COMPARTILHE NAS SUAS REDES

Pablo Neruda - entrevistado por Clarice Lispector

Pablo Neruda - foto: (...)
Numa manhã de abril de 1969, a escritora brasileira entrevistou o poeta chileno, que, à época, era considerado um dos mais importantes nomes da poesia em língua espanhola no século 20.

Cheguei à porta do edifício de apartamentos onde mora Rubem Braga e onde Pablo Neruda e sua esposa Matilde se hospedavam — cheguei à porta exatamente quando o carro parava e retiravam a grande bagagem dos visitantes. O que fez Rubem dizer: “É grande a bagagem literária do poeta”. Ao que o poeta retrucou: “Minha bagagem literária deve pesar uns dois ou três quilos”.


Neruda é extremamente simpático, sobretudo quando usa o seu boné (“tenho poucos cabelos, mas muitos bonés”, disse). Não brinca porém em serviço: disse-me que se me desse a entrevista naquela noite mesma só responderia a três perguntas, mas se no dia seguinte de manhã eu quisesse falar com ele, responderia a maior número. E pediu para ver as perguntas que eu iria fazer. Inteiramente sem confiança em mim mesma, dei-lhe a página onde anotara as perguntas, esperando Deus sabe o quê. Mas o quê foi um conforto. Disse-me que eram muito boas e que me esperaria no dia seguinte. Saí com alívio no coração porque estava adiada a minha timidez em fazer perguntas. Mas sou uma tímida ousada e é assim que tenho vivido, o que, se me traz dissabores, tem-me trazido também alguma recompensa. Quem sofre de timidez ousada entenderá o que quero dizer.


Antes de reproduzir o diálogo, um breve esboço sobre sua carga literária. Publicou “Crepusculário” quando tinha 19 anos. Um ano depois publicava “Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada”, que até hoje é gravado, reeditado, lido e amado. Em seguida escreveu “Residência na Terra”, que reúne poemas de 1925 a 1931, da fase surrealista. “A Terceira Residência”, com poemas até 1945, é um intermediário com uma parte da Espanha no coração, onde é chorada a morte de Lorca, e a guerra civil que o tocou profundamente e despertou-o para os problemas políticos e sociais. Em 1950, “Canto Geral”, tentativa de reunir todos os problemas políticos, éticos e sociais da América Latina. Em 1954: “Odes Elementares”, em que o estilo fica mais sóbrio, buscando simplicidade maior, e onde se encontra, por exemplo, “Ode à cebola”. Em 1956, “Novas Odes Elementares” que ele descobre nos temas elementares que não tinham sido tocados. Em 1957, “Terceiro Livro das Odes”, continuando na mesma linha. A partir de 1958, publica “Estravagario, Navegações e Regressos”, “Cem Sonetos de Amor”, “Contos Cerimoniais” e “Memorial de Isla Negra”.

Pablo Neruda - foto: (...)
No dia seguinte de manhã, fui vê-lo. Já havia respondido às minhas perguntas, infelizmente: pois, a partir de uma resposta, é sempre ou quase sempre provocada outra pergunta, às vezes aquela a que se queria chegar. As respostas eram sucintas. Tão frustrador receber resposta curta a uma pergunta longa. Contei-lhe sobre a minha timidez em pedir entrevistas, ao que ele respondeu: “Que tolice”. Perguntei-lhe de qual de seus livros ele mais gostava e por quê. Respondeu-me: “Tu sabes bem que tudo o que fazemos nos agrada porque somos nós — tu e eu — que o fizemos”.

A entrevista foi concedida em 19 de abril de 1969 e publicada no livro “De Corpo Inteiro”, Editora Rocco, em 1999.



Clarice - Você se considera mais um poeta chileno ou da América Latina?

Neruda - Poeta local do Chile, provinciano da América Latina.


Clarice - Escrever melhora a angústia de viver?
Neruda - Sim, naturalmente. Tra­ba­lhar em teu ofício, se amas teu o­fí­cio, é celestial. Senão é infernal.


Clarice - Quem é Deus?
Neruda - Todos algumas vezes. Nada, sempre.
Como é que você descreve um ser humano o mais completo possível?
Político, poético. Físico.


Clarice - Como é uma mulher bonita para você?
Neruda - Feita de muitas mulheres.


Clarice - Escreva aqui o seu poema predileto, pelo menos predileto neste exato momento?
Neruda - Estou escrevendo. Você pode esperar por mim dez anos?


Clarice - Em que lugar gostaria de viver, se não vivesse no Chile?
Neruda - Acredite-me tolo ou patriótico, mas eu há algum tempo escrevi em um poema: Se tivesse que nascer mil vezes. Ali quero nascer. Se tivesse que morrer mil vezes. Ali quero morrer...


Clarice - Qual foi a maior alegria que teve pelo fato de escrever?
Neruda - Ler minha poesia e ser ouvido em lugares desolados: no deserto aos mineiros do norte do Chile, no Estreito de Ma­ga­lhães aos tosquiadores de ovelha, num galpão com cheiro de lã suja, suor e solidão.


Clarice - Em você o que precede a criação, é a angústia ou um estado de graça?
Neruda - Não conheço bem esses sentimentos. Mas não me creia insensível.


Clarice - Diga alguma coisa que me surpreenda.
Neruda - 748. (E eu realmente surpreendi-me, não esperava uma harmonia de números)


Clarice - Você está a par da poesia brasileira? Quem é que você prefere na nossa poesia?
Neruda - Admiro Drummond, Vinícius, Jorge de Lima. Não conheço os ma­is jovens e só chego a Paulo Men­des Campos e Geir Campos. O poema que mais me agrada é o “Defunto”, de Pedra Nava. Sem­pre o leio em voz alta aos meus amigos, em todos os lugares.

Clarice - Que acha da literatura engajada?

Neruda - Toda literatura é engajada.


Pablo Neruda - foto: (...)
Clarice - Qual de seus livros você mais gosta?
Neruda - O próximo.


Clarice - A que você atribui o fato de que os seus leitores acham você o “vulcão da América Latina”?
Neruda - Não sabia disso, talvez eles não conheçam os vulcões.


Clarice - Qual é o seu poema mais recente?
Neruda - “Fim do Mundo”. Trata do século 20.


Clarice - Como se processa em você a criação?
Neruda - Com papel e tinta. Pelo menos essa é a minha receita.


Clarice - A critica constrói?
Neruda - Para os outros, não para o criador.


Clarice - Você já fez algum poema de encomenda? Se não o fez faça agora, mesmo que seja bem curto.
Neruda - Muitos. São os melhores. Este é um poema.


Clarice - O nome Neruda foi casual ou inspirado em Jan Neruda, poeta da liberdade tcheca?
Neruda - Ninguém conseguiu até agora averiguá-lo.


Clarice - Qual é a coisa mais importante no mundo?
Neruda - Tratar para que o mundo seja digno para todas as vidas humanas, não só para algumas.


Clarice - O que é que você mais deseja para você mesmo como indivíduo?
Neruda - Depende da hora do dia.


Clarice - O que é amor? Qualquer tipo de amor.
Neruda - A melhor definição seria: o amor é o amor.


Clarice - Você já sofreu muito por amor?
Neruda - Estou disposto a sofrer mais.


Clarice - Quanto tempo gostaria você de ficar no Brasil?
Neruda - Um ano, mas depende de meus trabalhos.


Clarice Lispector - foto: (...)
E assim terminou a entrevista com Pablo Neruda. An­tes falasse ele mais. Eu poderia prolongá-la quase que indefinidamente. Mas era a primeira entrevista que ele dava no dia seguinte à sua chegada, e sei quanto uma entrevista pode ser cansativa. Espontaneamente  deu-me um livro, “Cem Sonetos de Amor”. E depois de meu no­me, na dedicatória, escreveu:
“De seu amigo Pa­blo”. Eu também sinto que ele poderia se tornar meu amigo, se as circunstâncias facilitassem. Na contracapa do livro diz: 
“Um todo manifestado com uma espécie de sensualidade casta e pagã: o amor co­mo uma vocação do homem e a poesia co­mo sua tarefa”. Eis um retrato de corpo inteiro de Pablo Neruda nestas últimas frases.


***

O Defunto 

(Pedro Nava)

Quando morto estiver meu corpo,
Evitem os inúteis disfarces,
Os disfarces com que os vivos,
Só por piedade consigo,
Procuram apagar no Morto
O grande castigo da Morte.

Não quero caixão de verniz

Nem os ramalhetes distintos,
Os superfinos candelabros
E as discretas decorações.

Quero a morte com mau-gosto!


Deem-me coroas de pano.

Deem-me as flores de roxo pano,
Angustiosas flores de pano,
Enormes coroas maciças,
Como enormes salva-vidas,
Com fitas negras pendentes.

E descubram bem minha cara:

Que a vejam bem os amigos.
Que não a esqueçam os amigos.
Que ela ponha nos seus espíritos
A incerteza, o pavor, o pasmo.
E a cada um leve bem nítida
A ideia da própria morte.

Descubram bem esta cara!


Descubram bem estas mãos.

Não se esqueçam destas mãos!
Meus amigos, olhem as mãos!
Onde andaram, que fizeram,
Pablo Neruda, por (...)

Em que sexos demoraram
Seus sabidos quirodáctilos?

Foram nelas esboçados

Todos os gestos malditos:
Até os furtos fracassados
E interrompidos assassinatos.

— Meus amigos! olhem as mãos

Que mentiram às vossas mãos...
Não se esqueçam! Elas fugiram
Da suprema purificação
Dos possíveis suicídios.

— Meus amigos, olhem as mãos!

As minhas e as vossas mãos!

Descubram bem minhas mãos!


Descubram todo o meu corpo.

Exibam todo o meu corpo,
E até mesmo do meu corpo
As partes excomungadas,
As sujas partes sem perdão.

— Meus amigos, olhem as partes...

Fujam das partes,
Das punitivas, malditas partes ...

E, eu quero a morte nua e crua,

Terrífica e habitual,
Com o seu velório habitual.

— Ah! o seu velório habitual!


Não me envolvam em lençol: 

A franciscana humildade 
Bem sabeis que não se casa
Com meu amor da Carne, 
Com meu apego ao Mundo.

E quero ir de casimira: 

De jaquetão com debrum, 
Calça listrada, plastron...
E os mais altos colarinhos.

Deem-me um terno de Ministro

Ou roupa nova de noivo ...
E assim Solene e sinistro,
Quero ser um tal defunto,
Um morto tão acabado,
Tão aflitivo e pungente, 
Que sua lembrança envenene
O que resta aos amigos
De vida sem minha vida.

— Meus, amigos, lembrem de mim.

Se não de mim, deste morto,
Deste pobre terrível morto
Que vai se deitar para sempre
Calçando sapatos novos!
Que se vai como se vão

Os penetras escorraçados,

As prostitutas recusadas,
Os amantes despedidos,
Como os que saem enxotados
E tornariam sem brio
A qualquer gesto de chamada.

Meus amigos, tenham pena,

Senão do morto, ao menos
Dos dois sapatos do morto!
Dos seus incríveis, patéticos
Sapatos pretos de verniz.
Olhem bem estes sapatos,
E olhai os vossos também.
_____
Originalmente publicado no livro “De Corpo Inteiro”, Editora Rocco, em 1999.
Publicado online: JornalOpção - Edição 1936 de 12 a 18 de agosto de 2012 - Entrevistas Clássicas.



VEJA NESTE SITE
:: Pablo Neruda - seleção de poemas do livro "Crepusculário" (bilíngue português-espanhol). Acesse AQUI!



VEJA AQUI OUTRAS ENTREVISTAS REALIZADAS POR CLARICE LISPECTOR:

OUTRAS ENTREVISTAS PUBLICADAS NO SITE: Veja aqui!

© Direitos reservados ao autor/e ou ao seus herdeiros
____
Página atualizada em 9.12.2012.



Licença de uso: O conteúdo deste site, vedado ao seu uso comercial, poderá ser reproduzido desde que citada a fonte, excetuando os casos especificados em contrário. 
Direitos Reservados © 2016 Templo Cultural Delfos

Oscar Niemeyer - entrevista inédita: projetos, política, amigos e vida



Oscar Niemeyer - foto: Acervo Agência Estado/AE
"Eu acho a vida uma merda, apesar de seus encantos. Já nascemos condenados”. O desabafo foi feito por Oscar Niemeyer, em maio de 2011. Ao questionar  ao que estávamos condenados ao nascer, fiquei surpreso com a resposta: “a desaparecer”, desabafou o arquiteto que àquela altura já acumulava 103 anos muito bem vividos e ainda reclamava como se a morte lhe estivesse próxima. No seu caso, a “sentença” demorou 19 meses para ser cumprida. Ao morrer na noite de quarta-feira, Niemeyer já contabilizava 104 anos e 355 dias ou, mais precisamente 37.986 dias, contando com os dias 29 de fevereiro dos anos bissextos. Pode não ter sido um recorde mas, sem dúvida, foi uma experiência fantástica.

Apesar disto, nesta entrevista que foi gravada pelas câmaras da TV Brasil e jamais divulgadas, na qual a proposta inicial era falarmos de Darcy Ribeiro, Niemeyer declarou que com mais de cem anos, uma obra admirada mundialmente, inúmeros prêmios recebidos, ele achava que lhe faltaram momentos importantes na vida. Na conversa, ele falou um pouco sobre tudo. Da amizade e do respeito que tinha por Darcy, à sua admiração Leonel Brizola mas, apesar da voz baixa, se empolgava ao falar de Luiz Inácio Lula da Silva Lula e, embora não tenha querido compará-los, não titubeou em mostrar a diferença entre ele e Juscelino Kubitschek de Oliveira, seu grande amigo.


Como não poderia deixar de ser, reafirmou sua posição de comunista, que manteve até seus últimos dias, e lembrou as perseguições no período da ditadura: “Me lembro que fui chamado na polícia umas duas ou três vezes. Na última, eu vinha da Europa”. Em seguida, resumiu:  “Não sofri, como outros amigos que foram presos, apanharam, conheceram a tortura. Nada disto ocorreu comigo. Eles tinham prazer em me levar para a polícia e fazer inquérito.



Ao falar de suas obras, lembrou da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte (MG), como aquela que mais se aproximou do projeto original. Ainda defendeu os Cieps, como “algo que ia revolucionar o ensino” e o Sambódromo, lamentando apenas que tenham acabado com as salas de aula que funcionavam nos camarotes, durante o ano letivo. No fim, resumiu: ”Sambódromo é a festa, feito carnaval, a festa do povo”.

Na conversa um comentário de Niemeyer  pode ser entendido como uma receita de um homem que se dizia comunista e ateu, para o sucesso de sua passagem entre nós :“ a vida é mulher do lado e o resto seja o que Deus quiser”.



Nesses cem anos que o senhor já viveu, qual o momento mais importante? O que mais o marcou?

Ah, não tive momento importante.  Se existiram, certamente não foi na Arquitetura. Foi alguma coisa que na vida me emocionou.

