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Mariajosé de Carvalho - musa e mestra

Maria José de Carvalho, a Maju. foto: ©Arquivo Estadão


Mariajosé de Carvalho (São Paulo/SP, 27 de junho de 1919 - São Paulo/SP,  outubro de 1995) atriz, diretora, poeta, cantora, pianista e professora de dicção.

Estudou canto, piano e violino no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Forma-se em Geografia e História pela USP, passando a conviver com poetas e escritores e frequenta o Grupo São Paulo, academia livre de estudos, paralela à USP, criada pelo filósofo Vicente Ferreira da Silva. Na década de 40, ingressa no Grupo Universitário de Teatro, a convite de Décio de Almeida Prado.

Conduzida pelo diretor à condição de segunda atriz do Grupo Universitário (ativo entre 1943 e 1948), atua com Cacilda Becker em “O Auto de Inês Pereira e do Escudeiro”, adaptação de duas peças de Gil Vicente.
No Teatro Municipal de São Paulo, fez parte, durante 15 anos, do Coral Paulistano, onde conhece seu marido, o então cantor e futuro maestro Diogo Pacheco. Juntos, criam o movimento musical de vanguarda Ars Nova, que fez mais de 50 concertos em todo o País, de 1954 a 1958.

Em 1954, convidada por Alfredo Mesquita, passa a integrar o corpo docente da Escola de Arte Dramática (EAD). Em 1961, faz um curso de aperfeiçoamento na Academia Dramática Silvio d’Amico, em Roma, como bolsista do Ministério da Educação brasileiro. Seu método de ensino ficou conhecido como rígido e revolucionário para a época. No campo da dicção, compreendia pronúncia ou prosódia; articulação; impostação; dinâmica; timbre; tonicidade; modulação; além de outros 13 itens. Suas exigências e estilo autoritário entraram em conflito com a geração pós-68 e, em 1974, abandona a cadeira criada especialmente para ela.

Mariajosé de Carvalho - a Maju - foto Jacques Douchez, c. 1976
Entre suas atividades teatrais, além do preparo vocal de diversos elencos e corais em montagens da época áurea do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), nos anos 50, participa de júris e comissões estaduais de teatro e exerce a crítica teatral. Como diretora, na companhia da atriz Lélia Abramo, dirige uma montagem de “Agamênon”, a partir de sua adaptação do texto de Ésquilo.

Nos anos 60, faz campanha para a recuperação dos teatros paulistas e recupera o Teatro São Pedro, em 1967, na Barra Funda, onde funcionava um cinema. Mas um ano depois, devido a dificuldades financeiras, passa a administração do teatro para o empresário Maurício Segall e sua mulher, a atriz Beatriz Segall.

Nos anosv 80, recolhe-se em sua casa, no bairro do Ipiranga, para cuidar de sua mãe, que fica gravemente doente. Poeta concretista, tradutora de clássicos em seis línguas, autoridade em dicção e estilo, atriz, cantora e diretora teatral, ativista em movimentos de renovação cultural, foi musa e mestra, amada e odiada, até sua morte em outubro de 1995.
O casarão de três andares na Rua Silva Bueno, e todo o seu acervo cultural – biblioteca de três mil volumes (metade dos quais sobre teatro), obras de arte, pianos, adereços teatrais, móveis, foi legado em testamento à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Hoje é lá que funciona a Casa Mariajosé de Carvalho.
:: Fonte: Teatropedia (acessado em 2.7.2015).



OBRA DE MARIAJOSÉ DE CARVALHO
Mariajosé de Carvalho, livro "Romance de Lampião".
ilustração Aldemir Martins
Poesia
:: Poemas da noite amarga. 1950. 
:: Aurum et Niger. Coleção Poesia. São Paulo: Papyrus, 1966, 72p. 
:: Neomenia. Coleção Poesia. São Paulo: Papyrus, 1968, 44p. 
:: Lunalunarium. São Paulo: Massao Ohno Editor, 1976,  103p.
:: Mar do sul. 1984. 
:: Romance de Lampião. [Ilustrações de Aldemir Martins].  São Paulo:  Roswitha Kempf Editores, 1986. 
:: Os celebrantes. [ilustrações de Darcy Penteado]. Coleção Cadernos de arte e poesia, vol. 1. São Paulo:  Roswitha Kempf Editores, 1988. 

