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Adoniran Barbosa


“Tanta coisa que eu fui e só deu pra fazer samba. Fazia samba no caminho, andando. Vivia batucando, mandavam logo embora. Eu só queria fazer samba.”

João Rubinato, sétimo filho de Fernando e Ema Rubinato, imigrantes italianos de Veneza, que se radicaram em Valinhos. A verdadeira data de nascimento de Adoniran foi 6/8/1912, que foi "maquiada" para que ele pudesse trabalhar ainda menino.

Muda-se para Jundiaí, SP, e começa a trabalhar nos vagões de carga da estrada de ferro, para ajudar a família, já que só conseguia ser convencido a frequentar a escola pela vara de marmelo empunhada por D. Ema. É entregador de marmitas, varredor etc. Em 1924, muda-se para Santo André, SP. Lá é tecelão, pintor, encanador, serralheiro, mascate e garçom. No Liceu de Artes e Ofícios aprende a profissão de ajustador mecânico. Aos 22 anos vai para São Paulo, morar em uma pensão e tentar ganhar a vida. O rapaz João Rubinato já compõe algumas músicas. Participa do programa de calouros de Jorge Amaral, na Rádio Cruzeiro do Sul e após muitos gongos, consegue passar com o samba Filosofia, de Noel Rosa. O ano é 1933 e ele ganha um contrato passando a cantar em um programa semanal de 15 minutos, com acompanhamento de regional. Em 1933 passa a usar o nome artístico de Adoniran Barbosa. O prenome incomum era uma homenagem a um amigo de boemia e o Barbosa foi extraído do nome do sambista Luiz Barbosa, ídolo de João Rubinato.
Certidão de nascimento de Adoniran Barbosa.
Em 1934 compõe com J. Aimberê, a marchinha Dona Boa que venceu o concurso carnavalesco organizado pela Prefeitura de São Paulo, no ano seguinte. O sucesso dessa música levou-o a decidir casar-se com Olga, uma moça que namorava já há algum tempo. O casamento durou pouco menos de um ano, mas é dele que nasce a única filha de Adoniran: Maria Helena. Em 1941 foi para a Rádio Record, onde fez humorismo e rádio-teatro, e só sairia com a aposentadoria, em 1972. Foi lá que criou tipos inesquecíveis como Pernafina e Jean Rubinet, entre outros. Sua estréia no cinema se dá em 1945 no filme PIF-PAF. Em 1949 casa-se pela 2ª vez com Matilde de Lutiis, que será sua companheira por mais de 30 anos, inclusive parceira de composição em músicas como Pra que chorar? e A Garoa vem Descendo.
Seu melhor desempenho no cinema, acontece no filme O Cangaceiro, de Lima Barreto, na Vera Cruz. Compõe inúmeras músicas de sucesso, quase sempre gravadas pelos Demônios da Garoa. As músicas Malvina e Joga a Chave foram premiadas em concursos carnavalescos de São Paulo. Destacam-se Samba do Ernesto, Tem das Onze, Saudosa Maloca, etc.
Em 1955 estreou o personagem Charutinho, seu maior sucesso no rádio, no programa História das Malocas de Oswaldo Molles. Participou também, como ator, das primeiras telenovelas da TV Tupi, como A pensão de D. Isaura. O reconhecimento, porém, vem somente em 1973, quando grava seu primeiro disco e passa a ser respeitado como grande compositor. Vive com simplicidade e alegria. Nunca perde o bom humor e seu amor por São Paulo, em especial pelo bairro do Bixiga (Bela Vista), que ele, sem dúvida, consegue retratar e cantar em muitas músicas suas. Por isso, Adoniran é considerado o compositor daqueles que nunca tiveram voz na grande metrópole.
Adoniran Barbosa
A lembrança de Adoniran Barbosa não reside apenas em suas composições: temos em São Paulo o Museu Adoniran Barbosa, localizado na Rua XV de Novembro, 347; há, no Ibirapuera, um albergue para desportistas que leva seu nome; em Itaquera existe a Escola Adoniran Barbosa; no bairro do Bexiga, Adoniran Barbosa é uma rua famosa e na praça Don Orione há um busto do compositor; Adoniran Barbosa é também um bar e uma praça; no Jaçanã existe uma rua chamada "Trem das Onze"...