O que mais lhe emocionou na vida?

Sei lá. A vida é tão difícil. O mundo não é alegre não, o mundo é uma merda. A gente tem que lutar por viver, já nasce condenado. Eu não sou... não acho que a vida seja tão fundamental.

Mas a sua vida foi sempre muito fantástica.

É o que vivi, o que pude fazer, tentei fazer.


Oscar Niemeyer - foto: Nelson Perez/Valor
O senhor continua fazendo, aos 100 e poucos anos....
Eu gosto de trabalhar, estou um pouco absorvido pela Arquitetura, mas gosto de ficar parado também, ficar pensando nas coisas. Lembrar que o mundo podia ser melhor, os homens podiam ser mais generosos. Um olhar o outro com mais fraternidade. Mas isto tudo o partido (comunista) oferece, e com uma ideia justa. Um dia vai ser realizado.

O senhor é um arquiteto reconhecido mundialmente. Qual das suas obras mundiais lhe trouxeram mais orgulho?

A melhor obra que fiz na Europa é a que foi inaugurada agora, na Espanha. É uma praça enorme, com um grande auditório e um museu (N.R. Trata-se do Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, na cidade de Avilés). Então, contou muito lá na vida dos espanhóis. Tem sido muito visitada, é uma obra muito bem construída Talvez eu pudesse dizer que foi o melhor que já fiz.

Mas os franceses também lhe respeitam muito.

Não tem nada que respeitam, mas eles gostam do meu trabalho.

Lá na França, o que o senhor acha que mais chamou a atenção?

 Se eu tivesse que sair do Brasil iria para a França. É um país fabuloso, o povo é amável, inteligente, progressista.  Me sinto bem na França, tive o apoio do Partido Comunista de lá, fiz a sede do partido e tive a sorte de encontrar o Andre Malraux, ministro da Cultura de De Gaulle. Fui para a França de navio, quando arrebentou o golpe militar no Brasil de 1964. Então eles invadiram meu apartamento e meu escritório. Quando o Malraux soube o que estava acontecendo, durante minha viagem à França, ele logo conseguiu um decreto do De Gaulle, que me autorizava ficar no país o quanto eu quisesse como arquiteto francês.

Foi o de Gaulle quem lhe deu este decreto....

Dele mesmo, ele propôs ao Malraux. De modo que eu tive mais contato com o ministro, um sujeito inteligente, encantador. Ele me ajudou muito, participava das exposições que eu fizesse. Foi uma figura importante para mim.

De todos os seus projetos, qual o que o senhor considera que teve o resultado mais próximo do que pensou quando projetou?

Talvez um projeto pequenino, da Igreja da Pampulha, do Juscelino. Ele queria fazer uma Igreja, chamou um arquiteto e não gostou, então me convidou. Aí que eu conheci o Juscelino e a Igreja da Pampulha teve um sucesso que mudava completamente a concepção de uma Igreja: era um prédio moderno, chamei pintores e escultores para trabalharem comigo no projeto. Foi uma obra feita no sentido de englobar arquitetura, pintura e escultura. Me deu um pouco mais de prosperidade de prosseguir no trabalho.

O senhor conheceu Lula na época em que ele era o líder operário. Qual sua opinião sobre o ex-presidente?

Ele é amigo do povo, eu o conheci muito tempo atrás. Era a mesma figura, cheia de entusiasmo, querendo fazer as coisas. Uma figura fantástica. Acho que para o Brasil, é o Lula que nos permite hoje sorrir um pouco. Hoje a vida é tão difícil, né?

Entre o Juscelino e o Lula quem o senhor acha que fez mais pelo país?
Não quero comparar.

O senhor foi amigo de ambos, não?
É lógico. Juscelino também era cheio de entusiasmo. Mas a vantagem do Lula tem é que ele veio do nada, era operário. Ele cresceu na luta política, lutando pela vida, até se transformar em um líder político da maior importância, aceito no mundo inteiro. Todo mundo respeita o Lula.

E o senhor acha que a Dilma vai pelo mesmo caminho?
 Acho que ela deve ir, né?

Mas é difícil ela seguir a trilha do Lula, não?

Pois é, mas Dilma tem contato bom com Lula. Eu acho que ela vai caminhar bem.

O senhor está gostando do que ela está fazendo?

Estou, por enquanto não tenho nada a reclamar.

Quando Darcy Ribeiro acompanhou Brizola na campanha para a presidência, em 1989, ele foi ao Rio Grande do Sul e todos falavam do marido da Dilma, Carlos Augusto, líder do PDT. Mas Darcy teria dito ‘vocês não sabem nada, ele é bom, mas a mulher dele é melhor ainda’.

Que falta de respeito...(risos)


Não, disse que a mulher era muito mais inteligente...
Ah, sim.

E se referia à Dilma. Darcy nunca comentou nada com o senhor a respeito da Dilma?

Não. Darcy era tão inteligente, tinha uma formação tão humana, que inspirava toda a confiança.Tinha aquele entusiasmo pelo índio, escrevendo, indo para lá no meio deles, dando uma importância enorme, procurando defender. O Darcy foi uma grande figura. Tivemos muito contato, ele era meu amigo. Fiz até uma casa para ele em Maricá. Quer dizer, foi ele quem fez a casa. Quando fui desenhar, já estava desenhada. Em todo caso, ele usou a casa em um período em que estava muito feliz, muito contente com a vida, cheio de sonhos. Seu livro, Brasileiros, foi muito bem feito, correto, na análise das coisas. Um brasileiro ilustre, brasileiro da maior importância foi o Darcy.


O senhor chegou a dirigir a Faculdade de Arquitetura?
Acho que foi na época em que fui retirado de lá pelos militares e quem assumiu meu lugar foi o Sérgio Bernardes (N.R. Niemeyer fez uma pequena confusão, quem o substituiu foi Ítalo Campofiorito).  

O Campofiorito conta que a polícia chegou lá na UnB procurando o senhor. O senhor não estava, perguntaram quem o substituía e aí o levaram preso.

(rindo) Nem sabia disto.

Não?
A pressão da direita era permanente, mas não me lembro destes detalhes não. Me lembro que fui chamado na polícia umas duas ou três vezes. Na última, eu vinha da Europa, tinha ficado lá por dois anos e quando voltei pensei que tinham me esquecido. Mas não. Ainda me prenderam e me levara para a Polícia Central,


Oscar Niemeyer - foto: Nelson Perez/Valor
Para o Dops?
É, mas não posso me queixar, porque só me incomodaram. Não sofri, como outros amigos que foram presos, apanharam, conheceram a tortura. Nada disto ocorreu comigo. Eles tinham prazer em me levar para a polícia e fazer inquérito. 

O senhor trabalhou com o Darcy Ribeiro no projeto dos Cieps, do Museu da América Latina e da Universidade Norte Fluminense. Qual destes foi o mais importante para o senhor?
O mais importante para nós era o projeto dos Cieps. Era algo que ia revolucionar o ensino. O Darcy lutou, o Brizola lutou, todo mundo lutou para fazer funcionar. Mas ele nunca foi desenvolvido como poderia ter sido. Era uma maneira simples de conduzir a juventude para o conhecimento.

O senhor acha que não houve continuidade meramente por questões políticas?
Não houve tempo de se consolidar e o governo compreender que era um projeto indispensável. De modo que acabou de repente. Mais importante do que o prédio era ideia. Mas não sei como está funcionando no momento do ponto de vista do ensino.

E a UNB não foi um passo importante no ensino universitário brasileiro?
No começo foi. Eu fiz o projeto, era um projeto parecido com o espírito de arquitetura do que eu fiz em Paris. De modo que era uma coisa que ia funcionar muito bem. Mas não foi bem conduzido.

E depois, quando o Cristovam Buarque assumiu, não voltou ao eixo do que era para ser?
Não. Eu acho que a universidade foi mal construída. Mas está servindo, está atualizando o ensino.

Como foi seu projeto da Universidade da Argélia?
Foi tudo feito com muito coração, muita vontade de fazer bem feito, de ser útil. De modo que a coisa corria bem, com uns tropeços inevitáveis de vez em quando, uma coisa que ocorre, mas quando a direção é firme, a obra se faz bem. Agora eu fiz um projeto na Espanha que é um sucesso, são dois grandes prédios: um teatro e um museu e uma praça fantástica. De modo que quando a coisa tem bom acolhimento e boa orientação, o trabalho satisfaz e a gente fica satisfeito. Senão ficamos lembrando só do que estava no papel.

O Sambódromo surgiu na cabeça de quem primeiro, do senhor ou do Darcy?

Na minha não foi, deve ter sido na dele. Eu fiz o desenho. A gente conversava, ele explicava o que queria. Fiz o estudo, ele modificou o que quis. E a obra está feita, e é útil realmente. Sambódromo é a festa, feito carnaval, a festa do povo.

A ideia das salas de aula nos camarotes no resto do ano começou no início do projeto, ou surgiu no meio do caminho?

Foi ideia do Darcy. Me lembro que quando o prefeito da França esteve aqui, fomos mostrar o Sambódromo para ele. Quando eu disse que embaixo ficavam as salas de aula ele ficou espantado. “Que ideia formidável, aproveitar esta correia imensa para levar cultura ao país”, ele comentou.

Mas depois parou, também.

Não, agora vai continuar. Com certeza o Lula vai manter as escolas no subsolo. Pelo menos é um gesto corajoso de entusiasmo. Ninguém pensou em fazer o estádio com as aulas embaixo, só mesmo o Darcy poderia ter uma ideia dessas. Nesta nossa pequena conversa, você me deu uma ideia importante. O negócio das salas de aula devia ser mantido embaixo dos estádios.

Quem influenciava mais quem, o Darcy influenciava mais o Brizola ou o Brizola influenciava mais o Darcy?

Acho que o Darcy era mais o intelectual. E Brizola era um homem corajoso, correto e tinha vontade de fazer as coisas. Teria feito muito mais se não tivesse tido tanto problema. Tenho a maior admiração pelo Brizola, era um brasileiro ilustre, corajoso, sabia fazer apolítica.

Uma vez o Pasquim lhe perguntou como era sua relação com as mulheres...

Eu disse, a vida é mulher do lado e o resto seja o que Deus quiser. Eles acharam muita graça e é verdade. Você tem que ter mulher do lado, não é? A vida é difícil, o sujeito luta para fazer a vida ficar melhor e mais generosa. Mas você despede dos amigos. Eu acho a vida uma merda, apesar de seus encantos. Já nascemos condenados.

Condenados ao quê?

A desaparecer.


Oscar Niemeyer - foto: Nelson Perez/Valor
____
Entrevista publicada originalmente no Jornal do Brasil, 06 de dezembro de 2012, por Marcelo Auler.


OUTRAS ENTREVISTAS PUBLICADAS NO SITE: Veja aqui!

© Direitos reservados ao autor/e ou ao seus herdeiros
____
Página atualizada em 7.12.2012.



Licença de uso: O conteúdo deste site, vedado ao seu uso comercial, poderá ser reproduzido desde que citada a fonte, excetuando os casos especificados em contrário. 
Direitos Reservados © 2016 Templo Cultural Delfos

Rachel de Queiroz - a dama sertaneja das letras

Rachel de Queiroz,  Foto: Edu Simões (1997)
"Doer, dói sempre. 
Só não dói depois de morto. 
Porque a vida toda é um doer."
- Rachel de Queiroz, in "Dôra, Doralina: 
romance". José Olympio Editora, 1984.




"A vida eu acho que ensina surrando..."




Raquel de Queiróz, por Mello
Rachel de Queiroz, nasceu em Fortaleza - CE, no dia 17 de novembro de 1910, filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendendo, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna — "dona Miliquinha" — era prima José de Alencar, autor  de "O Guarani"), e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas em Quixadá, onde residiam e seu pai era Juiz de Direito nessa época.

Em 1913, voltam a Fortaleza, face à nomeação de seu pai para o cargo de promotor. Após um ano no cargo, ele pede demissão e vai lecionar Geografia no Liceu. Dedica-se pessoalmente à educação de Rachel, ensinando-a a ler, cavalgar e a nadar. Aos cinco anos a escritora leu "Ubirajara", de José de Alencar, "obviamente sem entender nada", como gosta de frisar.

Fugindo dos horrores da seca de 1915, em julho de 1917 transfere-se com sua família para o Rio de Janeiro, fato esse que seria mais tarde aproveitado pela escritora como tema de seu livro de estréia, "O Quinze".

Logo depois da chegada, em novembro, mudam-se para Belém do Pará, onde residem por dois anos. Retornam ao Ceará, inicialmente para Guaramiranga e depois Quixadá, onde Rachel é matriculada no curso normal, como interna do Colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em 1925, aos 15 anos de idade. Sua formação escolar pára aí.

Rachel retorna à fazenda dos pais, em Quixadá. Dedica-se inteiramente à leitura, orientada por sua mãe, sempre atualizada com lançamento nacionais e estrangeiros, em especial os franceses. O constante ler estimula os primeiros escritos. Envergonhada, não mostrava seus textos a ninguém.

Em 1926, nasce sua irmã caçula, Maria Luiza. Os outros irmãos eram Roberto, Flávio e Luciano, já falecidos).

Raquel de Queiróz
Com o pseudônimo de "Rita de Queluz" ela envia ao jornal "O Ceará", em 1927, uma carta ironizando o concurso "Rainha dos Estudantes", promovido por aquela publicação. O diretor do jornal, Júlio Ibiapina, amigo de seu pai, diante do sucesso da carta a convida para colaborar com o veículo. Três anos depois, ironicamente, quando exercia as funções de professora substituta de História no colégio onde havia se formado, Rachel foi eleita a "Rainha dos Estudantes". Com a presença do Governador do Estado, a festa da coroação tinha andamento quando chega a notícia do assassinato de João Pessoa. Joga a coroa no chão e deixa às pressas o local, com uma única explicação "Sou repórter".

Seu pai adquiri o Sítio do Pici, perto de Fortaleza, para onde a família se transfere. Sua colaboração em "O Ceará" torna-se regular. Publica o folhetim "História de um nome" — sobre as várias encarnações de uma tal Rachel — e organiza a página de literatura do jornal.

Submetida a rígido tratamento de saúde, em 1930, face a uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, a autora se vê obrigada a fazer repouso e resolve escrever "um livro sobre a seca". "O Quinze" — romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca — é mostrado aos pais, que decidem "emprestar" o dinheiro para sua edição, que é publicada em agosto com uma tiragem de mil exemplares. Diante da reação reticente dos críticos cearenses, remete o livro para o Rio de Janeiro e São Paulo, sendo elogiado por Augusto Frederico Schmidt e Mário de Andrade. O livro logo transformaria Rachel numa personalidade literária. Com o dinheiro da venda dos exemplares, a escritora "paga" o empréstimo dos pais.

