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Viviane Mosé - viver a palavra

Viviane Mosé - foto: (...)



Viviane Mosé
 (poeta, psicóloga, psicanalista e especialista em elaboração e implementação de políticas públicas). A poeta 
capixaba nasceu em Vitória - Espirito Santo, em 16 de janeiro de 1964, radicado no Rio desde 1992. Publicou em 2005, sua tese de doutorado, Nietzsche e a grande política da linguagem, pela editora Civilização Brasileira. Em 2009 publicou, pelo Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, o livro A Resistência Tapuia na Capitania do Espírito Santo. Foi professora, em 1991 e 1992, da Universidade federal do Espírito Santo, e da Faculdade de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória.

Em 2005 e 2006, desenvolveu e escreveu com Daniel Duarte o quadro Ser ou Não Ser, onde apresentou no Fantástico da TV Globo, temas da filosofia em uma linguagem cotidiana. Em 2007 os 24 episódios foram reapresentados no canal GNT da Globosat.

Em 2008 escreveu e apresentou, no canal Futura, também da Globosat, oito episódios da série, agora com foco em Educação. De 2007 a 2009, foi consultora sênior da comissão de reformulação curricular do Estado do Espírito Santo.

Viviane Mosé - foto (...)

É palestrante e consultora, com grandes empresas como clientes: Rede Globo de televisão, Editora Abril, Petrobrás, Banco do Brasil, Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo, O Boticário, Governo do Estado do Espírito Santo, Rede Pitágoras de Ensino, entre outros.

Como poeta, publicou seu primeiro livro individual em Vitória, ES, Escritos, (Ímã e UFES, 1990). Publicou, no Rio,Toda Palavra, (1997), e Pensamento Chão (2001), ambos reeditados pela Record em 2006 e 2007. E Desato(Record, 2006).
Participou em 1999 do livro Imagem Escrita (Graal, 1999), coletânea de artistas plásticos e poetas, em parceria com o artista plástico Daniel Senise.

Seus poemas foram tema da Coleção Palavra, de estilistas de Oestudio Costura, que desfilou no Fashion Rio de 2003. É autora dos textos poéticos da personagem Camila no filme Nome Próprio de Murilo Salles, ganhador do festival de Gramado em 2008.

Participou de diversos eventos de poesia como a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, Feira do Livro de Fortaleza, Feira do Livro de Porto Alegre, Festival de Inverno de Ouro Preto, Festival de Teatro de São José do Rio Preto, Festival Carioca de Poesia, entre outros. Atualmente é sócia e diretora de conteúdo da Usina Pensamento e é comentarista na Rádio CBN (toda terça, às 9h00). Ao mesmo tempo, como palestrante e consultora, dedica-se a pensar os desafios das novas lideranças e as novas relações de trabalho na sociedade do conhecimento. 
:: Fonte: Usina do Pensamento | Revista Contemporartes (acessado em 20.4.2016).

"Quem acumula conteúdo não pensa. Pensar exige o vazio."
- Viviane Mosé (fanpage da autora).


Viviane Mosé - foto (...)


OBRA DE VIVIANE MOSÉ
Poesia
:: Escritos. Vitória ES: Editora Imã; UFES, 1990.
:: 7 + 1, Francisco Alves. 1997.
:: Toda palavraRio de Janeiro: Editora 7Letras, 1997; Rio de Janeiro: Editora Record, 2006.
:: Pensamento chão – poemas em prosa e versoRio de Janeiro: Editora 7Letras, 2000; Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.
:: Receita para lavar palavra suja. (coletânea de poemas escolhidas pela autora). Rio de Janeiro: Arteclara, 2004.
:: Desato - poemasRio de Janeiro: Editora Record, 2006.
Viviane Mosé - foto: Felipe Gaspar

Filosofia e psicanalise
:: Stela do Patrocínio - Reino dos bichos e dos animais é o meu nome. Azougue Editorial, 2002.
:: Nietzsche e a grande política da linguagemRio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2005.
:: O homem que sabeRio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2011.

