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José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita - o mais expressivo compositor da musica colonial mineira

órgão histórico Lobo de Mesquita/Almeida e Silva
(Diamantina/MG)

MÚSICA BRASILEIRA (...) DO SÉCULO XVIII
Emerico Lobo de Mesquita
por José Maria Neves.
(Vila do Príncipe *1746, Rio de Janeiro +1805)
Muitos musicólogos citam Lobo de Mesquita como o melhor compositor setentista brasileiro e como aquele que sintetiza melhor as características da escola que foi um dia chamada de Barroco mineiro. Tal fato pode ser explicado pela grande quantidade de obras deste compositor conservadas nos mais diversos arquivos de manuscritos musicais, não apenas em Minas Gerais, mas também nos estados de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. A própria preservação da documentação, quase sempre em cópias da segunda metade do século XIX e mesmo de inícios do século XX, atesta a presença da música deste compositor no repertório de corporações musicais atuantes em vilas e cidades do interior do país, até metades do século XX. Entretanto, a afirmação de que Emerico foi o melhor – e que não se leia aqui nenhum indício de afirmação do contrário – resulta do quase total desconhecimento, até bem recentemente, das obras de outros compositores que atuaram nas Minas Gerais da segunda metade do século XVIII, e não de estudos comparativos que analisassem a técnica e o estilo deste compositor e seus contemporâneos.

Lobo de Mesquita era mulato, filho natural do português José Lobo de Mesquita e de sua escrava Joaquina Emerenciana, tendo nascido na Vila do Príncipe (atual Serro) por volta de 1746. Ali teve sua formação musical e iniciou suas atividades profissionais, como organista e como compositor. Por volta de 1776, transferiu-se para o Arraial do Tejuco (atual Diamantina), que era o centro urbano de maior importância na região, enquanto centro de controle da mineração. Ele já aparece como organista na Matriz de Santo Antônio em fins de 1783 ou início de 1784, passando a tocar na Igreja da Ordem Terceira do Carmo em 1789. Sua atuação certamente incluía todas as obrigações de um Mestre de Capela (ou de Mestre de Música, para utilizar a distinção estabelecida pelo musicólogo Padre Jaime Diniz): compor as obras para as festas contratadas, arregimentar cantores e instrumentistas para a execução da obra, ensaiar, reger (provavelmente do console do órgão, que era seu instrumento) e provavelmente ensinar (preparando jovens para o exercício da profissão de músico). Foi também Alferes do Terão da Infantaria dos Homens Pardos (não se sabe se atuando na banda de música). Tranferiu-se para a Vila Rica, passando a atuar na Matriz de Nossa Senhora do Pilar e na Ordem Terceira do Carmo, em 1798. Dois anos depois, passou o cargo a Francisco Gomes da Rocha e transferiu-se para o Rio de Janeiro, tocando na Igreja da Ordem Terceira do Carmo entre 1801 e 1805, quando faleceu.

Sua obra conhecida é bastante vasta e rica, constituindo-se, sobretudo de cópias novecentistas; são mais raras as obras comprovadamente do século XVIII, existindo uns poucos autógrafos do compositor, como a Dominica in Palmis (1782) e a Antífona de Nossa Senhora (1787).

Esta Missa para Quarta – feira de Cinzas é, ao lado dos ofícios destinados ao Domingo de Ramos (Dominica in Palmis), exemplo pouco comum de utilização da totalidade do texto litúrgico na composição musical. Para o Domingo de Ramos e para Quarta – feria de Cinzas, deveriam ser musicados não apenas os chamados Ordinário e Próprio do dia ( Kyrie, Sanctus e Agnus Dei, e Intróito, Gradual e Ofertório), mas também os textos para os ritos específicos do dia, a saber: Bênção e Procissão de Ramos e Bênção e Distribuição das Cinzas.

O sentido da cerimônia está claramente explicitado pelo ritual religioso e pelos textos das diversas partes da cerimônia: os fiéis colocam cinzas sobre suas cabeças (gesto que já aparece no Antigo Testamento) em sinal de arrependimento e de dor, como primeira etapa de percurso em busca da purificação. Deste modo abre-se o tempo da Quaresma, que prepara para a chegada da Páscoa. Os diferentes momentos da cerimônia falam exatamente na necessidade de penitência, no pedido de perdão, na certeza de que a misericórdia de Deus traz a salvação.