Em março de 1931, recebe no Rio de Janeiro o prêmio de romance da Fundação Graça Aranha, mantida pelo escritor, em companhia de Murilo Mendes (poesia) e Cícero Dias (pintura). Conhece integrantes do Partido Comunista; de volta a Fortaleza ajuda a fundar o PC cearense.

Casa-se com o poeta bissexto José Auto da Cruz Oliveira, em 1932. É fichada como "agitadora comunista" pela polícia política de Pernambuco. Seu segundo romance, "João Miguel", estava pronto para ser levado ao editor quando a autora é informada de que deveria submetê-lo a um comitê antes de publicá-lo. Semanas depois, em uma reunião no cais do porto do Rio de Janeiro, é informada de que seu livro não fora aprovado pelo PC, porque nele um operário mata outro. Fingindo concordar, Rachel pega os originais de volta e, depois de dizer que não via no partido autoridade para censurar sua obra, foge do local "em desabalada carreira", rompendo com o Partido Comunista.

Raquel de Queiróz
Publica o livro pela editora Schmidt, do Rio, e muda-se para São Paulo, onde se aproxima do grupo trotskista.

Nasce, em Fortaleza, no ano de 1933, sua filha Clotilde.

Muda-se para Maceió, em 1935, onde faz amizade com Jorge de Lima, Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Aproxima-se, também, do jornalista Arnon de Mello (pai do futuro presidente da República, Fernando Collor, que a agraciou com a Ordem Nacional do Mérito). Sua filha morre aos 18 meses, vítima de septicemia.

O lançamento do romance "Caminho de Pedras", pela José Olympio - Rio, se dá em 1937, que seria sua editora até 1992. Com a decretação do Estado Novo, seus livros são queimados em Salvador - BA, juntamente com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, sob a acusação de subversivos. Permanece detida, por três meses, na sala de cinema do quartel do Corpo de Bombeiros de Fortaleza.

Em 1939, separa-se de seu marido e muda-se para o Rio, onde publica seu quarto romance, "As Três Marias".

Por intermédio de seu primo, o médico e escritor Pedro Nava, em 1940 conhece o também médico Oyama de Macedo, com quem passa a viver. O casamento duraria até à morte do marido, em 1982. A notícia de que uma picareta de quebrar gelo, por ordem de Stalin, havia esmigalhado o crânio de Trótski faz com que ela se afaste da esquerda.

Deixa de colaborar, em 1944, com os jornais "Correio da Manhã", "O Jornal" e "Diário da Tarde", passando a ser cronista exclusiva da revista "O Cruzeiro", onde permanece até 1975.

Estabelece residência na Ilha do Governador, em 1945.

Seu pai vem a falecer em 1948, ano em que publica "A Donzela e a Moura Torta". No ano de 1950, escreve em quarenta edições da revista "O Cruzeiro" o folhetim "O Galo de Ouro".

Rachel de Queiroz
Sua primeira peça para o teatro, "Lampião", é montada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Teatro Leopoldo Fróes, em São Paulo, no ano de 1953. É agraciada, pela montagem paulista, com o Prêmio Saci, conferido pelo jornal "O Estado de São Paulo".

Recebe, da Academia Brasileira de Letras, em 1957, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.

Em 1958, publica a peça "A beata Maria do Egito", montada no Teatro Serrador, no Rio, tendo no papel-título a atriz Glauce Rocha.

O presidente da República, Jânio Quadros, a convida para ocupar o cargo de ministra da Educação, que é recusado. Na época, justificando sua decisão, teria dito: "Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista."

O livro "As Três Marias", com ilustrações de Aldemir Martins, em tradução inglesa, é lançado pela University of Texas Press, em 1964.

O golpe militar de 1964 teve em Rachel uma colaboradora, que "conspirou" a favor da deposição do presidente João Goulart.

O presidente general Humberto de Alencar Castelo Branco, seu conterrâneo e aparentado, no ano de 1966 a nomeia para ser delegada do Brasil na 21ª. Sessão da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, junto à Comissão dos Direitos do Homem.

Passa a integrar o Conselho Federal de Cultura, em 1967, e lá ficaria até 1985. Depois de visitar a escritora na Fazenda Não me Deixes, em Quixadá, o presidente Castelo Branco morre em desastre aéreo.

Estréia na literatura infanto-juvenil, em 1969, com "O Menino Mágico", em 1969.

No ano de 1975, publica o romance "Dôra, Doralina".

Em 1977, por 23 votos a 15, e um em branco, Rachel de Queiroz vence o jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda e torna-se a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. A eleição acontece no dia 04 de agosto e a posse, em 04 de novembro.  Ocupa a cadeira número 5, fundada por Raimundo Correia, tendo como patrono Bernardo Guimarães e ocupada sucessivamente pelo médico Oswaldo Cruz, o poeta Aluísio de Castro e o jurista, crítico e jornalista Cândido Mota Filho.

Rachel de Queiroz
Seu livro, "O Quinze", é publicado no Japão pela editora Shinsekaisha e na Alemanha pela Suhrkamp, em 1978.

Em 1980, a editora francesa Stock lança "Dôra, Doralina". Estréia da Rede Globo de Televisão a novela "As Três Marias", baseada no romance homônimo da escritora.

Com direção de Perry Salles, estréia no cinema a adaptação de "Dôra, Doralina", em 1981.

Em 1985, é inaugurada em Ramat-Gau, Tel Aviv (Israel), a creche "Casa de Rachel de Queiroz". "O Galo de Ouro" é publicado em livro.

Retorna à literatura infantil, em 1986, com "Cafute & Perna-de-Pau".

A José Olympio Editora lança, em 1989, sua "Obra Reunida", em cinco volumes, com todos os livros que Rachel publicara até então destinados ao público adulto.

Segundo notícia que circulou em 1991, a Editora Siciliano, de São Paulo, pagou US$150.000,00 pelos direitos de publicação da obra completa de Rachel.

Já na nova editora, lança em 1992 o romance "Memorial de Maria Moura".

Em 1993, recebe dos governos do Brasil e de Portugal, o Prêmio Camões e da União Brasileira de Escritores, o Juca Pato. A Siciliano inicia o relançamento de sua obra completa.

1994 marca a estréia, na Rede Globo de Televisão, da minissérie "Memorial de Maria Moura", adaptada da obra da escritora. Tendo no papel principal a atriz Glória Pires, notícias dão conta que Rachel recebeu a quantia de US$50.000,00 de direitos autorais.

Inicia seu livro de memórias, em 1995, escrito em colaboração com a irmã Maria Luiza, que é publicado posteriormente com o título "Tantos anos".

Pelo conjunto de sua obra, em 1996, recebe o Prêmio Moinho Santista.

Rachel de Queiroz
Em 2000, é publicado "Não me Deixes — Suas histórias e sua cozinha", em colaboração com sua irmã, Maria Luiza.

Em novembro deste ano, quando a escritora completou 90 anos de idade, foi inaugurada, na Academia Brasileira de Letras, a exposição "Viva Rachel". São 17 painéis e um ensaio fotográfico de Eduardo Simões resumindo o que os organizadores da mostra chamam de “geografia interior de Rachel, suas lembranças e a paisagem que inspirou a sua obra”.

Rachel de Queiroz chega aos 90 anos afirmando que não gosta de escrever e o faz para se sustentar. Ela lembra que começou a escrever para jornais aos 19 anos e nunca mais parou, embora considere pequeno o número de livros que publicou. “Para mim, foram só cinco, (além de O Quinze, As Três Marias, Dôra, Doralina, O Galo de Ouro e Memorial de Maria Moura), pois os outros eram compilações de crônicas que fiz para a imprensa, sem muito prazer de escrever, mas porque precisava sustentar-me”, recorda ela. “Na verdade, eu não gosto de escrever e se eu morrer agora, não vão encontrar nada inédito na minha casa”.

Recebe, em 06-12-2000, o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Em 2003, é inaugurado em Quixadá (CE), o Centro Cultural Rachel de Queiroz.

Faleceu, dormindo em sua rede, no dia 04-11-2003, na cidade do Rio de Janeiro. Deixou, aguardando publicação, o livro "Visões: Maurício Albano e Rachel de Queiroz", uma fusão de imagens do Ceará fotografadas por Maurício com textos de Rachel de Queiroz.
Fonte: Releituras

"...da inocência da infância até à velhice extrema, continuará exatamente assim, só atribuindo interesse e grandeza àquilo que está a serviço da sua pessoa e da sua importância."
- Rachel de Queiroz, in "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas", Editora Siciliano, 1994.


Rachel de Queiroz, à direita, aos três anos de idade
CRONOLOGIA
1910 - Nasce em Fortaleza, no dia 17 de novembro, filha do juiz de direito Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin.
1910 - Muda-se para Fazenda do Junco, propriedade da família em Quixadá, Ceará.
1913 - Em Fortaleza, o pai assume o cargo de promotor, motivando mais uma transferência familiar.
1917 - O pai passa a trabalhar como advogado e a família o acompanha, agora para o Rio de Janeiro, mas, no fim do ano, mudam-se novamente, quando ele é nomeado para o cargo de juiz em Belém, onde permanecem por 2 anos.
1919 - Retornam ao Ceará e residem inicialmente em Fortaleza, depois em Guaramiranga e por fim em Quixadá.
1920 - O pai a presenteia com o terreno no qual, em 1955, a escritora estabelece a Fazenda Não me Deixes.
1921 - Em Quixadá, matricula-se no curso normal do Colégio Imaculada Conceição.
1925 - Conclui o curso normal e retorna à Fazenda do Junco; dedica-se à leitura de clássicos nacionais e estrangeiros e exercita seus primeiros escritos.
1927 - Muda-se com a família para Fortaleza e trabalha no jornal O Ceará, na página de literatura. Publica o folhetim História de um Nome e escreve a peça teatral Minha Prima Nazaré.
1930 - Acometida por uma congestão pulmonar, começa a escrever o romance O Quinze, publicado em agosto, com tiragem de mil exemplares custeada pelos pais. O livro recebe críticas elogiosas de Mário de Andrade (1893 - 1945), Augusto Frederico Schmidt (1906 - 1965) e Alceu Amoroso Lima (1893 - 1983). Trabalha como professora substituta de história no Colégio Imaculada Conceição.
Rachel de Queiroz
1931 - No Rio de janeiro recebe o prêmio de romance da Fundação Graça Aranha e trava contato com integrantes do Partido Comunista Brasileiro - PCB, cujo núcleo no Ceará ajuda a fundar. Termina seu segundo romance, João Miguel, que é censurado pelo PCB, levando-a a romper com o partido.
1932 - Muda-se para Itabuna, Bahia.
1933 - Transfere-se para São Paulo e ali conhece e integra o grupo trotskista liderado pelo crítico de artes plásticas  Mário Pedrosa (1900 - 1981). Faz traduções para a Editora Atena e ministra aulas no Sindicato de Professores de Ensino Livre.
1934 - Retorna a Fortaleza e, como integrante da Frente Única do Partido Socialista, candidata-se a deputada
1935 - Muda-se para Maceió, onde conhece os escritores Graciliano Ramos (1892 - 1953),Jorge de Lima (1893 - 1953) e José Lins do Rego (1901 - 1957), o pintor Tomás Santa Rosa (1909 - 1956) e o crítico e ensaísta Aurélio Buarque de Holanda (1910 - 1989). Volta para Fortaleza.
1937 - Seus livros, apontados como subversivos, são queimados em praça pública. Permanece detida por três meses.
1939 - Muda-se em definitivo para o Rio de Janeiro e colabora no jornal Diário de Notícias.
1940 - Escreve para os periódicos Correio da Manhã, O Jornal, Diário da Tarde e O Estado de S. Paulo. Funda, com Mário Pedrosa, o jornal Vanguarda Socialista
1942 - Ao lado dos escritores Aníbal Machado (1894 - 1964), Jorge Amado (1912 - 2001), José Lins do Rego e Graciliano Ramos, publica o romance Brandão entre o  Mar e o Amor.
1945-1975  - É cronista da revista O Cruzeiro.
1950 -  Publica, em quarenta edições da revista O Cruzeiro, o folhetim O Galo de Ouro.
Rachel de Queiroz
1953 - Encenada em São Paulo, a peça teatral Lampião, recebe o Prêmio Saci, consedido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
1957 - Recebe o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras - ABL, pelo conjunto de sua obra.
1961 - Recusa convite do presidente Jânio Quadros (1917 - 1992) para assumir o Ministério da Educação
1962 - Com os escritores Viriato Corrêa (1884 - 1967), Dinah Silveira de Queiroz (1911 - 1982), Lucio Cardoso (1913 - 1968), Herberto Sales (1917 - 1999), Jorge Amado, João Conde (1912 - 1995), Guimarães Rosa (1908 - 1967), Antonio Callado (1917 - 1997) e Orígines Lessa (1903 - 1986), publica o romance policial O Mistério dos MMM.
1964 - Apóia o Golpe Militar.
1966 - Nomeada pelo presidente general Humberto de Alencar Castelo Branco (1900 - 1967), representa o Brasil como delegada na 21ª Sessão da Assembléia das Nações Unidas, junto à Comissão dos Direitos do Homem. Passa a integrar o Diretório Nacional da Arena, partido da situação
1967 - Integra o Conselho Federal de Cultura.
Rachel de Queiroz,1958 (Foto Arquivo/AE)
1971 - Em parceria com Nilda Bethlen, publica a série de livros .didáticos Meu Livro de Brasil - volumes 3, 4 e 5 - destinada ao ensino de Educação Moral e Cívica de primeiro grau. Com Marion Vilas Bôas Sá Rego, publica a cartilha de alfabetização para adultos intitulada Luís e Maria.
1977 - Torna-se a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras.
1985 - O folhetim O Galo de Ouro é publicado em livro.
1993 - Recebe o Prêmio Camões, conferido pelos governos de Portugal e do Brasil e os Prêmios União Brasileira dos Escritores e Juca Pato.
1996 - Recebe, pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Moinho Santista.
2000 - É titulada Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
2003 - Em Quixadá, é inaugurado o Centro Cultural Rachel de Queiroz.
2003 - Morre no Rio de Janeiro, em 4 de novembro.



