújo Almeida e de Angelina de Andrade Almeida, passou os primeiros anos da infância nas cidades de Limeira, Araras e depois Rio Claro, onde realizou os estudos primários. Em 1902 tornou-se aluno do Ginásio de Campinas e, em 1903, com a vinda da família à cidade de São Paulo, ingressou no Colégio de São Bento. Formou-se, em 1907, no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, dos Irmãos Maristas. Em 1912, concluiu o curso da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, tendo, após a formatura, atuado como promotor público em Apiaí e em Mogi-Mirim. De volta à Capital em 1914, trabalhou com o pai até 1923, quando passou a se dedicar prioritariamente à atividade de escritor, iniciada alguns anos antes.
A estreia literária de Guilherme de Almeida se deu em 1916, com Mon Coeur Balance e Leur Âme (teatro), peças escritas em colaboração com Oswald de Andrade e editadas sob o título de Théatre Brésilien. Seu primeiro livro de poemas, Nós, veio a lume em 1917, seguindo-se A dança das horas e Messidor, ambos de 1919, e o Livro de Horas de Sóror Dolorosa, publicado em 1920. Escreveu, em 1921, o ensaio Natalika e os atos em verso Scheherazada e Narciso – A flor que foi um homem. Publicou Era uma Vez... em 1922. Nesse mesmo ano, atuou decisivamente na realização da Semana de Arte Moderna, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti e Menotti del Picchia, entre outros. Ajudou a fundar a revista Klaxon (porta-voz do movimento), integrando a equipe de editores; criou a capa do periódico, além de anúncios publicitários dos patrocinadores, de concepção precursora da visualidade da arte de vanguarda e da própria propaganda moderna.
O poeta casou-se em 1923 com Belkiss Barroso do Amaral (Baby), e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1925. Nesse ano publicou quatro livros de poemas: Narciso, Encantamento, Raça e Meu, consistindo, estes dois últimos (principalmente Meu), no ápice de sua poesia modernista. Escreveu, também nesse ano, a conferência "Revelação do Brasil pela poesia moderna" e a apresentou no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e no Ceará, a fim de difundir os ideais estéticos do Modernismo, regressando, em seguida, a São Paulo.
Em 1932, Guilherme participou ativamente da Revolução Constitucionalista, chegando a se alistar voluntariamente, como soldado raso, e a lutar na cidade de Cunha. Ao final desse Movimento, foi preso e exilado em Portugal, onde permaneceu até o ano seguinte. A estada naquele país forneceu elementos para a elaboração de crônicas reunidas no livro O meu Portugal, publicado em 1933.
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
Eleito em 1928 para a Academia Paulista de Letras e, em 1930, para a Academia Brasileira de Letras, Guilherme de Almeida foi, durante décadas, o mais popular poeta paulista. Sua obra compreende mais de 70 publicações, entre poesia, prosa, ensaio, tradução, além do extenso trabalho jornalístico, ainda esparso; deste, destaque-se sua coluna "Cinematographos", pioneira da crítica cinematográfica em nosso país, mantida no jornal O Estado de S. Paulo entre as décadas de 1920 e 1940. Em 1959 foi eleito "Príncipe dos Poetas Brasileiros" em concurso patrocinado pelo jornal Correio da Manhã, por meio da seção "Escritores e livros" – escolhido por um "colégio eleitoral" de cerca de mil componentes, concorreu com os poetas Manuel Bandeira, Carlos Drummond da Andrade, Vinicius de Moraes e Mauro Mota.
Guilherme faleceu em 11 de julho de 1969, em sua casa da Rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo – a "Casa da Colina" –, onde residia desde 1946. Adquirida pelo Governo do Estado na década de 1970, a residência do poeta tornou-se o museu biográfico e literário Casa Guilherme de Almeida, inaugurado em 1979, que abriga também, hoje, um Centro de Estudos de Tradução Literária.
Dotado de reconhecido domínio técnico, Guilherme transitou com igual competência por modelos composicionais diversos. Segundo o escritor Lêdo Ivo, em sua introdução à segunda edição de Raça, "talvez mais do que nenhum outro dos participantes da Semana de Arte Moderna, Guilherme de Almeida viveu o drama da conciliação estética do novo com o velho, da fôrma com a forma, da tradição com a invenção, da rotina e do automatismo das receitas com o clamor de criatividade".
:: Fonte: Casa Guilherme de Almeida (acessado em 2.8.2015).


Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
OBRA DE GUILHERME DE ALMEIDA
Poesia
:: Nós. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1917; 4ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.
:: A dança das horas São Paulo: O Estado de São Paulo, 1919; São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1928.
:: Messidor. São Paulo: O Livro, 1919; São Paulo: Office graph. Monteiro Lobato, 1923, 227p.
:: Livro de horas de Sóror Dolorosa: a que morreu de amor. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1920; 1928.
:: Era uma vez... São Paulo: Casa Mayença, 1922.
:: A frauta que perdi: canções gregas. Rio de Janeiro: Edições Annuario do Brasil, 1924, 158p.
Caricatura de Guilherme de Almeida
 (com traços orientais). pelo artista Ferreira
:: A flor que foi de um homem (Narciso): poemaSão Paulo: Irmãos Marrano, 1925, 58p.
:: Meu: livro de estampas. São Paulo: Typ. Paulista de José Napoli e Cia., 1925.
:: Raça. São Paulo: José Napoli e Companhia, 1925.
:: EncantamentoSão Paulo: Irmãos Marrano, 1925.
:: Simplicidade: versos escriptos entre 1910 a 1916. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1929.
:: Você. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931.
:: Carta a minha noiva. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931, 46p.
:: Poemas escolhidos. Rio de Janeiro: Waissman: Reis, 1931.
:: Acaso: versos de todo tempoSão Paulo: Companhia Editora Nacional, 1938.
:: Tempo (1914-1944)..  [prefácio de Jamil Almansur Haddad e ilustrações de Quirino].São Paulo: Flama, 1944, 247p.
:: Poesia vária. São Paulo: Livraria Martins, 1947.
:: O anjo de sal. São Paulo: Alarico, 1951.
:: Toda poesia6 vol's, São Paulo: Emp. Graf. Revista dos Tribunais, 1952; São Paulo: Livraria Martins Editôra, 5 vol's, 1955. 
:: Acalanto de BartiraSão Paulo: Elvino Pocai, 1954.
:: Camoniana. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1956.
:: Pequeno romanceiroSão Paulo: Livraria Martins, 1957.
:: Rua. São Paulo:  Livraria Martins, 1961.
:: Rosamor. São Paulo:  Livraria Martins, 1965.
:: Meus versos mais queridos. São Paulo: Edições de Ouro, 1967, 223p.
:: Os sonetos de Guilherme de Almeida. São Paulo: Martins, 1968.

Poesia - edições póstumas 
:: Poemas paulistas de Guilherme de Almeida. São Paulo: [s.n.], 1990.
:: Haicais completos. São Paulo: Aliança Cultural Brasil - Japão, 1996.
:: Encantamento: Acaso; Você; seguidos dos haicais completos. [organização Suzi Frankl Sperber]. Campinas: Editora UNICAMP, 2002, 239p.
:: Os melhores poemas de Guilherme de Almeida. 3ªed. São Paulo: Global, 2004.
:: Margem: poesia. [apresentação de Marcelo Tápia; posfácio de Carlos Vogt]. São Paulo: AnnaBlume / Casa Guilherme de Almeida, 2010.

Ensaio e prosa
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
:: Natalika. Rio de Janeiro: Candeia Azul, 1924; Campinas: Unicamp, 1993.
:: Do sentimento nacionalista na poesia brasileira. São Paulo: Typ. Da Casa Garraux, 1926.
:: Rhythmo, elemento de expressão. (These de concurso). São Paulo: Typ. da Casa Garraux, 1926.São Paulo: Typ. da Casa Garraux, 1926.
:: Gente de cinema. São Paulo: Sociedade Impressora Paulista, 1929.
:: Cartas que eu não mandei. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932.
:: Meu Portugal. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1933.
:: A casa. (palestra).. São Paulo: Typografia do Instituto D. Anna Rosa, 1935.
:: Gonçalves Dias e o romantismo. (Conferência na ABL). São Paulo: Revista dos Tribunais, 1944.
:: Cartas do meu amor. São Paulo: Livraria Martins, 1941.
:: Histórias, talvez... São Paulo: Melhoramentos, 1948, 82p.
:: Cosmópolis. (reportagens).. [carvões de Gomide]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1962.
:: Baile de formatura. [ilustrações Renato Zamboni]. São Paulo: Secretaria de Saúde Pública e Assistência Social/Secção de Propaganda e Educação Sanitária, 1953.