Música
:: Lunalunarium: voz e piano (1979).. [autores Rodolfo Coelho de Souza; Mariajosé de Carvalho]. São Paulo: Novas Metas, ©1980.

Adaptação para o teatro
LINS, Osman. Retábulo de Santa Joana Carolina (conto 1966). [adaptação para o teatro de Mariajosé de Carvalho; prefácio Julieta de Godoy Ladeira; ilustrações de Marianne Jolowicz]. São Paulo: Edicões LoyolaEditora Giordano, 1991, 179p.
ÉSQUILO. Os Persas. [tradução Mariajosé de Carvalho]. Texto traduzido disponível no link. (acessado em 2.7.2015).
BRECHT, Bertolt. o processo de Lucullus. [tradução Maria José de Carvalho]. 

Traduções realizadas por Mariajosé de Carvalho
Mariajosé de Carvalho - foto: Sylvio Vieira (1992)
Filme "Tema e Variação Primeira", dir. Omar Fernandes Aly
GREEN, Julien. Leviatã. [tradução Mariajosé de Carvalho e Francisco de Almeida Salles]. São Paulo: Instituto Progresso Editorial S.A., 1948, 274p.
MAFFII, Maffio. Cícero - e o seu drama político. [tradução Mariajosé de Carvalho]. São Paulo: Instituto Progresso Editorial, 1948, 422p.
ALFIERI, Dino. Hitler e Mussolini: Frente a frente. [tradução Mariajosé de Carvalho]. Volume 9 de Coleção Meridiano, São Paulo: Difusão do Livro, 1949, 279p.
MOLIÈRE, Jean Baptiste (1622-1673). O ciúme do Barbouillé; O médico volante; O casamento forçado; O amor médico; Jorge Dandin ou O marido confundido. {La jalousie du Barbouillé; le médicin volant; l'amour médicin; le mariage forcé; Jorge Dandin ou le mari confondu}..[tradução Mariajosé de Carvalho]. Coleção Teatro. São Paulo: Papyrus, 1965, 153p.
LOUYS, Pierre. As canções de Bilitís. [tradução Mariajosé de Carvalho; ilustrações de Carlos Clémen]. São Paulo: Max Limonad, 1984.
CORAÇÃO desnuado. (poemas de 8 poetas franceses: François I; Marguerite de Navarre; Du Bellay; Verlaine; Rimbaud; Nerval; Mallarmé; e Baudelaire).. [tradução Maria José de Carvalho]. São Paulo:  Roswitha Kempf Editores, 1984.
SONETOS de Espanha [tradução Maria José de Carvalho]. São Paulo:  Roswitha Kempf Editores, 1985.
APOLLINAIRE, Guillaume (1880-1918). As mamas de Tirésias. [tradução Mariajosé de Carvalho; ilustrações de Carlos Clémen]. São Paulo: Max Limonad, 1985, 112p.
FLAUBERT, Gustave. Salambô. [tradução Mariajosé de Carvalho]. São Paulo: Max Limonad, 1985.
LEOPARDI, Giacomo. Cantos. [tradução Mariajosé de Carvalho]. São Paulo: Max Limonad, 1986.
LORCA, Federico García. Poema do cante jondo. [tradução Mariajosé de Carvalho]. São Paulo: João Scortecci, 1986.


POEMAS ESCOLHIDOS DE MARIAJOSÉ DE CARVALHO
Mariajosé de Carvalho em sua casa, na rua 
Silva Bueno, bairro do Ipiranga (SP)
hierática
gráceis esguias tristes sonolentas
alvas róseas plúmbeas negras
vós sábias pernaltas
anfíbias aristocratas
requinte é vosso estado
ó indolentes pensativas
hídricas contemplativas
vós não-precipitadas
resolvidas no silêncio
ensimesmadas displicentes
sonhadoras de vôo certo
passo largo leve lento
longo flexível colo
princesas-sacerdotisas
em perpétua ablução purificante
vós consumada elegância
castelãs solitárias
do mistério e sossego das águas
vós pressagas delicadas
habitantes de finas porcelanas
biombos parques vestes reais
vós simbólicas extáticas
deusas de ritos idos
ficai permanecei
- Mariajosé de Carvalho, em "Aurum et Niger". 1966.