Quando se compara as obras de Lobo de Mesquita escritas para vozes e instrumentos com aquelas escritas para coro, observa-se de imediato que há forte distinção estilística entre elas. Enquanto as primeiras mostram-se mais “modernas”, porque mais marcadas pelo classicismo da melodia acompanhada (em algumas obras, com forte influência da linguagem musical italiana), as obras para coro mostram-se mais influenciadas pela estética do barroco, com toque polifônico. Guardadas as devidas distâncias, pode-se dizer que, quando escrevem para coro, aproximam-se compositores de universos bem diferentes, como os paulistas de Mogi das Cruzes, os mineiros da segunda metade do século XVIII e mesmo seus sucessores da primeira metade do século XIX. É como se, na escrita coral, eles revelassem atitude musicalmente mais conservadora, enquanto buscavam linguagem mais moderna quando escreviam para solistas ou para coro com acompanhamento orquestral. Mas é preciso que se diga que em Emerico, como na maioria dos compositores setecentistas brasileiros, a escrita coral não se revela primordialmente polifônica; o tratamento é mais harmônico, em blocos sonoros, e apenas em momentos específicos aparecem fórmulas de cunho imitativo, às vezes pequenos fugatos, que aproximam esta música de suas origens polifônicas do barroco português. (...)



"A obra de Lobo de Mesquita pode ser vista como um exemplo em que não houve uma ruptura nítida entre o barroco e o classicismo, principalmente no campo da música religiosa."
- Pires, 1994, in Moretzsohn 1997, p.68.