Ensaio e prosa - edições póstumas
:: Castro Alves: O artista. São Paulo: Pannartz, 1990.
:: Pela cidade, seguido de Meu roteiro sentimental da cidade de São Paulo. 2004.
:: Poética d'Os sertões. [Guilherme de Almeida e Augusto de Campos]. São Paulo: AnnaBlume / Casa Guilherme de Almeida, 2010.

Infantil e juvenil
:: O sonho de Marina. [ilustrações de Dorca]. São Paulo: Melhoramentos, 1941.

Infantil e juvenil - edições póstumas
:: O Pião. São Paulo: Global, 2003.
:: Tênis. São Paulo: Global, 2006.

Teatro
:: Théatre Brésilien[Guilherme de Almeida e Oswald de Andrade]. 1916.
:: Mon coeur balance / leur ame[Guilherme de Almeida e Oswald de Andrade]. 1916; São Paulo: Globo, 1991.
:: O estudante poeta. [Guilherme de Almeida e Jaime Barcelos]. 1939.

Poesia - LP/disco
LP "Paulo Bonfim - Guilherme de Almeida". [apresentação contracapa Heraldo Barbuy] selo Prosa e Poesia; RGE, 1989. {catalogo XRLP. 200.0001 - Série aniversário}.



TRADUÇÕES REALIZADAS POR GUILHERME DE ALMEIDA
livros traduzidos e óculos do autor
ANCHIETA, José de.. Na festa de São Lourenço. [tradução Guilherme de Almeida - nas partes em tupi e castelhano]. São Paulo: Editora Gráfica Irmãos Andrioli, 1954.
ANDERSEN, Hans Christian. João Pestana (Ole-Luk-Oie, the Dream-God).. [tradução Guilherme de Almeida; ilustrações de Dorca]. São Paulo: Melhoramentos, 1941; 4ª ed., 1951.
ANOUILH, Jean. Eurídice. 1965.
ANOUITH, Jean. Sófocles. (teatro).. [transcrição Guilherme de Almeida]. Fonte: Enciclopédia Itau Cultural (acessado em 14.5.2016).
BAUDELAIRE, Charles-Pierre. Flores das flores do mal de Baudelaire (Les Fleurs du Mal).. [seleção, organização, notas e tradução Guilherme de Almeida; ilustrações Henri Matisse; apresentação Manuel Bandeira]. edição bilíngue. Coleção Rubáiyát. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1944.
BAUDELAIRE, Charles-Pierre. Algumas Flores de Flores do Mal. [seleção Maura Sardinha; tradução Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
BAUDELAIRE, Charles-Pierre. Flores das flores do mal de Baudelaire (Les Fleurs du Mal)..[tradução e notas de Guilherme de Almeida; ilustrações de Henri Matisse; apresentação de Manuel Bandeira; posfácio de Marcelo Tápia]. Edição bilíngue. São Paulo: Editora 34, 2010.
BOND, Niles. Arcanum: poemas. [tradução de Guilherme de Almeida]. São Paulo: Martins, 1965.
BUSCH, Wilhelm. Corococó e caracacá e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida; Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1943, 32p.  
BUSCH, Wilhelm. O camundongo e outras histórias  (Die maus).. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1943, 32p.  
BUSCH, Wilhelm. O fantasma lambão e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1943, 32p. 
BUSCH, Wilhelm. A mosca e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1946, 32p. 
BUSCH, Wilhelm.  A cartola. [tradução Guilherme de Almeida; Ilustração Wilhelm Bush]. Série Busch. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1949, 32p.
BUSCH, Wilhelm. O macaco e o moleque. [tradução Guilherme de Almeida e Maria Threreza Cunha Giácomo; ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 2. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1976, 63p.
BUSCH, Wilhelm. O fantasma lambão e outras estórias. [tradução Guilherme de Almeida e
Maria Threreza Cunha Giácomo; ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 3. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1976. 64p. 
BUSCH, Wilhelm. O camundongo outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida;
Ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº5. 1ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1976, 64 p. 