o horto
ouro prata e azul
no verde horto
resplandeces
em tuas finas
delicadas mãos
recebes a taça
licor de cereja
              o filtro
que celebra esta noite
de vigília d’armas
casta
límpida
no carro de corças
vaga em campo de aço
                       a deusa
os braços em colar
em teu colo
a fronte em tua fronte
por nove nomes a invoco
                                   lua
                                   hécate
                                   febe
                                   tânit
                                   ishtar
                                   astarté
                                   selene
                                   ártemis
                                   diana
silêncio
êxtase
- Mariajosé Carvalho em "Lunalunarium". São Paulo: Massao Ohno Editor, 1976.


o iniciado
que nome te dar

na faca e no gume
na lima e no lume
na lama dos limos
na lança no laço
na trança no traço
na trama dos limbos

que névoa te envolve
                   e densa
turva
teu sacro perfil
se destravando
                        a treva
emerso a iluminaste
e
na dança do templo
que o corpo enlaça
a pupila embaça
o passo trava
e o sangue desata
em salva de prata
contido o lábio
na doce taça

que nome te dar

que medo te impele
que tolhida asa
o vôo te impede
que secreta chaga
de ferida pluma
te enluta o âmago

e que maga imagem
te dispara a seta
que o peito afeta
em bruma
               e arfagem
ó
iniciado

que êxtase
nos espera
que ardente
dardo
através da estirpe
         de transe
           e treva 
           a dor
              extirpa
           o ir
           é nosso rio
         ao bramir
         do touro
           o ouro
          de teu corpo
                           ao sol
o manso bezerro
o túrgido úbere
a plúmbea ave
o fruto maduro
lança e raiz
o chão e o sal
tua urdidura são
ao sol posto
evocamos
             a chaga
que a taça embaça
e o violáceo laço
de obscura trama
nesta agosto
                 deposto
nos envolve o rosto
                   a palavra
                   o chá
- Mariajosé Carvalho em "Lunalunarium". São Paulo: Massao Ohno Editor, 1976.


Que ânsia...
que ânsia imemorial atrai os corpos
de ambarina e amavios impregnados
ossos tendões e carne e sangue nervos?
que impacto os enlouquece tange anula?
que plectro ou lançadeira ou sábia lâmina?
e exangues ao cansaço os abandona?
phallus vulva os seios mãos e boca
e a pele esse tecido permeável
são instrumentos de urdir tecer
e a estrutura imantada aniquilada
é deliquo amplo vôo queda a pique
num abismo do fogo gelo e nada 
- Mariajosé de Carvalho, em “Os celebrantes”. 1988.


Trilogia das amorosas
I
Acaso poderias contentar-te com outra paixão menos ardente do que a minha?
                                                                     Sóror Mariana de Alcoforado
que mão ardilosa tece
o rumo das amorosas
Mariajosé de Carvalho, por Darcy Penteado
(a partir de uma fotografia de época - Mariajosé
com 2 anos no Jardim da Luz)
ardendo em paixão constante
vorazes em seu anseio
verazes no seu amar
tenazes em sua sina
que frágil tecido o seu
que as torna tão vulneráveis
que sólida trama a sua
que as faz tão impenetráveis
que estranha sua urdidura
que armadilha suas entranhas
e a violenta mordedura
das presas do seu veneno
que rara essência as perfuma
que licor denso ou que vinho
corre em suas veia e artérias
que pátera ou que cratera
as embriaga e afoga
que cimento ou que argamassa
constrói a sua ossatura
que flava flama ou que rio
as consome ou as arrasta
que sede e que fome atroz
alimentam sua busca
que nem torres e muralhas
afugentam seu assédio
e as vias mais tortuosas
as sendas mais pedregosas
não intimidam seus passos
e a noite mais tenebrosa
incita a sua coragem
que misteriosa estrutura
sustenta a sua conduta
o fio do seu novelo
a linha de sua estirpe
que ígneo astro as habita
que negro sol as concita
que maciez pisa fino
em sua pata felina
que aço mais temperado
em sua fala ferina
vem de longe a sua linhagem
em viagem ininterrupta
e mesmo partido o leme
rotos cordoalha e velame
prosseguem em seu caminho