Ensaios filosofia, educação e psicanalise (organização)
:: Beleza, feiúra e psicanálise. [organização Viviane Mosé, Chaim Katz e Daniel Kupermam]. Rio de Janeiro: Contracapa, 2004.
:: A escola e os desafios contemporâneos.[organização Viviane Mosé]. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2013.

Antologias e coletâneas poéticas e ensaios (participação)
:: Imagem escrita. coletânea de artistas plásticos e poetas. [em parceria com o artista plástico Daniel Senise]. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
:: Assim falou Nietzsche. Rio de Janeiro: 7Letras; Ouro Preto: Ufop, 1999.

Crônicas e comentários 
:: Rádio CBN (toda terça, às 9h00)


"eu parei de lutar contra o tempo ando exercendo o instante."
- Viviane Mosé, em "Pensamento Chão". Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2000.


"O homem precisa de algum conhecimento para sobreviver, mas para viver precisa de ARTE."
- Viviane Mosé 



BREVE ANTOLOGIA POÉTICA DE VIVIANE MOSÉ

Receita pra lavar palavra suja
Mergulhar a palavra suja em água sanitária,
Depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza,
por exemplo a palavra vida.
Existem outras e a palavra amor é uma delas
que são muito encardidas e desgastadas pelo uso,
o que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra,
depois enxaguar em água corrente.
São poucas as que ainda permanecem sujas
depois de submetidas a esses cuidados
mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tiram as manchas mais difíceis e nada.
Todas as tentativas de lavar a piedade foram sempre em vão.
Mas nunca vi palavra tão suja
como a palavra perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas,
soltam um líquido corrosivo
—que atende pelo nome de amargura—
capaz de esvaziar o vigor da língua.
Nesse caso o aconselhado é mantê-las sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade.
Agora se o que você quer
é somente aliviar as palavras do uso diário,
pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo aqui é misturar palavras que mancham
no contato umas com as outras.
A culpa, por exemplo, mancha tudo que encontra
e deve ser sempre clareada sozinha.
Uma mistura pouco aconselhada é amizade e desejo,
já que desejo sendo uma palavra intensa, quase agressiva,
pode, o que não é inevitável,
esgarçar a força delicada da palavra amizade.
Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob o risco de perderem o sentido.
A sujeirinha cotidiana quando não é excessiva
produz uma oleosidade que conserva a cor
e a intensidade dos sons.
Muito valioso na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa.
Para isso conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos
que passeie pelas expressões dos seus sentidos.
Á noite, permita que se deite,
não a seu lado, mas sobre seu corpo.
Enquanto você dorme
a palavra plantada em sua carne
prolifera em toda sua possibilidade.
Se puder suportar a convivência
até não mais perceber a presença dela,
então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra limpa é uma palavra possível.
- Viviane Mosé, em "Receita para lavar palavra suja". Rio de Janeiro: Arteclara, 2004.

§

Rios 
Rios, quando ainda são rios,
Conservam vegetação nas margens.
Córregos são águas geralmente claras
Que correm rasas entre as pedras.

Algumas vezes árvores chegam a cobrir um rio por inteiro:
Suas copas vão tecendo um véu verde sobre as águas
(em geral muito limpas) que correm.

 As margens de um rio são plantas e terra molhada.
Terra e água em convivência pacífica.
Que não é lama, é terra e água,
Em sua diferença.

O leito se sabe leito daquele fluxo líquido inserido no chão. 
Eu poderia chorar de coisas assim:
Corre um rio de minha boca corre um rio de minhas mãos.
Dos meus olhos corre um rio.

Na verdade sofro de excessos, que me dão certo vocabulário
Como derramar, escorrer, atravessar.
Tenho a impressão de que tudo vaza em sobras.
Tenho dificuldade em caber.  

Pra caber mais derramo por nada derramo sem motivo.
Vou acalmar meu excesso pensei
Ministrando doses diárias de barcos ancorados ao sol,
Rodeados por pequenos pássaros em busca de restos de peixe.

Águas se lançando sobre as pedras e um vento que parece vivo,
Como se tivesse a intenção de às vezes fazer agrados
Em minha pele.

Meu rosto tem muita simpatia por ventos,
Reconhece certos humores próprios a vento.
Gosto de coisas que se movem.