BUSCH, Wilhelm. A cartola e outras histórias. [tradução Guilherme de Almeida; ilustração
Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 7. 1ª ed.,  São Paulo: Melhoramentos, 1976, 64p. 
BUSCH, Wilhelm. A cartola. [tradução Guilherme de Almeida; ilustração Wilhelm Busch]. Série Juca e Chico, nº 7. Belo Horizonte: Itatiaia, 1982, 64 p. 
COCTEAU, Jean. Orfeu. 1965.
DISNEY, Walt. Pinocchio. 1943.
DURTAIN, Luc. Suite brasileira (Quatre Continents)..  [tradução Guilherme de Almeida].  São Paulo: Revista dos Tribunaes, 1936. 
FIELD, Rachel. Uma oração de criança (Prayer for a child).. [tradução Guilherme de Almeida; desenhos de Elisabeth Orton Jones]. São Paulo: Melhoramentos, 1946. 
GERALD, Paul. Eu e você (Toi et moi)..  [tradução de Guilherme Almeida; ilustrações de Darcy Penteado]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932.
HOFFMANN, Heinrich. João felpudo (Der Struwwelpeter). [tradução Guilherme de Almeida e desenhos de Doca] São Paulo: Melhoramentos, 1942. 
LOUYS, Pierre. O amor de Billits (algumas canções).. [tradução de Guilherme Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. 
Poetas de França 1ª ed., São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1936
POETAS de França. [organizada, compilada e traduzida por Guilherme de Almeida]. edição bilíngueSão Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936; 2ª ed., 1944; [apresentação de Marcelo Tápia]. São Paulo: Editora Babel, 2011.
SALET, Pierre. As palavras de Buddha (Les paroules Du Bouddha).. [tradução Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948.
SARTREJean-Paul. Entre quatro paredes (Huis Clos).[tradução Guilherme de Almeida].  São Paulo: Revista dos Tribunais, 1950. 
SOFOCLESA Antígone de Sófocles (Ἀντιγόνη).. [tradução Guilherme de Almeida]. São Paulo: Alarico, 1952.
TAGORE, Rabindranath. O Gitanjali. [traducção de Guilherme de Almeida]. 2ª ed., Rio de Janeiro: J. Olympio, 1939.
TAGORE, Rabindranath. O jardineiro. [tradução de Guilherme de Almeida; capa de Santa Rosa]. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1939.
TAGORE, Rabindranath. A fugitiva (The fugitive).. [tradução Guilherme de Almeida] São Paulo: Paulus, 1962.
TYGEL, Simon. Jornal de um amante (Journal d’un amant).. [tradução Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961.
TYGEL, Simon. Festival[tradução Guilherme de Almeida]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1965.  
TYGEL, Simon. Os frutos do tempo (Les fruits du temps). [tradução de Guilherme de Almeida; capa de Renato Zamboni]. edição bilíngue. São Paulo: Cupolo, 1967.
VALLEJO, Antonio buero. Histórias de uma escada (Historia de uma escalera).. [tradução Guilherme de Almeida] Petrópolis: Vozes, 1965. 
VERLAINE, Paul. Paralelamente a Paul Verlaine. [desenhos de Dorca]. edição bilíngue. São Paulo: Martins, 1944.
VERLAINE, Paul. A voz dos botequins e outros poemas. [organização e tradução Guilherme de Almeida]. São Paulo: Editora Martins, 1944; reedição, São Paulo: Hedra, 2010, 89p.
VIRGIL, Constancio C.. A formiguinha viajeira. (s./d.).
WILDE, Oscar. A importância de ser prudente (The Importance of Being Earnest).. [tradução Guilherme de Almeida e Werner J. Loewenberg] 1ª ed., 1960; 2ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. 
WILLIAMS, Tennesse. Lembranças de Berta. 1965.
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:: não gosto de plagio. excelente dica.



REVISTA KLAXON
:: Última edição da revista modernista Klaxon. Capa do poeta Guilherme de Almeida, 1923. Disponível no link. (acessado em 3.8.2015).




Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
POEMAS ESCOLHIDOS DE GUILHERME DE ALMEIDA

A dança das horas
Frêmito de asas, vibração ligeira
de pés alvos e nus,
que dançam, tontos, como dança a poeira
numa réstia de luz...

São as horas, que descem por um fio
de cabelo do sol,
e vivem num contínuo corrupio,
mais obedientes do que o girassol.

Dançando, as doze bailarinas tecem
a vida; e, embora irmãs,
não se vêm, não se dão, não se parecem
as doze tecelãs!

E, de mãos dadas, confundidas quase,
no invisível sabá,
elas são silenciosas como a gaze,
ou farfalhante como o tafetá.

Frágeis: têm a estrutura inconsistente
de teia imaterial,
que uma aranha teceu pacientemente
nos teares de um rosal.

E, entre tules volantes, noite e dia,
o alado torvelim
vertiginosamente rodopia,
numa elasticidade de Arlequim!

Vêm coroadas de rosas, num remoinho
cambiante de ouro em pó:
cada rosa, que esconde o seu espinho,
dura um minuto só.

Sessenta rosas, vivas como brasas,
traz cada uma; e, ao bater
da talagarça diáfana das asas,
põem-se as coroas a resplandecer...

À proporção que gira à minha frente
o bailado fugaz,
cada grinalda, vagarosamente,
aos poucos, se desfaz.

E quando as doze dançarinas, feitas
de plumas, vão recuar,
levam as frontes, claras e perfeitas,
circundadas de espinhos, a sangrar...

Assim, depois que a estranha sarabanda
na sombra se dilui,
penso, vendo o outro bando que ciranda
em torno do que fui,

que há uma alma em cada gesto e em cada passo
das horas que se vão:
pois fica a sombra de seu véu no espaço,
fica o silêncio de seus pés no chão!...
- Guilherme de Almeida, em "A dança das horas". 1919.


Cubismo
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
Um Arlequim feito de cubos
equilibrados:
trinta losangos arranjados
sobre dois tubos.
— Ele talvez
jogue xadrez…

No halo, que a lâmpada tranquila
rasga, de cima,
esse Arlequim de pantomima
oscila, oscila,
e vem… e vai…
e quase cai…

Mas entra alguém: é uma silhueta
que espia e passa.
Seu riso é um fruto sob a graça
da mosca preta
— É uma mulher
como qualquer…

Um gesto só lânguido e doce:
e, num instante,
Dom Arlequim, o petulante,
esfarelou-se…
— Todo Arlequim
é mesmo assim…
- Guilherme de Almeida, em "Encantamento". 1925.


Cuidado!
Ó namorados que passais, sonhando,
quando bóia, no céu, a lua cheia!
Que andais traçando corações na areia
e corações nos peitos apagando!

Desperta os ninhos vosso passo... E quando
pelas bocas em flor o amor chilreia,
nem sei se é o vosso beijo que gorjeia,
se são as aves que se estão beijando...

Mais cuidado! Não vá vossa alegria
afligir tanta gente que seria
feliz sem nunca ouvir nem ver!

Poupai a ingenuidade delicada
dos que amaram sem nunca dizer nada,
dos que foram amados sem saber!
- Guilherme de Almeida, em "Messidor". 1919.



Harmonia velha
O teu beijo resume
Todas as sensações dos meus sentidos
A cor, o gosto, o tato, a música, o perfume
Dos teus lábios acesos e estendidos
Fazem a escala ardente com que acordas o fauno encantador
Que, na lira sensual de cinco cordas,
Tange a canção do amor!

E o tato mais vibrante,
O sabor mais sutil, a cor mais louca,
O perfume mais doido, o som mais provocante
Moram na flor triunfal da tua boca!
Flor que se olha, e ouve, e toca, e prova, e aspira;
Flor de alma, que é também
Um acorde em minha lira,
Que é meu mal e é meu bem...

Se uma emoção estranha
o gosto de uma fruta, a luz de um poente -
chega a mim, não sei de onde, e bruscamente ganha
qualquer sentido meu, é a ti somente
que ouço, ou aspiro, ou provo, ou toco, ou vejo...
E acabo de pensar
Que qualquer emoção vem de teu beijo
Que anda disperso no ar...
- Guilherme de Almeida


Humorismo
Sossego macio da tarde.
Um sol cansado
passa pelo rosto suado
uma nuvenzinha alva como um lenço
para enxugar as primeiras estrelas.
Silêncio.