Magnificat - MA-ON5 C1_07 Altus
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita
CRONOLOGIA DE VIDA E OBRA DE JOSÉ JOAQUIM EMERICO LOBO DE MESQUITA
1746 (?) - De acordo com Geraldo Dutra de Moraes, que nunca mostrou documentos que comprovassem suas afirmações, Lobo de Mesquita nasceu em 12 de outubro de 1746 na cidade do Serro, Minas Gerais. Infelizmente, apesar do alerta do próprio Curt Lange, essa informação foi disseminada como verdade absoluta em dicionários, livros, artigos, discos e websites.
1765 - De acordo com Maria Eremita de Souza, citada por Curt Lange, seu nome apareceu em um dos livros de pagamentos do Senado da Câmara do Serro, entre outros músicos que trabalharam nas festas reais.
1774 - Em 26 de dezembro, recebeu 37 oitavas de ouro para atuar como regente da música da cerimônia do Corpo de Deus, no Serro.
1776 - Em 2 de outubro, ganhou 7 oitavas de ouro por ter tocado nas festas do Senado da Câmara do Serro.
1777 - Em 25 de agosto, assinou um contrato com o Senado da Câmara do Serro, para prover música para o funeral do rei José I de Portugal e para o casamento do príncipe Dom José. No mesmo ano, registrou-se que o músico de nome Joze Joaqm (Lobo de Mesquita?) ganhou 14 oitavas de ouro da Irmandade do Santíssimo Sacramento no Serro, por tocar nos Domingos e na Semana Santa.
1778 - Compôs o Ofício e Missa para Quarta-Feira de Cinzas para SATB, violoncelo obbligato e contínuo.
1779 (ca.) - Compôs, antes ou durante esse ano, as Matinas de Quinta-Feira Santa.
1779 - Compôs a antífona mariana Regina coeli laetare.
1782 - Compôs o Ofício, Paixão e Missa de Domingo de Ramos.
1783 - Compôs os Tratos, Missa e Vésperas de Sábado Santo. No mesmo ano, compôs o Tercio.
1783-1784 - Registros no livro de Despesas da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Diamantina (então Arraial do Tijuco) mostram Lobo de Mesquita ajudando o padre e organeiro Manoel Almeida da Silva na construção do órgão da igreja daquela irmandade.
1784 - Registrou-se que o músico Joze Joaqm (Lobo de Mesquita?) ganhou 14 oitavas de ouro por seu trabalho durante a Semana Santa, no Serro.
1784-1785 - Desse período até o período de 1797-1798, tocou órgão para a Irmandade do Santíssimo Sacramento, de Diamantina.
1785-1786 - Durante este ano fiscal e o seguinte (1786-1787), recebeu pagamentos simbólicos por tocar órgão nas festas da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário da Sé de Santo Antônio, em Diamantina.
1787 - Compôs a antífona mariana Salve Regina.
Recebeu um pagamento por ter participado do serviço musical em 24 de setembro na irmandade de Nossa Senhora das Mercês de Diamantina.
1787-1788 - Trabalhou deste período fiscal até o período 1794-1795 como organista da Ordem Terceira do Carmo, de Diamantina.
1788 - Em 25 de janeiro deste ano, tornou-se membro da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês, em Diamantina. Sua esposa Thomazia Onofre do Lirio entrou para a mesma irmandade em 15 de agosto do mesmo ano.
1789 - Atuou como juiz de Devoção na Irmandade de Nossa Senhora da Saúde, uma confraria associada à Irmandade de Nossa Senhora das Mercês de Diamantina.
1792 - Seu nome apareceu pela primeira vez nos livros da Irmandade de Nossa Senhora do Amparo, para a qual ele trabalhou como escrivão, tesoureiro e juiz.
1798 (ca.) - Compôs, antes ou durante esse ano, a Ladainha de Nossa Senhora, em fá maior.
1798 - Compôs o Ofício e Missa de Defuntos. Em primeiro de setembro, já vivendo em Ouro Preto (então Vila Rica), assinou um contrato com a Ordem Terceira do Carmo, tornando-se responsável por providenciar obras e músicos para todas as festividades dessa irmandade. Em 17 de setembro, ele e sua esposa entraram para a Confraria do Sagrado Coração de Jesus, Maria, José, o Senhor dos Matosinhos, e São Miguel das Almas, em Ouro Preto.
1798-1799 - Foi o responsável pelo serviço musical do Tríduo realizado pela Irmandade do Santíssimo Sacramento de Ouro Preto.
1799-1800 - Foi o responsável pelo serviço musical das Quarenta Horas, realizadas pela Irmandade do Santíssimo Sacramento de Ouro Preto.
1800 - Em 15 de outubro, Francisco Gomes da Rocha assinou um contrato com a Ordem Terceira do Carmo de Ouro Preto, tornando-se o responsável pela música dessa instituição, dada a saída de Lobo de Mesquita deste posto. É possível que Lobo de Mesquita já tivesse partido para o Rio de Janeiro.
1801 - Em 16 de dezembro deste ano, assinou um contrato para ser o organista da Ordem Terceira do Carmo do Rio de Janeiro. Este contrato foi renovado até seu falecimento.
1803 (ca.) - Compôs, antes ou durante este ano, o responsório Cum transisset para as Matinas de Domingo da Ressurreição.
1805 - O último pagamento feito a ele pela Ordem Terceira do Carmo do Rio de Janeiro foi registrado neste ano, referindo-se aos seus seis últimos meses de trabalho, de novembro de 1804 a abril de 1805. Em 3 de maio, a Ordem Terceira do Carmo do Rio de Janeiro assinou contrato com o organista Vicente Meireles Cordeiro, nele consta que o motivo da nova contração foi a morte de Lobo de Mesquita.
Dados extraídos: PIRES, Sérgio. Sources, Style and Context for The Te Deum of José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746?-1805): a critical edition. [biografia - capítulo 2] - (Tese de doutorado). Boston: Boston University, 2007.


“Qualquer estudo sobre a música no Brasil nos séculos XVIII e XIX, em especial sobre o contínuo, terá que naturalmente levar em consideração a situação portuguesa da mesma época. As razões tanto políticas quanto econômicas comprovam o vínculo forte entre os dois países; este elo é refletido também culturalmente, tanto pelo fato de que aqui as atividades musicais de origem européia foram muito mais intensas do que em outras colônias portuguesas, mas principalmente porque a maior parte das informações sobre música européia no Brasil passava por Portugal.”
- Fagerlande, In: "O Baixo contínuo no Brasil...", 2002, p.23.