Adoniran deixou cerca de 90 letras inéditas que, graças a Juvenal Fernandes (um estudioso da MPB e amigo do poeta), foram musicadas por compositores do quilate de Zé Keti, Luiz Vieira, Tom Zé, Paulinho Nogueira, Mário Albanese e outros.

Adoniran Barbosa

Adoniran é um paulista de cerne que exprime a sua terra com a força da imaginação alimentada pelas heranças necessárias de fora.
- Antônio Candido.


Onde já se viu um sambista chamado João Rubinato? A culpa só pode ser desse nome macarrônico.”
- Adoniran Barbosa

Adoniran Barbosa
Adoniran, e a cidade de São Paulo
Se toda a diversidade cultural e as contradições de São Paulo pudessem ser resumidas e encerradas em um só rosto, este certamente viria sob um nostálgico chapéu de feltro e acima de uma indefectível gravata-borboleta. Paulistano de Valinhos, Adoniran Barbosa incorporou e difundiu as vertentes, as tendências e as realidades - suaves e doloridas - de sua terra e de sua gente.

Adoniran Barbosa
O criativo Barbosinha, porém, não se contentaria em repetir fórmulas. Atuando no rádio, no cinema, na televisão, no circo e na música, legou digitais indeléveis na cultura bandeirante, peculiares marcas que não demorariam a se espalhar, tentacularmente, por todo o país - em especial nas estações ferroviárias, onde centenas de “não posso ficar” seguem ecoando pelos trilhos.


Artista popular no mais popular dos sentidos, Adoniran extraiu da cidade inspiração para compor suas canções e seus personagens. E são eles a garantia de que, ainda que o “pogréssio” jogue contra, São Paulo seguirá aproveitando a sabedoria do velho boêmio para renovar-se com graça e ironia em sua perene troca de identidade - assim como o cidadão João Rubinato, ou Charutinho, ou Zé Conversa, ou Adoniran, o fez tantas vezes.

Observador. O perambular e o flanar pelas ruas paulistanas permitiram que o sambista radiografasse os tipos de sua época.


Como a praça [da Sé] que lhe mereceu versos eternos, Adoniran foi a confluência das mais variadas culturas que compuseram essa metrópole em permanente mutação e dos mais significativos tipos que por ela transitaram, dos anos 1930 aos 1980: os imigrantes italianos, espanhóis e portugueses do Brás e do Bixiga, o judeu da José Paulino, o turco da 25 de Março (que nunca foi turco, mas sírio ou libanês), o crioulo da rua Direita, da Barra Funda, da Casa Verde ou da Vila Ré, o caipira, o nordestino e o japonês da Liberdade, enfim, esse caleidoscópio de etnias, culturas, falas e jeitos que constroem e reconstroem a cidade sem parar.”
- Alberto Helena Jr., jornalista.

Lugares que inspiraram Adoniran Barbosa, feito por infografico Nelson Rico - R7.

Como é que eu faço samba? Não sei como é que eu faço samba. É, é uma pergunta que não tem resposta.. Dá um cigarro, dá um cigarro. Como é que faz samba? Não entendo, não sei responder. Eu faço. Por exemplo, eu faço. Eu nunca morei na Vila Esperança e fiz Vila Esperança. Nunca morei no Jaçanã e fiz Trem das Onze. Pensar no Bixiga, nunca morei no Bixiga, só frequentei o Bixiga, muito né? Nick Bar, Major Diogo. Então eu fiz... Samba no Bixiga."


Cidade de São Paulo


“A sua poesia e a sua música são ao mesmo tempo brasileiras em geral e paulistanas em particular. Sobretudo quando entram (quase sempre discretamente) as indicações de lugar, para nos porem no Alto da Mooca, na Casa Verde, na Avenida São João, na 23 de Maio, no Brás genérico, no recente metrô, no antes remoto Jaçanã. Quando não há esta indicação, a lembrança de outras composições, a atmosfera lírica cheia de espaço que é a de Adoniran, nos fazem sentir por onde se perdeu Inês ou onde o desastrado Papai Noel da chaminé estreita foi comprar Bala Mistura: nalgum lugar de São Paulo. Sem falar que o único poema em italiano deste disco nos põe no seu âmago, sem necessidade de localização.”