"[...] tento, com a maior insistência, embora com tão precário resultado (como se tornou evidente), incorporar a linguagem que falo e escuto no meu ambiente nativo à língua com que ganho a vida nas folhas impressas.  Não que o faça por novidade, apenas por necessidade. Meu parente José de Alencar quase um século atrás vivia brigando por isso e fez escola."
- Rachel de Queiroz


Rachel de Queiroz

OBRA DE RACHEL DE QUEIROZ
Romance
O quinze. Fortaleza, 1930 (Prêmio da Fundação Graça Aranha); 2ª ed., 1931; 3ª ed., São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1942, 4ª ed. e seguintes (com desenhos de Poty), Rio de Janeiro, José Olympio, 1948, 51ª ed., 1992; 56ª ed., São Paulo, Siciliano, 1997.
João Miguel. Rio de Janeiro, Schmidt, 1932; 2ª ed., e seguintes (com desenhos de Poty), Rio de Janeiro, José Olympio, 1948; 9ª ed., 1990; 11ª ed., São Paulo, Siciliano.
Caminho de pedras. Rio de Janeiro, José Olympio, 1937. 10ª ed., São Paulo, 1987, São Paulo, Siciliano, 1995.
As três Marias. Rio de Janeiro, José Olympio, 1939 (Prêmio da Sociedade Felipe de Oliveira). 18ª ed., São Paulo, Siciliano, 1997.
Dora, Doralina. Rio de Janeiro/Brasília, José Olympio/INL-MEC, 1975; 2ª ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1975. 8ª ed., 1987; 10ª ed., São Paulo, Siciliano, 1997.
O galo de ouro.  Rio de Janeiro, José Olympio, 1985. 2ª ed., 1986; 3ª ed., São Paulo, Siciliano, 1993.
Memorial de Maria Moura. São Paulo, Siciliano, 1992. 9ª ed., 1997.


Teatro
Rachel de Queiroz, por Borges
Lampião (peça dramática em cinco atos). Prêmio Saci de O Estado de S. Paulo. Rio de Janeiro, José Olympio, 1953; 3ª ed., 1990.
A beata Maria do Egito (peça em três atos e quatro quadros). Prêmio Melhor Peça Teatral, da Associação dos Críticos Teatrais de São Paulo (1957); Prêmio de Teatro do INL (1957); Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro (1957).  Rio de Janeiro, José Olympio, 1958; 3ª ed., ver., 1990. Montagem e encenação no Teatro dos Grandes Atores - Barra, Rio de Janeiro, 1997.
Teatro. São Paulo, Siciliano, 1995.
O padrezinho santo (inédita)
A sereia voadora (inédita)

Crônica
A donzela e a moura torta. Rio de Janeiro, José Olympio, 1948.
Cem crônicas escolhidas (Nota de Gilberto Amado). Rio de Janeiro, José Olympio, 1958, 2ª ed., São Paulo, Siciliano, 1994.
O brasileiro perplexo. Rio de Janeiro, Ed. do Autor.
O caçador de tatu (seleção e prefácio de Herman Lima). Rio de Janeiro, José Olympio, 1967.
As menininhas e outras crônicas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1976.
O jogador de sinuca e mais historinhas. 1980.
Mapinguari (integrando O brasileiro perplexo e O jogador de sinuca e mais historinhas). Rio de Janeiro, José Olympio, 1989; 2ª ed., com o título O homem e o tempo. [74 crônicas escolhidas]São Paulo, Siciliano, 1995.
As terras ásperas. São Paulo, Siciliano, 1993.
O Nosso Ceará. (com Maria Luiza de Queiroz Salek), 1994.
Um Alpendre, uma Rede, um Açude. [100 crônicas escolhidas], 1994.
Xerimbabo (ilustrações de Graça Lima)
Falso Mar, Falso Mundo. [89 crônicas escolhidas], 2002.


Literatura infanto-juvenil
O menino mágico (com 67 ilustrações de Gian Calvi). Rio de Janeiro, José Olympio,. 1967; 17ª ed., 1992; 21ª ed., São Paulo, Siciliano, 1997.
Cafute e Pena-de-Prata (com ilustrações de Ziraldo). Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. 3ª ed., 1991; 9ª ed., São Paulo, Siciliano, 1996.
Andira. 1992.
Cenas brasileiras. [Para gostar de ler 17].


Rachel de Queiroz, por J.Bosco
Memórias
Tantos anos (com Maria Luiza de Queiroz Salek). Rio de Janeiro, Siciliano, 1994.
O Não Me Deixes: Suas Histórias e Sua Cozinha (com Maria Luiza de Queiroz Salek), 2000.


Poesia
Mandacaru (Org.) BEZERRA, Elvia. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2010. 159 p. il.
Serenata (1925-30), (Org.) MIRANDA, Ana. Editora Armazém da Cultura, 2010, 164 p.


Diversos
Seleta (org. por Paulo Rónai; notas e estudos do prof. Renato Cordeiro Gomes). Rio de Janeiro, José Olympio, 1973; 22ª ed., 1991.
Discursos na Academia (com Adonias Filho). Rio de Janeiro, José Olympio, 1978.
Arnaldo Niskier (discurso de recepção na Academia). Rio de Janeiro, Bloch, 1984.
Obra reunida. Vol. I (Nota da Editora; Louvado para Rachel de Queiros | Manuel Bandeira |; Vida e obra de Rachel de Queiroz | Antônio Carlos Villaça |; Uma revelação - O quinze | Augusto  Frederico Schmidt |; Caminho de pedras | Graciliano Ramos | ): O quinze, João Miguel e Caminho de pedras. Vol. 2 (As três Marias | Mário de Andrade |): As três Marias e Dora, Doralina; Vol. 3: O galo de ouro e A donzela e a moura torta; Vol. 4 (Rachel de Queiroz | Herman Lima | ): 100 crônicas escolhidas e Caçador de tatu; Vol. 5 (Nota introdutória | Sérgio Milliet |; A beata Maria do Egito | Paulo Rónai | ): Mapinguari, Lampião e A beata Maria do Egito.
CD Rachel de Queiroz - historinhas e crônicas, lidas por Arlete Salles. 1º vol. da Coleção "Os Imortais", da Academia Brasileira de Letras, 1999.


Livros didáticos
Meu livro de Brasil 3 (educação moral e cívica -  1º grau). Rio de Janeiro, José Olympio/Fename/MEC, 1971.
Meu livro de Brasil 4 (educação moral e cívica -  1º grau). Rio de Janeiro, José Olympio/Fename/MEC, 1971.
Meu livro de Brasil 5 (educação moral e cívica -  1º grau). Rio de Janeiro, José Olympio, 1971. Todos em co-autoria com a professora Nilda Bethlem.
Luís e Maria (cartilha de alfabetização de adultos) em co-autoria co a professora Maria Vilas-Boas Sá Rego. São Paulo, Lisa, 1971.


Em colaboração
Raquel de Queiroz, por Fernandes
Brandão entre o mar e o amor (romance) (Co-autoria com: Aníbal Machado, Graciliano Ramos, Jorge Amado, José Lins do Rego). São Paulo, Marins, 1942.
Nove elas são (crônicas) (Co-autoria com: Maria Eugênia Celso, Emi Bulhões de Carvalho, Dinah Silveira de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Ondina Ferreira, Leandro Dupré, Lasinha Luís Carlos, Francisca Barros Cordeiro). Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1957.
História do acontecerá (co-autoria com: Álvaro Malheiros, André Carneiro, Antônio Olinto, Clóvis Garcia, Dinah Silveira de Queiroz, Leon Eliachar, Zora Seljan). Rio de Janeiro, GRD, 1961.
O mistério dos MMM (romance) (Co-autoria com: Viriato Correia, Dinah Silveira de Queiroz, Lúcio Cardoso, Herberto Sales, Jorge Amado, José Conde, Guimarães Rosa, Antônio Callado, Orígines Lessa). Rio de Janeiro, O Cruzeiro, 1962.
Elenco de cronistas modernos (Co-autoria com: Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Manuel Bandeira, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga). Rio de Janeiro, Sabiá, 1971; a partir da 5ª ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1976.
"Noel Nutels", em Memórias e depoimentos, de Noel Nutels (com vários autores). Rio de Janeiro, José Olympio, 1974.


Raquel de Queiroz, por Lula Palomanes
Prefácios e notas em livros
Iracema - Ubirajara, de José de Alencar.
O coronel e o lobisomem, de José Cândido de Carvalho.
A pedra do reino, de Ariano Suassuna.
Menino de engenho, de José Lins do Rego.
Uma vida e muitas lutas (vol. III), de Juarez Távora.
O enterro do anão, de Chico Anísio.
Proezas do menino Jesus, de Luís Jardim.
O menino do dedo verde, de Maurice Druon.
Os náufragos do Carnapijó, de Sílvio Meira.
Destino da carne, de Samuel  Butler.
A crônica dos Forsyte, de John Galsworthy.
O morro do ventos uivantes, de Emily Brontë.
Moby Dick, de Herman Melville.
Eurídice, de José Lins do Rego.
Vila dos confins, de Mário Palmério.
Paquetá, de Vivaldo Coaracy.
A faca e o rio, de Odylo Costa, filho.
Estrela da vida inteira, de Manuel Bandeira.
O puxador de terço, de Moreira Campos.
Do sindicato ao Catete, de Café Filho (em Caminho de pedras).
Isto é Brasil, de Erich Joachim (prefácio e legendas).
A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
Perfis parlamentares I (discursos parlamentares I), de José de Alencar (prefácio e seleção).


“O homem feliz é o que não tem passado. O maior dos castigos, para o qual só há pior no inferno, é a gente recordar. Lembranças que vem de repente e ataca como uma pontada debaixo das costelas, ali onde se diz que fica o coração. Alguém pode ter tudo, mocidade, dinheiro no bolso, um bom cavalo debaixo das pernas, o mundo todo ao seu dispor. Mas não pode usufruir nada disso por quê? Porque tem as lembranças perturbando. O passado te persegue, como um cão perverso nos teus calcanhares. Não há dia claro, nem céu azul, nem esperança de futuro, que resista ao assalto das lembranças.”
- Rachel de Queiroz, in "Memorial de Maria Moura".


Rachel de Queiroz

OBRA DE RACHEL DE QUEIROZ PUBLICADA NO EXTERIOR
Alemão
Das Jahr 15 [O Quinze]. Tradução Ingrid Schwamborn. Frankfurt: Suhrkamp, 1978.
Die Drei Marias [As Três Marias]. Tradução Ingrid Führer. Munchen: DTV, 1994.


Eslovaco
Cangaceiro Lampiao [Cangaceiro Lampião]. Tradução Eugen Spálený. Praha: Dilia, 1974.


Estoniano
Võlirpoiss. Tradução Aita Kurfeldt. Eesti Raamat, 1978.


Raquel de Queiroz (...)
Francês
Dôra, Doralina. Tradução Mario Carelli. Paris: Stock, 1980. 
Jean Miguel [João Miguel]. Tradução Mario Carelli. Paris: Stock, 1984.
Lànnée de la Grands Sécheresse [O Quinze]. Tradução Jane e Didier Voïta. Paris: Stock, 1986.
Maria Moura [Memorial de Maria Moura]. Tradução Cécile Tricoire. Paris: Métailié, 1995.


Inglês
The Three Marias [As Três Marias]. Tradução Fred P. Ellison. Austin: University of Texas Press, 1963.
Dôra, Doralina. Tradução Dorothy Scott Loos. New York: Avon Books, 1984.


Japonês
Kambatsu [O Quinze]. Tradução Kazuco Hirokawa. Tókio: Shinsekaisha, 1978.
Lampião. Tóquio, 1964.


Português de Portugal
3 romances [O quinze, João Miguel,  Caminho de pedras]. Lisboa, Livros do Brasil (s.d.).
O quinze (s.d.).


"A piedade supõe uma condição de superioridade e a gente só pode se compadecer de quem sofre mais do que nós"
- Rachel de Queiroz, in "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas", Editora Siciliano, 1994.

Rachel de Queiroz

OBRAS ESTRANGEIRAS TRADUZIDAS POR RACHEL DE QUEIROZ
Romances
AUSTEN, Jane. Mansfield Parlz. José Olympio Editora, 1942.
BALZAC, Honoré de. A mulher de trinta anos. José Olympio Editora, 1948.
BARD, Mary. O doutor meu marido ("Confissão da esposa de um médico") (com Maria Luiza de Queiroz). José Olympio Editora, 1952.
BAUM, Vicki. Helena Wilfuer. José Olympio Editora, 1944.
BELLAMANN, Henry. A intrusa. José Olympio Editora, 1945.
BOTTONE, Phyllis. Tempestade d'alma. José Olympio Editora, 1943.
BRONTË, Emily. O morro dos ventos uivantes. José Olympio Editora, 1947.
BRUYÈRE, André. Os Robinsons da montanha. José Olympio Editora, 1948.
BUCK, Pearl. A promessa. José Olympio Editora, 1946.
BUTLER, Samuel. Destino da carne. José Olympio Editora, 1942.
CHRISTIE, Agatha. A mulher diabólica. José Olympio Editora, 1971.
CRONIN, A. J. A família Brodie (O castelo do homem sem alma). José Olympio Editora, 1940.
CRONIN, A. J. Anos de ternura. José Olympio Editora, 1947.
CRONIN, A. J. Aventuras da maleta negra("Os gerânios tornam a florir"). José Olympio Editora, 1948.
DONAL, Mario. O quarto misterioso e Congresso de bonecas. José Olympio Editora, 1947.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Humilhados e ofendidos. José Olympio Editora, 1944.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Recordações da casa dos mortos. José Olympio Editora, 1945.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Os demônios. José Olympio Editora, 1951.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Os irmãos Karamazov, (3 Vols.) . José Olympio Editora, 1952.
DU MAURIER, Daphne. O roteiro das gaivotas. José Olympio Editora, 1943.
FREMANTLE, Anne. Idade da fé (Biblioteca de História Universal Life) . José Olympio Editora, 1970.
GALSWORTHY, John. A crônica dos Forsyte, (3 vols.) . José Olympio Editora, 1946.
Raquel de Queiroz (...)
GASKELL, Elisabeth. Cranford. José Olympio Editora, 1946.
GAUTHIER, Théophile. O romance da múmia. Ed. de Ouro, 1972.
HEIDENSTAM, Verner von. Os carolinos: crônica de Carlos XII. Editora Delta, 1963.
HILTON, James. Fúria no céu(com Cícero Franklin de Lima) . José Olympio Editora, 1944.
LA CONTRIE, M. D'Agon de. Aventuras de Carlota. José Olympio Editora, 1947.
LOISEL, Y. A casa dos cravos brancos. José Olympio Editora, 1947.
LONDON, Jack. O lobo do mar. Ed. de Ouro, 1972.
MAURIAC, François. O deserto do amor. Editora Delta, 1966.
MERREL, Concordia. Coração Indeciso. (com Cícero Franklin de Lima). José Olympio Editora, 1943.
PROUTY, Oliver. Stella Dallas. José Olympio Editora, 1945.
REMARQUE, Erich Maria. Náufragos("E assim acaba a noite"). José Olympio Editora, 1942.
ROSAIRE, Forrest. Os dois amores de Grey Manning. José Olympio Editora, 1948.
ROSMER, Jean. A afilhada do imperador. José Olympio Editora, 1950.
SAILLY, Suzanne. A deusa da tribo. José Olympio Editora, 1950.
VERDAT, Germaine. A conquista da torre misteriosa. José Olympio Editora, 1948.
VERNE, Júlio. Miguel Strogoff. Ed. de Ouro, 1972.
WHARTON, Edith. Eu soube amar("A solteirona"). José Olympio Editora, 1940.
WILLEMS, Raphaelle. A predileta. José Olympio Editora, 1950.