Magnificat - MA-ON5 C6_02 Clarineta
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita
A OBRA DE JOSÉ JOAQUIM EMERICO LOBO DE MESQUITA
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita não foi um compositor comum para os meios da capitania [Minas gerais], nem fora dela... sua fama cresceu até passado o terceiro quartel do século XIX” (Lange, 1983, p.169). Sua música foi copiada ao longo de todo o século XIX e até meados do século XX, quando o Concílio Vaticano II faz cair em desuso a música cantada em latim. Ter servido a inúmeras Irmandades e ao senado da Câmara dos principais núcleos urbanos do Brasil Colônia ajudou na difusão de sua obra (Lange, 1983, p.170; Pires, 1994, p.69; Cotta, 2005, p.15; Costa, 2006, p. 75).
A produção musical de Emerico Lobo de Mesquita, consiste em música litúrgica ou para-litúrgica católica, com cerca de 50 obras com autenticidade garantida e mais duas dezenas atribuídas a ele. Essas obras são: missas, credos, ofícios de Semana Santa, ofícios fúnebres, ladainhas, antífonas, Te Deum, graduais, motetos, etc.
Foram descobertos 12 manuscritos autógrafos de Lobo de Mesquita, todos datados, que, juntamente com várias cópias, se encontram principalmente no Museu da Inconfidência e no Museu da Música de Mariana. Entre esses autógrafos, está a mais antiga partitura encontrada em Minas no período colonial, o Tercio, com data de 1783. Geralmente Lobo de Mesquita e os mineiros de então somente escreviam partes, o que acontece com as cópias do Officio de Defuntos, que não tem partitura. O Tercio também apresenta uma outra característica interessante: traz dois movimentos em português, entre dois outros em latim, o que era incomum para a época (Rezende, 1989, p.477; Pires, 1994, p.73-74; Costa, 2006, p.76).
Abaixo uma relação das obras de Emerico Lobo de Mesquita, [Relação, que ainda carece de uma revisão final]:
- Missa para Quarta feira de Cinzas. [4 vozes], 1778.
- Regina Caeli Leatari. 1779.
- Missa em fá. 1780.[Nota: A "missa em fá" foi encontrada por Lange, em Campinas/SP, no arquivo do pai de Carlos Gomes, Manuel José Gomes. Essa Missa, que depois reapareceu em Minas com acréscimo de instrumentos, não havia sido encontrada na sua totalidade por Curt Lange, sendo o manuscrito de José Gomes a única cópia completa da obra]. (Lange, 1983, p.170; Pires, 1994, p.72; Costa, 2006, 75).
- Missa em mi bemol nº1. [para solistas, coro misto e cordas]. 1782.
- Domenica in Palmis. 1782.
- Ofício e Missa para Domingo de Ramos. 1782.
- Tercio [para quatro vozes e cordas]. 1783.
- Tractus para o Sábado Santo. 1783.
- Vésperas para o Sábado Santo. s/d.
- Antífona de Nossa Senhora. 1787.
- Salve Regina. 1787.
- Antífona para Quarta e Quinta Feiras Santas. 1788.
- Antífona para Quarta, Quinta e Sexta Feiras Santas. 1788.
- Ária do Pregador – Ave Regina. 1789.
- Antífona Ave Regina Coelorum. 1790.
- Beata Mater. s/d.
- Credo em dó para quatro vozes e cordas. s/d.
- Credo em fá. s/d.
- Christus factus est e Ofertório. s/d.
- Diffusa est gratia. [para solistas, coro misto e cordas]. s/d.
- Domingo da Ressurreição. 1801 (?).
- Heu Domini, para Procissão e enterro do Senhor. 1801 (?).
- In honorem Beatea Marie. s/d.
- In pace in idipsun. s/d.
- Ladainha em dó. s/d.
- Ladainha em fá. s/d.
- Ladainha em lá menor. s/d.
- Ladainha em si bemol. s/d.
- Ladainha alternada. s/d.
- Ladainha de Nossa Senhora do Carmo. 1802 (?).
- Ladainha do Bom Jesus de Matosinhos. s/d.
- Laudate Dominun, para o Sábado de Aleluia. s/d.
- Matinas de Natal. s/d.
- Magnificat em ré. s/d.
- Magnificat em lá. s/d.
- Magnificat alternado. s/d.
- Memento, a quatro. s/d.
- Missa Concertante. s/d.
- Missa para o Sábado Santo e Magnificat. s/d.
- Missa de Santa Cecília. s/d.
- Missa de Réquiem. s/d.
- Novena das Mercês. s/d.
- Novena de Nossa Senhora da Conceição. s/d.
- Novena de Nossa Senhora do Rosário. s/d.
- Novena de São Francisco de Assis. s/d.
- Novena de São José. s/d.
- Novena das Violetas. s/d.
- Officio de Defuntos. [Quatro Vozes e Organo]. s/d.
- Ofício da Semana Santa. [para quatro vozes e cordas]. s/d.
- Ofício dos Defuntos nº2. [para solistas, coro misto, e cordas]. s/d.
- Paixão, Bradados e Adoração da Cruz para Sexta Feira Santa. s/d.
- Procissão de Ramos. s/d.
- Responsório de Santo Antônio. s/d.
- Salmo 112: Laudate Pueri. s/d.
- Setenário de Nossa Senhora das Dores. s/d.
- Stabat Mater. s/d.
- Te Deum. [para quatro vozes e cordas]. s/d.
- Te Deum em lá menor. s/d.
- Te Deum em ré. s/d.
- Difusa est Gratia Tércio.s/d.
- Domine, tu mihi lavas pede.s/d.