- Antônio Candido.
A cidade de São Paulo

Adoniran Barbosa, por Elifas Andreato.
“Adoniran é o homem da São Paulo entre as duas guerras, se prolongando na que surgiu como jibóia fuliginosa dos vales e morros para devorá-la. Lírico e sarcástico, malicioso e logo emocionado, com o encanto insinuante da sua anti-voz rouca, o chapeuzinho de aba quebrada sobre a permanência do laço de borboleta dos outros tempos, ele é a voz da Cidade. Talvez a borboleta seja mágica; talvez seja a mariposa que senta no prato das lâmpadas e se transforma na carne noturna das mulheres perdidas. Talvez João Rubinato não exista, porque quem existe é o mágico Adoniran Barbosa, vindo dos carreadores de café para inventar no plano da arte a permanência da sua cidade e depois fugir, com ela e conosco, para a terra da poesia, ao apito fantasmal do trenzinho perdido da Cantareira."
- Antônio Candido.


O nome Adoniran Barbosa
Adoniran:
Foi assim; o Luis Barbosa, cantor de samba carioca, meu amigo, vinha sempre pra São Paulo e a gente passeava aqui. Adoniran era um rapaz do correio, muito meu amigo também. Aí juntei os dois e ficou assim: Adoniran Barbosa. Meu nome mesmo é João Rubinato. Uso Adoniran desde que comecei cantando. Como ator também. Eu sou mais ator que compositor. Sou mais rádio-ator. Mas faço samba também. Hoje sou mais cantor e compositor. Hoje dá mais resultado. Ator é fogo na butina. Agora estou aposentado tranqüilamente como radialista. Desde 1969. Faz tempo!

Peteleco, o vira-latas parceiro
Adoniran Barbosa, Matilde e Peteleco,
parceiro com quem assinou muitas de suas obras.
Nos anos 1950, Adoniran tinha um companheiro quase inseparável, seu cachorro Peteleco. Uma história curiosa envolve a dupla. Naquela época, havia uma sociedade de compositores. Quem era de uma, não podia trabalhar em parceria com os de outra. Quando Adoniran quis fazê-lo, como não podia assinar com seu nome, registrou várias músicas sob o pseudônimo de Peteleco. O truque traria problemas no futuro para sua filha Maria Helena.

Na hora de fazer o inventário da herança, ela penou para provar que tais sambas eram de autoria de seu pai e não do vira-latas de estimação, alçado à categoria de compositor.

Já nasci já querendo fazer samba. Num tem começo. Cê vê que eu num parava em emprego, num parava em emprego. Eu, balconista, tinha uma freguesa, queria comprar um negócio. Eu dizia, pois não, começava a batucar. O que a senhora quer? (batucando). Vivia batucando. [O patrão] mandava logo embora, mandava logo embora.
- Adoniran Barbosa


Adoniran Barbosa: rádio-ator e comediante
Adoniran:
Mas não foi fácil entrar no Rádio, não foi fácil. Eu queria ser cantor, mas não deixaram eu cantar. Eu queria ser humorista porque eu sou engraçado, não deixaram eu ser engraçado. Mas eu insisti, insisti, insisti, acabei entrando como ator cômico na Rádio, no Rádio.

O talento de Adoniran como rádio-ator e comediante foi reconhecido muito antes do jovem compositor, ainda na década de 1930. Começou a se destacar na Rádio São Paulo, com os programas de variedades “Teatro Alegre” e na Rádio Cosmos com “Sossega-Leão.

Adoniran: O melhor escritor do Brasil para escrever chamava-se Osvaldo Moles, já falecido. Ele criou para mim Charutinho, ficou no ar dez anos. Ninguém esquece até hoje.”

Adoniran e seu principal parceiro, Oswaldo Molles.
"Já viu que é muita coisa engraçada. Também é do Osvaldo Moles. Tudo do Osvaldo Moles, não pensa que é meu, não.


Nóis vai, mas nóis vorta.


Chora na rampa negrão.
Aqui Geralda, né?.


Chora na rampa negrão, vem aqui, o que é que há?




Negrão mesmo que eu fazia. Negrão bão, sabe?