II
Daos a tener grandes deseos, que se sacam siempre grandes provechos, aunque no se puedan poner en obra.
                                                                                                           Santa Teresa de Ávila
amorosas lancinadas
que é feito do vosso poder
tendes furor nas entranhas
mênades amenas
que eu turvos uivos de viúvas
            trincais as uvas
serpente macia brando látego
dança no ar a cabeleira
e avança a negra trança
crina e cauda ala calada
obscura raiz límpido traço
vós
que alvo não tendes em vossa tenda
                                                    e senda
e teceis ponto a ponto a delicada renda
venda no olhar travado o andar
e
sós
    nadais em fino linho
    e na treva do sono
                       o sonho indo e vindo
                     no vinho do encontro
                          áspero recontro
é nessas águas o navegar
                        e o vagar
                                      de ansiedade
                                           ebriedade
                                           soledade
ânfora de âmbar vosso corpo guarda
                                                               à espera
                                                                     o mel
erra nos muros a hera
em susto
javalis e javalinas
sucumbem às correrias
                                    de montearia
e arrulham as rolas
alheias aos vôos de falcoaria
mas pedra é teu chão
                                 terra despida
pedra é o piso de tuas casas
                                             terra curtida
                                             em sangue e flama
                                             calcinada
tuas matas incendiadas
                                     ou em naves transformadas
no ataque feroz
                 feraz o solo te recebeu
                                        rude guerreiro
e glória cantou-se ao vencedor
enquanto
entenebrecida
                       carpias teus mortos
foi quando se recolheram
                                      os feridos
e sobre as chagas
                             derramou-se o óleo
faminta naquele assédio
a sede secou-te o peito
e rouca
   louca
no chão rolaste
entre chamas chamando
o bem-achado bem
                              perdido
e o vão gemido sem alento
perdeu-se no alarido
junto ao vencido
                         estandarte

III
On m’a dit cent fois que l’amour était une chimère et le bonheur un rêve.  Je me le suis dit cent fois à moi-même.  Mais tant que je me sentirai la force de désirer le bonheur et l’amour, j’aurai la force de les espérer.
                                                                                             George Sand

coroadas de hésperis
Mariajosé de Carvalho em sua casa, na rua 
Silva Bueno, bairro do Ipiranga (SP)
nadam as hespérides
em águas abissais
e a leoa com suas crias
a loba com seus cachorros
a égua com seus potros
guardam a planura
parassemas emproam tuas naves
e parassóis pluripétalos
arrogantes girassóis
cobrem teus paramentos
thalassa é teu mundo
em pélagos e périplos navegas
heráldicas aves marcam tuas insígnias
as paragnátides de teus cascos
protegem tua maxila
e sob a axila trazes domado o leão
gloriosa nike
em panejante peplo desfraldadas alas
guia teus barcos
e de imigos arcos zunem os dardos
sem os roçar
e as deusas férteis pariram deuses
e feridas por seus raios sucumbiram
assim foi transferido o poder
mas do fundo profundo
emerge tua boca
e clama e inflama
a vaga e a praia
teu hálito é brisa e chama
teus dentes cortam algas corais medusas polvos
e teus brados e braços alcançam e abraçam
o espaço que te usurparam
vitório é o equilíbrio da balança
no peso desse metal maior
                                                massa de armilas
                                                e armas invencíveis
profunda é tua raiz
e sabes que não te quer o que não queres
pois quando vencedores
eram vencidos os imaturos
a quem ofertavas a salva
no lodo sorveu-se o húmus
sábio olhar perpassou teu ser
e sereno passou o horizonte
                                                fonte e ponte
para enfrentar seguro
                                    treva e luz
                                     penumbra e lusco-fusco
e o turvo fez-se transparente
e as mãos foram leais
essa a terra que buscavas
onde fincar tua lança
onde lançar sua semente
esse o prêmio do tempo que esperaste
tempo de penitência e propiciação
em que lutaste contra empestados ventos
e agora louva o encontro
e vive a estação dos frutos

que o tempo é de maturação
- Mariajosé Carvalho em "Lunalunarium". São Paulo: Massao Ohno Editor, 1976.