Biografias e memórias
BUCK, Pearl. A exilada: retrato de uma mãe americana. José Olympio Editora, 1943.
CHAPLIN, Charles. Minha vida (caps. 1 a 7) . José Olympio Editora, 1965.
DUMAS, Alexandre. Memórias de Alexandre Dumas, pai. José Olympio Editora, 1947.
TERESA DE JESUS, Santa. Vida de Santa Teresa de Jesus. José Olympio Editora, 1946.
STONE, Irwin. Mulher imortal (biografia de Jessie Benton Fremont). José Olympio Editora, 1947.
TOLSTÓI, Leon. Memórias (infância, adolescência, juventude). José Olympio Editora, 1944.


Teatro
CRONIN, A. J. Os deuses riem. José Olympio Editora (1952).



Rachel de Queiroz, nov. 1980. (Foto Arquivo/AE)

“Acho que a gente tem que dar o testemunho fiel do seu tempo e da sua gente e as conclusões que sejam tiradas.”

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Raquel de Queiróz, posse na ABL
Sua eleição, em 4 de novembro de 1977 para a cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras, causou certo frisson nas feministas de então. Mas a reação da escritora ao movimento foi bastante sóbria. Numa entrevista, em meio ao grande furor que sua nomeação causou, declarou: Eu não entrei para a Academia por ser mulher. Entrei, porque, independentemente disso, tenho uma obra. Tenho amigos queridos aqui dentro. Quase todos os meus amigos são homens, eu não confio muito nas mulheres. Um verdadeiro choque anafilático no movimento feminista.
Recebida por Adonias Filho, foi a quinta ocupante da cadeira 5, que tem como patrono Bernardo Guimarães.




Rachel de Queiroz a primeira mulher Imortal da ABL.

"Cada coisa tem sua hora e cada hora o seu cuidado"
- "Formosa Lindomar" in: "Rachel de Queiroz". Agir Editora.


Raquel de Queiróz

PRÊMIOS OUTORGADOS A RACHEL DE QUEIROZ (OS PRINCIPAIS)
Prêmio Fundação Graça Aranha, pela obra“O quinze”, 1930.
Prêmio Sociedade Felipe d' Oliveira, pela obra “As Três Marias”, 1939.
Prêmio Saci, de O Estado de São Paulo, para Lampião, 1954
Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra, 1957
Prêmio Teatro, do Instituto Nacional do Livro, e Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, para A beata Maria do Egito, 1959.
Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro (São Paulo), para O menino mágico, 1969.
Prêmio Nacional de Literatura de Brasília, para conjunto de obra em 1980.
Título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Ceará, em 1981.
Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, em solenidade realizada no Clube Militar, em 1983.
Medalha Rio Branco, do Itamarati, 1985.
Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador, 1986.
Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais, 1989.
Prêmio Camões, o maior da Língua Portuguesa, 1993, sendo a primeira mulher a recebê-lo.
Título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Estadual do Ceará - UECE, 1993.
Título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, de Sobral, em 1995.
Diploma de Honra ao Mérito do Rotary Clube do Rio de Janeiro, 1996. 
Prêmio Moinho Santista de Literatura,  na categoria de romance, 1996.
Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ, 2000.
Eleita para o elenco dos “20 Brasileiros empreendedores do Século XX”, em pesquisa realizada pela PPE (Personalidades Patrióticas Empreendedoras), 2000.
Medalha Boticário Ferreira, da Câmara Municipal de Fortaleza, 2001.
Troféu Cidade de Camocim, em 20 de Julho de 2001 – Academia. Camocinense de Letras e Prefeitura Municipal de Camocim.

 Rachel de Queiroz na Fazenda Não me Deixes,  no Ceará, em setembro de 1998

"Morrer, só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro, ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha."
- Rachel de Queiroz, in "O brasileiro perplexo; histórias e crônicas: histórias e crônicas". Editora do Autor, 1963.



DOCUMENTÁRIOS SOBRE RACHEL DE QUEIROZ
DocumentárioRachel de Queiroz - um alpendre, uma rede, um açude
Sinopse: Nascida em 1910 em Fortaleza, Rachel de Queiroz surpreende a literatura nacional com a publicação de O Quinze, quando ainda não tinha 20 anos de idade. Passa por muitas outras importantes obras no romance, crônica e jornalismo, até culminar no Memorial de Maria Moura, verdadeiro monumento literário escrito aos 80 anos. No vídeo, Rachel faz algumas revelações que se somam aos depoimentos de Antônio Houaiss, Heloísa Buarque de Holanda, Ana Miranda e Antônio Carlos Villaça.
Direção: Eliane Terra, Karla Holanda
Tipo: Documentário
Formato: Vídeo (S-VHS)
Ano Produção:1995
Origem: Brasil (CE)
Cor / PB: cor
Duração: 30 min.
Prêmios: Segundo Lugar - Festival de Vídeo de Teresina 1996
Roteiro: Eliane Terra, Karla Holanda
Fotografia: Eliane Terra
Operador de Câmera: Eliane Terra
Produção: Karla Holanda
Produtora: Em Foco Multimídia
Disponível no link 



DocumentárioRachel de Queiroz - Vida e Obra
Sinopse: Duas estudantes, no subúrbio do Rio de Janeiro, recorrem ao dono duma biblioteca do bairro para fazer uma pesquisa sobre a vida e a obra da escritora Rachel de Queiroz. Diante do amontoado de livros da biblioteca, as perguntas e respostas vão surgindo, nos dando um pequeno painel do mundo e do tempo de Rachel. Enquanto o bibliotecário orienta e encaminha a pesquisa, a autora responde ou vive as situações apresentadas; começando pela sua infância no sertão do Quixadá e do Colégio das freiras francesas em Fortaleza. Rachel fala da sua experiência como romancista, cronista, autora teatral, escritora de literatura infanto-juvenil... e é com emoção que nos conta também sobre a família, maridos, amigos, patrões e principalmente da filha, que faleceu com um ano e meio de idade. Amigos do mundo político e literário, atores e colaboradores ajudam com seus relatos, na compreensão dos personagens e dos seus mundos; de como nascem do imaginário da autora e ganham vida nas montagens teatrais, filmes, novela e mini-série.
Direção: Jurandir de Oliveira. 
Tipo: Documentário
Formato: Vídeo (Betacam)
Ano Produção: 2001
Origem: Brasil (RJ)
Cor / PB: cor
Duração: 42 min.
Elenco: Vera Fischer, Arlete Salles, Perry Salles, Chico Dias, Karina Barum
Fotografia: Jorge Monclar
Som: Juarez Dagoberto
Música: Andre Lopez, Romulo Cesar
Montagem/Edição: Ana
Produção: Letícia Menescal
Produtora: M e L Produções



DocumentárioRachel de Queiroz: Não Me Deixes
Sinopse: mostra, num relato sutil e íntimo, um perfil das facetas menos conhecidas da escritora, além de traçar sua trajetória, do interior do Ceará para o mundo. Pelo olhar e pelas palavras de familiares, amigos, e de especialistas em sua obra, descortinam-se todas as características pelas quais ela se tornou célebre: suas raízes, sua formação, seu pioneirismo como escritora de forte cunho regional e seu aguçado senso em desvendar a alma feminina. Passeando pelos lugares por onde Rachel viveu, e conversando com pessoas queridas a ela, o documentário pretende mostrar o quanto da força de seu texto vem da importância dessas vivências.
Série: Mestres da Literatura
Duração: 28 min.
Ficha Técnica
Equipe TAL
Roteiro e Direção: Cecília Araújo
Produção Executiva: Malu Viana Batista
Coordenação de Produção: Clara Ramos
Direção de Fotografia: Ivanildo Machado
Edição: Felipe Macedo
Design Gráfico: Deborah Guerra
Música Original: Cacá Machado
Equipe TV Escola: Ministério da Educação
Departamento de Produção e Capacitação em Programas de Educação a Distância - Coordenação-Geral de Produção de Programas em Radiodifusão
Produção TV Escola: Alexandre Fischgold e Érico Monnerat
Disponível em: Pacto audiovisual e TV Escola 


Rachel de Queiroz: Não Me Deixes


"O maior espetáculo para o homem será sempre o próprio homem."
- Rachel de Queiroz


Rachel de Queiroz - "De lá pra cá" - Parte I


Rachel de Queiroz - "De lá pra cá" - Parte II




Rachel de Queiroz - vida e obra
[Documentário produzido e realizado pela TV Câmara].



GloboNews - Arquivo N - Raquel de Queiroz a 
história da mulher que mais se destacou na literatura

ADAPTAÇÃO DA OBRA DE RACHEL DE QUEIROZ PARA A TELEVISÃO
TELENOVELAAs três Marias
Baseado em romance de Rachel de Queiroz
Sinopse: Relata a história de três jovens, conhecidas como as "Três Marias", e amigas desde os tempos de colégio na Suíça. O reencontro das três põe a prova essa amizade quando elas se envolvem com os problemas uma das outras. Paralelamente, corre a investigação sobre a morte misteriosa de Teresa, outra amiga de colégio das três jovens.
Produzida e exibida pela: Rede GloboEscrita: Wilson Rocha e Walther Negrão
Direção: Herval Rossano
Capítulos: 161 capítulos.
Período de exibição: entre 1980 e 1981, no horário das 18 horas.
Memória Rede Globo - As três Marias.


EPISÓDIOCremilda e o Fantasma [Série Brava Gente]
Baseado no conto homônimo de Rachel de Queiroz
Sinopse: o episódio contará a história de Cremilda (Paloma Duarte) e sua família: seu José (Othon Bastos) e dona Das Dores (Elizabeth Savalla), famosos por suas habilidades como caçadores de fantasmas. A família é chamada às pressas por Juliano (Milton Gonçalves), um corretor de imóveis que não consegue alugar uma casa habitada pelo fantasma Armando (Angelo Antonio). Para surpresa de todos, o fantasma apaixona-se por Cremilda que chega a terminar com o noivo Silvio (Marcelo Faria) e morre para viver na eternidade com Armando.
Produção e Exibição: Rede Globo
Adaptado: Angela Chaves
Direção: Roberto Farias
Ano: 2002



MINISSÉRIE: Memorial de Maria Moura
Adaptação do romance homônimo de Rachel de Queiroz
Produção: Rede Globo
Direção: Denise Saraceni, Mauro Mendonça Filho e Roberto Farias
Supervisão artística: Carlos Manga.
Escrita: por Jorge Furtado e Carlos Gerbase, com a colaboração de Glênio Póvoas e Renato Campão.
Capitulos: 24
Exibição: Rede Globo às 22h30 de 17 de maio a 17 de junho de 1994.


Rachel de Queiroz - Rio de Janeiro, RJ, 6/7/1993
(Foto: Otávio Magalhães/AE)

OBRA DE RACHEL DE QUEIROZ ADAPTADA NO CINEMA


Filme: O Quinze

Sinopse: O ano é 1915. Em pleno sertão central do Ceará, a vida de homens e mulheres se cruzam durante um período de seca devastador. De um lado estão a professora Conceição e seu primo Vicente, que nutrem um pelo outro um amor platônico e preso às convenções. De outro, está Chico Bento e sua família, que largam tudo em Quixadá e rumam a pé para Fortaleza em busca de uma passagem para o Amazonas.
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 107 min.
Ano de Lançamento (Brasil): 2007
Distribuição: Pipa Produções 
Diretor: Jurandir Oliveira
Roteiro: Jurandir Oliveira, baseado em livro de Rachel de Queiróz.
Produção executiva: Leticia Menescal
Fotografia: Luiz Abramo
Desenho de produção: Márcio Rodart 
Direção de arte: Jurandir Oliveira 
Figurino: Dami Cruz 
Música: Roberto Menescal e Flavio Mendes
Trilha Sonora: Roberto Menescal 
Montagem: Luelane Loiola
Elenco: Karina Barum, Juan Alba, Jurandir Oliveira, Sôia Lira, Maria Fernanda, Carry Costa, Vívian Duarte, Fernanda Garcez, Marisa Maia e Haroldo Serra.




RACHEL DE QUEIROZ NO CINEMA
Filme: O Cangaceiro
Sinopse: O bando de cangaceiros do capitão Gaudino semeia o terror pela caatinga nordestina. A professora Maria Clódia, raptada durante um assalto do grupo, se apaixona pelo pacífico Teodoro. O forte amor entre os dois gera grande conflito entre a turma.
Ficha Técnica
Direção e roterio: Lima Barreto
Diálogos criados por: Rachel de Queiroz
Elenco: Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton Ribeiro, Vanja Orico, Ricardo Campos, Galileu Garcia, João Batista Giotto
Produção: Anibal Massaini Neto
Fotografia: H. E. Fowle (Chick Fowle)
Trilha Sonora: Gabriel Migliori
Duração: 105 min.
Ano: 1953
País: Brasil
Gênero: Drama
Cor: Preto e Branco
Distribuidora: Columbia Pictures
Produtora/Estúdio: Companhia Cinematográfica Vera Cruz
Prêmios:
- Melhor Filme de Aventura e Menção Honrosa à  música Olê muié rendeira, interpretada pela também atriz Vanja Orico, no Festival de Cannes.
Importante: O filme "Cangaceiro", de Lima Barreto, foi restaurado em 2011, pela Cinemateca Brasileira, terá cópias em digital, incluindo extras, com mais de 200 fotos still de cenas e bastidores da filmagem, um pequeno documentário mostrando o processo de restauro, e depoimentos de artistas, técnicos e profissionais envolvidos com O Cangaceiro.



"Fala-se muito na crueldade e na bruteza do homem medievo. Mas o homem moderno será melhor?"
- Rachel de Queiroz, in "As terras ásperas". Editora Siciliano,1993.




"O QUINZE', DE RACHEL DE QUEIROZ ADAPTADO PARA HQ (HISTÓRIA EM QUADRINHOS)
QUEIROZ, Rachel. O Quinize.[coleção Clássicos Brasileiros em HQ].  Desenhos em aquarela que o artista Shiko. Editora Ática, 2012.
O Livro: No sertão do Ceará, em meio ao desengano e à esperança, três histórias se cruzam sobre uma espera sem fim: Conceição tenta convencer a avó a abandonar sua propriedade no sertão e levá-la para Fortaleza, onde trabalha como professora; o vaqueiro Chico Bento fica desempregado e, sem dinheiro para o trem, é obrigado a caminhar pelas estradas com a família, vivenciando fome, sede, morte; e apenas Vicente permanece na própria fazenda, lutando contra o sol escaldante e a mortandade do gado.
O ano é 1915. Ficaria marcado para sempre na história por uma das maiores secas que o nordeste brasileiro já enfrentou.
Quando o romance foi publicado, nos anos 1930, chamou a atenção por ter sido escrito por uma autora ainda iniciante. Muito foi dito sobre as semelhanças entre ela e sua protagonista: ambas independentes, crescidas no Ceará e levando a vida entre a cidade e o campo. Mas a obra ultrapassou questões biográficas e impressionou pela sobriedade com que tece uma trama de vidas ligadas por um longo ano de estiagem.
Muitas décadas depois, outro artista que viveu a realidade do sertão, e hoje transita entre as principais metrópoles do mundo, adapta o clássico para os quadrinhos. Nascido no interior da Paraíba, Shiko realizou extensa pesquisa para transpor elementos da cultura local com precisão.
___
** Shiko nasceu em Patos, no sertão paraibano, onde viveu até os 20 anos. Começou sua carreira nos quadrinhos - desde 1997 desenha e publica o Margina-zine. Sua produção inclui ilustrações de editoriais e campanhas publicitárias, grafite pelas ruas das cidades, direção de filmes, clipes e curtas de animação. É um dos artistas presentes no álbum MSP Novos 50 e vai participar do projeto Graphic MSP, com o personagem Piteco.