Toda mulher que aparece, você diz que já foi sua.

Alô dondoca, cuidado, o delegado quer saber que apito que você toca."

A parceria com Osvaldo Moles foi além da comédia, rendeu os sambas “Mulher Patrão e Cachaça”, “Chora na Rampa” e talvez o maior sucesso da carreira de Adoniran Barbosa: “Tiro ao Álvaro”.

A Censura
Adoniran Barbosa
O caso de Adoniran é um dos mais eloqüentes. O compositor, que nunca teve militância política, foi censurado por utilizar em suas letras uma linguagem coloquial, com erros propositais de gramática. Em 1973, cinco de suas canções foram vetadas, inclusive as que já haviam sido gravadas na década de 50. Os pareceres são assinados pela censora Eugênia Costa Rodrigues. Na letra da música Tiro ao Álvaro, ela circula as palavras “tauba”, “artomorve” e “revorve”. E conclui: “A falta de gosto impede a liberação da letra”. Tiveram o mesmo destino outras quatro canções, entre elas Já Fui uma Brasa “Eu também um dia fui uma brasa. E acendi muita lenha no fogão” e Casamento do Moacir “A turma da favela convidaram-nos para irmos assistir o casamento da Gabriela com o Moacir”, essa última considerada de “péssimo gosto”.


“Eu sou a lâmpida/ E as mulher/ É as mariposa/ Que fica dando vorta em vorta de mim / Toda noite/ Só pra me beijar.”
- Adoniran Barbosa


Expressões imortalizadas
Entre as expressões imortalizadas pelo compositor, estão "tiro ao álvaro", "adifício", "homes", "cobertô", "truxe", "táuba", "frechada", "ponhado", "revórver", "lâmpida" e os versos de Samba do Arnesto: "O Arnesto nos convidô prum samba, ele mora no Brás / Nóis fumo e não encontremo ninguém / Nóis vortemo cuma baita duma reiva / Da outra veiz nóis num vai mais".


Demônios da Garoa
1949 - Conheceram o compositor Adoniran, onde nasceu a parceria que rendeu os principais sucessos do grupo e seu reconhecimento nacional.

Demônios da Garôa

A crítica de Vinicius de Moraes e a parceria
O sucesso da música foi um tapa com luva de pelica dado por Adoniran em seu parceiro por correspondência. O compositor paulista costumava lembrar que Vinícius de Moraes havia criticado, em um artigo de revista, os erros de português contidos no “Samba do Arnesto”, por ocasião do lançamento da música. Isso antes de Vinícius cunhar a célebre e malfadada expressão: “São Paulo é o túmulo do samba, da qual se penitenciaria publicamente depois. Em vez de rebater as críticas pelos jornais e acender uma polêmica com o intelectual fluminense, Adoniram apenas esperou. E sua resposta ao poderia ter vindo em melhor estilo. Verdadeiro gentleman, o compositor paulista jamais demonstrou satisfação com o fato de ter feito Vinícius engolir suas palavras.



Revisão do preconceito
Adoniran Barbosa, por Novaes.
Reconhecendo o mérito do samba de Adoniran, o (na época) influente “Jornal do Brasil” admitiu:

“É hora de rever o preconceito contra São Paulo.”

Até o polêmico Stanislaw Ponte Preta, referência no universo cultural carioca, saiu em defesa do compositor paulista: “Não posso ficar calado diante de tanta bronca por causa do sucesso do seu samba ´Trem das Onze` no Carnaval carioca.”

Uma vitória como essa, ainda mais na casa do suposto adversário, deixou muitos cariocas preconceituosos num tremendo mau humor.