livro 'Lunalunarium', Mariajosé de Carvalho
VIII
do
sardo mar
por águas
            lavrado
em sal
         conservado
dentre
jóias
moedas
armas
de submerso
acervo
a mim
         vieste
aro de bronze
a mim
viúva
e
nesta herança
de remoto
pacto
em meu dedo
estás
       arcaica

      aliança
- Mariajosé Carvalho em "Lunalunarium". São Paulo: Massao Ohno Editor, 1976.


XI
o descarnado tempo
  descornado touro
  é o exemplo
  na face dúbia
  de covarde olhar
  na carne
             permanente
             pungente
            o
            espinho
vinho de ciência
          da essência
            o
             arminho
- Mariajosé Carvalho em "Lunalunarium". São Paulo: Massao Ohno Editor, 1976.


m a n t o e a m i a n t o

c a n t o e a g a p a n t o
p r a n t o e a c a n t o
m a r d e a m a r a n t o
- Mariajosé de Carvalho, em "Neomenia". 1968.


u m b r a c o l u m b a

s o m b r a p a l o m a
c o l o p e n u m b r a
- Mariajosé de Carvalho, em "Neomenia". 1968.



DOCUMENTÁRIO
Filme: Tema e variação primeira
Sinopse: Um documentário com Mariajosé de Carvalho
Baseado numa ideia do Grupo Imaginarte
Ano: 1992
Duração: 11'57
Formato: 16mm
Direção e produção: Omar Fernandes Aly
Fotografia e Câmara: Sylvio Vieira
Assistente: G. Pasqualone
Música: Eduardo Souto
Regência: Francisco Mignoni
Som: Lia Camargo Tide
Estúdio: Álamo
Montagem: Jurema de Carvalho e Milton Bolinha
Co-produção: Palmares


Filme "Theme and First Variation" ("Tema e Variação Primeira")


MARIAJOSÉ DE CARVALHO NO TEATRO - ESPETÁCULOS (ATRIZ, DIREÇÃO, TRADUÇÃO)
Peça: Farsa de Inês Pereira e do Escudeiro
Estreia: 10/10/1945
Local de realização: São Paulo SP
Instituição: Theatro Municipal de São Paulo 
Autoria: Gil Vicente 
Adaptação: Décio de Almeida Prado 
Direção: Décio de Almeida Prado 
Cenografia: Clóvis Graciano 
Figurino: Clóvis Graciano 
Produção: Grupo Universitário de Teatro 
Elenco/Personagem:
Cacilda Becker (Inês Pereira)  
Caio Cayubi (Aparício)  
Carlos Falbo (Latão)  
Delmiro Gonçalves (Ordonho)  
José Scatena (Vidal)  
Mariajosé de Carvalho (Mãe)  
Miriam Lifchitz (Leonor Vaz)  
Paulo de Tarso Santos (Pero Marques)


Peça: Canto A Ignacio Sanchez Mejias
Estréia: 1959
Local de realização: São Paulo SP
Autoria: Federico García Lorca 
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Elenco/Personagem: Juca de Oliveira 
Produção: Escola de Arte Dramática 
Mariajosé de Carvalho - foto: Sylvio Vieira (1992)
Filme "Tema e Variação Primeira", dir. Omar Fernandes Aly