Por isso aprecio rios e não sou tanto assim apegada a mares.
E árvores.
Se bem que tenho enorme ternura por bois
Fincados no pasto como palavras no papel.

Palavras são estacas fincadas ao chão.
Pedras onde piso nessa imensa correnteza que atravesso.
- Viviane Mosé, em "Toda palavra".  Rio de Janeiro RJ: Editora Record, 2008.

§

Sem cabimento
Queria escrever todas as plantas e pessoas. todos os rios.
os muros , as cores, os homens, as senhoras de idade.
as caixas de correio , os espanhois.
os olhos e as ruas, os tamanhos e larguras, as alturas.
as pernas, os falos, os pelos , os pulsos.

Queria escrever o ritmo,
das pedras, das estradas calçadas, das margaridas.
escrever o que manda e o que obedece.
o que cresce e o que padece de amparo.
o que afunda, o que eclode.
escrever o que não sabe.
e o que não cabe em lugar nenhum.

E viver a escrita das coisas.
não as coisas que não me cabem.
coisas e pessoas não me cabem e sem cabimento
me atravessam.
pessoas passam depressa demais entre meus poros. e vão.
eu tenho uma imagem presa na garganta.
ser gente me arranha.
quero voltar a ser palavra.
Acho que o oficio de ser gente me excessiva
pessoas são pessoas o tempo todo demais.
ser gente me excessiva.
e me falta. 
- Viviane Mosé, em "Pensamento Chão". Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2000.

§

Tem gente...
Tem gente que tem o costume de vazar pelos cantos.
No começo vaza calada. Aos poucos. Aos pingos.
Mas se pega gosto principia o derrame.
Escorre quando fala. Escorre quando anda.
Não tem mais braço nem cabelo que sgeure.
Parece que vicia em ficar transbordada.

Mas tem gente que quando transborda é pra dentro.
E corre o risco de ficar represada. E represa você sabe.
Se aumenta muito arrebenta.

Mas se a pessoa ensaia um jeito de derramar pra fora.
Aí vai fazendo leito. Vai abrindo seu caminho na terra.
E a terra parece que se abre pra ela passar. Às vezes não.
- Viviane Mosé, em "Pensamento chão – poemas em prosa e verso". Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.

§

Toda palavra 
Viviane Mosé - foto: (...)
Procuro uma palavra que me salve
Pode ser uma palavra verbo
Uma palavra vespa, uma palavra casta.
Pode ser uma palavra dura. Sem carinho.
Ou palavra muda,
molhada de suor no esforço da terra não lavrada.
Não ligo se ela vem suja, mal lavada.
Procuro uma coisa qualquer que saia soada do nada.
Eu imploro pelos verbos que tanto humilhei
e reconsidero minha posição em relação aos adjetivos.
Penso em quanta fadiga me dava
o excesso de frases desalinhadas em meu ouvido.
Hoje imploro uma fala escrita,
não pode ser cantada.
Preciso de uma palavra letra
grifada grafia no papel.
Uma palavra como um porto
um mar um prado
um campo minado um contorno
carrossel cavalo pente quebrado véu
 mariscos muralhas manivelas navalhas.
Eu preciso do escarcéu soletrado
Preciso daquilo que havia negado
E mesmo tendo medo de algumas palavras
preciso da palavra medo como preciso da palavra morte
que é uma palavra triste.
Toda palavra deve ser anunciada e ouvida.  
Nunca mais o desprezo por coisas mal ditas.
Toda palavra é bem dita e bem vinda.
- Viviane Mosé, em "Toda palavra".  Rio de Janeiro RJ: Editora Record, 2008.

§

Vida/tempo 
Quem tem olhos pra ver o tempo?
Soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele
Soprando sulcos?

O tempo andou riscando meu rosto
Com uma navalha fina.
Sem raiva nem rancor
                            O tempo riscou meu rosto com calma.

Eu parei de lutar contra o tempo. Ando exercendo instante.
Acho que ganhei presença.