Obra de Adoniran Barbosa
A canoa virou. (com Raimundo Chaves).
A louca chegou. (com Henrique de Almeida e Rômulo Pais).
Abrigo de vagabundo.
Abriu a janela. (com Frederico Rossi).
Acende o candieiro.
Adeus, escola... (com Ari Machado e Nilo Silva).
Agora podes chorar. (com Nicolini).
Agora vai. (samba).
Água de pote. (com Osvaldo França e Antônio Lopes).
Agüenta a mão, João. (com Hervé Cordovil).
Ai, Guiomar. (com Osvaldo Moles).
Apaga o fogo, Mané.
Aqui, Gerarda. (com Ivan Moreno e Joca).
Arranjei outro lugá. (com Antônio Rago).
As mariposas.
Adoniran Barbosa, por Cícero.
Asa negra. (com Hélio Sindô).
Bananeiro. (com Joca e Geraldo Blota).
Bem eu quisera.
Bom-dia, tristeza. (com Vinícius de Moraes).
Camisolão. (com Rômulo Pais e Jota Sandoval).
Chá de cadeira. (com Jucata).
Chega. (com José Marcílio).
Chora na rampa.
Chorei, chorei! (com J. Nunes e Antônio Rago).
Comê e coçá, é só começá. (com Geraldo Blota).
Como vai, Dr. Peru?
Conselho de mulher. (com Osvaldo Moles e João B. dos Santos).
Decididamente. (com Benedito Lobo e Marcolino Leme).
Deixa de beber. (com Chuvisco e J. Nunes).
Despejo na favela.
Dona boa. (com J. Aimberê).
Dor-de-cotovelo. (com Osvaldo Moles).
Dormiu no chão. (com Antônio Rago).
Dotô Vardemá. (com Antônio Rago e Geraldo Blota).
É fogo. (com Hervé Cordovil)
Escada da glória. (com Edmundo Cruz).
Eu quero ver, quem pode mais. (com Rolando Boldrim).
Adoniran Barbosa, por Fernandes.
Eu vou pro samba.
Garrafa cheia. (com Benedito Lobo e Antônio Rago).
Gol do amor. (com Blota Júnior).
Grande Bahia.(com Avaré).
Iracema.
Já fui uma brasa. (com Marcos César).
Já tenho a solução. (com Clóvia de Lima).
Jabá sintético. (com Marcos César).
Joga a chave. (com Osvaldo França).
Juro amor. (com Joca e Ivã Moreno).
Luz da Light.
Malandro triste. (com Mário Silva).
Malvina.
Mamão. (com Paulo Noronha e Raimundo Chaves).
Marcha do camelô. (com Césio Negreiros).
Minha roseira. (com Dedé).
Minha vida se consome. (com Pedrinho Romano e Verídico).
Mulher, patrão e cachaça. (com Osvaldo Moles).
Adoniran Barbosa, por Pires.
Não me deu satisfação. (com Nicolini).
Não precisa muita coisa. (com Benito de Paula).
Não quero entrar.
No morro da Casa Verde.
No silêncio da noite. (com Orlando de Barros).
Nóis dois não usa breque tai.
Nós viemos aqui pra quê?
Nunca mais faço Carnaval.
O caminhão do Simão.
O casamento do Moacir. (com Osvaldo Moles).
O legume que ele quer. (com Manezinho Araújo).
O que foi que eu fiz? (com Osvaldo França).
Olhando pra lua. (com Hervé Cordovil).
Pafunça. (com Osvaldo Moles).
Perdoei.
Pode ir em paz. (com Hervé Cordovil).
Por onde andará Maria? (com Antônio Rago).
Pra esquecer. (com Nicolini).
Prova de carinho. (com Hervé Cordovil).
Quando te achei. (com Hilda Hilst).
Quem bate sou eu! (com Artur Bernardo).
Quem é vivo sempre aparece. (com Corvino).
Quero casar. (com José Mendes e Arrelia).
Sai água da minha boca. (com Osvaldo Moles).
Adoniran Barbosa, por J. Bosco.
Salve, oh! Gilda! (com Armando Rosas).
Samba do Arnesto. (com Alocim).
Samba italiano.
Saudosa maloca.
Se meu balão não se queimar. (com Nicolini).
Segura o apito. (com Osvaldo Moles).
Senta, senta.
Simples motivo.
Socorro. (com Pedrinho Romano).
Tá moiado. (com Rômulo Pais e Dedé).
Terreque, terreque. (com Avaré e Antônio Rago).
Teu orgulho acabou. (com Pedrinho Romano).
Teu sorriso. (com J. Moura Vasconcelos).
Tiritica. (com Manezinho Araújo).
Tiro ao Álvaro. (com Osvaldo Moles).
Tô com a cara torta. (com Ivo de Freitas).
Tocar na banda.
Trem das onze.
Três heróis. (com Rolando Boldrim).
Um amor que já passou. (com Frazão).
Um samba no Bixiga.
Velho rancho. (com René Luís).
Vem, amor. (com Geraldo Blota).
Vem, morena. (com Antônio Rago).
Véspera de Natal.
Vide verso meu endereço.
Vila Esperança. (com Marcos César).
Você é a melhor do mundo. (com Raimundo Chaves).
Você tem um jeitinho. (com Nicolini).