"(...) E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-branca que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos se arrastando e gemendo."
- Rachel de Queiroz, in "O Quinze".



Rachel de Queiroz

Louvação

(à Rachel de Queiroz)
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel, minha amiga,
nata e flor do nosso povo.
Ninguém tão Brasil quanto ela,
pois que, com ser do Ceará,
tem de todos os Estados,
do Rio Grande ao Pará.
Tão Brasil: quero dizer
Brasil de toda maneira
-- brasílica, brasiliense,
brasiliana, brasileira.
Louvo o Padre, louvo o Filho,
o Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel e, louvada
uma vez, louvo-a de novo.
Louvo a sua inteligência,
e louvo o seu coração.
Qual maior? Sinceramente,
meus amigos, não sei não.
Louvo os seus olhos bonitos,
louvo a sua simpatia.
Louvo a sua voz nortista,
louvo o seu amor de tia.
Louvo o Padre, louvo o Filho,
o Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel, duas vezes
louvada, e louvo-a de novo.
Louvo o seu romance: O Quinze
E os outros três; louvo As Três
Marias especialmente,
mais minhas que de vocês.
Louvo a cronista gostosa.
Louvo o seu teatro: Lampião
e a nossa Beata Maria.
Mas chega de louvação,
porque, por mais que a louvemos,
Nunca a louvaremos bem.
Em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo, amém.
- Manuel Bandeira


Rachel de Queiroz e Gilberto Freyre, mar./1980
[foto: Acervo Gilberto Freyre]