E o sol vai caminhando sobre os montes tranqüilos
vai cochilando. E de repente
tropeça e cai redondamente
sob a pateada dos sapos e a vaia dos grilos.
- Guilherme de Almeida, em "Meu: livro de estampas". 1925.


cântico dos cânticos
Guilherme de Almeida, por (...)
       Ego dilecto meo, et dilectus
      meus mihi, qui pascitur inter
      lilia.
      (Cânticos, VI, 2).

Este é o meu Cântico dos Cânticos,
a exaltação da minha vida,
toda a expressão do meu amor.
Meus pobres olhos são românticos
porque me viram refletida
nos olhos bons do meu Senhor.

O Bem Amado é longo e pálido,
pálido e longo como um lírio,
e suave, e bom como um perdão.
Ao seu contato amante e cálido,
meu corpo todo é como um círio
piedoso aceso em sua mão.

A sua mão é meu oráculo:
tomo-lhe os dedos e desfolho-os
como se fosse um malmequer.
O seu olhar é um tabernáculo
onde eu adoro estes meus olhos,
estes meus olhos de mulher.

Em cada nervo, em cada músculo
ele tem sombras de sol posto
que se prolongam sobre mim:
por isso há sempre este crepúsculo
agonizando no meu rosto
feito de cinza e de marfim.

É como o sol a sua túnica.
Com longos fios de cabelo
da minha trança, que cortei,
fiz-lhe esse manto esplêndido, única
e simplesmente para vê-lo
vestido de ouro, como um rei.

Sempre que estendo a mão fanática,
ou que debruço o olhar tristonho
sobre o meu lago espiritual,
é como uma alva flor aquática,
na superfície do meu sonho,
sua silhueta de cristal.

Como volutas de um turíbulo,
voaram meus braços para o Eleito,
desde a primeira vez que o vi.
Quando transpus o seu vestíbulo,
meu coração fugiu do peito:
foi nos meus joelhos que o senti!
- Guilherme de Almeida, em "Livro de horas de Soror Dolorosa". 1920.


Soneto XXXII
Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia, de papel, toda uma armada;
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, são como aqueles,

perfeitamente, exatamente iguais...
- Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
- Guilherme de Almeida, em "Nós". 1917.

Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
FORTUNA CRÍTICA DE GUILHERME DE ALMEIDA
[Estudos acadêmicos - teses, dissertações, ensaios, artigos, livros e artigos jornalísticos]
BALDO, Luiza Maria Lentz . O haicai no Brasil: nuanças de estilo entre Guilherme de Almeida e Helena Kolody. In: Anais do X Encontro Anual de Iniciação Científica. Ponta Grossa: UEPG, 2001. v. 4. p. 534-534.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de.. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Letras, 2001: 2v. 
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Nacionalismo, cosmopolitismo e afrancesamento em Mon Coeur Balance e Leur Âme, de Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida. (Dissertação Mestrado em História). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, 2013.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. O ideário da paulistanidade, a poesia escolar e a literatura infantil nas obras de Guilherme de Almeida. A MARGEM - Revista Eletrônica de Ciências Humanas, Letras e Artes, v. 5, p. 61/9-70, 2011.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Modernidade, modernismo e ideiario nacional em Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida (1915-1930): aproximações, cisões e continuidades.. In: Primeiro Encontro de Pesquisa em História da UFMG, 2012, Belo Horizonte. Anais Eletrônicos, 2012. v. II. p. 83-95.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Baudelaire como escudo de combates estético, moral e político em Mon coeur balance e Leur âme, de Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida.. In: ANPUH-SP - XXI Encontro Estadual de História - Trabalho, Cultura e Memória, 2012, Campinas. Anais do XXI Encontro Estadual de História: trabalho, cultura e memória - ANPUH-SP. São Paulo: ANPUH-SP, 2012. v. 1. p. 1-15.
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. Cosmopolitismo e afrancesamento brasileiros em Mon Coeur Balance e Leur Âme (1916), de Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida. In: XXVI Simpósio Nacional de História - ANPUH: 50 anos, 2011, São Paulo. Anais do XXVI simpósio nacional da ANPUH - Associação Nacional de História. São Paulo: ANPUH-SP, 2011. v. 1. p. 1-16.
GALVÃO JÚNIOR, Heraldo Márcio. O imaginário bandeirante e a “superioridade” paulista nas obras de Guilherme De Almeida. In: V Congresso Brasileiro de História da Educação, 2008, Aracaju - Sergipe. O Ensino e a Pesquisa em História da Educação, 2008. Disponível no link. (acessado em 4.8.2015).
HORIGOSHI, Erika. Transculturação e mediação cultural nas obras de Guilherme de Almeida e Wenceslau de Moraes. In: Anais do VI Encontro de Pós-Graduandos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP, 2011.
HORIGOSHI, Erika. Imagens do Japão na literatura de Wenceslau de Moraes e Guilherme de Almeida. In: V Epog - Encontro de Pós-Graduandos - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2010.
KAMINSKI, Rosi Mariana. A permanência da tradição maneirista: uma leitura de sonetos de Camões e de Guilherme de Almeida. Guairacá (Guarapuava), Guasrapuava, v. 10, 1993.
QUEIROZ, Maria Helena de.. A variedade literária na obra poética de Guilherme de Almeida. (Tese Doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa). Universidades Estadual Paulista, UNESP, Assis. 2003.
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Casa Guilherme de Almeida - objetos raros do autor
CASA DA COLINA - MUSEU CASA GUILHERME DE ALMEIDA
O sobrado da rua Macapá, no Pacaembu, foi projetado pelo arquiteto Sílvio Jaguaribe Ekman em 1944. Lá, Guilherme de Almeida residiu de 1946 até sua morte, ao lado de sua esposa, Baby. Lar, refúgio intelectual e ponto de encontro da inteligência artístico-literária paulistana, o imóvel era chamado pelo poeta de "Casa da Colina".
O museu abriga raridades, como os livros, quadros e objetos que o poeta e sua esposa colecionaram durante sua vida. Merece destaque o conjunto de telas assinadas por pintores como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Gomide, Tarsila do Amaral e Samson Flexor.
Entre as esculturas que integram o acervo do museu, vale destacar a peça em bronze criada por Brecheret intitulada Sóror Dolorosa (mesmo nome de um poema de Guilherme) - exposta durante a Semana de Arte Moderna de 1922 - e uma interessante cabeça de Baby executada pelo escultor suíço William Zadig, além de um busto do poeta esculpido por Joaquim Figueiras. Litografias de Rugendas, desenhos, aquarelas e iluminuras, de diversos artistas brasileiros, compõem os ambientes.
Casa Guilherme de Almeida
Entre os objetos decorativos destaca-se a prataria, com peças de origem brasileira, portuguesa, holandesa e inglesa. Há um bule de prata com incrustação de cristal de rocha lapidado e lavrado, que teria integrado os pertences de viagem do Conde Maurício de Nassau, no século XVII.
Outras preciosidades são os documentos e os cerca de 5.500 livros do poeta, incluindo-se o conjunto de obras publicadas por ele, em sua primeira edição. Entre os livros raros encontra-se um volume em pergaminho, do século XVII, e um exemplar da quinta reimpressão da primeira edição de Ulysses, de James Joyce, além de primeiras edições com dedicatória de livros de nossos maiores escritores como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Guimarães Rosa.
Serviço
Casa Guilherme de Almeida
Rua Macapá, 187, Pacaembu. 
(11) 3673-1883 / 3672-1391.
Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 17h. (Visitas espontâneas: quartas, sextas, sábados e domingos; visitas agendadas: terças e quintas).

Entrada franca.
Na rede
:: Fanpage Casa Guilherme de Almeida
:: Site Oficial da Casa Guilherme de Almeida


REFERÊNCIAS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA
Guilherme de Almeida - acervo Casa da Colina
:: Academia Brasileira de Letras (ABL) - Guilherme de Almeida
:: Casa Guilherme de Almeida

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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Guilherme de Almeida - tradição e invenção. Templo Cultural Delfos, agosto/2015. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 4.1.2020.




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