Vídeos-musicais
Trem das onze

Samba do Arnesto

Encontro entre Adoniran e Elis Regina

Discografia de Adoniran Barbosa
Adoniran Barbosa, por Jorge Inácio.
1951Os mimosos colibris/Saudade da maloca. 78 rpm, Continental.
1952Samba do Arnesto/Conselho de mulher. 78 rpm, Continental.
1955Saudosa maloca/ Samba do Arnesto. 78 rpm, Continental.
1958Pra que chorar. 78 rpm, RGE.
1958 - Pafunça/Nois não os bleque tais. 78 rpm, RGE.
S/D - Aqui Gerarda!/Juro, amor!. 78 rpm, CEME.
1972 - A Música Brasileira Deste Século - Adoniran Barbosa.
1974 - Adoniran Barbosa. Vinil, ODEON e CD (2003).
1975 - Adoniran Barbosa. Vinil, ODEON e CD (2003)
1980 - Talismã Canta. Adoniran Barbosa. Vinil, EMI-ODEON.
1979 - Adoniran Barbosa. [Seu Último Show Gravado ao Vivo]. CD (2000).
1984 - Documento Inédito. Vinil, Eldorado.
Coletâneas e Participações
Adoniran Barbosa, por Liberati.
1984 - Saudades de Adoniran. Vinil.
1990 Adoniran Barbosa - O Poeta do Bexiga. (Com interpretes de suas músicas), CD.
1993 - Adoniran Barbosa e convidados – 70 anos. CD, EMI.
1996 - MPB Compositores: Adoniran Barbosa. (Com participações e interpretes de suas músicas). CD, Editora Globo.
1999 - Meus Momentos: Adoniran Barbosa. Vol. 1 e 2, CD, EMI.
1999 - Raízes do Samba: Adoniran Barbosa.
2000 - Passoca Canta Inéditos de Adoniran. CD.
2001 - Para Sempre: Adoniran Barbosa.
2002 - Identidade: Adoniran Barbosa.
2004 - O Talento de: Adoniran Barbosa. (Com participações especiais).
Elis Regina no Fino da Bossa. Ao Vivo (Elis Regina). 10 Anos. (Clara Nunes).


“...Da mistura, que é o sal da nossa terra, Adoniran colheu a flor e produziu uma obra radicalmente brasileira, em que as melhores cadências do samba e da canção, alimentadas inclusive pelo terreno fértil das Escolas, se alia com naturalidade às deformações normais de português brasileiro, onde Ernesto vira Arnesto, em cuja casa nós fumo e não encontremo ninguém, exatamente como por todo esse país. São Paulo, hoje, o italiano está na filigrana.”
- Antônio Candido.
 
 
Documentários
1972/2008 - Programa Ensaio: Adoniran Barbosa, produzido pela TV Cultura, com as participações de Paulo Vanzolini, Osvaldinho da Cuíca, Lázaro de Oliveira, Wandi Doratiotto, Choro Das 3, Pedro Miranda, Nasi.

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V - final

"A tristeza é um bichinho que prá roer tá sozinho. E como rói a bandida. Parece rato em queijo parmesão."


Filmografia de Adoniran Barbosa
1945 - Pif-paf, de Luiz de Barros e Adhemar Gonzaga, (judeu e porteiro).
1946 - Caídos do Céu, comédia de Luís de Barros, produção de Adhemar Gonzaga, (novamente como o negociante judeu).
1953 - Nadando em Dinheiro, comédia de Abílio Pereira de Almeida e Carlos Thiré, Estúdio Vera Cruz.
1953 - O Cangaceiro, drama de Lima Barreto, superprodução do Estúdio Vera Cruz, (interpretou o Homem-Arsenal, violento e lacônico cangaceiro). Foi sua primeira atuação dramática nas telas. O filme ganhou o prêmio no Festival Internacional de Cannes, na França, em 1953, o que acabou gerando novos convites para Adoniran atuar.
1953 - Esquina da Ilusão, comédia de Ruggero Jacobbi, Estúdio Vera Cruz, (interpretou um cabelereiro espanhol).
1953 - Candinho, de Abílio Pereira de Almeida, (foi o personagem professor Pancrácio Hormizides da Silva, o mais importante de sua carreira. Contracenou com Mazaroppi que fazia o papel principal).