Acho que a vida anda passando a mão em mim. Acho que a vida anda passando.
Acho que a vida anda. Em mim a vida anda. Acho que há vida em mim. A vida em mim anda passando. Acho que a vida anda passando a mão em mim

                            Por falar em sexo quem anda me comendo
É o tempo.  Na verdade faz tempo, mas eu escondia

Porque ele me pegava à força, e por trás. 
Um dia resolvi encará-lo de frente e disse:  Tempo, se você tem que me comer  Que seja com o meu consentimento.  E me olhando nos olhos.  Acho que ganhei o tempo.  De lá pra cá ele tem sido bom comigo. Dizem que ando até remoçando
- Viviane Mosé, em "Pensamento chão – poemas em prosa e verso". Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.

Viviane Mosé - foto: (...)

FORTUNA CRÍTICA DE VIVIANE MOSÉ
BELLEI, Fernanda. entrevista com viviane mosé. in: Instituto CPFL, Café filosófico, 19 de janeiro de 2009. Disponível no link. (acessado em 20.4.2016).
CARDOSO, Vânia Marques. A escola e os desafios contemporâneos, de Viviane Mosé. Dialogia (UNINOVE. Impresso), v. 20, p. 245-247, 2014.
CARPINEJAR, Fabrício. Filósfoa Viviane Mosé lava as palavras. in: O Estado de S. Paulo, Caderno de Cultura, 7.1.2007|reproduzido em: Mal de Montano, 10 janeiro de 2007. Disponível no link. (acessado em 26.3.2016).
FELDENS, Dinamara Garcia; SANTANA, Anthony Fábio Torres; SILVA, José Laerton Santos da.. Escritos outros, poemas intermináveis: vida, pesquisa e educação. in: Educação Por Escrito, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 26-38, jan.-jun. 2015. Disponível no link. (acessado em 20.4.2016).
KALID, Lorena Lima. Binarismos tradicionais no discurso de Viviane Mosé (Dissertação Mestrado em Literatura e Cultura). Universidade Federal da Bahia, UFBA, 2015.
KALID, Lorena Lima. Uma análise das imagens de devir na obra de Viviane Mosé.. Travessias Interativas, v. 8, p. 1-19, 2014.
KALID, Lorena Lima. Metáfora do rio na Iliáda e na poesia de Viviane Mosé.. Littera, v. 5, p. 1-17, 2014.
LEMOS, Nina. Viviane Mosé (entrevista). in: revista TPM, 16.4.2012. Disponível no link. (acessado em 24.3.2016).
MAESTRO, Maria Lúcia Kopernick Del. O riso amargo da autoironia nas estéticas de Frida Kahlo e Viviane Mosé. (Tese Doutorado em Letras). Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, 2014.
MOURA, Matheus. "Minha meta é a educação" (Viviane Mosé - entrevista). in: Revista Filosofia. Disponível no link. (acessado em 20.4.2016).
OLIVEIRA, André de.. Entrevista. Viviane Mosé - as grande virtudes. in: Aliás|Estadão, 15 de agosto de 2015. Disponível no link. (acessado em 20.4.2016).
ROCHA, Jéssica. Viviane Mosé e a arte de se comunicar. in: Obvious.  Disponível no link. (acessado em 24.3.2016).
VIVIANE Mosé. Entrevista concedida a Rodrigo de Souza Leão. in: Balacobaco | 'Garganta da Serpente'. Disponível no link. (acessado em 20.4.2016).

"Tudo que ocorre, todo movimento, todo vir-a-ser é um constatar de relações de graus de forças, um combate [...] A vida é o excesso que se configura, mas apenas provisoriamente" 
- Viviane Mosé, em "Nietzsche e a grande política da linguagem". Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2005.


Viviane Mosé - foto: (...)


AFORISMOS, CITAÇÕES, EXCERTOS E CRÔNICAS DE VIVIANE MOSÉ

"A sociedade, em que todos estão ligados por inúmeros canais, em uma comunicação que acontece de modo espontâneo, provisório e pontual, em meio a uma multiplicidade de acessos e informações, termina por valorizar todo núcleo capaz de atingir pessoas e faz isso quem tem alguma coisa a dizer, quem tem algum tipo de conteúdo e quem compartilha. 
É em torno do saber que as pessoas se colocam, especialmente em torno das pessoas que produzem saber. E um saber é um olhar, um conceito, uma interpretação. Diante do turbilhão de informações, diante da crise de valores que vivemos, as pessoas estão em busca de um modo de ver, de uma perspectiva."
- Viviane Mosé, em "A escola e os desafios contemporâneos". Rio de Janeiro Editorial Record, 2013.