Matinas do Sábado Santo - MA-SS9 C5_20 Baixo
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende."
- Arthur Schopenhauer


Ária ao Pregador . Ave Regina cælorum - MMM CDO.02.076_01 frontispício
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

Antífona de Nossa Senhora. (salve Regina)
ARS NOVA - Coral da Universidade Federal de Minas Gerais.

Antífona de Nossa Senhora . Regina cœli lætare - MMM CDO.01.272_10 violoncello
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

Te deum, de José Emerico Lobo de Mesquita
Orquestra de Câmara do Brasil

Missa em Mí Bemol Maior - Qui sedes, de Lobo de Mesquita
Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro e Orquestra Sinfônica Brasileira
Regência Edoardo de Guarnieri, ano 1958,
Teatro Municipal do Rio de Janeiro.



Salve Regina, de Emerico Lobo de Mesquita
Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro e Orquestra Sinfônica Brasileira
Regência Edoardo de Guarnieri, ano 1958, Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Antífona de Nossa Senhora . Regina cœli lætare - MMM CDO.01.272_02 soprano
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

Bênção das Cinzas e Missa, de Emerico Lobo de Mesquita
Álbum "Musica Sacra do Brasil colonial, São Paulo - Minas Gerais - Rio de Janeiro",
Interpretação: Choeur et Orquestre Vox Brasiliensis, regência Ricardo Knaji.