Xandó Batista, Mazzaropi e Adoniran Barbosa em cena.
1954 - Mulher de Verdade, de Alberto Cavalcanti, roteiro de Miroel Silveira e Osvaldo Moles, (interpretou o boêmio Bigode).
1954 - Três Garimpeiros, de Giani Pons, (fez um papel menor).
1955 - Carnaval em Lá Maior, de Adhemar Gonzaga, roteiro de Osvaldo Moles, (novamente o negociante judeu Moisés Rabinovich - e elenco de artistas da Radio Record).
1955 - A Carrocinha, de Agostinho Martins Pereira, direção de Abílio Pereira de Almeida, (como um pequeno agricultor volta a contracenar com Mazaroppi).
1956 - A Pensão de Dona Stela, de Alfredo Palácios e Ferenc Fekete (comédia).
1960 - Bruma Seca, de Mário Civelli e Mario Brasini.



Livros sobre Adoniran Barbosa
Adoniran Barbosa, por Bertoni.
Adoniran Barbosa, o Poeta da Cidade. de Francisco Rocha, Ateliê Editorial, 1ª edição, 2002.
Trem das Onze, A Poética de Adoniran Barbosa. [acompanhado de um CD com catorze clássicos do compositor, como Tiro ao Álvaro e Iracema. Inclui ainda uma breve biografia, escrita pelo jornalista Celso de Campos Jr]. Livro de fotografia. Editora Aprazível, p. 204, 2010.
Adoniran – Uma Biografia. do jornalista Celso de Campos Jr. Editora Globo, 1ª edição 2004 – e reeditado em 2010.
Adoniran: Se o senhor não tá lembrado. de Flávio Moura e André Nigri, - coleção: Paulicéia, Boitempo editorial, 1ª edição, 2002.
Adoniran: Dá licença de contar. de Ayrton Mugnaini Jr., Editora 34, 1ª edição, 2002.
Adoniran Barbosa. de André Diniz e Juliana Lins, Moderna Editora, 1ª edição, 2003.
O Melhor de Adoniran Barbosa. (Melodias e Letras Cifradas para Violão e Guitarra), de Irmãos Vitale Editora, Irmãos Vitale, 1ª edição, 2002.
Uma história para os avôs contarem e cantarem para os netos. de Juliana Lins e André Diniz, (infanto-juvenil), 32 pg, Editora Moderna, São Paulo, 2003.

Adoniran Barbosa, por blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br.