Peça: Os Persas
Estreia: 8/1961
Local de realização: Belo Horizonte MG
Instituição: Teatro Francisco Nunes
Autoria: Ésquilo 
Tradução: Mariajosé de Carvalho 
Direção: Alfredo Mesquita 
Cenografia: Nestor Soriano 
Figurino: Cecília Morgantetti 
Coreografia: Yanka Rudzka 
Produção: Escola de Arte Dramática 
Elenco/Personagem:
Ademir Rocha (Coro)  
Aldemir Sobreira (Corifeu)  
Alice Barini (Coro)  
Aracy Balabanian (Atosa) 
César Romanelli (Xérxes)
Edgard José Aranha (Coro)  
Ilka Marinho Zanotto (Coro)  
Ivonnete Vieira (Coro)  
Myrian Muniz (Atosa - substituição)  
Ricardo de Luca (Coro)  
Ruy Nogueira (Mensageiro - substituição)
Sérgio Mamberti (Coro) 
Silnei Siqueira (Mensageiro)  
Sylvio Zilber (Sombra de Dário)


Peça: O auto da barca do inferno
Estreia: 1963
Local de realização: São Paulo SP
Autoria: Gil Vicente 
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Produção: Escola de Arte Dramática  


Peça: O processo de Lucullus
Estréia: 1963
Local de realização: Porto Alegre RS
Autoria: Bertolt Brecht 
Tradução: Mariajosé de Carvalho 
Direção: Lúcia Carvalho Mello 
Assistente de direção: Vania Brown 
Iluminação: Antonio Carlos de Sena 
Música: Romário José Borelli 
Elenco/Personagem: Alba Rosa;  Antônio Carlos Castilhos; Araci Esteves; Edwiga Falej; Elzira Moreira; Ivone Hoffmann; Jairo de Andrade; Joanna Hilbk; José João Gonçalves; Luiz Damasceno; Manoel Pedro da Silva; Maria Helena Amaral; Maria Lúcia Muniz; Mário Mayerle; Noris Moraes; Pedro Olmos e Vania Brown 


Peça: Recital Juca de Oliveira
Estreia: 1965
Local de realização: São Paulo SP
Adaptação: Juca de Oliveira 
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Elenco/Personagem: Juca de Oliveira 


Peça: Guerra do cansa-cavalo
Estreia: 1966
Local de realização: São Paulo SP
Instituição: Escola de Arte Dramática
Autoria: Osman Lins 
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Elenco/Personagem: Umberto Magnani 
Produção: Escola de Arte Dramática 


Peça: Hamlet
Estreia: 1968
Local de realização: São Paulo SP
Autoria: William Shakespeare 
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Elenco/Personagem: Ney Latorraca e Rodrigo Santiago 


Peça: Agamêmnon
Estreia: 1968
Local de realização: São Paulo SP
Autoria: Ésquilo 
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Elenco/Personagem: Lélia Abramo e Mauro Mendonça 


Peça: O relicário
Estreia: 1968
Local de realização: São Paulo SP
Autoria: Coelho Neto 
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Elenco/Personagem: Jandira Martini 
Produção: Escola de Arte Dramática 


Peça: Como arranjar marido
Estreia: 1977
Local de realização: São Paulo SP
Direção: Mariajosé de Carvalho 
Cenografia: Flávio Phebo 
Figurino: Flávio Phebo 
Elenco/Personagem: Cléo Ventura e Francarlos Reis 
:: Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural/ Maria José de Carvalho


POEMA DE PIERRE LOUYS
Lykas
Vinde, iremos ao campo. Sob os ramos dos zimbros comeremos mel nas colmeias. Com hastes de asfódelos faremos armadilhas para os gafanhotos.
Vinde, iremos ver Lykas, que guarda os rebanhos do pai nas encostas do Tauros sombrio. Certamente nos dará leite.
Ouço já o som de sua flauta. É um excelente músico. Lá está ele, de pé, encostado a uma árvore, junto aos cães e aos cordeiros. Não é belo como Adônis?
Ó Lykas! Dá-nos leite. Aqui estão os figos de nossas figueiras. Ficaremos contigo. Felpudas cabras, não salteis, para não excitar os bodes.
- Pierre Louys, em "As canções de Bilitís". [tradução Mariajosé de Carvalho]. São Paulo: Max Limonad, 1984.