FORTUNA CRÍTICA DE RACHEL DE QUEIROZ
[Bibliografia e Estudos Acadêmicos sobre Rachel de Queiroz]
Rachel de Queiroz e José Américo de Almeida no dia
da posse na ABL, 1977 (Foto Acervo Pessoal).
ABDALA JR., Benjamin. Utopia e ideologia em O quinze, de Rachel de Queiroz. In: Anais do V Seminário Nacional Mulher e Literatura. Natal: UFRN Universitária, 1995.
ABREU, Laile Ribeiro de.  Rachel de Queiroz: Diálogo entre as crônicas O Cirino, Roteiro de um haver encoberto e o romance Memorial de Maria Moura. In: Constãncia Lima Duarte; Eduardo Assis Duarte; Marcos Antônio Alexandre.. (Org.). Falas do outro - Literatura, gênero, etnicidade.. Falas do outro - Literatura, gênero, etnicidade.. 1ªed. Belo Horizonte: Nandyala Livros e Serviços Ltda, 2010, v. único, p. 1-344.
ABREU, Laile Ribeiro de. Análise da Memória e da Diáspora em duas Marias: Maria Moura e Maria Nova. In: Pretov, Petar; SOUZA, Pedro Quintino de; SAMARTIM, Roberto López-Iglésias; FEIJÓ, Elias J. Torres. (Org.). Avanços em Literatura e Cultura Brasileiras Século XX. Avanços em Literatura e Cultura Brasileiras Século XX. 1ª ed. Santiago de Compostela-Faro: AIL - Através Editora, 2012, v. 2, p. 13-453.
ABREU, Laile Ribeiro de. Memorial de Maria Moura: percurso crítico e representação da memória. (Dissertação Mestrado em Letras). Faculdade de Letras, 2011.
ABREU, Laile Ribeiro de. Rachel de Queiroz e sua escrita sertaneja. Em Tese (Belo Horizonte. Impresso), v. 17, p. 58-65, 2011.
ABREU, Laile Ribeiro de. Rachel de Queiroz e sua escrita sertaneja. In: ARRUDA, Aline Alves; Neves, Ana Caroline Barreto; DUARTE, Constância Lima; PAIVA, Kelen Benfenatti; PEREIRA, Maria do Rosário.. (Org.). A escritura no feminino. A escritura no feminino. 1ªed.Florianópolis: Editora Mulheres, 2011, v. I, p. 13-425.
ALENCAR, Socorro Edite Oliveira Acioli de. Rachel de Queiroz. 1. ed. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003. v. 1. 135p.
ALVES, Andresa Guedes Kaminski. Relações Entre Espaço e Personagem em O Quinze de Rachel de Queiroz. In: VII Seminário de Literatura, História e Memória I Simpósio de Pesquisa em Letras da Unioeste, 2007, CASCAVEL - PR. VII Seminário de Literatura, História e Memória I Simpósio de Pesquisa em Letras da Unioeste. Cascavel: Edunioeste, 2007. v. 7. p. 1-12.
AMADO, Gilberto. Prefácio. a 100 crônicas escolhidas.
ANDRADE, Mário de. As três Marias. In: O empalhador de passarinho. 2. ed. São Paulo: Livraria Martins, 1989.
ANDRADE, Mário de. Estudo. em O empalhador de passarinho, São Paulo, Martins.
ANDRADE, Mário de. Rachel de Queiroz. Táxi e crônicas no Diário Nacional. São Paulo: Duas Cidades; Secretaria de Cultura, 1930.
ARAGÃO, Cleudene de Oliveira (Org.).; BARBOSA, Lourdinha Leite. (Org.). 100 Anos De Rachel De Queiroz Vida E Obra. Fortaleza: Editora INESP, 2010, v.
ARAGÃO, Cleudene de Oliveira.  A Fabuladora Artífice Rachel de Queiroz: Vidas Feitas de Terra, Mar e Palavra. In: FIUZA, Regina Pamplona. (Org.).. Panorama Literário. Fortaleza: Academia Cearense de Letras/Expressão Gráfica, 2006, v. , p. 163-192.
ARAGÃO, Cleudene de Oliveira.  Xosé Neira Vilas e Rachel de Queiroz, Fabuladores Artífices. 1ª. ed. Edicións do Castro, 2000. v. 1.
Rachel de Queiroz, 31/08/86. (Foto:César Diniz/ AE)
ARAGÃO, Cleudene de Oliveira. Ceará e Galícia na Literatura: Os Fabuladores Artífices Raquel de Queiroz e Xosé Neira Vilas, Vidas Feitas de Terra, Mar e Palavra. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Federal do Ceará, UFC, Brasil, 1998.
ARAGÃO, Cleudene de Oliveira. Los narradores artífices Xosé Neira Vilas y Rachel de Queiroz : guardianes de la memoria de Galicia, Ceará, y de otras tierras. A TRABE DE OURO. Publicación Galega de Pensamento Crítico, Galicia, v. tomoII, n.Ano IX, p. 173-181, 1998.
ARAGÃO, Cleudene de Oliveira. Rachel de Queiroz e Xosé Neira Vilas: Vidas Feitas de Terras e Palavras. 1. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2012. 242p .
ARAGÃO, Cleudene de Oliveira. Rachel de Queiroz: Uma Sertaneja Cearense Contada por Si Mesma. Presente! (Centro de Estudos e Assessoria Pedagógica), v. 03, p. 50-55, 2010.
ARAÚJO, Felipe. Entrevista de Rachel de Queiroz. O Povo - Jornal do Ceará (da Editoria do Sábado - 26.09.1998). Disponível no link. (acessado em 16.11.2012).
ARAÚJO, Kárita de Fátima. 1915: A Seca e o Sertão Sob o Olhar de Raquel de Queiroz. Estudios Historicos – CDHRP- Diciembre 2009 - Nº 3. Disponível no link. (acessado em 16.11.2012).
ARAÚJO, Silvera Vieira de. "O Quinze" e a representação da cultura popular do sertanejo do inicio do século XX. In: II Encontro Nacional sobre literatura infanto juvenil e ensino, 2008, Campina Grande. II Encontro Nacional sobre literatura infanto juvenil e ensino. Campina Grande: Bagagem, 2008. v. 2. p. 31-40.
ARAÚJO, Silvera Vieira de. As Percepções do Feminino no Romance O Quinze de Rachel de Queiroz. In: II Coloquio Nacional de Genero e Sexualidade, 2006, Campina Grande-PB. Anais Do II Coloquio Nacional de Genero e Sexualidade. João Pessoa-PB: EDUFPB, 2006. v. II. p. 809-814.
ARAÚJO, Silvera Vieira de. História e seus dialogos com a literatura regionalista: "O Quinze" na representação da cultura popular do sertanejo. In: II Semana de pesquisa em história: história, memória e documentação, 2008, Campina Grande. II Semana de pesquisa em história: história, memória e documentação. Campina Grande: EDUEP, 2008. p. 52-60.
ATHAYDE, Tristão de. Estudo. em Meio século de presença literária, Rio de Janeiro, José Olympio, 1969.
BANDEIRA, Manuel. Louvado para Rachel de Queiroz. em Estrela da vida inteira.
BARBOSA, Maria de Lourdes Dias Leite. Protagonistas de Rachel de Queiroz: caminhos e descaminhos. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Federal do Ceará, UFC, Brasil, 1997.
BARBOSA, Maria de Lourdes Dias Leite. Protagonistas de Rachel de Queiroz: caminhos e descaminhos. Campinas- SP:, 1999. v. 1. 111p .
BLOCH, Adolpho et alii. Rachel de Queiroz: os oitenta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.
BRUNO, Haroldo. Prefácio. a O quinze.
Rachel de Queiroz, São Paulo, SP, 12.1987
(Foto Carlos Chivarino - AE).
BRUNO, Haroldo. Rachel de Queiroz: crítica, bibliografia, seleção de textos, iconografia. Rio de Janeiro/Brasília: Cátedra/INL-MEC, 1977.
CAMARGO, Luís Gonçales Bueno de. Rachel de Queiroz nos anos 30: trajetória no impasse. In: COUTINHO, Fernanda. (Org.). Rachel de Queiroz: uma escrita no tempo. Rachel de Queiroz: uma escrita no tempo. 1ed. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2010, v., p. 39-53.
CAMARGO, Luís Gonçales Bueno de. Romance proletário em Rachel de Queiroz ou vendo o lado de fora pelo lado de dentro. Revista Letras (Curitiba), Curitiba, v. 47, p. 19-38, 1997.
CAMINHA, Edmílson. Rachel de Queiroz - A senhora do Não me deixes. Edição ABL, 2010. Disponível no link. (acessado em 11.4.2013).
CAMPOS, Alex Sander Luiz. Como um romance: construção da subjetividade e referências literárias em As Três Marias, de Rachel de Queiroz. In: Aline Alves Arruda; Ana Caroline Barreto Neves; Constância Lima Duarte; Kelen Benfenatti Paiva; Maria do Rosário Alves Pereira. (Org.). A escritura no feminino: aproximações. 1ª ed., Florianópolis: Editora Mulheres, 2011, v. único, p. 93-101. 
CAMPOS, Alex Sander Luiz. As três Marias, de Rachel de Queiroz: literatura e subjetividade. Em Tese (Belo Horizonte. Online), v. 17, p. 5/1-10, 2011. Disponível no link. (acessado em 30.7.2014).
CARVALHO, Elair de. Entre a Tradição e a Transgressão: as personagens femininas Maria Moura e Blimunda. In: Agnaldo Rodrigues; Isaac Newton Ramos. (Org.). Ensaios em Literatura Comparada: Portugal, Brasil, Angola, cabo Verde. Ensaios em Literatura Comparada: Portugal, Brasil, Angola, cabo Verde. 01 ed.Cáceres-MT: UNEMAT EDITORA, 2003, v. 1, p. 83-92.
CARVALHO, Elair de. O Feminino entre a tradição e a transgressão: Maria MOura de Rachel de Queiroz e Blimunda de José Saramago. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade de São Paulo, USP, Brasil, 2003.
CASTELO, José Aderaldo. Prefácio. a As três Marias.
CHIAPPINI, Lígia. Rachel de Queiroz: invenção do Nordeste e muito mais. In: CHIAPPINI, Lígia; BRESCIANI, Maria Stella (orgs.). Literatura e cultura no Brasil. Identidades e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2002.
COELHO, Nelly Novaes. Rachel de Queiroz revisitada. In: A literatura feminina no Brasil contemporâneo. São Paulo: Siciliano, 1993.
COQUEIRO, Wilma dos Santos. A Força Simbólica do Espaço Patriarcal em Rachel de Queiroz: Uma leitura dos romances Memorial de Maria Moura e Dôra, Doralina. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Estadual de Londrina, UEL, Brasil, 2003.
COQUEIRO, Wilma dos Santos. A problematização dos conflitos femininos na sociedade patriarcal: uma leitura do romance Dôra Doralina de Rachel de Queiroz. Línguas & Letras (UNIOESTE), Cascavel: EDUNIOESTE, v. 5, n.8 e 9, p. 67-77, 2004.
COURTEAU, Joanna. A feminização do discurso nacional na obra de Raquel de Queiroz. Revista Hispania, v. 84, n. 4, dez. 2001.
COUTINHO, Fernanda (Org.). Rachel de Queiroz: uma escrita no tempo (ensaios). 1ª. ed. Fortaleza: Demócrito Rocha, 2010. v. 1. 182p.
CUNHA, Cecília Maria. Além do amor e das flores: primeiras escritoras cearenses. 1. ed. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2008. v. 200. 232p.
CUNHA, Cecília Maria. Imagens do sertão cearense nas crônicas de Rachel de Queiroz. Revista de Humanidades (UNIFOR), v. 23, p. 107-119, 2008.
CUNHA, Cecília Maria. Vivências em retalhos: um ensaio sobre a crônica de Rachel de Queiroz nas páginas de O Cruzeiro (anos 50). (Dissertação Mestrado em Literatura). Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil, 2011.
Rachel de Queiroz
EXPOSIÇÃO "Viva Rachel". São 17 painéis e um ensaio fotográfico de Eduardo Simões. Academia Brasileira de Letras, em 2000.
FANINI, Michele Asmar. As mulheres e a Academia Brasileira de Letras. História (São Paulo), v. 29, p. 345-367, 2010.
FANINI, Michele Asmar. Fardos e fardões: mulheres na Academia Brasileira de Letras (1897-2003). (Tese Doutorado em Sociologia). Universidade de São Paulo, USP, Brasil, 2009.
FANINI, Michele Asmar. Portas (entre)abertas: os bastidores do ingresso de Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras. In: BERTOLUCCI, Patrícia T.; TOREZAN, Ana Cláudia. (Org.). Mulher, Sociedade e Direitos Humanos. Mulher, Sociedade e Direitos Humanos. 1ed. São Paulo: Rideel, 2010, v. 1, p. 253-280.
FERREIRA, Helena Rodrigues de Oliveira Marques. O círculo de três pontas - relações de gênero em "As três Marias", "Dôra, Doralina" e "Memorial de Maria Moura", de Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em Literatura). Universidade de Brasília, UNB, Brasil, 2000.
FERREIRA, Helena Rodrigues de Oliveira Marques. O percurso da dor: uma leitura de "Dôra, Doralina", de Rachel de Queiroz. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n.16, p. 15-23, 2001.
FHILADELFIO, Joana Alves. Aprender com Rachel de Queiroz:gênero e Literatura traçando caminhos. (Dissertação Mestrado em Educação). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil, 2000.
FHILADELFIO, Joana Alves; OSWALD, M. L.. Aprender com Rachel de Queiroz: gênero e literatura traçando caminhos. In: Eneida Maria Chaves. (Org.). Trajetórias multidisciplinares na construção do conhecimento. Trajetórias multidisciplinares na construção do conhecimento. São João del-Rei: Funrei, 2001, v. , p. 301-328.
FIGUEIREDO, Adriana Giarola Ferraz. Entre os dias e os anos: leitura de crônicas de Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em Literatura Brasileira). Universidade Estadual de Londrina, UEL, Brasil, 2007.
FILHO, Adonias. A beata Maria do Egito. em A Leitura, no. 12, Rio de Janeiro, 1958.
FILHO, Adonias. Prefácio. a O quinze.
FURTADO, Clecia Maria Nobrega Marinho. Expressões de Fala em O Quinze, de Rachel de Queiroz: uma análise léxico-semântica. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Federal da Paraíba, UFPB, Brasil, 2006.
GOMES, Renato Cordeiro; RÓNAI, Paulo (org.). Seleta de Rachel de Queiroz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
GRIECO Agrippino. Estudos. em Gente nova do Brasil, Rio de Janeiro, José Olympio, 1948.
Rachel de Queiroz
GUERELLUS, Natália de Santanna. As Crônicas Rachelianas em O Cruzeiro: Apontamentos Sobre a Imprensa como Fonte (1945-1964). In: Júlia Bianchi Reis Insuela, Marina Maria de Lira Rocha, Matheus Serva Pereira, Natália de Santanna Guerellus, Pedro Krause Ribeiro, Robertha Pedroso Triches. (Org.). Estudos de Imprensa no Brasil. Estudos de Imprensa no Brasil. 01ed.Rio de Janeiro: PPGHistória-UFF, 2012, v. único, p. 240-254.
GUERELLUS, Natália de Santanna. As crônicas rachelianas no O Cruzeiro: apontamentos sobre a imprensa como fonte (1945-1964). In: I Seminário de Pos-Graduandos em História: Estudos de Imprensa no Brasil, 2010, Rio de Janeiro. Anais do I Seminário de Pos-Graduandos em História: Estudos de Imprensa no Brasil, 2010.
GUERELLUS, Natália de Santanna. As Três Rachéis: mulher, escritora, personagem. (1930-1939). In: XXV Simpósio Nacional de História - História e Ética, 2009, Fortaleza.
GUERELLUS, Natália de Santanna. Rachel de Queiroz: Regra e Exceção (1910-1945). (Dissertação Mestrado em História). Universidade Federal Fluminense, UFF, Brasil, 2011. Disponível no link. (acessado em 16.11.2012).
HOLLANDA, Heloisa Buarque. Rachel de Queiroz. Agir Editora, 2009.
LANDIM, Sebastião Teoberto Mourão. Protagonistas de Rachel de Queiroz: caminhos e descaminhos. In: Maria de Lourdes Leite Dias Barbosa. (Org.). Caminhos e descaminhos das personagens femininas de Rachel de Queiroz. 1ª ed. Campinas-SP: Pontes Editora, 1998, v. 1000, p. 8-10.
LIMA, Herman. Prefácio. a O caçador de tatu.
LIMA, Herman. Rachel de Queiroz. In: QUEIROZ, Rachel. Obra reunida. Vol. 4. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
LIRA, José Luís. No Alpendre com Rachel. Editora Cidadania. Fortaleza, Ceará, 2003.
MACIEL, Silvia Fernanda de Medeiros. Nomes, tempos e lugares mágicos: leituras psicológicas dos livros infantis de Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Brasil, 1999.
MACIEL, Silvia Fernanda de Medeiros. Nomes, tempos e lugares mágicos: leituras psicológicas dos livros infantis de Rachel de Queiroz. 1. ed. Recife: Editora da Universitária da UFPE, 2003. 162p.
MANERA, Giulia. Raconter le féminin. De Conceiçao à Maria Moura, la représentation du féminin dans l'oeuvre de Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em master langues littératures civilisation romanes). Université Paris Ouest Nanterre La Défense, Paris Ouest, França, 2011.
MARTINS, Wilson. Rachel de Queiroz em perspectiva. In: INSTITUTO MOREIRA SALLES. Rachel de Queiroz. Cadernos de Literatura Brasileira. São Paulo: Instituto Moreira Salles, n. 4, set. 1997.
Rachel de Queiroz, por Francci Lunguinho
MEDEIROS, Lígia Regina Calado de. Mulher, Mulheres: tateando o selvagem em personagens de Rachel de Queiroz e Clarice Lispector. (Tese Doutorado em Letras). Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil, 2010.
MELLO, Marisa Schincariol de. Como se faz um clássico da literatura brasileira? Analise da consagração literária de Erico Verissimo, Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz (1930-2012). (Tese Doutorado em História). Universidade Federal Fluminense, UFF, Brasil, 2012.
MENDES, Marlene Carmelinda Gomes. As Três Marias de Rachel de Queiroz: do manuscrito à 1ª edição. In: II Encontro de Edição Crítica e Crítica Genética, 1990, São Paulo. Anais do II Encontro de Edição Crítica e Crítica Genética: eclosão do manuscrito. São Paulo: EDUSP, 1990. v. 1. p. 201-205.
MENDES, Marlene Carmelinda Gomes. As três Marias e Memorial de Maria Moura: dois manuscritos de Rachel de Queiroz. In: III Encontro de Ecdótica e Crítica Genética, 1993, João Pessoa / Paraíba. Anais do III Encontro de Ecdótica e Crítica Genética. João Pessoa: Editora da Universidade Federal da Paraíba, 1993. v. 1. p. 309-314.
MENDES, Marlene Carmelinda Gomes. Edição crítica em uma perspectiva genética de As Três Marias de Rachel de Queiroz. (Tese Doutorado em Literatura Brasileira). Universidade de São Paulo, USP, Brasil, 1996.
MENDES, Marlene Carmelinda Gomes. Edição crítica em uma perspectiva genética de As três Marias, de Rachel de Queiroz. 1. ed. Niterói: EDUFF, 1998. v. 1.
MENEZES, Cynara. Entrevista com Rachel de Queiroz concedida à Folha em 1998. In. Ilustrada FSP, 4.11.2003. Disponível no link. (acessado em 16.11.2012).
MONTEIRO, Adolfo Casais. Estudo. em O romance, teoria e crítica, Rio de Janeiro, José Olympio, 1964.
MONTENEGRO, Olívio. Estudo. em O romance brasileiro (2ª ed.), Rio de Janeiro, José Olympio, 1953.
MOREIRA, Jailma dos Santos Pedreira. Narrativas de Rachel de Queiroz: modos de (re)contar, modos de (re)inventar-se. Diadorim (Rio de Janeiro), v. 7, p. 81-90, 2010.
MOREIRA, Jailma dos Santos Pedreira. O artesanato de si: uma leitura do devir matriarcal a partir de Rachel de Queiroz. (Tese Doutorado em Letras e Lingüística). Universidade Federal da Bahia, UFBA, Brasil, 2008.
MORETZSOHN, Patrícia Coelho. O Bacamarte de Rachel: Maria Moura, televisão e poder. (Dissertação Mestrado em Letras). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC/RJ, Brasil, 2005.
MORETZSOHN, Patrícia Coelho. Ouro e lágrimas de Maria Moura: uma heroína contemporânea no sertão do século XIX. Gragoatá - Revista do Instituto de Letras da UFF, Niterói, RJ, v. 17, 2004.
NERY, Hermes Rodrigues. Presença de Rachel: conversas informais com a escritora Rachel de Queiroz. São Paulo: FUNPEC Editora, 2002.
NÓBREGA, Lana Mara Andrade. Literatura e Psicologia Ambiental: uma análise do livro Memorial de Maria Moura a partir da relação pessoa-ambiente. (Dissertação Mestrado em Psicologia). Universidade de Fortaleza, UNIFOR, Brasil, 2003.
Rachel de Queiroz discursa durante
sua posse na Academia Brasileira de Letras,
em 1977 (Foto Arquivo AE)
NOBREGA, Luiza. A Moura Encantada: transfiguração do referente na obra-prima de Rachel de Queiroz. Revista da Academia Brasileira de Letras, v. 65, p. 159-186, 2010.
NOBREGA, Luiza. A Moura Encantada: Transfiguração Mítica do Referente no Último Romance de Rachel de Queiroz. SCRIPTORIA, v. 3, p. 141-162, 2008.
OLIVEIRA, Adriana Sacramento de.  Literatura e Culinária com Rachel de Queiroz e Cora Coralina. In: Lúcia Osana Zolin; Carlos Magno Gomes. (Org.). Deslocamento da Escritora Brasileira. Deslocamento da Escritora Brasileira. Maringá: EDUEM - Editora da Universidade Estadual de Maringá, 2011, v. , p. 85-100.
OLIVEIRA, Adriana Sacramento de. A Culinária de Sentidos: Corpo e Memória na Literatura Contemporânea. (Tese Doutorado em Literatura). Universidade de Brasília, UNB, Brasil, 2009.
OLIVEIRA, Adriana Sacramento de. A culinária dos sentidos: memória social e representação do feminino em Rachel de Queiroz, Laura Esquivel e Isabel Allende. Revista Intercâmbio dos Congressos Internacionais de Humanidades (UnB), v. 8, p. 1-10, 2005.
OLIVEIRA, Adriana Sacramento de. Na cozinha de Rachel de Queiroz e Laura Esquivel: experiência culinária e memória social em Não me deixes e Íntimas Suculências.. Cerrados (UnB. Impresso), v. No 21, p. 31-43, 2006.
OLIVEIRA, Adriana Sacramento de. Sobre a genealogia das receitas em O Não Me Deixes, de Rachel de Queiroz. Diadorim (Rio de Janeiro), v. 7, p. 11-24, 2010.
OLIVEIRA, Maria Eveuma de. Dôra, Doralina: caminhos e percalços da sua travessia. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, UERN, 2013.
OLIVEIRA, Maria Eveuma de; RODRIGUES, Manoel Freire. A estrada e o retorno em Dôra, Doralina, de Rachel de Queiroz. Estação Literária, v. 10C, p. 109-122, 2012.
OLIVEIRA, Priscilla Pellegrino de; OLIVEIRA, M.C.C, . Rachel de Queiroz e a Tradução na década de 40 do Século XX. Tradução em Revista (Online), v. 5, p. 1-20, 2008.
PACHECO, Antonio Carlos de Miranda. Etapas da construção: um olhar sobre o processo de construção de Rachel de Queiroz no Memorial de Maria Moura. Cadernos de Letras da UFF, v. 28, p. 87-94, 2003.
PACHECO, Antonio Carlos de Miranda. Personagens em construção no Memorial de Maria Moura: estudo da gênese do Beato Romano. (Tese Doutorado em Literatura Comparada). Universidade Federal Fluminense, UFF, Brasil, 2007.
PACHECO, Antonio Carlos de Miranda. Personagens em construção no Memorial de Maria Moura: a gênese do Beato Romano. In: IX Congresso APCG, 2008, Belo Horizonte. Processo de Criação e Interações: a crítica genética em debate nas artes, literatura e ensino. Belo Horizonte: C/Arte, 2008. v. 2. p. 36-41.
PASSOS, Lucimara dos. Rachel de Queiroz e a sua produção literária na década de 30. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná, 2002.
PEGINI, Claudia Bellanda. Entre a Tradição e o Amor: o sentido da história a partir do conflito de discursos no romance Memorial de Maria Moura de Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Estadual de Londrina, UEL, Brasil, 1999.
PEREIRA, Andrea Cristina Martins. De pote, bilro e couve-flor: Rachel de Queiroz em defesa dos costumes nordestinos na roteirização do Memorial de Maria Moura para a TV. In: OLIVA, Osmar Pereira. (Org.). Diálogos com a tradição - permanência e transformações. Diálogos com a tradição - permanência e transformações. 1ed. Montes Claros: Unimontes, 2010, v. , p. 45-62.
Rachel de Queiroz 
PEREIRA, Andrea Cristina Martins. Rachel de Queiroz, co-autora na recriação do Memorial de Maria Moura para a TV. Manuscrítica (São Paulo), v. 16, p. 56-74, 2010.
PEREIRA, Andrea Cristina Martins. Recortes da obra Memorial de Maria Moua: o processo de (re)criação em cena. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Federal Fluminense, UFF, Brasil, 2008.
PEREZ, Renard. Biografia. em Escritores brasileiros contemporâneos.  Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1960.
PRADO, Antonio Arnoni. O Quinze renovou a ficção regionalista. O Estado de S.Paulo. 12 nov. 2000.
QUEIROZ, Rachel de. Cadernos de literatura - nº 4. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 1997, 127p.
RAMOS, Graciliano. Estudo. em Linhas tortas (2ª ed.), São Paulo, Martins, 1967.
REZENDE, Celia Luiza de Melo. O Quinze, de Rachel de Queiroz: A luz da crítica Literária sociológica. (Dissertação Mestrado em Literatura Brasileira). Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2011. Disponível no link. (acessado em 16.11.2012).
RIBEIRO, Alceu Leite. A oralidade em Chiquinho de Baltasar Lopes e O quinze de Rachel de Queirós. (Tese Doutorado em Letras). Universidade de São Paulo, USP, Brasil, 2005.
RIBEIRO, Alceu Leite. Literaturas em Contato: Chiquinho, de Baltasar Lopes e O Quinze, de Rachel Queiroz.. In: Benilde Justo Caniato. (Org.). Travessias Atlânticas Literatura nos países de Língua Portuguesa. Travessias Atlânticas Literatura nos países de Língua Portuguesa. 1ed. São Paulo: USP - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Ciências Clássicas e Vernáculas, 2007, v. 9, p. 11-26.
RIBEIRO, João. Estudo sobre João Miguel. em Revista da Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, José Olympio, 1952.
RIBEIRO, Luis Filipe. Maria Moura: codinome Rachel de Queiroz. Caderno de Letras da Uff, Niterói, p. 11-20, 1993.
RIBEIRO, Luis Filipe. Maria Moura: codinome Rachel de Queiroz. Língua e Cultura, Lisboa, v. 2, n.1 e 2, p. 103-110, 1996.
RIBEIRO, Maria Eli de Queiroz. As mulheres de Rachel de Queiroz. Revista da Academia Brasileira de Letras, v. 64, p. 197-211, 2010.
RÓNAI, Paulo. Estudo. em Revista Brasileira de Cultura, Rio de Janeiro, MEC, out.-dez. 1971.
SANTOS, Josélia Rocha dos. Variações sobre o mesmo tema: a relação mãe e filha no imaginário das escritoras Júlia Lopes de Almeida, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Lya Luft e Livia Garcia-Roza. (Tese Doutorado em Letras). Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO, Brasil, 2011.
SANTOS, Regma Maria dos. Hábitos e modos de viver no Brasil dos anos de 1970 nas crônicas de Rachel de Queiroz. In: Regma Maria dos Santos, Valdeci Rezende Borges. (Org.). Imaginário e representações: entre fios, meadas e alinhavos. Imaginário e representações: entre fios, meadas e alinhavos. 1ed.Uberlândia: Asppectus, 2011, v. 1, p. 259-269.
SANTOS, Regma Maria dos. Tradição e modernidade nas crônicas de Rachel de Queiroz. In: MUYLAERT, J. L.; RIBEIRO, I. M. e SANTOS, R.M. (orgs.).. (Org.). Literatura e História: da instituição das disciplinas às releituras do cânone. Literatura e História: da instituição das disciplinas às releituras do cânone. Uberlândia: EDUFU, 2011, v. 1, p. -.
SCHLECHT, Cristiane de Vasconcellos. Olhares divergentes: Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos. (Dissertação Mestrado em Teoria e História Literária). Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil, 2010. Disponível no link. (acessado em 16.11.2012).
SCHMIDT, Augusto Frederico. Uma revelação. em As novidades literárias, artísticas e científicas, nº 4, Rio de Janeiro, 1930; e em O quinze, Rio de Janeiro, José Olympio.
SILVA, Ana Roza da. Rachel de Queiroz Cronista: Um exame de aspecto literário e lingüístico na Revista. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Presbiteriana Mackenzie, MACKENZIE, Brasil, 2007.
SILVA, Cristina Maria da. A Biografia Romanceada de Rachel de Queiroz. comunidade virtual de antropologia, v. 31, p. 1-15, 2006.
SILVA, Cristina Maria da. Entre Exílios, Veredas e Aventuras: O Romance da Vida Social em Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em Ciências Sociais). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Brasil, 2005.
SILVA, Joana Angélica de Souza. Álbum de Leitura de Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em Letras: Lingüística e Teoria Literária). Universidade Federal do Pará, UFPA, Brasil, 2011.
SOUSA, Suelen Maria Mariano de. A Realização de um Imaginário sobre a Seca de 1915 a partir do Romance de Rachel de Queiroz. (Dissertação Mestrado em História Social da Cultura). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil, 2009.
SOUZA, Carlos Alberto de.  A linguagem regional-popular na obra romanesca de Rachel de Queiroz. (Tese Doutorado em Linguística). Universidade Federal do Ceará, UFC, 2013.
SOUZA, Patrícia Alcântara de. Marias de Rachel de Queiroz: percursos femininos em O Quinze, As Três Marias e Dôra, Doralina. (Dissertação Mestrado em Letras e Lingüística). Universidade Federal de Goiás, UFG, Brasil, 2009.
TAMARU, Angela Harumi. A configuração da mulher nordestina em Rachel de Queiroz: análise de Conceição do romance´O Quinze'. Cadernos de Pesquisa Uirapuru Superior, Sorocaba, v. 1, n.1, p. 22-51, 2005.
TAMARU, Angela Harumi. A Construção Literária da Mulher Nordestina em Rachel de Queiroz. (Tese Doutorado em Teoria e História Literária). Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil, 2004.
TAMARU, Angela Harumi. A construção literária da mulher nordestina em Rachel de Queiroz. 1. ed. São Paulo: Scortecci Editora, 2006. v. 1. 274p.
TAMARU, Angela Harumi. A construção literária da mulher nordestina em Rachel de Queiroz. São Paulo: Scortecci, 2006.
TELES, Gilberto Mendonça. O andamento de O Quinze. In: A escrituração da escrita. São Paulo: Vozes, 1996.
YUNG, Nancy Lopes. De Maria Müller (1898-2003) a Rachel de Queiroz (1910-2003)uma visão da literatura Feminina institucionalizada em Mato Grosso. Via Atlântica (USP), v. 9, p. 99-113, 2007.
YUNG, Nancy Lopes. De Maria Müller (1898-2003) a Rachel de Queiroz (1910-2003): uma trajetória da literatura feminina institucionalizada em Mato Grosso. In: Benilde Justo Caniato. (Org.). Travessias Atlânticas: Literatura nos países de Língua Portuguesa. Travessias Atlânticas: Literatura nos países de Língua Portuguesa. 1ed. São Paulo: USP-Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, 2007, v. 9, p. 99-113.