Bibliografia sobre Adoniran Barbosa
Adoniran Barbosa, por Kleber Sales.
ADAMOWSKI, Fernanda. Adoniran Barbosa, entre malocas e "adifícios": uma proposta de análise de Viaduto Santa Efigênia (1978).. (Dissertação Mestrado em Música). Universidade Federal do Paraná, UFPR, 2013.
ADAMOWSKI, Fernanda. Adoniran Barbosa e o Samba na Cidade de São Paulo. In: 2º Congresso Nacional do Samba, 2012, Rio de Janeiro. Anais / 2. Congresso Nacional do Samba: 50 anos da Carta e do Dia Nacional do Samba, de 1 a 2 de dezembro. Rio de Janeiro: Unirio. p. 385-392.
ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
AZEVEDO, M. A. de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
DINIZ, André; LINS, Juliana. Adoniran Barbosa. São Paulo: Editora Moderna, 2004. v. 1. 40p.
FIRMO, Lúcia Maria. "Quando a lama virou pedra e mandacaru secou... "Eu perdi o seu retrato": um estudo semiótico e comparativo dos cancioneiros de Luiz Gonzaga e Adoniran Barbosa. (Tese Doutorado em Letras). Universidade Federal da Paraíba, UFPB, Brasil, 2012. Disponível no link. (acessado 23.5.2013).
KOWARICK, Lúcio. Escritos Urbanos. São Paulo: Editora 34, 2000.
KRAUSCHE, Valter. Adoniran Barbosa: pelas ruas da cidade. São Paulo: Brasiliense, 1985.
LIRA, Carlinhos. O último trem das onze. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1985.
MARCONDES, Marcos Antônio. (org.). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
MATOS, Maria Izilda Santos de. Memórias afetivas da cidade de São Paulo: Música e Humor em Adoniran Barbosa. in: Revista ArtCultura. Junho 2002, p.36-45.
MORAES, José Geraldo Vinci de. Cidade e Cultura urbana na primeira República. São Paulo: Editora Atual, 1994.
MORAES, José Geraldo Vinci de. Sonoridades Paulistanas. São Paulo.
MOURA, Flávio; NIGRI, André. Adoniran - Se o senhor num tá lembrado. São Paulo: Boitempo, 2002.
MUGNAINI JR., Ayrton. “Adoniran: Dá licença de Contar...”. São Paulo: Editora 34, 2000.
PEREIRA, Maria Fernanda de França. O samba como comunicador do hibridismo cultural: o subalterno e o hegemônico nas canções de Adoniran Barbosa. (Monografia Graduação em Comunicação Social - Jornalismo). Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, 2008.
PITRE-VASQUEZ, E. R.; ADAMOWSKI, Fernanda. O Time-line como Ferramenta Analítica para o Samba Viaduto Santa Efigênia (1978) de Adoniran Barbosa. In: XXIII Congresso da ANPPOM, 2013, Rio Grande do Norte. XXIII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música. Natal, 2013.
ROCHA, Francisco Alberto. Adoniran Barbosa, poeta da cidade: Trajetória e obra do radioator e cancionista – os anos 50. (Dissertação Mestrado). FFLCH/USP. São Paulo 2001.
SEVERIANO, Jairo; MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. [Vol.1]. São Paulo: Editora: 34, 1999.
SILVA, Marcus Vinícius da. Adoniran Barbosa: nem trabalho, nem malandragem. (Dissertação Mestrado em Teoria e História Literária). Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, 2012.
SILVA, Marcus Vinícius da. Adoniran Barbosa: Um olhar crítico e de denúncia ao universo suburbano do trabalho.. In: 5 Encontro de Música e Mídia: E(st)éticas do som, 2009, São Paulo. E(st)éticas do som: Textos e Debates - Anais do 5 Encontro de Música e Mídia. Santos, SP: Realejo Livros e Edições, 2009, 2009. v. 1. p. 1-13.
SILVA, Marcus Vinícius da. Adoniran Barbosa e as manifestações da indústria cultural no Brasil. In: Teoria Crítica e Inconformismo: Tradições e Perspectivas, 2008, São Carlos. Teoria Crítica e Inconformismo: Tradições e Perspectivas, 2008. v. 1. p. 552-561.


Amigos, parceiros e interpretes
Clementina de Jesus, Adoniran Barbosa, Matilde e Carlinhos Vergueiro.

Gonzaguinha, Clara Nunes e Adoniran Barbosa.

Elis Regina e Adoniran Barbosa.


Noel Rosa e Adoniran Barbosa, por carlinhos Müller.


Caricaturas
"A rua foi minha escola."
Adoniran Barbosa, por Bertoni.

Adoniran Brabosa, por Paulo Branco.


Adoniran Barbosa, por Bira.

Adoniran Barbosa, por Walter.

Adoniran Barbosa ...

Adoniran Barbosa, por Izidro.

Adoniran Barbosa, por Vioffo.


Outras fontes de pesquisa
Adoniran Barbosa
História Viva

Fotos e imagens
- Instituto Moreira Salles.
- Acervo fotográfico da família do Sambista.
- Fotos dos fotógrafos: Peter Scheier; Henri Ballot; Alice Brill; Marcel Gautherot; Hildegard Rosenthal; e Vicenzo Pastore.

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© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske


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Trabalhos sobre o autor:
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Adoniran Barbosa. Templo Cultural Delfos, março/2011. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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Página atualizada em 6.2.2015.



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