Likas
Venez, nous irons dans les champs, sous les
buissons de genévriers ; nous mangerons du
miel dans les ruches, nous ferons des pièges
à sauterelles avec des tiges d'asphodèle.
Venez ; nous irons voir Lykas, qui garde
les troupeaux de son père sur les pentes du
Tauros ombreux. Sûrement il nous donnera
du lait.
J'entends déjà le son de sa flûte. C'est un
joueur fort habile. Voici les chiens et les
agneaux, et lui-même, debout contre un arbre.
N'est-il pas beau comme Adonis !
Ô Lykas, donne-nous du lait. Voici des
figues de nos figuiers. Nous allons rester
avec toi. Chèvres barbues, ne sautez pas, de
peur d'exciter les boucs inquiets.
- Pierre Louÿs, en: "Les Chansons de Bilitis". 1894.




Mariajosé de Carvalho em sua casa, na rua 
Silva Bueno, bairro do Ipiranga (SP)
FORTUNA CRÍTICA DE MARIAJOSE DE CARVALHO
ABDALLA, Antônio Carlos Suster (org). Maria José de Carvalho: Mestra e Provocadora Cultural. Imprensa Oficial do Estado, 2018.
ASEFF, Marlova Gonsales. Poetas-tradutores e o cânone da poesia traduzida no Brasil (1960-2009).. (Tese Doutorado em  Estudos da Tradução). Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, 2012. Disponível no link. (acessado em 2.7.2015).
BRITO, Nayra Macedo Barbosa de.. Da narrativa no teatro: as novas escritas dramatúrgicas. (Monografia Graduação em Comunicação Social). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, UEPB, 2012. Disponível no link. (acessado em 2.7.2015). 
CURY, João Wady. Os 100 anos de Maju de Carvalho. in: Estadão, 11.6.2019. Disponível no link. (acessado em 8.8.2021).
LIMA, M. A. de; ZANOTTO, I. M. Maria José de Carvalho. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 29, p. 340-346, 1989.
MARTINS, Floriano. Poemas de Mariajosé de Carvalho. in: Agulha Revista de Cultura, nº 122, nov. 2018. Disponível no link. (acessado em 8.8.2021).
MACHADO, Alvaro. A musa renegada. Folha de S. Paulo, São Paulo, 1 mar. 1998. Mais!, p. E-5. Disponível no link. (acessado em 7.3.2021).
MACHADO, Alvaro. Dicção e estilo por Maria José de Carvalho, marca na Escola de Arte Dramática de São Paulo. in: Revista sala preta | Vol. 19 | n. 2 | 2019. Disponível no link. (acessado em 8.8.2021).
MACHADO, Álvaro; ABDALLA, Antônio Carlos. Mariajosé de Carvalho, musa renegada. in: Revista digital Opera aperta. Disponível no link e link. (acessado em 2.7.2015).
MAGALDI, Sábato; VARGAS (org.). Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo, 1875-1974. Editora SENAC São Paulo, 2000, 454p.
MAGALDI, Sábato. Amor ao teatro. São Paulo: Edições Sesc, 2016.
SOUSA, Elri Bandeira de.. Autor implícito e narratividade no drama de Ésquilo. Graphos. João Pessoa, Vol 12, N. 1, Jun./2010. Disponível no link. (acessado em 2.7.2015). 


CASA DE TEATRO MARIAJOSÉ DE CARVALHO

Antiga Casa de Mariajosé de Carvalho -  Ipiranga, São Paulo
Serviço
Endereço: Sede da campanha do teatro de heliópolis - R. Silva Bueno, 1533 - Ipiranga, São Paulo - SP, 04202-051.



NA REDE
:: Vozes femininas na literatura

Mariajosé de Carvalho (29 anos)  retrato
feito por Di Cavalcanti

REFERÊNCIAS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA
:: Antonio Miranda
:: Revista Modo de Usar
:: Revista Usina
:: AllAboutArts/ TudoSobreArtes - Maria José de Carvalho (Mariajosé).
:: ProjetoArteCidadaniaemHeliopolis - Maria José de Carvalho (Mariajosé)
:: AplausoImprensaOficial


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FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Mariajosé de Carvalho - musa e mestra. Templo Cultural Delfos,março/221. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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** Página atualizada em 14.9.2022.
Postagem original de JULHO/2015.



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