§

Ninguém está livre do caos social, do terrorismo. Não vivemos mais o mundo moderno, que se sustentou na ilusão de felicidade, de estabilidade, mas o mundo da desintegração, do desabamento da infinidade de construções que erguemos para sustentar a promessa de uma vida sem sofrimentos, sem perdas, sem morte. 
Em meio aos destroços de um sonho, vivemos acuados, mas o que se desintegra não é o mundo, e sim um ideal de mundo e de homem que nasceu do medo do tempo e da morte, do horror diante do desconhecido. 
Precisamos de uma cultura que seja produto de uma afirmação, que manifeste um desejo, uma paixão, um sonho, que seja um dardo lançado adiante.
- Viviane Mosé, em "O homem que sabe". Rio de Janeiro: Editorial Record. 2011.

§

"O pensamento é a nossa dignidade, porque nos permite vencer o sofrimento, não por meio da eliminação da dor como tem tentado a modernidade, com suas infinitas fábricas de ilusão, mas por meio de uma interpretação da vida que inclua o sofrimento."
- Viviane Mosé, em "O homem que sabe". Rio de Janeiro: Editorial Record. 2011.

§

O PREJUÍZO É DE TODOS
A violência é o maior desafio do mundo hoje. De um lado, a intolerância, a segregação, o ódio tanto tempo acumulado; de outro, e este é o nosso caso, a cruel desigualdade social, o abismo entre as classes. Tudo isso invade a escola. A sala de aula é um espaço que reproduz o mundo dos alunos, professores, funcionários, vizinhos. Se a violência do mundo já se evidencia nas escolas, mesmo as particulares da Zona Sul do Rio, imaginem uma sala de aula em uma área de conflito armado?
Conheço professores incríveis que optaram por trabalhar em comunidades violentas, para tentar sanar o imenso prejuízo desses alunos, grande parte das vezes empurrados, por total falta de perspectiva, para o crime. Em outras palavras, para a morte.
Mas não há muito mais o que fazer por essas escolas, por essas crianças, a não ser lutar, de modo sistemático e preventivo, contra a violência, essa violência tão nossa, causada pelo descaso histórico do poder público com as classes populares, pelo total abandono de territórios hoje dominados pelo crime. Resolver esse impasse exige um pacto entre todos, afinal o prejuízo daqueles jovens é também o nosso. Isso, de um modo perverso, hoje já sabemos.
- Viviane Mosé, em "O Globo". 29.11.2015.


Viviane Mose e Elisa Lucinda - foto: Cristina Granato

Tudo em minha casa tem existência
 Todas as coisas significo
 Com os olhos ou com as mãos
 Minha casa tem silêncios
 Que as vezes ouço
 Em meu corpo, tem silêncios maiores ainda
 Que as vezes ouço
 E faço poemas

Faço poemas dos silêncios que ouço.
- Viviane Mosé, do poema "Desato", no livro 'Desato'. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006.

§

"Acho que o ofício de
ser gente me excessiva. 
Pessoas são pessoas
O tempo todo demais.
Ser gente me excessiva.
Gente me excessiva.
E me falta."
- Viviane Mosé, em "Pensamento Chão". Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2000.

§

"Palavra não tem lado de dentro
Palavra não mora no que diz
Palavra abre pra fora."
- Viviane Mosé, em "Pensamento chão – poemas em prosa e verso". Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.




Viviane Mosé - foto: (...)
FANPAGE DA POETA VIVIANE MOSÉ
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OUTRAS FONTES E REFERÊNCIAS DE PESQUISA
:: Antonio Miranda
:: Blog Usina do Pensamento
:: Poetas Capixabas
:: Sandra Paschoal

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© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske

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Trabalhos sobre o autor:
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Viviane Mosé - 'viver a palavra'. Templo Cultural Delfos, abril/2016. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
____
** Página atualizada em 20.4.2016.


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