BIBLIOGRAFIA SOBRE JOSÉ JOAQUIM EMERICO LOBO DE MESQUITA
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MORETZSOHN, Julio. Missa a 4 vozes para Quarta-feira de Cinzas com violoncelo obbligato e órgão de J. J. Emerico Lobo de Mesquita - um estudo interpretativo. (Dissertação Mestrado). Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO, 1997.
NEVES, José Maria. José Maurício e os compositores mineiros setecentistas. In: José Cândido de Andrade Muricy. (Org.). Estudos Mauricianos. 1 ed. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1983, v. 1, p. 55-64.
NEVES, José Maria. Música mineira no século XIX. In: III Seminário sobre cultura mineira, 1982, Belo Horizonte. Anais do III Seminário sobre cultura mineira. Belo Horizonte: Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais, 1982. p. 45-52.
NEVES, José Maria. Situação e problemática da música mineira colonial. In: Seminário sobre cultura mineira colonial, 1980, Belo Horizonte. Anais do Seminário sobre cultura mineira colonial. Belo Horizonte: Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais, 1980. p. 93-108.
NEVES, José Maria. Catálogo de Obras. Música Sacra Mineira. FUNART. Rio de Janeiro. 1997.
PIRES, Sérgio Mecedo. A edição crítica do Te Deum mais conhecido de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita. In: 7º Colóquio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ, 2008, Rio de Janeiro. Anais do 7º Colóquio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ, 2007.
PIRES, Sérgio Mecedo. O Te Deum (em lá menor) de Lobo de Mesquita (1746?-1805): edição crítica e notas para uma performance historicamente informada. Revista Brasileira de Música Programa de Pós-Graduação Escola de Música da UFRJ, v. 23/1, 2010. Disponível no link. (acessado 11.1.2012).
PIRES, Sérgio Mecedo. Lobo de Mesquita e a Música Colonial Mineira. (Dissertação Mestrado). Conservatório Brasileiro de Música - Centro Universitário, CBM-CEU, 1994.
PIRES, Sérgio Mecedo. Sources, Style and Context for the Te Deum of José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746?-1805): a critical edition. (Tese Doutorado). Boston University, B.U., Estados Unidos, 2007.
PROJETO Acervo da Música Brasileira - Restauração e Difusão de Partituras. Coordenação Musicológica Paulo Castagna. Belo Horizonte. 2001-2003.
REZENDE, Maria Conceição. A música na história de Minas colonial. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia; Brasília, Instituto Nacional do Livro, 1989, 765.
RÓNAI, Laura Tausz. A prática musical religiosa no Brasil e em Portugal na segunda metade do século XVIII: paralelo e fundamentação para a interpretação vocal da música de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita. Per Musi (UFMG), v. 24, p. 151-166, 2011.
SANTOS, Paulo Roberto Candido dos. Lobo de Mesquita - O Bach das Alterosas. 1ª edição, 2009.

Sobre o estilo barroco em Minas Gerais:

“personalidade própria, mais livre por um lado, e por outro mais dramática, impressionista, marcando fortemente o seu conteúdo romântico em franca e definitiva oposição ao fundo classista do renascimento, que, muitas vezes, permanece presente nas manifestações barrocas”
- VASCONCELLOS, Sylvio de. Textos reunidos: Arquitetura, Arte e Cidade. (org.) Celina Borges Lemos. Belo Horizonte: BDMG Cultural, 2004, pg. 57.


Tercio, de Emérico Lobo de Mesquita
Conjunto Calíope, Regência Julio Moretzsohn


O MUSEU DE MÚSICA DE MARIANA

Antigo Palácio dos Bispos, hoje Museu de Mariana.
O Museu da Música da Arquidiocese de Mariana foi criado pelo Arcebispo Dom Oscar de Oliveira na década de 1960, com a finalidade de abrigar documentos ligados à prática musical desde os primórdios da história da região.
Desde o seu início, o Museu da Música destaca-se no cenário da cultura brasileira como uma das principais instituições devotadas à memória da música brasileira, o que vem ampliando-se recentemente através da contínua ação da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana – FUNDARQ.
A importância do acervo do Museu da Música de Mariana, que abriga mais de 2 mil partituras originais, foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) por meio do Diploma do Registro Regional para a América Latina e o Caribe. O título foi concedido pelo Programa Memória do Mundo, cujo objetivo é identificar e certificar patrimônios documentais de relevância internacional, regional e nacional, facilitando assim sua preservação e acesso pelo público geral.
A coleção de música sacra manuscrita do Museu da Música de Mariana, considerada uma das mais importantes da América Latina, foi recuperada graças ao projeto “Acervo da Música Brasileira”, coordenado pelo professor Paulo Castagna, do Instituto de Artes da UNESP/SP.
O projeto revelou ainda peças inéditas de compositores como Lobo de Mesquita, José Maurício Nunes Garcia e João de Deus de Castro Lobo. Outros menos conhecidos, como Miguel Teodoro Ferreira, Frutuoso de Matos Couto e Manuel Dias de Oliveira, também começaram a ter sua memória resgatada.
Sede: Centro Cultural Arquidiocesano Dom Frei Manoel da Cruz, no antigo Palácio dos Bispos.
Endereço: Rua Cônego Amando 161, Mariana - Minas Gerais. Cep. 35420-000 - Brasil. Telefone: (31) 3557-2778
Site: Museu Mariana

Museu de Mariana (antigo Palácio dos Bispos), desenho feito
com "bico de pena", por Fagundes.