As escritoras Lygia Fagundes Teles e Rachel de Queiroz
São Paulo, SP, 5/1993 (Foto: Fernando Arellano/ AE)



Valdemar Cavalcanti (crítico literário), Graciliano Ramos, Aloísio Branco (poeta),
Rachel de Queiroz e José Auto (poeta e marido de Rachel). Maceió, 1932 
(Acervo: Família Graciliano Ramos)

"...Não gosto de memórias. Nunca pretendi escrever memória alguma. Se quiser, terá que me extorquir as lembranças do passado, as coisas que testemunhei, as pessoas que conheci... Há coisas na vida de cada um, que não se contam..."
- Rachel de Queiroz


Os jornalistas e cronistas do jornal O Estado de S. Paulo,
Paulo Francis e Rachel de Queiroz - São Paulo, SP, 01/05/1991.
 (Foto: Sérgio Moreira/ AE)

HOMENAGEM
Estátua Rachel de Queiroz. [bronze], criada por Murilo Sá Toledo. Localização: Praça dos Leões, em Fortaleza/CE.


Estátua Rachel de Queiroz. [bronze], por Murilo Sá Toledo.
Localização: Praça dos Leões, em Fortaleza/CE.


Rachel na fazenda “Não Me Deixes”, Quixadá, Ceará
 (Foto Acervo Pessoal)

Geometria dos ventos
Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma. Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio; onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao
                                       mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia.
- Rachel de Queiroz, [Poesia feita em homenagem ao poema
"Geometrida dos Ventos" de Álvaro Pacheco].



ACERVO RACHEL DE QUEIROZ
Rachel de Queiroz
Sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2006. O acervo Rachel de Queiroz é composto por cerca de 5 mil itens, entre livros, periódicos, recortes de jornais, manuscritos, correspondências, fotografias e demais documentos. As responsáveis iniciais pela preservação desse material foram a mãe, Clotilde de Queiroz – que reuniu um álbum de recortes com os primeiros artigos que Rachel publicou na imprensa do Ceará – e Alba Frota, amiga que inspirou a personagem Maria José do romance As três Marias.
Local: IMS - Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea - CEP 22451-040 – Rio de Janeiro-RJ
Tel.: 21 3284-7400/ 21 3206-2500 – Fax: 21 2239-5559
De terça a domingos e feriados, das 11h às 20h.
Entrada franca
Site do IMS


CENTRO CULTURAL RACHEL DE QUEIROZ - QUIXADÁ/CE
Centro Cultural Rachel de Queiroz - Quixadá/CE
O Centro Cultural Rachel de Queiroz é uma instituição pública subordinada à Prefeitura do município de Quixadá, Ceará. Seu nome foi dado em homenagem à escritora cearense Rachel de Queiroz.
Possui dois pavimentos com um teatro e um anfiteatro. O centro cultural oferece oficinas de audiovisual, música, teatro e artes plásticas especialmente voltadas para crianças e adolescentes. É também sede do Núcleo de Arte, Educação e Cultura de Quixadá.
Foi construído com recursos do governo do estado e da prefeitura na praça do Chalé da Pedra, um dos pontos turísticos do município. Sua inauguração foi em 18 de janeiro de 2003.


MEMORIAL RACHEL DE QUEIROZ - QUIXADÁ/CE

O memorial foi inaugurado no dia 10 de dezembro de 2010, ano em que o Brasil lembrava o centenário de Rachel de Queiroz.
Acervo: (...)
História do Chalé da Pedra
Chalé da Pedra - Memorial Rachel de Queiroz, Quixadá/CE.
O Chalé da Pedra é uma construção histórica localizada no centro da cidade de Quixadá datada da década de 1920 que tem como uma de seus principais atrativos, o fato de estar sobre um monolito. Hoje abriga um centro cultural.
Até o fim do século XIX havia uma pequena lagoa nas proximidades da pedra que serve de base para a construção. Durante os períodos chuvosos a água dessa lagoa transbordava e ia em direção à Pedra do Cruzeiro. Contudo, no início no século XX, quando Quixadá iniciava a organização de sua estrutura urbana, foi construída uma pequena barragem para represar a água. Com o represamento das águas, o volume acumulado foi ampliado fazendo com que, durante a estação chuvosa, a água atingisse essa pedra. Mesmo assim, por volta de 1919, o proprietário das terras, Fausto Cândido de Alencar, resolveu construir sobre uma casa sobre essa rocha.
Essa construção, feita em estilo arquitetônico Art Noveau, foi inspirada em outro casarão existente nas proximidades da barragem do Açude Cedro que havia sido planejada a por Dr. Revy, engenheiro inglês que iniciou a construção daquele açude, e modificada pelo engenheiro Ulrico Mursa, mas somente concluída por volta de 1899 pelo também engenheiro José bento da Cunha Figueiredo, que, na época, dirigia a 3ª Comissão encarregada da construção do Açude. O Chalé foi tombado como patrimônio histórico de Quixadá, por meio do Conselho Municipal Histórico Cultura e Ambiental, em fevereiro de 2007. (Fonte:  COSTA, João Eudes. Chalé da Pedra In: Retalhos da História de Quixadá. [S.l.]: ABC Editora, 2002. 554-556 p.)

Estátua Rachel de Queiroz. [réplica da existente em Fortaleza/em bronze], criada por Murilo Sá Toledo. (Inaugurada em 17.11.2012). Localização: na Praça em Quixadá/CE.



Estátua Rachel de Queiroz (bronze) - Praça de Cultura, Quixadá/CE

"Uma patroa simpática e de vida simples. Ela adorava acordar com o canto da passarada e acompanhar o por do sol do alpendre da fazenda, sentadinha desse jeito aqui, com elegância"

-  Francisco José Dias, vaqueiro em 'declaração ao DN' (74 anos - 2012)



CASA DE RACHEL DE QUEIROZ NA FAZENDA "NÃO ME DEIXES", EM QUIXADÁ/CE
Casa de Rachel de Queiroz - Fazenda "Não Me Deixes", em Quixadá/CE

“NÃO ME DEIXES”: Fazenda preserva a caatinga

Em Quixadá, a Fazenda “Não de Deixes” guarda lembranças do amor da escritora pelo sertão nordestino
Um das fortes heranças de Rachel de Queiroz na Terra dos Monólitos é a Fazenda Não Me deixes. A propriedade rural pertence à família da escritora. Está localizada no distrito de Daniel de Queiroz, a cerca de 30Km do Centro de Quixadá. A escritora manifestou a sua família o desejo de preservação das características tipicamente rurais da fazenda. Parte do recanto predileto dela foi transformado em reserva particular de preservação. O reconhecimento foi feito pelo Ibama em novembro de 1998.
Detalhes da Casa
São 300 hectares protegidos de caatinga arbórea e arbustiva. A área apresenta boas condições de conservação da vegetação, sendo usada como área de soltura de aves nativas apreendidos pelo órgão ambiental federal em feiras e comércio irregular.
Segundo historiadores, a fazenda chegou a ser vendida por um primo da escritora. Ela havia recebido a propriedade de herança do fazendeiro Arceino de Queiroz, tio-avô de Rachel de Queiroz. Quando ele soube da venda conseguiu recuoerar a fazenda e devolveu para o herdeiro que havia se defeito dela para se aventurar na extração de borracha, no Amazonas. Mas ao devolver a propriedade, o tio fez o aventureiro prometer que não sairia mais do local e o batizaria de “Não Me Deixes”. Quando o proprietário morreu, não tinha filhos e a terra voltou para as mãos do avô de Rachel, que a deu de herança ao pai da escritora, o fazendeiro Daniel de Queiroz Lima.
A casa da fazenda, a qual não ostenta os traços arquitetônicos de “casa grande”, por seu modesto tamanho, foi construída em 1955, por Rachel e o marido Oyama. Os tijolos, as portas, janelas, inclusive os móveis, foram feitos com materiais retirados da própria fazenda.
Foi a escritora que elaborou o projeto, caracterizado por elementos rústicos: cantareiras com potes de barro, o fogão era de lenha e mobília artesanal. Ela fez até uma maquete da construção, com varas de mata-pasto, para mostrar como deveria ficar o telhado alto. A escritora passava meses a fio na fazenda, independentemente de ano seco ou chuvoso. (fonte: Diário do Nordeste)



Adonias Filho, Rachel de Queiroz e Gilberto Freyre

Telha de Vidro
Quando a moça da cidade chegou,
veio morar na fazenda
na casa velha...
tão velha...
quem fez aquela casa foi seu bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
Mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha..a.
A moça não disse nada;
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro,
queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...

Agora
o quarto onde ela mora
e o quarto mais alegre da fazenda.
Tão clara que, ao meio-dia, aparece uma renda
de arabescos de sol nos ladrilhos vermelhos
que, apesar de tão velhos,
só agora conhecem a luz do dia...

A lua branca e fria
também se mete às vezes pelo claro
da telha milagrosa...
ou alguma estrelinha audaciosa
carateia no espelho onde a moça se penteia...
Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta, fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você não experimenta?
A moça foi tão bem sucedida?
Ponha uma telha de vidro em sua vida!
- Rachel de Queiroz, in "Mandacaru".


REFERÊNCIAS E FONTES DE PESQUISA



© Direitos reservados ao autor/e ou ao seus herdeiros

© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske


=== === ===
Trabalhos sobre o autor:
Caso, você tenha algum trabalho não citado e queira que ele seja incluído - exemplo: livro, tese, dissertação, ensaio, artigo - envie os dados para o nosso "e-mail de contato", para que possamos incluir as referências do seu trabalho nesta pagina. 

Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Rachel de Queiroz - a dama sertaneja das letras. Templo Cultural Delfos, novembro/2012. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
____
Página atualizada em 30.07.2014.




Licença de uso: O conteúdo deste site, vedado ao seu uso comercial, poderá ser reproduzido desde que citada a fonte, excetuando os casos especificados em contrário. 
Direitos Reservados © 2016 Templo Cultural Delfos

COMPARTILHE NAS SUAS REDES