Sobre a presença da música portuguesa dos séculos XVI até XVIII, no repertório tocado nas capelas do Brasil colonial e a exuberância da produção musical em Minas no fim do século XVIII, segundo Duprat só seria possível devido:


“um processo de interação cultural com o mundo de então mas também, e especialmente, da interação desse tempo com a própria tradição de técnicas e processos legada pelos músicos das gerações precedentes”
- Duprat, in Rezende, 1989, p.225.

ACERVO CURT LANGE
Francisco Curt Lange nasceu em Eilenburg, Alemanha, em 12 de dezembro de 1903, filho de uma família de classe média alta de ampla formação cultural, que propiciou a ele formação superior em Arquitetura, pela Universidade de Munique (cf. MERINO MONTERO, 1998), além de uma excelente formação musical (cf. VELAZCO, 1989), entre outros estudos.
Curt Lange veio para a América do Sul em 1923, no primeiro pós-guerra, e pouco depois se naturalizou uruguaio, trocando seu nome de batismo, Franz Kurt Lange, pela forma hispânica através da qual seria mundialmente conhecido. Passou a residir em Montevidéu, cidade em que se casou e iniciou sua longa carreira, e com a qual manteve laços por toda a vida.
O arquivo pessoal do musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange (Eilenburg, 1903 - Montevidéu, 1997) foi integrado à Universidade Federal de Minas Gerais em 1995, recebendo então a denominação de Acervo Curt Lange - UFMG (ACL-UFMG).
Curt Lange
Fruto de sua intensa e variada atividade, a documentação existente no acervo registra o cotidiano da vida musical latinoamericana ao longo de praticamente todo o século XX. Trata-se, portanto, de documentação importantíssima para a pesquisa musical, assim como para o estudo da evolução da própria musicologia na América Latina.
O Acervo Curt Lange está localizado no prédio da Biblioteca Central, da UFMG - Universidade Federal do Estado de Minas Gerais.
Fontes adicionais: MONTEIRO, Luis Merino. Francisco Curt Lange (1903-1997): tributo a un americanista de excepción. Rev. music. chil. v.52 n.189 Santiago ene. 1998. Disponível no link. (acessado 13.1.2012).

órgão histórico Lobo de Mesquita/Almeida e Silva
(Diamantina/MG)

ÓRGÃO DE DIAMANTINA
O órgão histórico Lobo de Mesquita/Almeida e Silva da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Diamantina foi integralmente construído no antigo Arraial do Tejuco entre 1782 e 1787 pelo padre Manuel de Almeida e Silva, organeiro autodidata, em resposta às demandas de uma sociedade culta, sensível em dotar o culto divino de um de seus mais prestigiosos ornamentos: o órgão. Segundo instrumento erigido no seio da Igreja do Carmo do antigo arraial, atual cidade de Diamantina, o mesmo esteve sob as ordens do eminente compositor José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, desde a sua conclusão até 1794. É bastante provável que o grande músico do Serro tenha influenciado diretamente a concepção do instrumento, que ao ser o único órgão tocado por Lobo de Mesquita ainda conservado, toma-lhe, com justiça o nome, ao qual se acrescenta o de seu construtor.

BRESCIA, Marco. Difusao e aclimataçao do órgao ibérico na América Portuguesa entre os séculos XVI e XVIII. Revista Eletrônica de Musicologia, UFPr, v. XIV, 2010. Disponível no link

Site Oficial: Órgão de Diamantina


REFERÊNCIAS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA


© A obra José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, é de domínio público

© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske


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Trabalhos sobre o autor:
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita - o mais expressivo compositor da música colonial mineira. Templo Cultural Delfos, fevereiro/2011. Disponível no link. (acessado em .../.../...).
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Página atualizada em 11.12.2012.



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